A movimentação portuária nos terminais de uso privado (TUP) do Brasil alcançou 76,1 milhões de toneladas em maio, apresentando um aumento expressivo de 8,1% na comparação anual. O dado é resultado de levantamento realizado pela Coordenação de Pesquisas e Desenvolvimento da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP). O desempenho foi impulsionado especialmente pelo granel sólido, que cresceu 8,6%, totalizando 46,8 milhões de toneladas.

Também apresentaram avanço a carga conteinerizada, com alta de 8,5% (4,7 milhões de toneladas), carga geral (8%, somando 3,2 milhões de toneladas) e o granel líquido (7%, chegando a 21,4 milhões de toneladas). Segundo a ATP, o mês de maio marca uma recuperação após retração registrada no início de 2025, quando em janeiro e fevereiro houve queda de 7,7% na movimentação, influenciada por fatores como menor demanda internacional, incertezas nos mercados globais e atrasos na colheita provocados pelo excesso de chuvas no Centro-Oeste.
Retomada na navegação interior, longo curso e cabotagem
O avanço da movimentação portuária refletiu na retomada de todas as principais modalidades de transporte. Houve alta de 14,98% na navegação interior, 8,57% no longo curso e 4,55% na cabotagem. Essa recuperação demonstra maior equilíbrio e dinamismo nas operações portuárias privadas.
Em relação às regiões do país, o maior crescimento percentual ocorreu no Centro-Oeste (69,3%), que se recupera após forte seca em 2024. No Norte, houve alta de 12,2%, totalizando 11,2 milhões de toneladas, enquanto a região Sul avançou 11,6% (5,7 milhões de toneladas). O Sudeste, que concentra o maior volume, teve crescimento de 7,6% e o Nordeste apresentou alta de 4%.
Terminais privados em destaque e exportações para a China
Entre os terminais autorizados que mais cresceram estão o Terminal Marítimo de Ponta Ubu – Samarco (237,25%), seguido pelo TKCSA – Ternium (97,91%), Terminal Portuário Novo Remanso (87,56%), Estação Cianport Miritituba (81,65%) e Porto Chibatão (70,44%). Segundo a ATP, esses resultados reforçam a importância dos terminais privados no suporte ao comércio exterior e ao desenvolvimento econômico.
Em relação aos destinos internacionais, a China permanece como principal mercado, com 25,8 milhões de toneladas movimentadas em maio, crescimento de 10,8% em relação ao mesmo mês de 2024. A Holanda também teve destaque, com aumento de 86,7%, consolidando-se como principal porta de entrada de cargas brasileiras na Europa. Por outro lado, houve retração nas exportações para Malásia (-17,32%) e Estados Unidos (-5,9%).
Para Murillo Barbosa, presidente da ATP, “o expressivo crescimento mostra o dinamismo dos terminais portuários privados, essenciais para o comércio exterior e o desenvolvimento sustentável da economia brasileira”.









