A infraestrutura brasileira é um dos maiores desafios do transporte rodoviário de cargas no país. De acordo com a 25ª edição da pesquisa de rodovias do país da Confederação Nacional do Transporte (CNT), a malha rodoviária brasileira piorou em 2022. Segundo os dados, 66%, dos 110.333 quilômetros avaliados são classificados como regulares, ruins ou péssimos, números que geram um alerta ao transporte rodoviário de cargas e que representam um aumento percentual de 4,2% em relação a 2021.
O estudo leva em consideração variáveis como pavimento, sinalização e geometria da via e demonstra quanto espaço há para melhoria nas rodovias nacionais. Além disso, de acordo com os empresários do segmento, há vários pontos que causam preocupação e que, se aprimorados, ajudariam a deixar o ecossistema mais fluído e eficiente.
Adriano Depentor, presidente do conselho superior e de administração do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região – SETCESP, é um desses empresários. Como líder de uma entidade de classe que representa mais de 21 mil transportadoras em 50 municípios da Grande São Paulo, ele vê como delicada a situação da infraestrutura brasileira.
“A conjuntura das rodovias é, neste momento, motivo de muitas preocupações. Temos diversas obras inacabadas e baixa qualidade do asfalto, e os preços dos pedágios cobrados atualmente são muito altos em relação ao serviço entregue”, explica o presidente.
A preocupação não é sem motivos, já que essas questões envolvem uma outra esfera muito importante na área do transporte rodoviário de cargas, que é o custo. “Isso onera o setor. Quando se tem rodovias ruins e sem revestimento de qualidade, o tempo de chegada nos portos aumenta, havendo consequentemente uma demora que gera um impacto negativo”, afirma Depentor.
Para o presidente do SETCESP, é preciso que haja um trabalho constante de reivindicações sobre os órgãos responsáveis, e nisso o trabalho das entidades também é muito importante.
“Nesses casos, o papel de uma entidade de classe, como o SETCESP, é justamente estar ao lado do seu associado para levantar essas demandas e cobrar dos órgãos competentes as melhorias a serem alcançadas para que esses problemas não prejudiquem o desenvolvimento das operações das empresas e a economia do país”, finaliza Adriano.