Cubo Itaú, Wilson Sons, Porto do Açu, Hidrovias do Brasil e Radix lançam hub de inovação marítima e portuária

29/08/2022

Usar a inovação para tornar as operações portuárias e o transporte aquaviário de carga na América Latina mais eficientes, seguros, sustentáveis e íntegros é o objetivo do Cubo Maritime & Port, hub recém-criado pelo Cubo Itaú em parceria com Wilson Sons, Porto do Açu, Hidrovias do Brasil e Radix. O lançamento ocorreu no dia 12 de julho, em São Paulo, SP.

A ideia também é dar abertura para a entrada de shiptechs (empresas de tecnologia do setor) internacionais para trabalharem e compartilharem suas experiências com o Brasil. Ao todo, a região da América Latina e o Caribe somam 118 zonas portuárias. Destas, 36 se encontram no Brasil. 

O Cubo Maritime & Port tem a expectativa de se tornar referência em inovação e desenvolvimento tecnológico do setor, almejando que, a longo prazo, a chegada de shiptechs internacionais incentive também a proliferação e o desenvolvimento de novas tecnologias na América Latina, além da conexão com ecossistemas de inovação globais, universidades e autoridades.

O segmento das shiptechs conta com mais de 500 startups desenvolvedoras de soluções de eficiência tecnológica ao redor do mundo, segundo mapeamento realizado pela Wilson Sons e informações de programas globais de inovação no setor. No Brasil, esse mapeamento mostra 20 startups atuando diretamente no setor, um número ainda baixo perto do potencial de mercado e dos desafios apresentados pelo segmento.

“Para que a América Latina possa aplicar e gerar tecnologia no setor marítimo e portuário, precisamos das startups estrangeiras trabalhando aqui e compartilhando suas experiências, assim como as locais se desenvolvendo e escalando para absorver as demandas”, conta Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú. 

Para as participantes, o Cubo Maritime & Port também é uma oportunidade de usar a inovação aberta para promover a colaboração entre as grandes empresas do setor, além de apoiar o desenvolvimento das startups locais para que cada vez mais negócios sejam gerados e ampliar a discussão com diversos atores com o intuito de viabilizar essas inovações.

Segundo dados do Anuário Estatístico da Antaq – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, o setor portuário brasileiro bateu recorde de movimentação de carga em 2021, com um total de 1,21 bilhão de toneladas transportadas. Esse número representa um crescimento de 4,8% em relação a 2020. O maior destaque em 2021 foi o crescimento de 11% na movimentação de contêineres em relação ao ano anterior, entretanto, outros segmentos, como carga geral e granéis sólidos, acompanharam a tendência de crescimento, o que reforça o bom momento da logística aquaviária. 

O anuário ainda traz as expectativas de movimentação portuária para os próximos anos. O crescimento para 2022, por exemplo, deve ser de 2,4%, podendo superar 1,4 bilhão de toneladas em 2026.

De acordo com um levantamento da CNT – Confederação Nacional dos Transportes, o Brasil não aproveita todo potencial hidroviário ao subutilizar os rios navegáveis de suas 12 regiões hidrográficas. Atualmente, dos 63 mil km que poderiam ser utilizados, apenas 19,5 mil km (30,9%) da malha são usufruídos. 

Contribuição

O Cubo Itaú, inaugurado em setembro de 2015 pelo Itaú Unibanco em parceria com a Redpoint eventures, é o mais relevante hub de fomento ao empreendedorismo tecnológico da América Latina, uma organização sem fins lucrativos que potencializa a conexão e a criação de negócios entre grandes empresas e startups.

Por sua vez, a Wilson Sons, maior operador integrado de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, tem investido em reduções significativas em sua pegada de carbono. Um exemplo recente é o estabelecimento de uma parceria com a SINAI Technologies para desenvolver uma curva de custo marginal de redução de carbono das iniciativas de mitigação.

A companhia iniciou este ano a operação do primeiro de uma série de seis novos rebocadores que trazem ao Brasil, permitindo uma redução estimada de até 14% nas emissões de gases de efeito estufa, em função de uma hidrodinâmica mais eficiente.

“Avaliamos tecnologias que podem melhorar nossas operações e criar novas ofertas de serviços digitais, além de reduzir os riscos do negócio. Com base nessa avaliação, estabelecemos diretrizes para garantir que a inovação apoie o equilíbrio entre resultados de curto prazo e a futura geração sustentável de valor”, afirma Fernando Salek, CEO da Wilson Sons. 

Já o Porto do Açu, localizado no Rio de Janeiro, opera há sete anos com dois pilares: ESG e Inovação. “Somos uma plataforma que fomenta a implantação de tecnologias inovadoras para cadeias produtivas internacionais. Agora pretendemos abrir espaço para desenvolver novas frentes na comunidade portuária por meio do hub”, afirma José Firmo, CEO do Porto do Açu.

A Hidrovias do Brasil, empresa de soluções logísticas integradas, com atuação no Arco Norte, navegação costeira (cabotagem), hidrovia Paraguai-Paraná e Porto de Santos, entra para o Cubo Maritime & Port com o objetivo de fomentar e estimular startups no desenvolvimento de novas soluções e tecnologias para a transformação do setor. A empresa possui projetos inovadores, como a construção dos primeiros empurradores elétricos de manobra do mundo, que irão navegar na Amazônia, e a operação dos maiores comboios da América Latina, com até 35 barcaças, elevando a capacidade do transporte de cargas aliada à redução de custo e de emissões por tonelada movimentada.

A Radix, empresa de tecnologia e engenharia, é parceira estratégica da indústria portuária no desenvolvimento de planos diretores e implementação de digitalização e reconhecida no mercado por fornecer soluções que unem eficiência e segurança operacional a conceitos de sustentabilidade. A empresa se une ao hub para contribuir como uma grande integradora de soluções multidisciplinares.

“A tecnologia tem, cada vez mais, papel fundamental para ajudar a indústria a alcançar o que chamamos de Porto do Futuro: operações que têm eficiência máxima com impacto ambiental mínimo, em um ambiente seguro para os trabalhadores. É nisso que estamos empenhados em desenvolver junto aos nossos parceiros do hub. É possível unir diferentes soluções, de diferentes parceiros, integrando-os em uma única via para chegar ao que queremos”, diz João Chachamovitz, CEO da Radix.

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