Estamos testemunhando uma nova era de mudanças no segmento logístico. Mudanças estas embaladas por um emaranhado de tecnologias e sistemas que buscam trazer eficiência operacional, redução de custos e um atendimento de excelência ao cliente.
A revolução digital tem transformado de maneira significativa nosso cotidiano e não seria diferente nas operações logísticas e de Supply Chain, redefinindo processos e impulsionando a eficiência operacional.
Mas, a digitalização na logística não é apenas uma realidade atual, como também uma tendência que continuará a moldar o futuro desse segmento nos próximos anos.
Se, de um lado, adotar tecnologias digitais no setor logístico traz diversos benefícios, por outro, acarreta uma série de desafios que precisam ser superados para que seja possível obter melhor aproveitamento tanto dessas tecnologias como das tendências.
Não basta apenas investir em tecnologia e integrar os sistemas. Há necessidade de treinamento de equipe, preocupações com segurança da informação, padronização, gerenciamento de mudanças, manutenção e atualização contínuas, além de estar em conformidade com regulamentações.
“O gerenciamento de dados em grande escala e a disponibilização de uma infraestrutura também são importantes desafios. Para superar tudo isso é necessário elaborar um planejamento estratégico, adotando parcerias eficazes com fornecedores de confiança no mercado”, diz Bruno de Oliveira e Silva, gerente Sênior de Operações da ZF Aftermarket, ao falar sobre os desafios que as empresas logísticas enfrentam ao adotar tecnologias digitais.
Para Leonardo Schuskel, diretor Comercial e de Marketing da região LATAM da ULMA Handling Systems LATAM, os desafios começam ainda antes de adotar tecnologias digitais. Incertezas sobre a tecnologia e o parceiro, obtenção de novos equipamentos e o grande dinamismo do segmento fazem com que as empresas ainda considerem o investimento em digitalização. Contudo, uma vez implementadas as tecnologias, as barreiras culturais ainda têm sido um desafio bastante importante – trazer as pessoas (e não a tecnologia) para o centro dessas soluções é chave para o sucesso do investimento.
De fato, as empresas logísticas enfrentam vários desafios ao adotar tecnologias digitais, especialmente considerando as rápidas mudanças e avanços na área de tecnologia. Aqui estão alguns dos principais desafios, segundo Anderson Ozawa, diretor Comercial da Aozawa Consultoria: integrar novas tecnologias digitais com sistemas legados pode ser desafiador, já que muitas empresas logísticas operam com sistemas antigos que podem não ser compatíveis com as novas tecnologias. Além disso, é importante o olhar para o custo de implementação de novas tecnologias, que pode ser significativo, e levar as empresas a uma avalição sobre o retorno sobre o investimento (ROI), o que pode não ser imediatamente aparente. “É importante ter em mente que as tecnologias digitais devem ser altamente disponíveis e confiáveis, pois interrupções podem causar grandes perturbações nas operações logísticas.”
A adoção de novas tecnologias muitas vezes requer treinamento para os funcionários, continua Anderson. Além disso, pode haver resistência à mudança, tanto a nível operacional quanto gerencial. Para isso é importante um trabalho de Gestão de Mudança com ênfase na conscientização dos colaboradores para a nova tecnologia e seus benefícios para todos. E, além disso, com a crescente digitalização, a segurança dos dados se torna uma grande preocupação, onde proteger dados de clientes e transações comerciais de ataques cibernéticos é crucial, uma vez que um ataque desta natureza tem impactos fortíssimos na imagem da empresa e sua continuidade.
Está evidente, como também pondera Fabrício Santos, diretor da onBlox Software Logístico, que o principal desafio é com relação à cultura da empresa. Fazer a equipe compreender que a tecnologia chegou para auxiliar a rotina deles pode ser complexo, além de ser necessário estabelecer um treinamento eficaz para que os colaboradores possam aproveitar ao máximo o que as novas soluções têm a oferecer.
Ao implementar essas soluções, continua Santos, é preciso preparar os outros sistemas da empresa para uma integração eficaz e que permita a fluidez das atividades e das informações entre os sistemas. Nesse processo, também é importante se atentar à segurança de dados, principalmente seguindo os padrões da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), além de evitar vazamento de informações.
Está claro que a adoção de ferramentas tecnológicas em larga escala requer planejamento e investimento, e isso pode ser desafiador. Aqui no Brasil, a Penske trabalha sob o conceito asset light (redução ao mínimo possível dos ativos físicos da companhia, como frota própria), “que nos permite analisar o mercado e escolher parceiros estratégicos, capazes de nos ajudar a entregar diferencial competitivo e eficiência para os nossos clientes”.
Cada vez mais – prossegue Paulo Sarti, diretor-presidente da Penske Logistics Brasil –, o setor logístico buscará a otimização do maior número possível de etapas da cadeia de suprimentos a partir de soluções tecnológicas. De acordo com o estudo Third-Party Logistics, divulgado em outubro de 2023 e desenvolvido pela NTT Data Services, pela Penske Logistics e pelo professor e pesquisador da cadeia de suprimentos Dr. C. John Langley, é consenso que a adoção de tecnologias emergentes é vital para o crescimento futuro das cadeias de suprimentos, de acordo com 87% dos embarcadores e 94% dos Operadores Logísticos ouvidos. Áreas como análise preditiva avançada, tecnologia móvel e wearables, plataformas consolidadas de comércio eletrônico e automação e robótica de armazéns devem ganhar ainda mais protagonismo nos próximos anos.
Transformação na logística
Respondendo à questão sobre como a digitalização está transformando a logística e os principais benefícios para as empresas, Anderson, da Aozawa Consultoria, destaca que isto está ocorrendo de várias maneiras significativas, trazendo benefícios substanciais para as empresas.
“Em primeiro lugar, com toda a certeza, está a melhoria na experiência do cliente, já que a digitalização permite que as empresas ofereçam serviços mais personalizados e eficientes, melhorando a satisfação do cliente. Isso inclui entregas mais rápidas, acompanhamento em tempo real e melhor atendimento ao cliente. Consequentemente, aumentam-se as vendas e o crescimento exponencial dos negócios.”
A digitalização permite a automatização de processos logísticos, reduzindo a necessidade de intervenção humana. Isso melhora a eficiência operacional, reduz erros e agiliza operações, como o rastreamento e a alocação de inventário. Existe também uma redução significativa de custos operacionais, com processos automatizados e otimizados que diminuem gastos com mão de obra, erros humanos e tempo de inatividade.
“É inevitável não falar sobre como tecnologias como IoT (Internet das Coisas), GPS e RFID levam as empresas a um rastreamento de cargas em tempo real. Isso aumenta a visibilidade ao longo de toda a cadeia de suprimentos, melhorando a precisão do planejamento e a resposta a possíveis problemas. Não temos como não falar também de Inteligência Artificial (IA), aprendizado de máquina e robótica que abrem novas possibilidades para automação, previsão e eficiência logística.”
Outro benefício – ainda segundo o diretor Comercial da Aozawa Consultoria – é a análise avançada de dados, através da coleta e análise de grandes volumes de dados (Big Data) que permite insights mais profundos sobre tendências de mercado, comportamento do consumidor e eficiência operacional. As empresas podem usar essas informações para otimizar rotas, gerenciar estoques e melhorar a tomada de decisões.
Por último, é o benefício da Sustentabilidade e Consciência Ambiental, onde sistemas logísticos digitais permitem uma melhor otimização de rotas e gestão de recursos, o que pode resultar em uma redução da pegada de carbono e maior sustentabilidade, alinhado com a proposta ESG do negócio.
Maicon Victorino, Head de Tecnologia da Informação da Movecta, também salienta que é possível citar diversos benefícios, na sua maioria o monitoramento de ambientes e processos, o que resulta muito no ganho de produtividade e visibilidade para a empresa e para o cliente. Outro ponto é o conhecimento de informações que antes eram analógicas e passam a ser conhecidas quando digitalizadas, informações que muitas vezes são de grande importância para a estratégia da empresa, e, por fim, o aumento da satisfação dos clientes, oferecendo mais agilidade e segurança nos serviços prestados, e essa percepção, por parte do cliente, é fundamental para garantir um atendimento de excelência de ponta a ponta.
Na visão de Santos, da onBlox Software Logístico, os benefícios vão desde a questão de organização do armazém, frete e entregas. Dentre os principais benefícios, há mais eficiência em todos os processos com automação e redução de erros e custos, acompanhamento das operações em tempo real e agilidade na tomada de decisões; rotas otimizadas a partir de melhor custo-benefício e priorização das entregas; melhor gestão de estoque, evitando perda de itens, rupturas e mais organização no armazém.
Além disso, com as novidades e melhorias nos processos, o cliente tem uma melhor experiência de compra e entregas, podendo acompanhar os pedidos e recebê-los mais rapidamente. “Quando se trata de logística reversa e reentregas, a digitalização também simplifica o processo, possibilitando uma melhor organização de todas as etapas de uma devolução de mercadoria ou trocas. De modo geral, a digitalização na logística simplifica a rotina, traz mais eficiência e permite que os profissionais tomem decisões mais certeiras. Outro ponto importante é o ganho de velocidade nos processos de criação e localização das demandas.”
Assim como em outros setores, a bola da vez na logística é a Inteligência Artificial. Sarti, da Penske Logistics, acredita que sua crescente aplicação pode, por exemplo, agilizar a identificação de sinergias operacionais para otimização de carga, consolidação de viagens e melhor aproveitamento do transporte, além de auxiliar na criação de hubs em pontos estratégicos, para diminuir custos, tempo de entrega e emissão de gases poluentes. “Algo já mais presente no dia a dia do nosso segmento é o BI (Business Intelligence), capaz de otimizar nossas soluções de gerenciamento de transporte.”
Em um ambiente tão competitivo e dinâmico como a logística brasileira, é fundamental investir constante e ativamente em tecnologia, indispensável para continuar entregando excelência em todas as operações, aconselha o diretor-presidente.
Schuskel, da ULMA, destaca que a transformação está baseada na disponibilidade instantânea de dados (Big Data), tomadas de decisões mais rápidas (baseada em dados), definição de rotas mais eficientes (Inteligência Artificial), melhor monitoramento e rastreabilidade do produto armazenado (cadeia do frio ou farmacêutica). Os benefícios, em sua maioria, são econômicos, redução do custo do frete (maior competitividade) e em uma logística baseada no transporte rodoviário, e com a crescente demanda de aspectos ESG, a implementação de novas rotas mais eficientes permite a redução da emissão de CO2.
“A digitalização tem transformado profundamente o setor logístico ao torná-lo mais eficiente, ágil, produtivo e sustentável. A implementação de tecnologias digitais permite uma visibilidade em tempo real sem precedentes, desde o rastreamento de matérias-primas até a entrega final. Ao adotar soluções baseadas em dados, como Inteligência Artificial e análise avançada, é possível prever as demandas com maior precisão, otimizando processos de produção e distribuição. Além disso, a conectividade aprimorada com parceiros ao longo da cadeia de suprimentos e a utilização de plataformas colaborativas fortalecem as relações e agilizam a troca de informações cruciais. A digitalização não apenas tem aprimorado a eficiência operacional, como tem aperfeiçoado a capacidade de responder rapidamente a desafios e mudanças no mercado. Com isso, as empresas tornam-se mais competitivas e preparadas para um ambiente empresarial dinâmico”, completa Oliveira e Silva, da ZF Aftermarket.
Tendências
Falando sobre as principais tendências tecnológicas que estão moldando o mercado de logística, Ozoni Argenton, CEO da OAJ Consult Consultoria & Assessoria Empresarial, Membro do Conselho Executivo e Coordenador do Comitê da Cadeia do Frio na ABRALOG – Associação Brasileira de Logística e colunista do portal Logweb, destaca, genericamente, algumas delas: Internet das Coisas (IoT); Inteligência Artificial Generativa (IA) e Machine Learning (ML); Blockchain; Impressão 3D; Automação e Robótica; Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR); Gestão Avançada de Dados; Veículos Autônomos (drones, veículos leves); Sustentabilidade e Eficiência Energética; Plataformas de Colaboração. “Essas tendências podem continuar a evoluir e se interconectar, transformando significativamente a cadeia logística no futuro. No entanto, é crucial considerar os desafios, como questões de segurança, privacidade de dados e adaptação de regulamentações à medida que essas tecnologias e processos de digitalização são implementadas.
Lacordaire Sant’ana, diretor de Tecnologia, Projetos e ESG da Ativa Logística, entende que Inteligência Artificial, Internet das Coisas e automação são as três principais tendências tecnológicas que estão moldando atualmente o segmento de logística no Brasil e no mundo.
A Inteligência Artificial, ainda em bastante evidência por ser algo relativamente novo e não tão bem difundido e compreendido, pode ser utilizada para prever demandas, otimizar processos e rotas de distribuição e melhorar processos, de forma geral ajudando as empresas a melhorar sua eficiência e reduzir custos.
A Internet das Coisas, ou IoT, também é uma tendência tecnológica com grande potencial em logística. Dispositivos inteligentes como, por exemplo, sensores e rastreadores, podem ser utilizados em veículos, empilhadeiras e até mesmo nos volumes transportados para gerar informação útil e melhorar cada vez mais os processos.
Por fim, a automação. Essencial nos dias de hoje e ainda com um potencial enorme para os próximos anos, a automação como ferramenta tecnológica permite a realização de tarefas repetitivas de forma mais eficiente, assim atividades como separação e movimentação de produtos, são realizadas de forma eficiente e sem erros, relaciona Sant’ana.
Gustavo Saraiva, CIO da Luft Logistics, também lembra que uma das principais metas das atuais inovações tecnológicas é integrar e conectar os vários players e processos da cadeia de suprimentos, de modo inteligente e cooperativo. Elas podem envolver o uso de Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Machine Learning, etc. “Frente aos desafios e oportunidades do mercado global e digital, elas buscam melhorar a eficiência, flexibilidade, sustentabilidade e competitividade da logística. As empresas se adaptam investindo em pesquisa e desenvolvimento e qualificação dos colaboradores, ampliando negócios e participando da transformação digital.”
Casos de sucesso
Nos últimos anos, a logística vem passando por uma revolução impulsionada por avanços tecnológicos, como o IoT e a IA. Essas tecnologias têm possibilitado a entrega rápida e precisa de informações aos clientes, melhorando a eficiência na gestão de entregas e no rastreamento de veículos e cargas em tempo real. Um exemplo é o uso do IoT na cadeia fria, que permite monitorar a localização e o status das mercadorias, garantindo a qualidade dos produtos sensíveis.
Além disso, é possível coletar dados sobre o desempenho dos veículos e o comportamento dos motoristas, o que resulta na redução de custos operacionais e no menor impacto ambiental. A IA analisa esses dados para otimizar rotas e tempo de entrega, adaptando-se às mudanças nas condições de transporte. Essas inovações têm tido um impacto positivo no setor, tornando as decisões mais ágeis e competitivas.
“Para o futuro, esperamos que a temática ESG (Environmental, Social and Governance) traga oportunidades tanto em termos tecnológicos quanto para o bem-estar do nosso planeta. A combinação desses dois temas, tecnologia e ESG, impulsiona grandes conquistas e soluções transformadoras”, avalia o Time de gestão Unicargo, formado por Flávia Batalha, Ricardo Oliveira, Adna Marques, Luana Diniz, Marcos Lima, Marcos Gomes, Alan Rodrigues e Luciano Lugli.
A verdade é que são vários os casos de sucesso na implementação de tecnologias digitais na logística, e, certamente, essas inovações estão transformando as operações das empresas do setor.
“Temos casos de sucesso com a implementação de tecnologias digitais na automação de Centros de Distribuição, através da implementação de equipamentos de movimentação de carga, de sistemas de gerenciamento de armazém e transporte que permitem monitoramento em tempo real e análise de dados para garantir processos mais eficientes e também implementação de sistemas que utilizam dispositivos inteligentes que permite melhorar os processos operacionais e de gerenciamento de risco”, elenca Sant’ana, da Ativa Logística.
Luciano Miranda Chagas, CEO do Grupo Emtel, dá como exemplo a integração de sistemas de gerenciamento de armazém (WMS), o que resultou em uma logística de armazenamento e distribuição mais eficiente e precisa. “Essa integração permite o gerenciamento de estoque em tempo real e a otimização de rotas de entrega, o que resulta em redução de custos e melhoria no atendimento ao cliente.”
Já na visão de Renato Salgueiro, CEO da ILC (Integrator Logistics Company), os maiores exemplos estão na cultura de dados e performance, algo relativamente antigo, porém totalmente revitalizado com o novo arsenal tecnológico disponível em todo mercado global, como softwares de gestão, Inteligência Artificial e seus Machine Learnings, aliados ao barateamento dos servidores através de cloud computing e aumento da conectividade da velocidade da informação. Os ativos logísticos estão extremamente modernos, com telemetria e muito mais eficiência energética, e tudo isso está resultando em muita melhoria nas operações logísticas de todos os setores, mas para isso é preciso gerir todo esse ecossistema, extrair dos dados as ações práticas que trazem sustentabilidade e ganhos financeiros a toda cadeia de suprimentos e distribuição.
“Nós na ILC, por exemplo, temos o conceito de integrador logístico, e isso é feito com base em nosso sistema proprietário, o “Integrator”. A ideia é unir o máximo de softwares de toda cadeia logística em uma única plataforma de gestão, com isso estamos plugando ERPs, TMS, WMS, rastreadores, roteirizadores, otimizadores de carga e ocupação, sistemas de compliance e auditoria, unificando a base de dados, automatizando processos e gerindo a performance de transportadores, embarcadores e Operadores Logísticos. Os resultados práticos são enormes, com grandes reduções de custos operacionais, reduções de gases tóxicos, aumento de transparência e visibilidade operacional, sustentabilidade e qualidade de serviços.”
Já a TruckPad tem exemplos de clientes que digitalizaram 100% do transporte, desde a captação de motorista, aprovação em gerenciamento de risco, pagamento de frete e vale pedágio, gestão digital do transporte e canhoto digital. “Assim, todo o fluxo é gerenciado de um só lugar, trazendo eficiência e ganho de escala, permitindo aos clientes um ganho em eficiência e melhora significativa na gestão dos transportes, aprimorando o relacionamento com o motorista e o atendimento dos embarcadores”, explica Leandro Morais, diretor executivo da empresa.
Saraiva, da Luft Logistics, também aponta vários exemplos de sucesso na aplicação de tecnologias digitais na logística, em setores como agro, e-commerce, saúde e varejo, que mostram como empresas, como a Luft Logistics, estão se transformando. “Nesse contexto, podemos ressaltar plataformas de e-commerce, automação de processos, mineração de dados, computação em nuvem, drones, logística ambiental, IA, sendo usadas para aprimorar processos, diminuir custos e elevar a eficiência, de várias maneiras. Por exemplo, a IA pode ser usada na previsão de demanda, utilizando algoritmos de Machine Learning, ou na otimização de rotas, utilizando algoritmos para determinar o melhor trajeto, levando em conta fatores como distância, tráfego, clima e limitações de entrega. Uma série de tecnologias, inclusive automação, pode ser usada na gestão de estoque e de armazéns. É um universo empolgante, no qual se destacam as empresas que sabem inovar com qualidade e excelência.”
Casos de sucesso na implementação de tecnologias digitais incluem, agora na visão de Rui Freitas, diretor comercial da RV Ímola:
• Uso de drones e veículos autônomos: Empresas estão testando e implementando drones para entregas rápidas e veículos autônomos para transporte eficiente.
• Plataformas de Gestão de Cadeia de Suprimentos (SCM): Ferramentas que integram toda a cadeia, permitindo maior visibilidade, colaboração e eficiência.
• Rastreamento em tempo real: Empresas que adotaram sistemas de rastreamento em tempo real conseguem melhorar a visibilidade da cadeia logística, reduzir riscos e aprimorar o atendimento ao cliente.
• Otimização de rotas e estoque: Algoritmos avançados têm transformado a maneira como as empresas planejam rotas e gerenciam estoques, reduzindo custos e aumentando a eficiência.
Tendências
Quando o assunto envolve as principais tendências tecnológicas que devem moldar o futuro da logística nos próximos anos, e como as empresas estão se preparando para essas mudanças, as respostas são as mais variadas.
Sant’ana, da Ativa Logística, ressalta que, já mencionadas anteriormente, tanto a Inteligência Artificial como a Internet das Coisas, apesar de já estarem em utilização, devem evoluir muito nos próximos anos. A aplicação dessas tecnologias, hoje utilizadas de forma mais pontual, deve passar a abranger mais processos e permitir ainda melhores tomadas de decisão.
A utilização da automação também deve aumentar, diz o diretor. “Hoje utilizamos sistemas automatizados para movimentação de mercadorias e picking automatizado e, em alguns anos, além de termos esses sistemas implementados de forma mais ampla, certamente estaremos avaliando sistemas que empregam tecnologias autônomas que utilizam veículos e drones.”
Em nosso país, continua Sant’ana, as empresas do segmento de logística têm investido em tecnologia, migrando sistemas de gestão para a nuvem, criando plataformas para análise de dados e, principalmente, investido em automação de processos, tanto operacionais quanto administrativos. Cada vez mais investimentos são realizados em sistemas e processos para melhorar a informação disponibilizada aos clientes, assim aplicações móveis e soluções que disponibilizam informações em tempo real acabam recebendo maiores investimentos.
Também existem grandes investimentos com foco em sustentabilidade, o que demanda implementação de projetos que viabilizam a utilização de energia limpa, como a gerada através de energia solar, a utilização de veículos elétricos de forma sustentável e consciente, além de projetos que buscam eliminar a utilização de papel através da digitalização. A estas tendências, Luciano, do Grupo Emtel, acrescenta que a personalização e a entrega sob demanda se tornarão cada vez mais importantes, atendendo às expectativas dos consumidores por serviços rápidos e personalizados.
Na visão de Anderson, da Aozawa Consultoria, as empresas devem investir em tecnologias de automação, como robótica e sistemas inteligentes de gerenciamento de armazéns, e integrar soluções de IA para análise de dados e tomada de decisões. Para isso, o uso do Blockchain é imprescindível para aumentar a transparência e a segurança nas transações logísticas, para explorar parcerias e tecnologias Blockchain que melhorem a rastreabilidade e a confiabilidade de suas cadeias de suprimentos.
“É uma perspectiva de futuro muito próxima, o uso do transporte autônomo, incluindo drones e caminhões sem motorista, com enorme potencial de revolucionar a entrega de última milha. As empresas devem acompanhar o desenvolvimento dessas tecnologias e estar prontas para integrá-las em suas operações o mais rápido possível, para garantir que a demanda por soluções logísticas personalizadas consiga ser atendida com o uso de sistemas flexíveis e adaptáveis, capazes de lidar com diferentes tipos de cargas e demandas de entrega”, diz o diretor Comercial da Aozawa Consultoria.
Eduardo Porto Tedesco, sócio-diretor da Connexxion Technologies, destaca que as principais tendências incluem uma combinação de inovações digitais e automação.
“Essas tendências refletem a necessidade crescente de as empresas se adaptarem às mudanças tecnológicas para se manterem competitivas, melhorar a eficiência operacional e atender às demandas do mercado em constante evolução. A preparação para essas mudanças muitas vezes envolve uma combinação de investimentos em tecnologia, treinamento de pessoal e uma abordagem estratégica para a implementação de soluções inovadoras.”
O sócio-diretor da Connexxion lista algumas dessas tendências e como as empresas devem ou estão se preparando:
• Automatização Generalizada
Tendência: A expansão do uso de robótica avançada e veículos autônomos.
Como as empresas se preparam: Empresas estão investindo em sistemas robóticos autônomos para funções como armazenagem, picking, packing e transporte de mercadorias.
• Analytics Avançado e Big Data
Tendência: Análise avançada de grandes conjuntos de dados para obter insights mais precisos, previsões eficientes e uma gestão de estoque mais eficaz.
Como as empresas se preparam: Empresas estão adotando soluções analíticas avançadas para processar grandes volumes de dados, melhorando a visibilidade da cadeia de suprimentos, antecipando padrões de demanda e aprimorando estratégias de estoque.
• Sustentabilidade Integrada
Tendência: Práticas sustentáveis incorporadas mais intensamente, com o uso de tecnologias digitais para monitorar emissões de carbono e adotar soluções ecoeficientes.
Como as empresas se preparam: Empresas estão ajustando suas operações para serem mais sustentáveis, adotando veículos elétricos, implementando embalagens ecoeficientes e utilizando tecnologias para monitorar e reduzir sua pegada de carbono.
• Conectividade Total
Tendência: A integração de sistemas e a colaboração entre os diversos elos da cadeia de suprimentos para criar uma rede logística totalmente conectada e interoperável.
Como as empresas se preparam: Empresas estão investindo em plataformas de integração de sistemas, blockchain e tecnologias IoT para criar cadeias de suprimentos mais conectadas, permitindo uma comunicação eficiente e compartilhamento de informações em tempo real.
A estas, Freitas, da RV Ímola, também acrescenta a sua lista das principais tendências:
• 5G e IoT Avançada: A expansão da infraestrutura 5G e o uso mais amplo da IoT permitirão uma conectividade mais rápida e confiável, impulsionando a automação e a análise em tempo real.
• Integração de Tecnologias Emergentes: A combinação de tecnologias como IA, IoT, Blockchain e realidade aumentada será cada vez mais comum para oferecer soluções logísticas mais robustas.
• Logística Colaborativa: Empresas estão explorando modelos colaborativos e parcerias para compartilhamento de recursos, reduzindo custos e melhorando a eficiência na entrega.
• Foco na Experiência do Cliente: A personalização e o aprimoramento da experiência do cliente, utilizando tecnologias como chatbots e realidade aumentada, estarão no centro das estratégias logísticas futuras.
Na lista de tendências elaborada por Salgueiro, da ILC, estão caminhões autônomos, drones e robôs trabalhando em todas as etapas do processo logístico – “serão inevitáveis em um horizonte de 10 anos, mas ainda assim, para mim, a principal revolução está no potencial dos dados, na conectividade e na Inteligência Artificial, a informação deve virar parte de um ecossistema, porém cada vez mais automatizado e com menos interferência humana, o que deve resultar em operações logísticas mais dinâmicas, e muito compartilhamento e otimização de recursos, em um mundo cada vez mais global e conectado, onde antigas barreiras de negócios devem deixar de existir, e a busca por ganhos de escala, eficiência energética, compartilhamento e sustentabilidade devem ser primordiais para isso”.
Morais, da TruckPad, destaca que uma tendência tecnológica global, que inclusive deve acontecer no setor logístico, é a evolução da empresa para uma organização orientada a dados (data driven company), em que as informações são coletadas e enriquecidas continuamente, com decisões estratégicas de negócio tomadas de modo automático ou semiautomático por mecanismos de Inteligência Artificial. Por meio da digitalização dos processos e de um plano de transformação digital, as empresas devem se tornar orientadas a dados para maximizar a utilização de seus ativos, como caminhões e máquinas.
“Como tendência da logística temos como pilar o cliente, a tecnologia, o meio ambiente e a integração de dados. A automatização com utilização da robótica continua a desempenhar um papel crucial na logística e as empresas seguem investindo em robôs para otimizar operações de armazém, embalagem, e até mesmo para a entrega de mercadorias. Os algoritmos avançados a partir do surgimento da Inteligência Artificial e Machine Learning nos apoiam para otimizar rotas, prever demandas, melhorar a eficiência da cadeia de suprimentos e reduzir custos operacionais.”
Ainda de acordo com o time de gestão da Unicargo, em um ambiente de mercado dinâmico, no qual a logística desempenha um papel crucial, a incorporação de tecnologias como veículos autônomos, drones para entregas e realidade aumentada tornou-se parte integrante do escopo operacional de uma empresa de mobilidade. Essas inovações não apenas refletem a adaptabilidade da empresa às demandas contemporâneas, mas também evidenciam seu compromisso em utilizar soluções avançadas para otimizar eficiência, agilidade e oferecer serviços diferenciados aos clientes.
“Essa abordagem não apenas reflete o comprometimento das empresas com práticas responsáveis em relação ao meio ambiente, mas também destaca a importância atribuída à inovação constante e à satisfação do cliente como pilares fundamentais para o sucesso em um ambiente em constante evolução.”
Victorino, da Movecta, lembra que muitas tecnologias inovadoras que chegaram ao mercado há pouquíssimo tempo, hoje estão totalmente incorporadas à rotina da operação logística e são parte fundamental dos nossos processos. Ele cita como exemplo o uso de IoT e da Big Data. “Com essa velocidade de recursos inovadores chegando, podemos concluir que a chave para se aproveitar as oportunidades é possuir características como dinamismo, determinação e capacidade de adaptação. É um cenário empolgante e desafiador, pois a próxima quebra de paradigmas tecnológicos no segmento logístico já começou, através da popularização do uso da Inteligência Artificial, da massificação da produção de veículos elétricos e autônomos e do início da chegada dos robôs humanoides na operação e produção das empresas. Estamos testemunhando uma nova era de oportunidades no segmento logístico, tudo isso resultando em eficiência operacional e redução de custos”, destaca.
Para Santos, da onBlox Software Logístico, as perspectivas para a logística envolvem cada vez mais automatização e transparência nos processos, principalmente porque é um setor muito dinâmico e que demanda agilidade e assertividade nas estratégias, além da capacidade de flexibilizar as ações para solucionar problemas ou aproveitar oportunidades.
A expectativa é que, com o avanço e democratização das tecnologias, cada vez mais empresas passem a utilizar softwares e hardwares que vão simplificar a rotina, como coletores e separadores, e também sistemas de automação. Assim, há mais garantia de ações rápidas e sem erros.
Tudo isso é um reflexo também da mudança de tendência dos consumidores, que buscam cada vez mais possibilidades nas suas entregas (Same Day Delivery ou possibilidade de retirar na loja, dependendo do caso). Diante dessa nova cultura, as empresas precisam se adaptar e oferecer mais possibilidades de escolhas aos consumidores.
“Uma dica para as empresas se prepararem para aproveitar as oportunidades é, principalmente, trabalhar a cultura organizacional. Ao preparar os colaboradores e gestores para compreender a necessidade de uma logística eficaz, compreender a importância de investir em tecnologia e aprender a se adaptar às novidades fica mais simples. Além disso, é fundamental se atentar às novidades do segmento e entender quais podem ajudar a operação, estando aberto às possibilidades. Mas o fator principal hoje seria justamente investir em tecnologia e no treinamento para saber como utilizá-la corretamente e aprender a aproveitar ao máximo tudo que ela tem a oferecer.”
“Como adiantei, não basta apenas digitalizar. É importante que as empresas também foquem em capacitação digital de suas equipes, promovam uma cultura de inovação, busquem parcerias estratégicas para integrar novas tecnologias e fiquem atentas às mudanças regulatórias. A adaptabilidade e flexibilidade serão essenciais para enfrentar os desafios emergentes, garantindo que estejamos na vanguarda da revolução digital na logística”, acrescenta Oliveira e Silva, da ZF Aftermarket, para quem a digitalização na logística é um caminho sem volta.
Para Sarti, da Penske Logistics, tempo e custo continuarão sendo os elementos-chave para uma operação logística eficiente. Além de conceitos e soluções tecnológicas citadas anteriormente, a análise assertiva de dados terá cada vez mais protagonismo no setor. Disponibilizar ao cliente e analisar em tempo real esses dados, por meio de dashboards interativos, é e continuará sendo um importante diferencial competitivo, por garantir maior velocidade de resposta dos gestores e mais agilidade à cadeia como um todo. A implementação de tecnologias baseadas em Inteligência Artificial, apoiada pela disseminação da velocidade 5G, aumentará a eficiência e flexibilidade na gestão, ao permitir, por exemplo, mais assertividade no rastreamento e monitoramento da distribuição de cargas, aponta o diretor-presidente.
“Enxergo a logística digital cada vez mais multinegócios, ou seja, se a companhia possui frota própria de caminhões, que estão dedicados à operação da empresa, enxergo cada vez mais a disponibilização e o compartilhamento dessa frota com outras demandas do mercado, a descentralização das frotas e a disponibilização dessa frota como fonte de novos negócios. As oportunidades devem estar na utilização da Inteligência Artificial como base para melhoria da rentabilidade”, finaliza Schuskel, da ULMA.
Empresas participantes
Aozawa Consultoria: Oferece consultoria, assessoria e serviços para gestão de prevenção de perdas, eficiência operacional, tecnologia, inovação e desenvolvimento humano, com foco de atuação no varejo, em todos os seus segmentos.
Ativa Logística: Um dos maiores Operadores Logísticos para os segmentos de saúde, beleza e bem-estar que atende integralmente a todas as normas e resoluções da ANVISA para a armazenagem e o transporte de medicamentos, conforme exigência da nova RDC 430/2020 e RDC 653/2022.
Connexxion Technologies: Consultoria especializada na cadeia de suprimentos, logística e engenharia industrial.
Grupo Emtel: Especializado em operações de transporte, cobrindo cinco frentes essenciais: Logística, Transporte, Gestão de Frotas, Carros para Aplicativos e Seminovos.
ILC (Integrator Logistics Company): Uma das pioneiras no Brasil a implantar o conceito 4PL (Fourth-Party Logistic), ou quarteirização logística, oferecendo serviço inovador de tecnologia para a gestão da cadeia de suplementos, cuja responsabilidade é gerenciar o fornecimento ao cliente dos seus fornecedores, sempre considerando a integração entre os diversos recursos das demais organizações.
Luft Logistics: Implementa soluções logísticas completas. Seus serviços também incluem sistemas, operações de full service e de full commerce.
Movecta: Considerado um dos maiores Operadores Logísticos do mercado brasileiro. Suas operações estão concentradas em São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco. São seis unidades operacionais, sendo quatro terminais alfandegados. É a única empresa do setor com terminais alfandegados localizados nos principais hubs marítimos de comércio exterior no país.
OAJ Consult Consultoria & Assessoria Empresarial: Atua na logística integrada, através de atividades de Planejamento, Estratégia, Assessoria a Alta Direção e Execução.
onBlox Software Logístico: Empresa que desenvolve soluções para simplificar a rotina logística desde o armazém ao frete. As tecnologias buscam otimizar a organização do Centro de Distribuição, trazendo mais assertividade em todas as etapas do processo (recebimento, separação, controle de estoque e inventário), além de facilitar a gestão de frotas com gerenciamento de combustível, viagens, despesas, documentos e oficinas.
Penske Logistics: Empresa da Penske Transportation Solutions com sede em Reading, Pensilvânia. É considerada líder no fornecimento de soluções inovadoras de cadeia de abastecimento e logística e oferece soluções que incluem transporte dedicado, gestão de CDs, logística principal, gestão de fretes, gestão de transportes e corretagem de fretes.
RV Ímola: Oferece soluções logísticas para a cadeia de saúde, transporte, armazenagem e gestão hospitalar.
TruckPad: Plataforma pioneira na gestão de fretes e caminhoneiros, assessorando embarcadores, transportadoras e motoristas profissionais independentes.
ULMA Handling Systems: Integradora de sistemas de alta performance e especializada em projetos de sistemas automatizados para movimentação e armazenagem de materiais, em parceria com a empresa japonesa DAIFUKU.
Unicargo: Operador Logístico especializado nos segmentos farma, eletrônico e automotivo, atendendo grandes players do mercado na logística emergencial nos modais aéreo e rodoviário.
ZF Aftermarket: Empresa global de tecnologia que fornece sistemas para carros de passeio, veículos comerciais e tecnologia industrial.
Principais tendências que estão moldando o mercado de logística
Tendências Globais (algumas delas percebidas também no Brasil)
< Internet das Coisas (IoT) e Rastreamento em Tempo Real: A integração de sensores e dispositivos conectados ao longo da cadeia logística permite o rastreamento em tempo real de mercadorias. Isso proporciona visibilidade total, desde a origem até o destino, permitindo uma tomada de decisão mais rápida e eficiente, reduzindo perdas e melhorando a gestão de estoques. Outras iniciativas amparadas pela IOT são a interações via mobile, possibilitando mais agilidade e assertividade no tracking do material, e uso de mensageria via SMS, oferecendo aos clientes mais comodidade, segurança e agilidade. Também é possível a utilização de caixas com tecnologia para monitoramento de temperatura do produto e GPS de localização dos volumes em tempo real.
< Automatização e Robótica: A automação de processos logísticos, incluindo o uso de robôs em armazéns e veículos autônomos, ganha cada vez mais força para aumentar a eficiência operacional e reduzir custos. Com o recente evento da pandemia e a explosão do e-commerce, a automação na logística tem se tornado um grande aliado para garantir que os operadores consigam reduzir o tempo de processamento de entregas, coletas, armazenagem, carregamento e descarregamento de veículos, além de uma melhor performance na assertividade dos processos e nos custos operacionais. A automação de processos robóticos (RPA) tem sido uma das preconizadoras desse movimento, aliado à Internet das Coisas e à Inteligência Artificial.
< Veículos Sustentáveis e eficiência energética em armazéns: A eletrificação de equipamentos como veículos e empilhadeiras, entre outros, e a busca pela adoção de veículos sustentáveis são tendências essenciais para respaldar a pauta ESG nas organizações, aliadas à tecnologia. As práticas sustentáveis, como a otimização de rotas para redução de emissões e estratégias ecoeficientes, crescem em importância. A logística está migrando para fontes de energias mais limpas, reduzindo as emissões de carbono e contribuindo para um transporte mais ecoeficiente. Ao abraçar essas tendências tecnológicas e ESG, a logística não apenas se moderniza, mas se posiciona como um agente de mudanças positivas, contribuindo para um futuro sustentável e eficiente.
< Big Data Analytics: Análise de grandes volumes de dados para identificar padrões, otimizar rotas e melhorar a eficiência em toda a cadeia logística.
< Inteligência Artificial e Machine Learning: O uso de algoritmos avançados para otimizar rotas, prever demanda, melhorar a gestão de estoques e aprimorar a tomada de decisões torna-se cada vez mais comum. Eles estão sendo aplicados para análise de Big Data, otimizando rotas, prevendo demandas futuras e identificando padrões de comportamento. Isso resulta em uma alocação mais eficiente de recursos, redução de custos operacionais e a autocorreção de problemas.
< Digitalização e Blockchain: A digitalização da cadeia de suprimentos, incluindo o uso de Blockchain para garantir transparência e segurança nas transações, rastreando cada etapa da cadeia de suprimentos, vem sendo adotada para melhorar a rastreabilidade e a confiabilidade.
< E-commerce e Last Mile: O aumento do comércio eletrônico impulsionou a necessidade de soluções logísticas voltadas para a última milha, exigindo eficiência nas entregas urbanas e instalações logísticas próximas aos centros urbanos.
< Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR): O uso de AR e VR para treinamento de equipe, manutenção de equipamentos e otimização de processos expande, proporcionando experiências mais interativas e educativas.
Tendências referentes ao Brasil
< Melhoria da Infraestrutura Logística: Investimentos em infraestrutura, como rodovias, ferrovias e portos, são focos de discussão entre governo e iniciativa privada, para melhorar a eficiência do transporte de mercadorias no Brasil.
< Soluções de Last Mile Urbana: Devido ao crescimento do e-commerce, soluções específicas para a última milha urbana ganham destaque, visando otimizar entregas em ambientes urbanos desafiadores.
< Adoção de Tecnologias Emergentes: A adoção de tecnologias emergentes, como IoT, ganha espaço para melhorar a visibilidade e o monitoramento em tempo real das operações logísticas.
< Desenvolvimento de Startups Logísticas: O surgimento de startups focadas em inovações logísticas torna-se mais evidente, impulsionando a competição e a introdução de soluções mais ágeis e especializadas.
< Regulação e Segurança nas Transações: A busca por maior segurança nas transações e o cumprimento de regulamentações incentiva o interesse em tecnologias como Blockchain para aprimorar a integridade e rastreabilidade nas operações logísticas.
Casos de sucesso na implementação de tecnologias digitais na logística
< Amazon (EUA)
• Inovação: Utilização extensiva de robôs autônomos em seus Centros de Distribuição, otimização de rotas por algoritmos avançados e investimentos em drones para entregas rápidas.
• Transformação Operacional: Aumento significativo da eficiência no picking e packing, redução nos tempos de entrega e melhoria na experiência do cliente.
< UPS (EUA)
• Inovação: Investimento em veículos elétricos, sensores IoT nas frotas para monitoramento em tempo real e algoritmos de roteamento dinâmico.
• Transformação Operacional: Redução das emissões de carbono, maior eficiência nas entregas e melhor gerenciamento de frota.
< Magalu (Brasil)
• Inovação: Implementação de sistemas de gerenciamento de transporte (TMS) para otimizar operações logísticas e aprimoramento de soluções de última milha.
• Transformação Operacional: Melhoria na precisão das entregas, redução de custos operacionais e aumento da satisfação do cliente.
< Maersk (Dinamarca)
• Inovação: Adoção de block–chain para otimizar processos documentais, garantindo transparência e segurança nas transações logísticas.
• Transformação Operacional: Redução da burocracia, menor tempo de processamento de documentos e melhoria na confiabilidade das transações.
< Alibaba (China)
• Inovação: Integração de tecnologias como inteligência artificial e big data em sua cadeia de suprimentos, incluindo sistemas de rastreamento em tempo real e roteamento dinâmico.
• Transformação Operacional: Melhoria na visibilidade da cadeia de suprimentos, aumento da eficiência na gestão de estoques e entrega mais rápida.
< Mercado Livre (Brasil)
• Inovação: Utilização de Machine Learning para prever demanda e otimizar rotas de entrega, além de investimentos em tecnologias de rastreamento.
• Transformação Operacional: Aumento na eficiência logística, redução de atrasos nas entregas e melhoria na experiência do usuário.
< Ambev (Brasil)
• Inovação: Adoção de IoT na gestão de frota, incluindo monitoramento de condições dos veículos, e integração de tecnologias para otimizar a gestão de estoques.
• Transformação Oper.: Maior visibilidade da frota, redução de custos operacionais e otimização na distribuição de produtos.
< Natura (Brasil)
• Inovação: Implementação de sistemas de analytics para prever demanda, rastreamento em tempo real e uso de tecnologias sustentáveis na cadeia de suprimentos.
• Transformação Operacional: Eficiência no gerenciamento de estoque, redução de desperdícios e ênfase na sustentabilidade logística.
Como as empresas estão se preparando na implementação de tecnologias digitais na logística e como essas inovações estão transformando as operações das empresas do setor logístico
As empresas logísticas estão adotando estratégias para se prepararem para a digitalização, buscando melhorar eficiência, redução de custos, oferecer serviços mais rápidos e personalizados.
Aqui estão algumas maneiras e cases utilizados pelo segmento de logística, para as quais essas empresas estão se adaptando:
Tecnologia da Informação (TI): Investimento em sistemas de informação avançados, como sistemas de gerenciamento de transporte (TMS), sistemas de gerenciamento de armazéns (WMS) e soluções de rastreamento em tempo real para melhorar a visibilidade e o controle da cadeia de suprimentos.
Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML): Implementação de tecnologias de IA e ML para otimizar o planejamento de rotas, prever demandas, melhorar a eficiência operacional e reduzir custos.
Internet das Coisas (IoT): Utilização de sensores e dispositivos conectados para monitorar o status e a localização dos produtos em tempo real, melhorando a rastreabilidade e permitindo a tomada de decisões mais ágeis.
Automatização e Robótica: Adoção de sistemas automatizados em armazéns e Centros de Distribuição, como robôs autônomos, drones e sistemas de picking automatizado para aumentar a eficiência e reduzir erros e avarias.
Blockchain: Implementação de tecnologia Block–chain para melhorar a transparência, rastreabilidade e segurança nas transações ao longo da cadeia de suprimentos.
E-commerce e Plataformas Digitais: Expansão ou criação de plataformas digitais para facilitar a comunicação entre parceiros comerciais, permitir rastreamento em tempo real, facilitar transações e oferecer uma experiência aos clientes aprimorada.
Big Data e Analytics: Uso de grandes volumes de dados para análise preditiva, identificação de padrões, otimização de rotas e aprimoramento de processos logísticos.
Computação em Nuvem: A possibilidade de contar com ferramentas de gerenciamento centralizadas na nuvem permite grande flexibilidade para sintonizar o ritmo dos processos logísticos às oscilações de demanda de mercado.
Capacitação Pessoal: Capacitação e Treinamento dos funcionários para lidar com as novas tecnologias e processos, garantindo que a força de trabalho esteja preparada para as mudanças digitais.
Parcerias e Colaborações: Colaboração com startups, empresas de tecnologia e outros parceiros para impulsionar a inovação e garantir acesso às mais recentes soluções tecnológicas.
Sustentabilidade: Integração de práticas sustentáveis na cadeia de suprimentos, utilizando tecnologias digitais para monitorar e reduzir os impactos ambientais.