O recente aumento das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros, em vigor desde 6 de agosto de 2025, já provoca efeitos diretos no setor de transporte rodoviário de cargas e logística. A informação é do mais recente levantamento realizado pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), por meio do Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Econômicas (DECOPE).
De acordo com a pesquisa, 82% das empresas consultadas relataram redução na demanda por fretes relacionados às exportações. Além disso, 65% apontaram que embarques foram antecipados ou cancelados por seus clientes diante da insegurança quanto à efetivação das tarifas. Sobre os valores praticados, o cenário está dividido: 41% não observaram alterações, 29% registraram aumento e outros 29% identificaram redução nos preços dos fretes.

Segundo o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, os números reforçam a necessidade de atenção do setor diante do novo contexto. “Os dados apresentados pelo levantamento mostram um cenário que merece atenção, lembrando que o TRC é atividade meio. A redução na demanda por fretes e os cancelamentos ou antecipações de embarques são reflexos diretos desse novo contexto”, afirmou.
Impactos antecipados do aumento das tarifas dos EUA
De acordo com Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC&Logística e responsável pelo estudo, os impactos das novas tarifas foram sentidos ainda antes de sua entrada em vigor. “Nosso levantamento confirma que os efeitos da nova tarifa começaram a ser percebidos ainda antes da entrada oficial em vigor. Empresas precisaram adaptar suas operações, redirecionar rotas e renegociar contratos com base em um cenário instável. Essa fotografia é essencial para que o setor tome decisões com base em evidências”, destacou.
Perspectivas para o transporte de cargas no Brasil
O estudo também aponta perspectivas pouco otimistas caso as tarifas sejam mantidas. Entre as consequências mais mencionadas pelas empresas estão insegurança econômica, risco de recessão, necessidade de ajustes operacionais, desemprego e a busca por novos mercados fora dos Estados Unidos.









