Foi lançado no último dia 08, em evento realizado na sede da FIRJAN, no Rio de Janeiro, o Movimento Produz Brasil. Formada por 14 instituições, a coalização pretende valorizar o setor produtivo e garantir a competitividade entre fornecedores nacionais e internacionais. Os principais objetivos são o de valorizar a inserção sustentável dos fornecedores nacionais, defender o conteúdo local como um dos mecanismos de política industrial e ressaltar a contribuição da produção nacional na geração de emprego, renda e arrecadação de impostos para o país.
Diante da recente ameaça de mudança na política nacional de petróleo e gás, instituições representativas dos elos produtivos deste mercado temem que investimentos realizados ao longo de quase 20 anos sejam jogados fora favorecendo empresas estrangeiras e tornando ainda mais difícil a situação da indústria brasileira.
Na cerimônia de lançamento, o presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, federação que integra o Produz Brasil, fez um apelo ao Governo Federal. “É um contrassenso ver que hoje, após quase 20 anos de investimentos na cadeia produtiva, tenha se iniciado um processo de vilanização do conteúdo local. Se essas empresas fecharem ou forem embora o que vai ser dos trabalhadores? Vamos liquidar as empresas que passaram quase duas décadas investindo para atender a essas demandas? Estamos falando do extermínio de milhares de postos de trabalho”.
Já o presidente executivo da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, José Velloso, representante de uma das entidades que compõem o movimento, destacou: “Com o fim da política de conteúdo local, as empresas estrangeiras vão transferir suas atividades para outros países. E quem vai sair perdendo são as empresas nacionais, que vão acabar fechando, e os estados, que vão perder em arrecadação. Vamos presenciar no país um forte desinvestimento, um retrocesso.”
O encontro desta quinta-feira contou ainda com uma palestra do gerente do Departamento de Competitividade Industrial e Tecnologia da FIESP, Renato Corona; com um painel com cases de investimento em conteúdo local apresentado pelas empresas Doris Engenharia, SBM, Flowservice e Tenaris; e uma apresentação sobre o PEDEFOR, da diretora do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Margarete Gandini.
De acordo com o Movimento Produz Brasil, entre 2011 e 2014, período auge das atividades de exploração e desenvolvimento de áreas sob concessão, foram investidos mais de 20 bilhões de dólares na ampliação da capacidade instalada, de forma a atender às futuras demandas com a implantação de bases de empresas de origem estrangeira no estado fluminense. Atrelado a esses investimentos pode-se estimar que foram criados mais de 150 mil empregos.
Entre as principais ações do Movimento Produz Brasil está o diálogo com órgãos e entidades responsáveis, e a conscientização para os prejuízos que irão acometer a indústria brasileira no setor de petróleo de gás. O cenário futuro, diante do fim do conteúdo local, prevê o fechamento de empresas e o aumento do desemprego.
Fazem parte do Movimento Produz Brasil:
ABCE – Associação Brasileira de Consultores de Engenharia, que representa mais de 80 empresas;
ABEMI – Associação Brasileira de Engenharia Industrial, que representa mais de15 empresas;
ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica, que representa mais de 200 empresas;
ABITAM – Associação Brasileira das Indústrias de Tubos e Acessórios de Metal, que representa mais de 80 empresas;
ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, que representa mais de 7.500 empresas;
Instituto Aço Brasil, que representa mais de 10 empresas;
Sistema FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia, que representa mais de 1.900 empresas;
Sistema FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais,
FIERGS – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, que representa mais de 2.000 empresas;
FIESC – Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, que representa mais de 6.500 empresas;
FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo, que representa mais de 150.00 empresas;
Sistema FINDES – Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo, que representa mais de 18.000 empresas;
Sistema FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, que representa mais de 8.400 empresas;
SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústrias da Construção e Reparação Naval e Offshore, representando mais de 30 empresas.