Em um momento em que estamos imersos na globalização, com uma impressionante velocidade de comunicação, necessidade de pronto atendimento de diversas demandas e uma busca incessante na melhoria dos resultados, a logística precisa da TI para reduzir desperdícios, evitar erros e ser cada vez mais rápida e eficiente.
A logística, dentro de uma organização, cumpre um papel importantíssimo como diferencial competitivo. Seja com o objetivo de reduzir seus custos, melhorar a qualidade de seus serviços ou, como na grande maioria dos casos, a conjugação de ambos.
Por definição, ela é composta pelo fluxo de materiais, informações e financeiro e impacta diretamente os resultados das empresas. Consolida a visão de todas as atividades ligadas à posse e movimentação de produtos: desde a previsão da demanda, gestão de estoques, transportes, armazenagem e desenho das malhas de distribuição.
Os cenários alcançados pelas diferentes variáveis, somados ao dinamismo e à rapidez de resposta que uma operação exige, acabam criando problemas com um nível de complexidade elevada que, por sua vez, demandam análises, criação de alternativas e respostas em tempos cada vez mais reduzidos e em um nível de precisão maior.
“É aí que a utilização da Tecnologia da Informação – TI se tornou mandatória para a aplicação de modelos matemáticos e a otimização da operação. É comum nos depararmos com empresas que ainda apostam – propositalmente ou não – na utilização de técnicas qualitativas e conceituais, baseadas na opinião, geralmente assumidas por algum expert no assunto, ‘amparada’ pela experiência empírica de longa data. Entretanto, subestimar a aplicação de modelos e algoritmos para o tratamento de problemas reais com velocidade e realismo que a tecnologia pode prover é reduzir a possibilidade de sucesso nos tempos atuais”, destaca Agústin Durán, sócio-diretor da Nimbi (Fone: 11 3135.8000), falando sobre a importância da TI aplicada à logística atualmente.
Eduardo Canal, executivo de contas da Store Automação (Fone: 11 3087.4400), também ressalta que para se obter êxito nas atividades relacionadas à logística, é necessário que as estratégias estejam coerentes com o modelo/formato da operação, levando em consideração a flexibilidade e o dinamismo que cada segmento possui. E o acompanhamento em real time das metas com ações corretivas no tempo correto, para se garantir o sucesso da estratégia e, consequentemente, a excelência nos serviços logísticos.
Diante deste cenário complexo, diz Eduardo, a TI traz suporte para a área através de ferramentas que consigam monitorar e disponibilizar informações em real time, com algoritmos complexos para sugerir e/ou até mesmo criar processos operacionais que vão ao encontro da estratégia da organização.
Por outro lado, em um momento em que nunca estivemos tão imersos na globalização, com uma impressionante velocidade de comunicação, necessidade de pronto atendimento de diversas demandas, diferenciação da concorrência e uma busca incessante na melhoria dos resultados, a logística tem a árdua missão de reduzir desperdícios, evitar erros e ser cada vez mais rápida e eficiente. “Neste contexto, somente a aplicação da TI tem capacidade de abranger estes diversos gargalos e entregar soluções assertivas para organizações do setor, que dependem de uma enorme quantidade de informações para a tomada de decisões e planejamento. A coleta, o gerenciamento, a organização, execução e geração de indicadores destes dados ficam a cargo de soluções de TI específicas para o setor de logística”, afirma Paulo C. Raymundi, diretor executivo da Gestran – Software para Transportes (Fone: 41 3330.5400).
De fato, como diz Ricardo Gorodovits, diretor comercial da GKO Informática (Fone: 21 2533.3503), dificilmente se pode dissociar operações logísticas do suporte oferecido pela Tecnologia da Informação atualmente. Código de barras, RFID, trânsito da informação via web, sistemas de gestão, todos estes recursos são hoje largamente utilizados por ampla gama do mercado, gerando significativos ganhos de qualidade, redução de custos e até viabilizando modelos de negócio que antes não eram viáveis. Isso para não entrarmos na tecnologia de ponta, ainda não disseminada, mas já disponível, como drones, veículos autônomos, entrega sem deslocamento – por meio de impressoras 3 D –, o largo uso de ambiente de Big Data, e assim por diante.
“Costumamos dizer que transportadores atualmente não entregam apenas produtos, mas, também, informação. Como fazer isso sem uso intensivo de tecnologia? É impossível!”, alerta Gorodovits.
Fica claro, portanto, que, atualmente, não seria possível implementar as boas práticas aplicadas à cadeia de suprimentos sem o uso de ferramentas de TI. “Falando, por exemplo, do transporte rodoviário de cargas, hoje já é possível que uma mercadoria coletada na planta do embarcador possa ter suas informações transmitidas on-line para um sistema de TMS a partir da leitura do código de barras da DANFE e, alguns minutos depois, seja possível visualizar o CT-e emitido em um aplicativo de celular. Isso permite o rastreamento on-line e assertividade das informações da mercadoria e deslocamentos desnecessários até um ponto de emissão de CT-e”, frisa Richard Anderson Lopes da Silva, gerente de sistemas da Experfite Consultoria de Sistemas (Fone: 11 2613.7741).
Conforme novas tecnologias vão entrando em cena e tecnologias mais “antigas” vão se consolidando no mercado brasileiro, o papel da TI fica cada vez mais essencial para aplicações de tecnologias de sucesso no meio logístico.
“A logística vem recebendo um grande foco por parte das empresas que visam redução de custos e diferencial competitivo, sendo que grande parte deste foco se aplica à implantação de sistemas de gestão e equipamentos robotizados, como automações nos Centros de Distribuição.”
Ainda segundo Thiago Casas, consultor de logística da Otimis Soluções em Tecnologia da Informação (Fone: 11 3027.4197), até mesmo implantações de WMS que já estão no mercado há um tempo considerável recebem um grande foco de atenção e investimentos. “Conforme o mercado logístico amadurece e se profissionaliza, sistemas robustos que acompanhem o crescimento das empresas passam a ser demandados, e é a área de TI da empresa que possui a capacidade de avaliar requisitos essenciais que não recebem o foco da equipe de logística, como, por exemplo, integração com outros sistemas, suporte pós-implantação, manutenção e aplicação de melhorias, upgrades de versões e adaptação ao crescimento e às mudanças tecnológicas.”
Além disso – prossegue o consultor de logística da Otimis –, podemos esperar grandes avanços tecnológicos no segmento nos próximos anos que deixará ainda mais clara a importância da TI no meio logístico.
Também falando em tecnologias no segmento de logística, Eduardo Oliveira de Souza, diretor comercial da OpenTech Soluções em Logística e Segurança (Fone: 47 2101.6122), lembra que elas são muitas, mas de forma geral carecem de convergência. “Acabamos encontrando várias boas soluções disponíveis que não se conversam, e que na prática acabam se tornando um problema para as empresas ao se esbarrar em questões de como integrar e trazer um resultado destas soluções em prol do negócio da empresa.”
Jefferson Cescon, sócio/diretor comercial da ActiveCorp (Fone: 11 2229.0810), também destaca que a automatização da logística é uma questão de vida ou morte para as empresas, já que, para se manter no mercado, é preciso ter processos enxutos e concisos, abastecendo os clientes com informações o tempo todo. Segundo ele, as empresas precisam utilizar as ferramentas tecnológicas para serem mais produtivas e assertivas, eliminando erros na operação e evitando retrabalho. “O custo para reparar uma entrega indevida é muito mais alto do que o custo de se ter um sistema informatizado que elimine os erros. Além disso, manter o cliente informado em tempo real diminui consideravelmente o custo com o SAC”, explica Cescon.
Tanto embarcadores quanto transportadores precisam utilizar em suas operações sistemas que fazem mais do que emissão e conferência de um simples documento, é preciso eliminar tarefas repetitivas, como cotações de frete, envio de e-mails manual, escaneamento manual, monitoramento de motoristas por rádio, etc., adverte o diretor comercial da ActiveCorp.
“A principal característica de TI em logística e Supply Chain atualmente é que ela permeia as mudanças de negócios em geral. A tão falada Transformação Digital atinge o Supply Chain de tal forma que vemos a convergência de várias tendências tecnológicas poderosas: computação em nuvem, big data analytics, IoT (Internet of Things – Internet das Coisas), robôs, veículos autônomos e drones. A performance destes elementos aumenta à medida que os seus custos continuam a cair. Combinando todos estes fatores, temos uma tempestade perfeita para uma ruptura digital (digital disruption). O impacto da transformação digital nas cadeias de suprimento está sendo enorme e irá alterar ainda mais o status e a infraestrutura logística das empresas”, comenta Andre Miyajima, especialista de soluções de Supply Chain Management da Infor Global Solutions (Fone: 11 5508.8800).
Bruno Porcel, NPM – National Product Manager da Sick Solução em Sensores (Fone: 11 3215.4900), também aponta que atualmente a necessidade por TI é crescente, não importa o tamanho da empresa. “O que temos de mais importante nas empresas são os dados, e quando falamos de uma empresa de logística isso se torna cada vez mais essencial. Precisamos cada vez mais ter o controle no envio e recebimento de diversas cargas e, também, gerar da forma correta seu controle de pagamento para cada tipo de carga: cargas especiais e/ou distribuição de cargas fracionadas.”
Porcel também destaca que, com a informação correta do tipo de carga e suas dimensões, uma empresa de logística tem a possibilidade de se tornar mais competitiva no mercado tão agressivo, onde centavos significam a diferença entre perder ou ganhar um contrato de transporte de um grande fabricante, por exemplo.
“Imagine um sistema onde consigo ter a transparência de obter as seguintes informações: Localização da carga – em qual Centro de Distribuição a mesma está?; Como a embalagem foi recebida – foto da caixa e/ou embalagem. Qual a dimensão e peso da embalagem e/ou caixa?; Em qual caminhão será enviada a carga, considerando a data limite de entrega e a rota possíveis; Verificar qual foi o tempo de entrega total de um item e, assim, criar um banco de dados a fim de aperfeiçoar rotas de entregas ou horários para determinadas regiões. Todas essas informações só são possíveis com a integração cada vez mais necessária entre equipamentos industriais utilizados nos Centros de Distribuição com sistema de MRP. Atualmente, com big data conseguimos fazer diversos desdobramentos e aperfeiçoar processos com a rastreabilidade total de objetos”, exemplifica Porcel.
Ele é complementado por Luís Maurício Gardolinski, diretor da Startrade TI para Logística (Fone: 41 3285.8825). De acordo com o diretor, na logística encontramos processos de elevada complexidade, dadas as variáveis e constantes mudanças de cenários, portanto o processo de inserção ou aplicação de TI na logística é irreversível e já amplamente empregado. “As novas demandas dos consumidores em acompanhar entregas em tempo real obrigam os operadores desta logística a automatizar mais e mais os processos, permitindo este rastreamento via web, celular ou outras mídias.”
Gustavo Felizardo, especialista em Regimes Aduaneiros Especiais da Thomson Reuters (Fone: 11 3019 3600) no Brasil, diz que não é mais possível, em qualquer área do mercado, empresas sobreviverem sem a tecnologia. Na área de logística não é diferente disso. “Quando voltamos para essa área, sabemos que toda tecnologia embarcada com conteúdo é a que realmente ajuda na eficiência e eficácia da operação. Um exemplo da importância da tecnologia com conteúdo para suportar a logística é uma solução de classificação fiscal em que podemos apoiar com um workflow de aprovação, saneamento e conteúdo em um processo semiautomatizado. Um estudo realizado em 2016 pela Thomson Reuters e KPMG, e que ouviu 1.700 profissionais em mais de 30 países, apontou que 90% das empresas na América Latina enfrentam desafios com a classificação de produtos. Dentre esses desafios, a Ambiguidade na descrição do produto (26%), a Classificação diferente entre os países importadores (22%) e as Mudanças frequentes nas orientações classificatórias do governo (15%) foram as mais citadas pelos entrevistados”, comenta Felizardo.
Pelo seu lado, Fernando Alex de Carvalho, executivo de contas e gerente de produtos do Grupo Benner (Fone: 11 2109.8500), aponta a importância da TI no setor considerando o cenário iminente da crise, quando a tecnologia se coloca como protagonista dentro das organizações e também na cadeia logística. “A área é crucial não somente para fornecer informação, mas, também, para ser o grande provedor de soluções com o objetivo de reduzir custos, automatizar processos de negócio e tornar a gestão logística mais eficiente e ágil. Este apoio torna-se diferencial no mercado e permite que empresas tornem-se cada vez mais competitivas.”
Ainda segundo Carvalho, informação em tempo real e de qualidade, integração da cadeia (cliente, fornecedor, cliente final), inovação e simplificação de processos são características cada vez mais presentes em empresas de grande porte, e isso só é possível com uma TI estruturada e com um software de ponta capaz de suportar o crescimento estratégico do negócio.
Paulo Westmann, gerente técnico-comercial da Mapatrans Serviços de Informática (Fone: 11 3262.4645), também comenta que a tecnologia tem sido uma das principais razões do desenvolvimento socioeconômico desses últimos tempos e, para a logística, as alternativas surgidas a partir da incorporação dos códigos de barras, QRCode, RFID, Beacom e da disseminação dos computadores, smartphones e tablets permitiram que a mobilidade fosse incorporada em todas as etapas da movimentação dos materiais ao consumo dos bens.
Finalizando esta questão, Vanessa Maciel Husemann, gerente de novos negócios e vendas da G2A Soluções Inteligentes (Fone: 19 3207.1366), diz que a importância da TI hoje dentro das operações logísticas é igualmente proporcional à realidade da sua complexidade e, também, possibilidades do setor.
“Mais rentável poderia ser a operação se todas as alternativas fossem consideradas, com seus pesos, com suas restrições e elaboração de cenários sendo realizados. Quanto mais visão, quanto mais indicadores tiverem os gestores para cada possibilidade, maior a chance de uma boa tomada de decisão. Decisões estratégicas ou operacionais tomadas no escuro? Na unha ou no Excel? No feeling? No achismo? No histórico? Dispensam comentários da ineficácia”, completa Vanessa.
Tendências tecnológicas
Pelo que foi exposto pelos representantes das empresas do setor, e dada a importância e abrangência da TI na logística, quais seriam as tendências?
Miyajima, da Infor Global Solutions, responde a esta pergunta baseado em uma pesquisa recente, intitulada “The Current and Future State of Digital Supply Chain Transformation”, da CapGemini com o GT Nexus, uma empresa Infor: 337 executivos de grandes empresas em 20 países foram questionados a respeito. Em sua maioria, 75% consideram a importância da transformação digital no Supply Chain e 70% já iniciaram algum esforço formal no assunto. No entanto, somente 48% admitem que a maioria das transações com parceiros no Supply Chain ainda é feita usando métodos “tradicionais”, como telefone, fax ou e-mails! É um gap muito grande entre o status atual das empresas e onde elas querem estar em um período de cinco anos.
“E eu vejo, por experiência própria, que, para dentro das quatro paredes da empresa, muito tem sido feito em termos de ofertas tecnológicas, como sistemas avançados de WMS, logística de transportes, rastreabilidade, planejamento de operações. Mas ainda há muito que fazer com relação à adoção destas tecnologias e à real integração completa dentro da cadeia de suprimentos”, completa o especialista da Infor Global Solutions.
Cescon, da ActiveCorp, acredita que a colaboração entre embarcadores, transportadores e motoristas, com o objetivo de entregar mercadorias com eficiência, é a grande tendência. Nesse contexto, o diretor comercial da ActiveCorp vê a integração da operação através de portal colaborativo na internet fornecendo cotações, solicitações de coletas, acompanhamento de entregas e resoluções de ocorrências. “Além do controle é preciso otimizar os processos através de aplicativos. Imagine que o próprio motorista possa informar as NF´s carregadas e conferir os volumes transportados com o seu próprio celular. Isso automatiza a emissão do CT-e e diminui a possibilidade de extravio de volumes.”
Por sua vez, Lopes da Silva, da Experfite, alega que já existe a tendência de utilização de tecnologias de rastreamento diversificadas, o que permite que as empresas acompanhem os status dos transportadores, sinalizando possíveis ocorrências em tempo real. Outra tendência é a integração do e-commerce com as transportadoras, o que facilitará em muito o processo de coletas e entregas de mercadorias.
Ainda na questão dos transportes, Westmann, da Mapatrans, diz que incluir o consumidor de forma ativa na seleção da opção de transporte mais vantajosa (qualidade/prazo/preço) e na definição da janela de recebimento e suas peculiaridades e na participação ativa no (track and trace) acompanhamento das etapas até a confirmação do recebimento dos produtos ou mercadorias é outra tendência. Ele também aponta a implementação de serviços preferenciais de entregas nos moldes do Amazon Prime – pacote com tarifa anual fixa –, independente do valor, local ou prazo de entrega em determinadas regiões ou locais definidos, incentivando aquisição mais frequente e facilitando a compra por impulso (anything, anytime, anyplace) qualquer coisa, a qualquer tempo, em qualquer lugar.
O gerente técnico-comercial da Mapatrans é complementado por Leonardo Bruno Bastazini, gerente de negócios da NetVMI Tecnologia da Informação (Fone: 11 2626.9116), para quem a tendência principal está na “redução de distâncias” e na disponibilidade das informações. “O caminho é a divisão de responsabilidade e apoio do fornecedor na reposição de insumo, acessível através da implantação da telemetria industrial para viabilização”, diz Bastazini.
De fato, o cenário brasileiro ainda está amparado no transporte rodoviário, apesar de contarmos com portos e aeroportos aptos de oferecer bons serviços. “Traçando um olhar para o futuro, poderíamos nos deixar influenciar por modelos que deram certo e aumentar os investimentos nessa linha. Quando falamos de tendências em termos de tecnologias, o ideal é mantermos a mente aberta e não deixar de considerar aquelas que ainda estão no campo das ideias e observações de especialistas no assunto (TI e Logística) e, claro, aquelas que poderão ser empregadas imediatamente”, analisa Durán, da Nimbi.
Neste contexto, ele lista: Caminhão inteligente – veículos que estejam o tempo todo conectados, tanto com outros veículos, quanto com o próprio empreendimento. Isso faz com que ocorram trocas de informações em tempo real no tocante à localização, status do transporte e ocorrências, mantendo a comunicação fluida sem depender de tecnologias de terceiros; Entrega com veículos elétricos – além da responsabilidade socioambiental, a redução dos custos será um grande atrativo; Automatização nos armazéns (associada à verticalização) – para melhorar o uso do espaço e do tempo, cortando custos para o usuário. Porém, exigirá investimentos em infraestrutura e automação; Internet das coisas – pode representar um gigantesco impacto no gerenciamento de logística e cadeia de suprimentos. Empresas de logística já estão utilizando tecnologia de comunicação máquina a máquina (M2M) – quando dados são transferidos em tempo real diretamente de equipamentos/terminais para monitoramento dos mesmos; Drones/transporte autônomo – parece futurista e longe de nossa realidade, principalmente quando levamos em conta a situação de nossas rodovias, mas se consideramos o que suporta esta tendência vemos que é bastante atual: Necessidade de controle total sobre as entregas (localização exata, controle sobre os tempos de entregas e cargas de alto valor ou específicas e maior nível de serviço para os clientes); Same day delivery – com tanta concorrência no mercado e cada vez mais entrantes, este tipo de diferencial poderá posicionar as empresas em outro patamar. Exigirá gestão de demanda, integração da cadeia (fornecedores/distribuidores) e um dinamismo desde planejamento e roteirização até o controle de entregas e avaliação dos clientes; Entrega antecipada – apesar de a Amazon ter patenteado esta tecnologia em 2014, é possível fazer, através da aplicação de algoritmos para identificar padrões de consumo e com visibilidade do estoque do cliente (VMI), os primeiros movimentos dos materiais e produtos antes mesmo da formalização da demanda.
No curto prazo, veremos a logística utilizando cada vez mais planejamento apoiado em TI, seja tendo como recurso grandes bases de dados, seja usando software cada vez mais carregado de inteligência. “O uso compartilhado de recursos e equipamentos será incrementado, o que também só pode ser feito com forte apoio tecnológico. Como tendência para um futuro ainda não perfeitamente localizado, entretanto, as tecnologias mais badaladas seguem sendo as de veículos autônomos, as entregas via drones, os bots de todos os tipos apoiando as respostas a consultas, entre tantas outras oportunidades”, declara Gorodovits, da GKO Informática.
A automação de processos é certamente o foco da TI, em desenvolvimento de tecnologias para o segmento da logística. A IoT, leitura de QR Codes e sincronia em dispositivos com leitura RFID são exemplos de tecnologias que estão em franca expansão de utilização e serão capazes de estruturar como serão realizadas as automações. “Serão automatizados processos como as emissões das documentações obrigatórias para a operação, o lançamento de informações em sistemas integrados, controle de despesas, integrações entre fornecedores e clientes e entre outras rotinas. Com a automatização destes processos haverá menor demanda de mão humana e, consequentemente, diminuição dos erros e retrabalhos, além de melhorada a relação custo/benefício da operação”, diz Raymundi, da Gestran.
A estas tecnologias pode ser acrescentada outra: a neurotecnologia. Eduardo, da Store Automação, diz que pelo que têm acompanhado na evolução tecnológica, acreditam que o próximo marco tecnológico ligado à logística será a neurotecnologia. “A ciência evoluiu muito esta tecnologia em relação à saúde humana, mas quando transferimos estes avanços para possíveis mecanismos de utilização nas atividades logísticas, a agilidade e flexibilidade serão os principais ganhos.”
Thiago, da Otimis, lembra que existem muitas tendências de tecnologias sendo exploradas no meio logístico, como a utilização de drones, óculos de realidade aumentada, transporte autônomo (AGVs) e robotização, que afetam vários pontos da cadeia de suprimentos.
“É importante ressaltar que não é somente a execução das atividades no meio logístico que é impactada com as inovações tecnológicas, é fundamental que os softwares que suportam as operações, como WMS e TMS, estejam sempre atualizados com as novidades do mercado para que suportem estas novas tecnologias. É por isso que nos dias atuais, o requisito que vem tendo mais destaque na escolha destes sistemas é a flexibilidade, a capacidade de adaptação e upgrades facilitados, trazendo um menor custo ao longo da vida do produto”, contrapõe o consultor de logística da Otimis.
Na análise de Gardolinski, da Startrade, o ERP continua líder na busca das empresas por se tratar da primeira automação comercial de grande impacto na logística. O WMS segue importante em segundo lugar, porém os roteirizadores e gerenciadores de fretes (TMS) vêm em uma forte crescente, tamanho os benefícios auferidos.
O diretor da Startrade diz que outros sistemas, como os otimizadores de carga, paletizadores ou sistemas de impressão de etiquetas, conquistam espaço entre as grandes empresas que buscam ajustes mais precisos na engrenagem logística.
Hoje se fala muito em BigData, IA (Inteligência Artificial) e outras tecnologias que vêm sendo exploradas e que terão uma participação cada vez maior em nosso dia a dia. Ainda segundo Carvalho, do Grupo Benner, a implementação destas tecnologias será responsável por trazer inúmeros benefícios em redução de custos e tomadas de decisões mais assertivas.
Sobre a IA, Ricardo Moura Ardito, CEO e fundador da Tecnovia Soluções para Gestão Logística (Fone: 11 3704.1102), diz que é a tecnologia com maior potencial de aplicação com resultados significativos no setor. “Apesar do termo já existir a bastante tempo, estamos vendo atualmente uma movimentação e investimentos intensos de gigantes de tecnologia nessa área, em particular Apple e Google, mas também Facebook, Amazon, Microsoft, IBM, Uber, entre outros. A capacidade de ‘reconhecimento de imagens’ pelos sistemas aplicativos, por exemplo, tem inúmeras aplicações no setor de logística”, diz o CEO e fundador da Tecnovia.
A estas tendências, Miyajima, da Infor Global Solutions, cita outras: IoT: dados fluindo no conceito de machine-to-machine darão velocidade ao Supply Chain; Blockchain: empresas em rede irão transacionar dados comuns de forma segura e sem duplicação; Prescriptive analytics: big data e machine learning irão permitir o aparecimento de modelos que antevêm e simulam comportamentos de demanda; Control towers: informação rápida de forma analítica em forma de indicadores do Supply Chain em rede (network) possibilitarão visibilidade fim-a-fim e melhores tomadas de decisão. “As tendências, de forma geral, buscam a otimização dos processos, e a mobilidade com a não dependência de meios físicos estáticos é uma das principais tendências observadas”, diz Oliveira de Souza, da OpenTech.
Cada negócio – seja armazenagem, transporte, indústrias ou e-commerce – possui soluções de logística que devem ser priorizadas com base nos benefícios que podem trazer. “Mas, independente do segmento, é importante dar atenção às soluções que já venham com conceitos de plataforma e facilitem a integração com a cadeia de logística.”
Outro ponto importante – ainda segundo Anderson Benetti, gerente de produto Logística da Senior (Fone: 0800 648. 3300) – é analisar o quanto essas soluções estão preparadas para a transformação digital dos negócios. Com soluções de logística que permitam a gestão de estoques próprios e marketplace e consigam prover informações em tempo real de cada etapa da logística – Tracking.