Importadores: Aumento do dólar causou pouco impacto no desempenho do setor em 2018

28/01/2019

Outros fatores, comuns a todos os segmentos da economia, atravancaram o desempenho deste setor no ano passado. Fatores como Copa do Mundo, eleições, concorrência e variações de preços. Mas, 2019 promete recuperação.

 

O dólar subiu 16,94% no acumulado dos doze meses de 2018, tendo fechado o último pregão de Dezembro cotado a R$ 3,8750 para compra e a R$ 3,8757 para venda. No período, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,1394 (valor mínimo de fechamento registrado no pregão de 26 de Janeiro) e R$ 4,1957 (valor máximo de fechamento registrado no pregão de 13 de Setembro) – estas informações estão do site da ADVFN – https://br.advfn.com/moeda/dolar/2018.

Mas, parece que esta alta não se refletiu nos negócios dos importadores de empilhadeiras em 2018. Pelo menos nos que participam desta matéria especial, a ponto de somente um citar a moeda norte-americana como um dos empecilhos para o desenvolvimento do setor naquele ano.

Marcelo de França Yoem, da Zuba Comércio de Máquinas e Equipamentos Industriais (Fone: 11 4719.9099) – empresa que trabalha com as empilhadeiras CHL –, lembra que a alta do dólar, a Copa do Mundo e as eleições refletiram negativamente no desempenho do setor, mas, ainda assim conseguiram manter a meta anual.

Quanto a esta última afirmação, ela reflete o ocorrido com os importadores: foi um ano difícil, mas de recuperação.

“O ano de 2018 se iniciou com uma grande expectativa de crescimento, baseada no ultimo trimestre de 2017 que foi excelente. Iniciamos realmente conforme essa expectativa, mas quanto mais se aproximavam as eleições mais morno ficava o mercado, até que ficou totalmente frio. Porém, após as eleições o mercado se reaqueceu com força total, retomando grandes processos de BID e por isso acredito que o fechamento de 2018 e o inicio de 2019 reforçarão a fase de retomada do crescimento que estamos tanto esperando”, diz Henrique Antunes, diretor de vendas America do Sul da BYD do Brasil (Fone: 19 3514.2550). A empresa atua com as empilhadeiras da marca BYD.

Também para Rogerio Valiati, gerente de vendas da Lintec Indústria e Comércio de Motores e Equipamentos de Movimentação de Materiais (Fone: 54 3238.8055) – que trabalha com empilhadeiras do mesmo nome – o mercado de movimentação de materiais está em recuperação. “Estamos sentindo uma movimentação positiva em vários segmentos do mercado, apesar de modesta. O ano de 2018 foi difícil para a comercialização de máquinas novas, muito concorrido, com variações de preços. Mostrou-se competitivo e também houve adequação na gama de concorrentes.”

Como importadores de empilhadeiras, Jorzafar Fonseca da Silva, gerente da Tecfork Máquinas (Fone: 11 2615.2777) – representante das marcas CHL e Hang Cha – também diz que notaram uma mudança significativa no mercado e um ligeiro aquecimento: as vendas aumentaram, os clientes voltaram a fazer contato com frequência. “Inclusive aumentamos a nossa equipe comercial para atender a esta demanda, bem como aumentamos o número de máquinas à disposição. Ainda tem-se uma grande competitividade e cada vez mais as empresas estão agressivas com suas propostas, para tentar se manter, mesmo que com menores percentuais de lucros.”

 

Já estamos em 2019

E para 2019, quais as expectativas dos importadores de empilhadeiras?

Há esperanças. “Esperamos que a mudança de governo melhore a economia de nosso país”, afirma Yoem, da Zuba.

Mas, em termos gerais, o otimismo continua. “Os reflexos dos processos de BID retomados no final de 2018 devem fazer de 2019 um ano surpreendente”, comenta Antunes, da BYD do Brasil.

Silva, da Tecfork, também prevê um ascendente crescimento para 2019. “Será um ano de novas oportunidades de mudanças no segmento, oportunidade esta para continuarmos nos atualizando, modernizamos nossa frota de equipamentos e aumentarmos a área de atuação por meio de nossas filiais.”

E Valiati, da Lintec, conclui esta análise dizendo que o ano de 2019 está se mostrando mais animador, apesar de o segmento estar se adequando quanto a volumes. “Observamos uma tendência cada vez maior pela opção da locação de máquinas, já que clientes antes tidos como consumidores finais de máquinas passaram a optar por máquinas locadas. Este perfil está cada vez mais latente em empresas que necessitam de uma renovação de frota.”

 

Inovações

Os importadores de empilhadeiras também falam sobre as inovações nestas máquinas.

O diretor de vendas America do Sul da BYD do Brasil destaca que, hoje, todos os players do mercado buscam, principalmente, a tecnologia de baterias de Lítio e a automação. “Em termos de baterias de Lítio, disponibilizamos esse tipo de equipamento no Brasil desde 2015. E, em termos de automação, estamos disponibilizando, em parceria com a Automni, o equipamento autônomo PTP20-Rhinno, que já se encontra operando em grandes empresas do setor de e-commerce, alimentos e logística”, diz Antunes.

E o gerente de vendas da Lintec também aponta que o mercado está tendendo cada vez mais para as máquinas elétricas, porém lentamente. “Máquinas elétricas estão migrando para baterias de íons de lítio, devido a uma adequação dos custos operacionais mais para baixo. Este tipo de tecnologia permite optar por cargas de oportunidade, além de customizar o equipamento conforme a necessidade do cliente. Mas ainda devem passar por uma adequação nos valores de aquisição”, explica Valiati.

E o gerente da Tecfork diz enxergar o entendimento dos clientes e o aumento da procura por máquinas inteligentes, que executam tarefas repetitivas sem operadores, tornando essas tarefas mais baratas e produtivas.

 

Novos nichos de mercado

Sobre os novos nichos de mercado que estão usando empilhadeiras, Antunes, da BYD do Brasil, diz que é possível apontar os que estão iniciando o uso de equipamentos elétricos, que agora, com a tecnologia Lítio, conseguem atender operações severas. “Isso pode ser acompanhado com o aumento do market share de elétricas x combustão.”

Falando especificamente em termos de segmento, Valiati, da Lintec, ressalta que o agronegócio está apresentando um crescimento interessante, seguido pelo setor de serviço (locação).

“O mercado de empilhadeira ainda tem muito que crescer porque ainda existem muitas empresas tradicionais que estão pensando diferente e trocando serviço manual pelo mecânico. O Brasil é muito grande, com grande potencial”, acrescenta Yoem, da Zuba.

De fato, como completa Silva, da Tecfork, a demanda de equipamentos aumenta cada vez mais quando se tornam comuns e de fácil compreensão.

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