A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou os resultados mais recentes do Índice de Confiança do Transportador Rodoviário de Cargas, revelando uma crescente percepção negativa entre os empresários do setor. Rio Grande do Sul e São Paulo, dois dos principais polos logísticos do país, apresentaram os piores índices desde 2023, sinalizando um ambiente de negócios desafiador e de incertezas.
No Rio Grande do Sul, o índice geral caiu para 41,4% no segundo trimestre de 2025, com o indicador de condições atuais despencando para 32,3%. A pesquisa, feita com apoio da Fetransul, ouviu 143 empresários, que apontaram como principais entraves os juros elevados, a alta carga tributária e a ausência de políticas públicas específicas para o transporte de cargas.
Já em São Paulo, o índice de confiança caiu de 51,9% no segundo trimestre de 2024 para 45,9% em 2025. A percepção das condições atuais teve queda acentuada, atingindo 37,2%, enquanto o índice de expectativas para os próximos seis meses recuou para 50,2%. Segundo a Fetcesp, que apoiou a pesquisa com 255 empresas, os fatores mais citados foram a dificuldade de acesso a crédito, a retração no consumo, o aumento dos impostos e o crescimento das despesas públicas.

O Rio de Janeiro participou pela primeira vez da sondagem, com índice de confiança em 48,6%, refletindo insegurança frente ao ambiente econômico. Os principais obstáculos relatados pelos 158 empresários ouvidos com apoio da Fetranscarga foram inflação persistente, juros altos, aumento de tributos e falta de segurança nas estradas.
Apesar do cenário pessimista, os transportadores de todos os estados demonstraram empenho na eficiência interna, com destaque para investimentos em tecnologia, qualificação de equipes e melhorias operacionais.