Brasil domina comércio com China na América Latina

16/05/2024

O intercâmbio comercial entre a China e os países latino-americanos atingiu um marco histórico em 2023, ultrapassando US$480 bilhões, conforme estimativas baseadas em dados da Administração Aduaneira da República Popular da China (AGA). Esse valor contrasta significativamente com os cerca de US$14 bilhões registrados em 2000, conforme a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). E, no ano em que comemoramos 50 anos de relações comerciais com o país asiático, o Brasil é destacado como o principal parceiro comercial da China na América Latina.  

Em 2023, o comércio bilateral totalizou US$181 bilhões, dos quais US$122 bilhões representaram as exportações brasileiras, resultando em um superávit comercial de US$63 bilhões. Essa relação comercial entre Brasil e China está em constante ascensão, evidenciando um cenário de oportunidades e progresso mútuo, como indicam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) referentes ao primeiro trimestre de 2024. De acordo com as estatísticas, as importações brasileiras da China cresceram em média 12,7%, atingindo a marca de $14 bilhões, enquanto as exportações para o país asiático também aumentaram, totalizando $23 bilhões, representando um aumento médio de 9,8%. Esses números refletem não apenas um aumento nas transações comerciais, mas também um equilíbrio favorável para o Brasil, com um superávit de 5,5% em relação à China. 

Rodrigo Giraldelli, CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria e educação sobre importação da China, enfatiza o fortalecimento do comércio bilateral, ressaltando o Brasil como um importante fornecedor para o mercado chinês. “Estes resultados confirmam o Brasil como o país latino-americano que mais exporta para a China, mantendo um saldo positivo em sua balança comercial com o país asiático”, afirma Giraldelli. 

A soja lidera as exportações, representando 35,4% das exportações brasileiras para a China. Além do grão dourado, produtos como minério de ferro (20,2%), carne bovina congelada (8,82%), e polpa de celulose (3,36%), também se destacam entre os principais itens exportados, segundo dados do Observatório de Complexidade Econômica (OEC). E é possível que esta relação continue a crescer, a julgar pelos 15 acordos comerciais bilaterais avaliados em cerca de US$10 bilhões (R$51 bilhões) que existem entre ambos os países. 

“Diante desse panorama, é evidente que as relações comerciais entre Brasil e China continuam a fortalecer-se, impulsionando o desenvolvimento econômico de ambos de forma sustentável e mutuamente benéfica. Com a perspectiva de crescimento contínuo, é fundamental que as empresas brasileiras aproveitem as oportunidades oferecidas pelo mercado chinês e busquem estratégias para expandir sua presença e competitividade neste cenário globalizado”, finaliza o especialista. 

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savoy
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