E também das características do produto a ser transportado. Com frota própria ou não no transporte rodoviário, também são utilizados o transporte aéreo, o marítimo e o fluvial.
Blanver: Transportadoras qualificadas cumprem as exigências do órgão sanitário
A Blanver Farmoquímica e Farmacêutica (Fone: 11 4138.8200) utiliza transportadoras contratadas para realizar as entregas e conta com o seu próprio setor de expedição, sendo a entrega realizada diretamente para o cliente. “Temos transportadoras homologadas que atendem às regulamentações da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária para fazer o transporte dos nossos produtos. Essas empresas contam com caminhões refrigerados que permitem o controle das temperaturas para atendermos as especificações de nossos produtos”, explica Daniel Eloy de Oliveira, supervisor de logística da empresa.
Ele também comenta que as entregas são diárias e realizadas na região Sudeste através do modal rodoviário. “Temos o nosso próprio armazém dimensionado para garantir que todo o volume de produção seja movimentado com segurança, atendendo às demandas e aos prazos de entrega.”
Sobre os maiores desafios logísticos enfrentados pela empresa, Oliveira aponta que, como em toda área logística, o maior deles é cumprir os prazos estabelecidos e entregar o produto nas melhores condições para o cliente. “Temos um trabalho estruturado com profissionais especializados nas áreas de logística e controle de qualidade, o que garante que o processo seja sempre feito com eficiência e qualidade. Nossos procedimentos e práticas internas permitem mitigar esses desafios.”
Com relação aos diferenciais da logística farmacêutica em comparação à de outros setores, o supervisor de logística da Blanver – que, atualmente, está concentrada em produtos para o tratamento de infecção pelo HIV e Hepatite C – diz que ela tem muitas particularidades e exigências determinadas e auditadas pelos órgãos sanitários do país – neste caso, a ANVISA. Além do cumprimento integral dessas determinações, as práticas devem garantir que os produtos sejam entregues com a mesma integridade e qualidade com que saem da fábrica, preservando, assim, as características essenciais para os usuários.
Neste contexto, Oliveira aponta os diferenciais da logística da sua empresa, levando em conta o tipo de produto transportado: os caminhões que fazem a entrega precisam ser refrigerados e a temperatura monitorada durante o trajeto; as transportadoras precisam ter licença da ANVISA para transportar esses produtos e atender vários requisitos, como condições físicas do baú, condições rigorosas de limpeza, integridade geral do veículo, entre outras; e os caminhões apenas podem ser abertos no seu destino.
Blau Farmacêutica: Transporte aéreo também é usado
A Blau Farmacêutica (Fone: 11 4615.9413) fabrica e vende medicamentos primordialmente para o setor hospitalar, ou seja, a grande maioria de seus medicamentos não é vendida em farmácias, e sim a hospitais e clínicas que fazem a dispensação dos mesmos nos pacientes.
Outro setor importante para a companhia é o governamental: o governo compra grande quantidade de medicamentos por leilões eletrônicos, e a empresa tem uma atuação importante também neste segmento.
“O Setor Privado tem como característica a entrega com maior capilaridade. Operamos com frota terceirizada para atendimento aos nossos clientes, que consistem basicamente de distribuidoras que atuam em todo o Brasil. Certos distribuidores, além de suas operações normais, também atuam como nossos Operadores Logísticos, fazendo a distribuição de nossos produtos a grandes redes hospitalares com as quais temos contrato de fornecimento. Utilizamos transporte aéreo para suprir as exportações, que incluem nossas subsidiárias na América do Sul – Colômbia, Uruguai, Argentina, Chile e Peru –, demais países da América Latina, Oriente Médio e Ásia”, explica Roberto Carlos de Campos Morais, COO – LATAM da empresa.
Já o Setor Público – continua Morais – trabalha com grandes volumes e a entrega é feita em pontos específicos: armazéns do próprio Ministério da Saúde, armazéns terceirizados e armazéns estaduais das secretarias estaduais e municipais de saúde. Estas entregas são feitas mediante agendamento prévio e em entregas únicas, o que traz um fator adicional de complexidade, exigindo precisão no horário e grande capacidade logística. Para estas entregas são usadas empresas transportadoras parceiras da Blau Farmacêutica.
“Utilizamos frota própria essencialmente para movimentação entre plantas e nosso Centro de Distribuição e em uma pequena parcela de entregas a clientes, sendo que a grande maioria das entregas a clientes, públicos e privados, é feita por empresas transportadoras terceirizadas. Utilizamos principalmente as seguintes transportadoras: Ativa, RV Ímola, Rodopress, Bertolini e West Cargo”, diz o COO – LATAM.
A Blau Farmacêutica apresenta uma média diária de 12 veículos para logística interna, entre suas plantas e a matriz, onde fica o Almoxarifado Central e a Expedição. “Diariamente temos em torno de 80 entregas em todo Brasil, com atuação mais focada no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. E utilizamos o modal aéreo também para entregas de produtos sensíveis à temperatura. Temos alguns medicamentos que precisam ser transportados em ambiente com temperatura controlada, alguns na faixa de 20º a 80º C, o que exige rapidez na entrega. Com isto a opção de carga aérea é a mais adequada para certos casos. Outra utilização do modal aéreo é para a exportação dos produtos sensíveis à temperatura.”
Como infraestrutura, a empresa conta, em cada uma de suas três unidades fabris, com armazéns para insumos, matérias primas e produtos semiacabados e acabados – a matriz da Blau é um complexo industrial com duas plantas localizado em Cotia, SP, e a empresa possui mais duas plantas, que estão localizadas em São Paulo e Caucaia. Tem, ainda, um Centro de Distribuição na matriz, com mais de 8.000 posições-paletes, que consolidada cargas e recebe todos os insumos e matérias primas e faz a distribuição para as unidades produtivas. Também na matriz são recebidos os produtos acabados das diversas plantas e feita a expedição dos mesmos para os clientes.
Sobre os maiores desafios logísticos enfrentados pela empresa, Morais afirma que são os relacionados à infraestrutura: baixa qualidade das estradas em certos estados, condições de armazenagem precárias em certos portos e aeroportos, burocracia em postos fiscais e falta de frota qualificada em algumas regiões do Brasil. “Estes problemas de infraestrutura são ainda mais evidenciados em nosso caso por sermos uma indústria farmacêutica que trabalha com produtos de alta complexidade, muitos deles sensíveis a variações de temperatura, risco de impactos e vibrações excessivas.”
Sobre como estes problemas poderiam ser resolvidos, o COO – LATAM diz que seria através de plano estruturado de melhoria de nossa infraestrutura como um todo, plano este traçado em parceria do governo com a iniciativa privada. Segundo ele, a desburocratização governamental é fundamental para que a iniciativa privada possa investir na melhoria da nossa infraestrutura. “Temos diversos exemplos de setores que foram privatizados e hoje operam em padrões mundiais de eficiência. O desafio é levar esta eficiência para todo o Brasil, um país de dimensões continentais e com fortes limitações e particularidades regionais.”
Neste contexto, Morais também aponta os diferenciais da logística farmacêutica em comparação à de outros setores: ela exige cuidado redobrado em controle de temperatura. Uma variação acentuada causa danos ao produto transportado. Por outro lado, certos produtos são extremamente sensíveis a choques, como os acondicionados em ampolas, as quais podem sofrer microfissuras, levando a sua quebra.
A empresa investe na automação de suas operações, e este investimento compreende a operação logística. “Recentemente implantamos o WMS para gestão de nosso estoque, estamos em processo final de implantação do EDI, que nos permitirá um acompanhamento preciso da carga. Ainda neste ano, finalizaremos a implantação de ‘Touch Picking’ para a separação e liberação das cargas. Vale ressaltar que todas nossas operações logísticas são controladas em tempo real pelo nosso sistema corporativo SAP”, completa Morais.
A Blau Farmacêutica é uma empresa 100% nacional com 30 anos de atuação que se tornou uma multinacional brasileira no setor farmacêutico focada no mercado Hospitalar e de Clínicas (Non Retail).
Produz e comercializa medicamentos de marcas próprias nas seguintes classes terapêuticas: nefrologia, hematologia, infectologia, oncologia, entre outros. São medicamentos de alta complexidade para o dia-a-dia dos hospitais e clínicas, na maioria injetáveis, como biológicos, antibióticos, anestésicos, etc. Além destes, oferece uma linha de preservativos e produtos dermocosméticos.
Drogaria Onofre: Operação e transporte próprios no atendimento das filiais
A Drogaria Onofre (Fone: 11 4007.2526) optou por trabalhar com operação e transporte próprios no atendimento das filiais. “Dois fatores foram importantes na tomada de decisão: garantir que as demandas regulatórias sejam rigorosamente cumpridas – por exemplo, temos farmacêuticos presentes durante todo horário de funcionamento e garantimos o controle de temperatura em toda a cadeia – e obter produtividade na cadeia. São 20 veículos urbanos de carga (VUCs) próprios para isso, todos com controle de temperatura e rastreadores”, explica Elizangela Kioko, presidente da Drogaria Onofre. Ainda para atender as filiais, a empresa tem, atualmente, um CD na região de Alphaville, SP, de 4.000 m², e está inaugurando outro em São Cristóvão, RJ, com 1.700 m². São mais de 12 mil itens entre medicamentos, alimentos funcionais e produtos de higiene pessoal e beleza.
Elizangela conta, ainda, que atualmente trabalham apenas com o transporte rodoviário, porém, em breve, vão usar o modal aéreo para entrega dos pedidos da linha specialties em todo o território nacional, além de ampliar a abrangência de medicamentos termolábeis.
Já os desafios enfrentados na logística Onofre podem ser divididos em dois cenários: no Centro de Distribuição, é garantir baixa ruptura nas filiais, com baixo número de perdas e com o menor custo possível; no Last Mile (Delivery E-Commerce), é aumentar a abrangência de sortimento e de região, mantendo a gestão rigorosa.
“Os dois pontos têm em comum o cuidado com a integridade dos produtos que comercializamos, seja na operação do CD, com as boas práticas de recebimento e armazenagem, seja no transporte. Mantê-los em conformidade exige muita atenção, mas garante que estejamos sempre em compliance com nossos fornecedores e órgãos sanitários. Em ambos os casos, buscamos resolver os desafios desenvolvendo processos bem definidos. Investimos em sistemas de controle e automação, como ERP, WMS e OMS, sistemas de monitoramento de temperatura e umidade e sistemas de comunicação. E passamos por auditorias interna e externa anualmente, o que nos ajuda a aprimorar processos e controles. Além disso, nos dedicamos a capacitar e treinar constantemente o time. Como resultado, no último ano tivemos uma taxa de turnover menor que 16% na área de logística.”
Elizangela também diz que a logística farmacêutica pode ser resumida em uma palavra: exigência. “Estamos lidando com produtos para saúde e a responsabilidade da cadeia de distribuição é grande. Se os produtos perdem efetividade por serem expostos à umidade ou temperatura inadequada, a consequência no longo prazo pode ser vidas perdidas. Na Onofre, trabalhamos para que as pessoas possam alcançar seu máximo potencial de saúde, por isso somos extremamente exigentes com o cumprimento de boas práticas de armazenagem e transporte. Isso faz parte do nosso propósito.”
Neste aspecto, entram os três diferenciais da logística da empresa: equipe experiente e consciente; investimento em capacitação de pessoas, processos e sistemas; produtividade e efetividade – “não temos retrabalho entre CD e filiais e, como investimos muito em processos e pessoas, nosso índice de efetividade é alto”, finaliza a presidente.
RD – Raia e Drogasil: Nove CDs para atender todo o Brasil
A RD – Gente, Saúde e Bem-estar (Fone: 3004-8007), que engloba a Droga Raia e a Drogasil, tem atualmente mais de 1.700 lojas espalhadas por 22 estados do país, nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, o que exige um sistema logístico preciso e apurado com condições de cobrir todas estas regiões.
Para suprir essas necessidades, a RD conta hoje com nove Centros de Distribuição que abastecem as suas lojas diariamente, totalizando 124.800 m² de área de armazenagem. “Temos Centros de Distribuição no bairro do Butantã, em São Paulo, com 18.000 m², em Embu, na Grande São Paulo, com 22.700 m², em Ribeirão Preto, SP, com 18.500 m², em Barra Mansa, RJ, com 10.400 m², em Contagem, MG, com 8.500 m², em São José dos Pinhais, PR, com 12.900 m², em Aparecida de Goiânia, GO, com 15.000 m², em Jaboatão dos Guararapes, PE, com 10.300 m², e Salvador, BA, com 8.500 m². E usamos transporte próprio e também terceirizado.”
A explicação é de Fernando Varela, vice-presidente de Supply Chain e TI da empresa, que informa, ainda, que, de acordo com levantamento feito em 2017, o transporte da RD percorreu 15.000.000 km e realizou 31.000 entregas por mês.
Pela alta quilometragem atingida, nota-se que um dos maiores desafios da RD envolve as distâncias, bem como a imensa capilaridade do negócio. “Nós nos preparamos para cobrir toda a área territorial onde temos lojas com Centros de Distribuição em todas as regiões do país. Temos três CDs no Estado de São Paulo, onde está a maior concentração de lojas atualmente. Cobrimos o restante da região Sudeste com os CDs de Contagem, MG, e Barra Mansa, RJ, para o Centro-Oeste usamos o CD de Aparecida de Goiânia, GO, para a região Sul o CD de São José dos Pinhais, PR, e para as regiões Norte e Nordeste, usamos os CDs de Salvador, BA, e Jaboatão dos Guararapes, PE. Desta forma, conseguimos ter o suporte necessários para as nossas mais de 1.700 filiais”, diz Varela.
Ele também destaca que a logística da empresa tem que ser precisa e cobrir os 22 estados. “Precisamos estar sempre alinhados à estratégia da empresa e às necessidades das lojas. A nossa capilaridade é imensa e exige uma equipe muito afinada e atenta ao dia a dia das lojas. Além disso, contamos com sistemas de última geração que nos auxiliam diariamente no atendimento aos pedidos das lojas. Sem contar a busca constante por melhores níveis de serviço e aderência à regulamentação com veículos climatizados.”
O vice-presidente de Supply Chain e TI também informa que são usados caminhões pequenos para transitar dentro da cidade, pois isso facilita muito a locomoção e a agilidade que precisam – e também vale lembrar que o volume de produtos transportados diariamente não exige veículos de grande porte. O lead time de entrega para o atendimento das lojas é muito curto.
Em 2017, a RD iniciou um projeto chamado “+ Futuro”, que orienta as ações de sustentabilidade da empresa, prevendo a redução dos impactos ambientais e sociais causados pelo processo de transporte e distribuição. Uma das soluções adotadas foi a otimização da malha logística. Todas as rotas foram analisadas e reorganizadas para que os veículos percorram distâncias mais curtas. Além disso, tanto a frota própria quanto a terceirizada foram renovadas e a idade média dos veículos em circulação é de quatro anos. Os caminhões mais novos usam tecnologias que reduzem a emissão de poluentes, como o ARLA 32, reagente que diminui a produção de óxido de nitrogênio, que danifica e reduz a camada de ozônio. Esses mesmos veículos também são obrigados a usar diesel S10, com menor teor de enxofre.
Outra medida foi a criação do “Programa de Excelência em Transporte”, que conscientiza os motoristas em relação à condução correta dos caminhões, como a velocidade média e a frequência com que o motorista acelera o freia influencia no consumo de combustível. E por fim, a área criou uma campanha em parceria com o Marketing para conscientizar os profissionais sobre o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes pelas rodovias do país.
A RD comercializa medicamentos e produtos de higiene e beleza pessoal dos maiores fabricantes nacionais e internacionais. Suas lojas Droga Raia e Drogasil têm um sortimento de 14 mil itens em suas unidades. A RD também possui uma linha de 500 itens de marcas próprias. São as linhas Triss – acessórios para cabelo e maquiagem; Needs – produtos de higiene, beleza e cuidados pessoais; B-Well – vitaminas, suplementos, multivitamínicos e nutricosméticos; Caretech – aparelhos de monitoramento de saúde; e Nutrigood – alimentos funcionais, como barras de cereais, mix de frutas e castanhas, doces zero açúcar e zero lactose, água, chás, sucos e água de coco, sendo que as duas últimas marcas foram lançadas no final de 2017 e no começo de 2018, respectivamente.
Hypera Pharma: Logística concentrada permite alavancagem de volume para expedição
Para atender a grande demanda por seus medicamentos, a Hypera Pharma (Fone: 0800 979.9900) conta com 16 transportadoras terceirizadas: Andreani, Ativa, Expresso Minas, Fedex, Femsa (Solistica/Atlas), JSL, Lagoinha, Lauto, Mira, Prestex, RV Imola, Teca Frio, Tecmar, Tim, TNT e TSV. São parceiros especializados que auxiliam a companhia em sua larga e complexa operação logística, atendendo clientes e distribuidores em todos os estados do Brasil.
A Hypera Pharma opera com uma média de 21 veículos e 66 viagens por dia. A operação logística possui vasta capilaridade e acesso rápido a todos os estados. As cargas são expedidas a partir de quatro Centros de Distribuição em regiões centrais do país. Três são próprios: Anápolis, GO, com 23.457 m³ de área; Cajamar, SP, com 4.500 m³; e Contagem, MG, com 3.400 m³. O quarto é um CD terceirizado, localizado em Goiânia, GO. A empresa também emprega o modal aéreo para eventuais necessidades ou para entregas promocionais.
Afinal, a Hypera Pharma busca garantir um nível de excelência para atender expectativas de clientes e distribuidores, gerindo sua cadeia de distribuição própria e terceirizada, de acordo com KPIs da área.
A empresa também lembra que o setor farmacêutico costuma ser mais exigente por lidar com produtos médicos, regulamentados por agências governamentais. Existem muitas regras e especificidades a serem cumpridas, aumentando a complexidade do negócio e restringindo as oportunidades de diversificação de parceiros. Neste, sentido, a Hypera Pharma tem uma logística concentrada, que permite alavancagem de volume para expedição e redução de quantidades de viagens. Na prática, significa menos tempo em trânsito.
A Hypera Pharma é considerada a maior empresa farmacêutica do Brasil e está presente em todos os segmentos relevantes do setor, se organizando em três grandes unidades de negócios.
O primeiro é de “Produtos de Prescrição”. Presente nas principais classes terapêuticas do país, a empresa atua em Primary Care com a marca guarda-chuva Mantecorp Farmasa. Detém nesse segmento um portfólio de medicamentos altamente conhecidos, como Predsim, Celestamine, Maxsulid, Diprospan, Mioflex-A e Addera D3. Em dermocosméticos, atua como Mantecorp Skincare, com produtos recomendados por dermatologistas e desenvolvidos especialmente para as características da população brasileira.
A segunda unidade é a “Consumer Health”, onde a Hypera Pharma é líder no mercado de medicamentos isentos de prescrição, com marcas reconhecidas pelos brasileiros há décadas, incluindo Apracur, Benegrip, Coristina d, Engov, Epocler, Estomazil, dentre outras. A unidade atua também nos segmentos de nutricionais e suplementos vitamínicos, com marcas como Tamarine, Vitasay, Biotônico Fontoura e Zero-Cal.
E, finalmente, “Similares e Genéricos”. Com a marca Neo Química, é líder nestes mercados. A Neo Química chega a mais de 80% dos lares no Brasil.
Medquímica: Uso da cabotagem está nos planos
“Não temos um Operador Logístico em nossa operação e não possuímos transportadora própria. Atualmente temos como parceiros, tanto no In como no Outbound, as seguintes transportadoras: Ativa, Femsa (Solistica/Atlas), Camilo dos Santos, Fedex, Picorelli, TA e Souza Araújo (Drayage).”
A afirmativa é de Erick Andrian, gerente de Supply Chain Management da Medquímica Indústria Farmacêutica (Fone: 0800 032.4087) – empresa do Grupo Lupin. Ele ainda informa que, para a logística de Inbound, recebem uma média de três veículos/dia, enquanto nas operações de Outbound têm diariamente a expedição de quatro veículos/dia, que perfazem um X-Dock antes de serem consolidados para distribuição a nível Brasil.
“Ainda utilizamos apena o transporte rodoviário, porém temos como projeto de médio prazo iniciar testes de embarque no modal cabotagem”, comenta Andrian.
A empresa não tem Centros de Distribuição. “Temos em nossa própria planta quatro armazéns, sendo um para o recebimento de materiais de embalagens, um para o recebimento de matéria prima e dois para armazenagem de produtos acabados. Os armazéns de materiais de embalagem e matéria prima somam 1.700 m² e os armazéns de produtos acabados somam 2.370 m².”
Falando sobre os maiores desafios logísticos enfrentados pela empresa, o gerente de Supply Chain Management diz que são os mesmos encontrados por qualquer outra empresa e/ou setor atualmente no país: O alto custo logístico, a falta de incentivo em políticas públicas sustentáveis que viabilizem a expansão da cabotagem como uma alternativa ao modal rodoviário, etc. “Afinal, os números do varejo farmacêutico – que cresceu na ordem de dois dígitos ao ano nos últimos três mensurados – nos dão a dimensão exata do que a logística farmacêutica precisa, a fim de continuar figurando como um diferencial competitivo dentro das organizações. Processos internos robustos, uma cadeia de distribuição que possua um alto grau de capilaridade, parceiros logísticos comprometidos e com SLAs bem alinhados, entre outros fatores críticos de sucesso que possam sustentar o crescimento dentro do mercado, associado à manutenção dos níveis de atendimento aos clientes.”
Especificamente sobre a sua empresa, Andrian relaciona os diferenciais da logística: a descentralização dos processos de distribuição face aos seus parceiros logísticos vigentes. “Temos atualmente cada região do país sendo atendida, por exemplo, por parceiros logísticos com core activity já reconhecido pelo mercado nesses pontos de entrega. Por outro lado, visando à projeção do crescimento do segmento como um todo, desde abril último contamos com novo armazém de produto acabado, que nos garantiu um incremento de 166% na disponibilidade de posições-paletes.”
No Brasil, a empresa desenvolve uma extensa linha de medicamentos sólidos e líquidos divididos em oito linhas: MIP (Medicamentos Isentos de Prescrição), Cardio, Farma, Gastro, Hospitalar, Genéricos, Fitoterápicos e Suplemento Alimentar. E atualmente está adentrando, como parte do plano de expansão de seu portfólio de negócios, em um novo nicho de mercado, com a importação e comercialização, já a partir de setembro próximo, de produtos dermocosméticos.
Pague Menos: Logística inclui o fluvial
No caso da Empreendimentos Pague Menos (Fone: 85 3255.5550), os principais diferenciais da logística giram em torno da complexidade e do risco que a logística farmacêutica envolve.
“No nosso negócio – que envolve medicamentos e não medicamentos (perfumaria, higiene, beleza e conveniência) – estamos tratando diretamente com vidas. Dessa forma, é preciso garantir que o medicamento chegue na melhor condição, no local e tempo corretos para os nossos clientes. Adiante, temos operações especiais, como o caso dos termolábeis, produtos que precisam sair dos nossos CD’s e chegar às lojas a uma temperatura que varia entre +2° e +8° C. Sabendo da dificuldade que temos em nossas rodovias, esses pontos se tornam ainda mais críticos e fazem da nossa logística um grande diferencial. Soma-se a todos esses pontos mencionados o risco que nossa operação envolve, uma vez que estamos transportando produtos de altíssimo valor agregado, grande visibilidade e fácil ‘repasse’ por parte de quadrilhas especializadas.”
Agora, a avaliação parte de Felipe Augusto Costa Borges, coordenador de Planejamento Logístico, e Carolina Guimarães Itajahy, coordenadora de Controle Logístico da Pague Menos.
Neste contexto, eles também apontam os maiores desafios logísticos enfrentados pela empresa. As deficiências na infraestrutura do país são o principal desafio para garantir o abastecimento de uma rede de alta capilaridade, como a da Pague Menos. Outro grande desafio é fato de estarmos em um país com dimensões continentais e de grande complexidade fiscal, o que faz com que, na grande maioria dos casos, as oportunidades logísticas girem em torno de regras tributárias, e não necessariamente da operação/transporte em si e, por fim, a falta de pessoas capacitadas no ramo, é outro desafio.
Sobre como estes desafios são ou poderiam ser resolvidos, os representantes da Pague Menos dizem que, para o primeiro ponto, “acreditamos que o governo, um de nossos principais stakeholders, seja o maior responsável. Para a questão fiscal precisaríamos de um avanço na reforma tributária para reduzir a complexidade fiscal do país (a exemplo da adoção de um modelo como o IVA na Europa, ou seja, um imposto único). Quanto ao terceiro, acreditamos que a informação seja a chave da mudança. Estamos na era do Big Data, do Internet of Things, da Inovação, o mundo inteiro está se transformando em ‘4.0’. Com todo esse cenário, precisaremos saber lidar com o gigantesco número de informações existentes, pois todo esse volume se traduzirá em identificação de oportunidades e, consequentemente, proverá as melhorias necessárias. Por fim, mesmo diante de tantas mudanças, a capacitação continuará sendo chave para qualquer organização”.
Na logística da Pague Menos o transporte é terceirizado, por decisão estratégica e, principalmente, foco no core business da companhia – a empresa contratada é a L’auto Cargo. Em média são utilizados 300 veículos em toda a operação. Cerca de 26.000 a 30.000 entregas são realizadas todos os meses, saindo dos quatro Centros de Distribuição para todos os estados do Brasil: CD de Fortaleza, CE, que atende o Norte (exceto AC) e o Nordeste (exceto PE e BA); CD de Jaboatão dos Guararapes, PE, que atende Pernambuco; CD de Hidrolândia, GO, que atende o Norte (AC), Sudeste, Sul e Centro-Oeste; e CD de Simões Filho, BA, que atende a Bahia.
E, além do transporte rodoviário, a empresa usa os modais aéreo e fluvial. O primeiro para o Norte, devido às distâncias – estratégia de redução de Lead Time –, e o fluvial em algumas poucas localidades no estado do Pará, devido às dificuldades do transporte rodoviário, e Tabatinga, AM, por ser a única forma de chegar àquele município.
“Levando em conta os pontos mencionados acima, nosso grande diferencial é a agilidade na entrega das mercadorias, dada tamanha capilaridade da companhia. A Pague Menos tem 1.142 lojas em operação (até13/07), distribuídas por todos os estados do Brasil e o Distrito Federal, em 356 municípios, com frequência mínima de entrega de três vezes/semana. Também para atender esta rede, a empresa investiu, em termos de logística, em tecnologia e processos”, completam os representantes da Pague Menos.
Sanfarma: Níveis de estoque equilibrados para atender todo o Brasil
A Sanfarma Indústria, Comércio, Exportação e Importação (Fone: 19 3478.3512) oferece completa linha de soluções para curativos, higiene e beleza e diagnóstico in vitro. “Dispomos da mais adaptada linha de produtos para atender esses três segmentos do mercado farmacêutico”, diz Jaime Luciano de Biagi, diretor comercial.
Com relação à logística da empresa, ele afirma que trabalham com o transporte terceirizado – usam atualmente as transportadoras Braspress e Ativa, entre outras, com uma média de pelo menos três ou quatro caminhões carregados diariamente, com várias notas. “Além do transporte rodoviário, utilizamos o marítimo nas importações”, acrescenta Biagi.
Quanto à infraestrutura, a empresa conta com armazéns alugados – quatro unidades dentro do Estado de São Paulo.
O diretor comercial também destaca que o objetivo da empresa é reduzir o tempo de entrega a cada dia, e que o maior problema em relação a isso são as malhas rodoviárias e os imprevistos no percurso. “A solução para amenizar estes problemas seria mais investimentos, para que o produto chegue em perfeitas condições no varejista, devido à fragilidade do que vendemos. Lembrando que o maior diferencial da indústria farmacêutica é a exigência na prestação de um serviço cada vez mais rápido. Um exemplo disso é que pedidos atualmente recebidos no período da manhã, muitas vezes são expedidos no mesmo dia à tarde”, explica o diretor comercial.
Sobre a logística da sua empresa, Biagi diz que o maior desafio é atender de forma eficiente e rápida os seus clientes no Brasil inteiro. “Nossa logística interna já está apta a isso, e nossos níveis de estoque estão se equilibrando cada vez mais”, finaliza.
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