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Especial 13 de agosto de 2015

Galpões estruturais e infláveis: novos nichos de mercado arrefecem os efeitos da crise

selo_logwebdigitalPrincipalmente o agronegócio, e a expansão das fronteiras agrícolas, têm sido uma saída para as empresas do setor de galpões manterem suas carteiras de clientes.

Quer queiramos ou não, o que mais se discute no momento é a crise pela qual passamos – inflação em alta, desemprego também, operação Lava jato que acaba afetando o mercado como um todo, na medida em que investiga as maiores empreiteiras do país, crise política, corrupção, etc.

Neste contexto, e dentro desta matéria especial sobre galpões estruturais e infláveis, vale perguntar como está se portanto o segmento neste contexto.

Benoît Somers, CEO da Frisomat do Brasil (Fone: 19 4042.1888), é bem amplo em sua avaliação. Ele começa dizendo que a construção civil vem passando por uma fase complicada: de um lado, retração da demanda e, de outro, aumento dos custos – matérias primas em função do câmbio e da mão de obra. “Muitos projetos de investimento foram postergados/cancelados, em razão de vários fatores, como crise no setor particular do cliente, insegurança econômica, fiscal, jurídica, etc., falta de horizonte e, finalmente, escassez de recursos e de financiamento. Alguns setores, porém, continuam investindo, como o de mineração, agricultura e infraestrutura – em ritmo desacelerado.”

Ainda segundo Somers, a análise do setor, hoje, também envolve a tecnologia. De acordo com ele, em geral, o setor de construção civil, incluindo o de galpões, é muito convencional, com pouca inovação. “São usadas estruturas pesadas, que exigem fundações pesadas e acarretam em alto custo de frete, equipamentos pesados para a montagem, etc. Há, também, pouca flexibilidade – expansão, realocação –, além de muita fabricação na obra, que depende de mão de obra, condições climáticas e controle de qualidade do processo produtivo, bem como baixo apelo ecológico: estruturas pe‑ -sadas requerem muita matéria prima; pelo fato de as estruturas serem pesadas e volumosas, há impacto no transporte – geralmente rodoviário –, sem contar que a estrutura pesada exige fundação pesada que causa impacto maior no terreno, há muitos desperdícios na obra e muita manutenção.”

E o CEO da Frisomat do Brasil continua: no caso dos clientes, eles muitas vezes ainda focam em preço, não em custo: “o cliente não olha os outros custos implícitos, como obras civis, manutenção e longevidade. Por exemplo, eles cotam apenas o custo do galpão. Depois de decidir pela compra do galpão, eles vão cotar as obras civis – fundações, etc. – que, dependendo do caso – tipo de galpão em combinação com o solo –, podem custar mais do que o próprio galpão. Os clientes também não consideram a vida útil e o custo de manutenção, bem como o custo do prazo de construção. Se você conseguir reduzir este prazo, você ganha – geração antecipada de faturamento do espaço, término antecipado do aluguel de outro espaço”, completa Somers.

Ele finaliza a sua análise de como está o segmento de galpões estruturais e infláveis apontando um problema: capital + falta de planejamento e/ou de visibilidade. “Muitas empresas recorrem ao aluguel de tendas (´vinilonas´), que não proporcionam uma solução técnica adequada (é uma tenda) e que ficam lá por anos.”

Mais sucinto em sua análise, Luis da Silva, gerente comercial da Kopron Brasil (Fone: 11 3109.6700), diz que o mercado está apresentando um comportamento indefinido, não possibilitando traçar um plano de negócio de médio prazo. “Há uma retração, reflexo do cenário econômico atual, porém como temos clientes em todos os segmentos, estamos conseguindo nos adaptar ao momento e, inclusive, vislumbrar novas oportunidades”, completa Franzoi Marchetti, gerente de marketing da Tópico (Fone: 11 2344.1200).

Também otimista, Marcia Podmanicki, supervisora comercial da Rentank Macrogalpões (Fone: 11 4138.9282), aponta que, apesar da crise, há um crescimento, se aproveitando do momento de baixa nas vendas e aumento de estoque no cliente.

Perspectivas e novos  nichos de mercado

Com relação às perspectivas quanto ao mercado, o CEO da Frisomat do Brasil diz que, apesar da crise que atinge alguns segmentos do mercado, o agronegócio é um setor com expectativas de crescimento no segundo semestre. “A necessidade de armazenagem da safra e os investimentos em equipamentos nos dão um horizonte de crescimento de 15% na venda de galpões para esta aplicação”, acredita Somers.

Ele também informa que a Frisomat tem atuado em diversas áreas atendendo, principalmente, à demanda dos setores de mineração, agricultura e infraestrutura. “No Norte e Nordeste há muitos investimentos – indústrias, infraestrutura e agricultura –, porém menor oferta de produtos e a logística é mais importante, pois as distâncias são maiores. Isto implica em demanda de soluções pré-fabricadas práticas – transporte + montagem –, pela escassez de mão de obra qualificada. Já um nicho interessante no Centro–Oeste é a agricultura”, completa o CEO.

Na sua visão com relação às perspectivas, Silva, da Kopron Brasil, fala em baixo crescimento para os próximos meses, enquanto Marcia, da Rentank Macrogalpões, espera uma queda no segundo semestre, comparado ao primeiro.

Com relação aos novos nichos de mercado atendidos pela Kopron, o gerente comercial diz que o seu produto é de aplicação multissetorial, desde agronegócio a setores de engenharia de ponta, que atendem com produtos de altura útil de até 15 m (pé-direito). “A Tópico tem um amplo relacionamento nos mais diversos segmentos, de agronegócio à aviação”, completa Franzoi.

No caso da Rentank Macrogalpões, segundo aponta a supervisora comercial, os novos nichos de mercado atendidos envolvem as empresas exportadoras, que estão em crescimento e têm aumentado a participação no segmento de galpões lonados.

 

Benefícios

Também tendo com base o atual momento econômico, os participantes desta matéria especial apontam os benefícios oferecidos pelos galpões.

“Oferecer uma solução que proporciona economia do investimento total, rapidez, flexibilidade – começar pequeno e crescer em função das necessidades e qualidade – longevidade do investimento, baixo custo de manutenção. Com o horizonte econômico sombrio, em curto prazo, as empresas são obrigadas a pensar em um prazo maior”, relaciona Somers, da Frisomat do Brasil.

Para o gerente comercial da Kopron Brasil, os benefícios também envolvem baixo investimento, resposta rápida e qualidade de produtos e serviços. “Também podemos apontar como benefícios a montagem rápida (200 m²), além da disponibilidade imediata de entrega. Há também o benefício de ser uma estrutura provisória e, portanto, isenta de impostos como IPTU e de documentos como o ‘Habite-se’”, completa a supervisora comercial da Rentank Macrogalpões.

“Entendemos que os galpões estruturais são um produto ainda mais oportuno em um momento onde se busca a redução de custos e soluções cada vez mais eficientes. A possibilidade de montar e alugar um galpão na própria área do cliente faz com que ele não tenha que imobilizar seu ativo construindo um armazém de alvenaria, por exemplo. Ainda, ter o galpão montado em sua própria planta possibilita ao cliente redução de custos e mais eficiência em sua operação logística. A estrutura modular também é outra grande vantagem, já que possibilita ao cliente ampliar ou reduzir o tamanho do galpão quando necessário, o que faz com que sua área para armazenagem seja totalmente flexível”, avalia, por sua vez, Franzoi, da Tópico.

 

Problemas e soluções

Vantagens à parte, o setor também enfrenta alguns problemas.

“Existem diversos sistemas de fabricação de galpões disponíveis no mercado com características e benefícios específicos. Muitas vezes, por falta de conhecimento, o cliente não faz as comparações necessárias e adquire um produto que pode não atender plenamente as suas expectativas. Na ânsia de vender mais barato, muitas empresas não especificam detalhadamente a proposta e o cliente não consegue comparar a qualidade de cada produto.” Este é um problema apontado por Somers, CEO da Frisomat do Brasil, para quem, a solução passa por uma melhor divulgação.

“Acreditamos que ainda há desconhecimento por parte das empresas sobre todas as vantagens e possibilidades dos galpões estruturais. Uma das estratégias que a Tópico vem adotando é divulgar as vantagens de suas soluções junto a mercados específicos e com o objetivo de educar, de certa forma, o mercado sobre tais benefícios”, ressalta Franzoi, da Tópico.

Silva, da Kopron Brasil, lembra que, como em qualquer economia retraída, a relação demanda x oferta desequilibrada gera cenários de instabilidade de preços. “Isto poderia ser resolvido somente com o ajuste dos processos e formas administrativas criativas”, aponta o gerente comercial.

Podmanicki, da Rentank Macrogalpões, avalia que alguns setores que eram muito importantes, como a construção civil e as indústrias de base, têm sofrido mais com a crise e estão segurando novos projetos. Segundo a supervisora comercial, com a volta do crescimento do Brasil, prevista para 2017, e com alguns incentivos do governo para o setor este problema poderia ser sanado.

 

Investimentos

Ainda que, como já foi possível notar pelo teor desta matéria especial, estejamos enfrentando uma crise econômica, as empresas do segmento de galpões estruturas e infláveis têm feito investimentos.

Por exemplo, a Frisomat investiu R$ 17 mil na nova linha de perfilagem de alta precisão e performance, com tecnologia inexistente no Brasil.

Na Kopron Brasil, os investimentos estão direcionados para a melhoria dos processos e reengenharia do produto.

“Estamos investido em áreas-chave, como Nordeste, onde ainda existem áreas grandes para armazenagem. Temos a nossa filial de Recife, PE, e ganhamos muita competitividade na região”, revela Marcia, da Rentank Macrogalpões.

No caso da Tópico, além das seis filiais hoje distribuídas em todo o país (SP (capital e interior), SC, RJ, BA e MG), a empresa está estruturando uma filial no Centro-Oeste e estudando expansão em outras duas regiões.

 

O que as empresas oferecem

Frisomat do Brasil: fornece dois modelos de galpões estruturais: o Delta+, que permite maior aproveitamento do espaço por conta do formato retangular; e o Omega, indicado para guardar equipamentos como tratores, pequenos aviões utilizados na pulverização de produtos e helicópteros.

Kopron Brasil: oferece galpões estruturados em lona vinílica nos modelos fixo, retráteis e móveis

Rentank Macrogalpões: atua com locação e venda de galpões estruturados em aço galvanizado com cobertura em lona vinílica, com vãos (largura) de 10 a 40 m, comprimento modular de 5 m e PD de 6 m.

Tópico: fornece galpões para armazenagem no tipo duas águas, que dispensam fundação; metálicos, em chapas de aço zincado e perfil trapezoidal (cobertura e fechamentos laterais); e infláveis, que dispensam fundação e têm vãos livres. Oferece, ainda, tendas para armazenagem no tipo pirâmide, que também dispensam fundação e têm vãos livres.

 

 

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