Embarcadores: Segmento Automotivo e de Autopeças requer agilidade nas entregas e flexibilidade

17/12/2020

Trata-se de um setor, de acordo com um dos nossos entrevistados, onde é preciso trabalhar com alta flexibilidade, sendo, ao mesmo tempo, eficiente e eficaz no atendimento dos clientes, não importando a sua localização.

 

Dayco: segmento não trabalha com “segunda chance”

A Dayco Power Transmission é líder global na pesquisa, projeto, produção e distribuição de sistemas essenciais de transmissão de força para motores e serviços, no aftermarket e mercado original, para aplicações em automóveis, caminhões, construção, agricultura e indústria.

E atua em um mercado onde a disponibilidade de produtos e responsividade às variações de demanda são fatores decisivos na compra por parte dos clientes. “Portanto, o segmento de Autopeças e Automotivo não trabalha com ‘segunda chance’! Temos que trabalhar com alta flexibilidade, sendo, ao mesmo tempo, eficientes e eficazes no atendimento dos clientes”, explica Gustavo Queiroz Pereira, gerente de Logística Aftermarket – América Latina da Dayco.

Estrutura – Para atender a estas especificações, a operação do Centro de Distribuição da empresa – com 4.700 m², e localizado em uma estrutura de alto padrão em Indaiatuba, SP – é própria. Na mesma cidade, a Dayco tem a fábrica de tensionadores e polias do Aftermarket e do OE, numa área total de 12.000 m². “Temos uma operação enxuta e, ao mesmo tempo, flexível. A terceirização não se demonstrou viável nos dois últimos estudos que fizemos sobre o assunto.”

Já o transporte é 100% feito por transportadores com cobertura nacional (FedEx, para a maior parte do país, e Braspress), regionais (STC e Continental para Ceará e Espírito Santo, respectivamente) e um local para distribuição nas regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas (M.A. Tranquitelli).

“A Dayco expede do CD Indaiatuba para o mercado do aftermarket nacional de 1 a 2 carretas diariamente, para redespacho nas bases dos transportadores que realizam em média 65 entregas/dia em todos os estados do Brasil”, comenta Pereira.

Ele também detalha que utilizam basicamente o modal rodoviário e, excepcionalmente, o modal aéreo para alguns estados da Região Norte. A estratégia, no caso, é oferecer o melhor serviço aos clientes em suas regiões em termos de prazos (OTD) e manutenção da qualidade da carga (pedidos), a um valor justo para a Dayco e os transportadores, segundo o gerente de Logística.

A propósito da distribuição, Pereira salienta que, num país com dimensões continentais e diferentes estruturas rodoviárias e fiscais, fica difícil atender aos clientes de regiões mais distantes no mesmo nível de excelência dos clientes da região Sudeste, por exemplo. Este problema afeta não só o segmento de Autopeças, mas também os demais. “Acredito que investimentos na infraestrutura rodoviária (e demais modais) bem estudados e planejados, com implementações fortemente controladas e divulgadas em portais de transparência dos governos responsáveis, além da reforma tributária seriam os grandes alavancadores de benefícios para o país.”

Diferenciais logísticos – Em todo este contexto, o gerente de logística considera que o maior diferencial logístico da sua empresa é a agilidade na cadeia de fornecimento (disponibilidade) e na preparação e entrega de pedidos aos clientes.

“Entre outras ações, destaco o grande projeto que iniciamos em dezembro de 2019 e executamos com sucesso neste ano para viabilizar nossos objetivos de médio e longo prazo e que já gerou resultados no curto prazo, em função da ‘recuperação em V’ do nosso segmento. Este projeto foi o maior da Dayco no Brasil desde que a companhia se instalou no país, há mais de 20 anos.”

Pereira lembra que mudaram, em junho último, o CD para uma estrutura de ponta em Indaiatuba (região de Campinas), próximo às principais rodovias de São Paulo e Rodoanel, aumentando a capacidade de armazenagem – com possibilidade de expansão nos próximos anos – e expedição de peças, eliminando as restrições logísticas que tínham no CD anterior, por estar situado no centro da cidade de São Paulo.

“Este projeto também contemplou a consolidação do CD com as duas fábricas de Powertrain que tínhamos no Brasil (Itapira, SP, para o aftermarket, e Contagem, MG, para o OE), gerando o benefício da entrega destas peças em fluxo contínuo e flexibilidade da produção em função da comunicação em tempo real com a fábrica. Ainda tivemos uma redução de 25% no tempo de trânsito e liberação aduaneira de correias importadas da Argentina.”

Em resumo, a Dayco atendeu nos últimos quatro meses 23% mais peças que a média de 2019, período em que conquistaram três das quatro maiores marcas de expedição da história do aftermarket da empresa no Brasil.

Pandemia – Como não poderia deixar de ser, Pereira também fala das mudanças trazidas pela pandemia da Covid-19. Em termos de logística, a empresa mudou o modal aéreo, que era padrão para alguns estados do Norte, para o rodoviário, visto que as tarifas aéreas ficaram impraticáveis. “Tivemos muito cuidado para evitar o desabastecimento dos clientes envolvidos e hoje temos uma operação com entrega estabilizada em tais estados.”

O gerente de logística também acredita que este novo cenário trouxe, mais do que antes, a necessidade de as empresas se adaptarem rapidamente às novas demandas dos consumidores, se antecipando às novas necessidades dos clientes. “É difícil, sobretudo neste momento em que a pandemia ainda nos traz algumas incertezas (globalmente), afirmar que qualquer mudança feita é definitiva.”

 

Hipper Freios: preço do frete ainda é entrave

A Transportes Rezin é quem faz 90% das entregas da H.F. Sistemas de Freios – Hipper Freios, fabricante de discos e tambores de freio, além de cubos de roda. A empresa tem uma pequena fatia de frete fracionado, enviado através de diversas transportadoras, como Transal, Arlete, Atual Cargas e Fluorita, entre outras. E conta, ainda com o frete marítimo, atuando com a Aliança.

A distribuição envolve oito caminhões/carretas diariamente, enviando cargas para todo o Brasil. “Usamos também o transporte marítimo para as regiões de Manaus e Macapá, já que o frete terrestre é impossibilitado ou muito caro”, diz o supervisor Comercial,  Jeferson de Oliveira.

É justamente a questão do frete que se torna um dos maiores desafios logísticos enfrentados pela empresa no segmento de Autopeças e Automotivo — além de baixar o percentual do custo do frete, a empresa busca agilidade na entrega para evitar transtornos ao cliente no desembarque.

Esta questão poderia ser resolvida, segundo Oliveira, se os distribuidores abrissem CD fora dos centros de cidades, facilitando, assim, a locomoção de caminhões.

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