Como reduzir o desperdício de alimentos no Brasil com uma logística eficiente

21/02/2024

No bilionário cenário do agronegócio, a trajetória dos alimentos é permeada por desafios logísticos e, cada vez mais,  soluções tecnológicas inovadoras. Para se ter uma ideia da importância dessa cadeia de distribuição, dados do IBGE mostram que foram produzidas mais de 318,1 milhões de toneladas de alimentos no Brasil em 2023, destacando o país como um dos principais produtores de alimentos do mundo.

A grande questão é que para os produtos chegarem até as mesas dos lares e restaurantes é preciso de um esquema logístico eficiente e moderno. Os dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) comprovam. Com mais de 1,5 milhão de estabelecimentos espalhados pelo país e um movimento estimado em R$ 220 bilhões somente neste ano, o setor de food service é vital para a economia brasileira, mas ainda é campeão em desperdícios. De acordo com um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o desperdício de comida em restaurantes representa cerca de 10% do total de alimentos produzidos no mundo. No Brasil, o desperdício de alimentos em restaurantes é estimado em cerca de 6 mil toneladas por ano.

“O desafio da alimentação no país está não só na produção em larga escala, mas também na necessidade de lidar de maneira inteligente com o desperdício alarmante. Com o uso de tecnologia, podemos aprimorar a eficiência operacional na cadeia de abastecimento, reduzindo para apenas 0,8% de perda dos alimentos”, destaca Otávio Pimentel, Country Manager da Frubana, foodtech especializada no uso de tecnologia para conectar pequenos produtores a restaurantes gerando  soluções no abastecimento da indústria de alimentos na América Latina.

Nos últimos anos, o Brasil foi responsável por produzir mais de 300 milhões de toneladas de alimentos, destacando-se na produção de soja, milho, cana-de-açúcar, carne bovina e leite. Além de ser também um dos maiores produtores de frutas, verduras e legumes. Segundo Otávio Pimentel, “a dualidade brasileira está exatamente no país ser campeão na produção e no desperdício de alimentos ao mesmo tempo. Ela fica evidente ao analisar que das 37 milhões de toneladas de resíduos orgânicos produzidos anualmente, apenas 1% é reaproveitado.”, comenta.

A logística da entrega de alimentos do campo à mesa abrange três estágios cruciais: a produção,  a armazenagem e a distribuição. E é nessa jornada que se encontram os grandes desafios.  De acordo com a FAO, as perdas e desperdícios no Brasil são estimados em cerca de 40% de toda a produção alimentar, sendo causados por fatores como danos na produção, armazenamento inadequado e problemas no transporte.

No panorama do agronegócio brasileiro, a ascensão do uso de tecnologia se destaca como uma resposta dinâmica a estes desafios contemporâneos. O setor tem testemunhado um crescimento no emprego de soluções inovadoras para abordar questões cruciais relacionadas à produtividade, sustentabilidade e segurança alimentar. Segundo um estudo da consultoria McKinsey, o Brasil também é o campeão global em investimentos tecnológicos no agronegócio, ao investir aproximadamente US$ 10 bilhões nesse segmento somente em 2023. “Essa iniciativa evidencia o compromisso do país em impulsionar a eficiência, inovação e sustentabilidade em sua produção agrícola, contribuindo para a construção de uma base sólida para o futuro. Somente por meio de uma abordagem tecnológica é possível oferecer uma resposta a altura desses desafios.” destaca Otávio Pimentel. 

Ao utilizar Inteligência Artificial (IA) para otimizar rotas de transporte, prever a demanda e reduzir as perdas, o uso da tecnologia tem se mostrado vantajoso para as duas pontas do negócio. Enquanto a IoT monitora as condições de armazenamento e deslocamento, a robótica é empregada para automatizar tarefas, desde a colheita até o empacotamento. A estratégia vai de acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que descobriu que o uso de inteligência artificial para identificar alimentos excedentes pode reduzir o desperdício de alimentos em até 70%.

O setor de food service  tem um papel vital na economia, e é nesse contexto que a eficiência logística se torna imperativa. A revolução tecnológica não está apenas em levar os alimentos até as mesas, mas também criar um futuro mais sustentável para a indústria alimentícia.

Compartilhe:
615x430 Savoy julho 2025
Veja também em Conteúdo
Governo publica edital do leilão do Aeroporto do Galeão com lance mínimo de R$ 932 milhões
Governo publica edital do leilão do Aeroporto do Galeão com lance mínimo de R$ 932 milhões
Consumo de biodiesel deve crescer em 2025 e 2026, aponta levantamento da StoneX
Consumo de biodiesel deve crescer em 2025 e 2026, aponta levantamento da StoneX
Motiva vence leilão da concessão da Fernão Dias e prevê R$ 9,4 bilhões em investimentos
Motiva vence leilão da concessão da Fernão Dias e prevê R$ 9,4 bilhões em investimentos
APS transfere administração do Porto de Itajaí para a Codeba a partir de 2026
APS transfere administração do Porto de Itajaí para a Codeba a partir de 2026
Projeto de automação logística da Pitney Bowes gera 70% de ganho de produtividade na operação da Centauro
Projeto de automação logística da Pitney Bowes gera 70% de ganho de produtividade na operação da Centauro
A retrospectiva 2025 reúne as DHL entregas especiais
Retrospectiva da DHL reúne entregas especiais de 2025, como taça CONMEBOL e babuíno

As mais lidas

01

Sem Parar Empresas lança ferramenta de consulta em lote para o IPVA 2026 com parcelamento em até 12 vezes
Sem Parar Empresas lança ferramenta de consulta em lote para o IPVA 2026 com parcelamento em até 12 vezes

02

Label & Pack Expo estreia em 2026 e reúne tecnologias para embalagens industriais, automação e rastreabilidade
Label & Pack Expo estreia em 2026 e reúne tecnologias para embalagens industriais, automação e rastreabilidade

03

Fórmula E emprega tecnologia de ponta para os carros rodarem. E a ABB faz parte deste universo
Fórmula E emprega tecnologia de ponta para os carros rodarem. E a ABB faz parte deste universo