Distribuidores: renovação de frota deve ser um dos fatores a aquecer o mercado no decorrer de 2017

26/01/2017

Mas, se para alguns dos representantes do segmento, as perspectivas são otimistas, outros salientam que o baixo índice de atividade econômica e o alto índice de desemprego indicam que os empresários serão ainda mais conservadores neste ano que se inicia. Eles trabalham com a expectativa de termos um mercado muito parecido com 2016.

No caso dos distribuidores de empilhadeiras, vamos começar pelas “previsões” para 2017, para depois abordamos o ano de 2016 e os segmentos que mais investiram em empilhadeiras no ano que passou e quais os que devem investir mais em 2017.

2017
O otimismo para 2017 já é revelado por Eduardo Makimoto, diretor da Aesa Empilhadeiras (Fone: 11 3488.1466). Ele tem expectativa de um crescimento significativo na demanda para o segundo semestre. “A frota de empilhadeiras no país esta se tornando obsoleta, sem condições de operar em ritmo acelerado, com três turnos de produção, conforme acreditamos que será 2017. Sendo assim, as empresas serão obrigadas a renovar a frota”, aposta. “Esperamos que 2017 permita um desempenho melhor do setor, alguns segmentos voltaram a consultar, tanto para compra quanto locação”, completa Sergio Martins, gerente comercial da Tecnomac Brazhyu Equipamentos (Fone: 12 3909.4400).

André Kassardjian, diretor da Alphaquip Máquinas e Equipamentos (Fone: 11 4163.3322), também mostra otimismo, prevendo 2017 um pouco melhor, comparado com 2015 e 2016. “Dada à relativa estabilidade do câmbio e às taxas de juros para 2017, acreditamos que o mercado aumente 20%. Isso se deve ao envelhecimento da frota de máquinas a combustão interna e da crescente demanda de empilhadeiras elétricas”, diz Kassardjian, também relevando o envelhecimento das máquinas.

“A previsão para 2017 é de um crescimento tímido, porém significativo de aproximadamente 10%. Isso devido ao aumento da idade média dos equipamentos que se encontram rodando no mercado brasileiro e o próprio amadurecimento do mercado, quando vemos muitas empresas considerando os valores de produção parada, ao invés de apenas os custos dos equipamentos”, comenta, agora, Gustavo Yamada Ito, gerente comercial da Nova Fase Máquinas (Fone: 41 3344.4988).

José Renato Corrêa, gerente da divisão indústria da Auxter (Fone: 11 3602.6000), também espera que a economia inicie a sua recuperação em 2017 e reflita, também, na volta do crescimento do mercado de empilhadeiras, que vem encolhendo há quase cinco anos.

“O empresário brasileiro se tornou ainda mais consciente e seletivo com a decisão de investir. Observamos que a preocupação de todos, em especial no primeiro semestre de 2016, foi a preservação do caixa. Com a estabilização política e melhores perspectivas para 2017, os projetos começam a sair da gaveta. Algumas declarações de economistas, mais recentemente, dão conta de que o terceiro trimestre de 2017 é o período que vamos assistir a uma revitalização capaz de mexer no PIB, que já sofreu sua mais grave retração em três anos”, comenta outro otimista, Rafael Kessler, diretor comercial da Combilift (Fone: 51 3077.7444).

Mais comedido, mas sem perder o otimismo, Tiago Rios, diretor comercial da Movilog Empilhadeiras (Fone: 11 2207.4547), prevê uma pequena retomada em 2017, motivada pela volta da confiança no mercado, mesmo que de forma muito retraída ainda.

Indo contra a onda de otimismo, Fábio Pedrão, diretor executivo da Retrak Comércio e Representação de Máquinas (Fone: 11 2431.6464), é taxativo: assim como 2016, 2017 não promete grandes esperanças. De acordo com ele, baixo índice de atividade econômica e alto índice de desemprego indicam que os empresários serão ainda mais conservadores no ano que se inicia.

“Ainda não teremos retomada em 2017. Trabalhamos com a expectativa de termos um mercado muito parecido com 2016. A desaceleração foi muito grande e os principais segmentos da indústria necessitam de tempo para ganharem tração. As indústrias reduziram muito de sua capacidade produtiva e a retomada não é tão simples, mesmo com a possível melhora de cenário, melhora esta que os principais segmentos ainda não visualizam no horizonte. Em conversas com clientes dos mais diversos segmentos temos confirmado a mesma expectativa, 2017 ainda será um ano de mercado apertado para todos”, complementa Joaquim Costa, gerente comercial de máquinas da Somov (Fone: 11 4772.0800).

Ricardo Oribka, diretor da TranspoTech Peças e Serviços (Fone: 47 3331.4900), também faz sua análise sem o otimismo apresentado no começo desta análise. Ele entende que a estabilidade econômica que se via na troca da presidência já se mostra ineficaz com tanta instabilidade política, o que assombra o ano de 2017. “Alguns clientes comentam da retomada somente em 2018!”, confessa.

Como foi 2016?
Colocadas as previsões, que foram baseadas no desenvolvimento do setor de distribuição de empilhadeiras em 2016, vamos ver como se comportou naquele ano, segundo os participantes desta matéria especial.

Makimoto, da Aesa Empilhadeiras, diz terem começado 2016 com uma baixa expectativa de crescimento. “Acreditamos que seria um ano difícil e desafiador e, com base nessa crença, iniciamos um projeto interno de reestruturação dos processos e implementação de métodos com o objetivo de otimizar e reduzir custo. Graças a isso a Aesa obteve um bom desempenho em 2016, além de preparar uma estrutura para o aumento na demanda esperada para 2017. Apesar do agravamento da crise, a Aesa obteve um crescimento expressivo”, explica.

Mais detalhista, Kassardjian, da Alphaquip, diz que 2016 foi um dos piores anos para o ramo de empilhadeiras em geral. A expectativa é de que o mercado total tenha encerrado 2016 em 9.000 máquinas. Em 2003 o mercado total de empilhadeiras no Brasil ficou bem próximo disso. Ou seja, regredimos mais de 10 anos em apenas três anos consecutivos. Para termos uma ideia, em 2014 o mercado passou das 22.000 máquinas no Brasil.

“Encerramos 2016 dentro da expectativa de vendas que planejamos em 2015. As locadoras, assim como a indústria de base e transformação, deixaram de consumir a maior parte do que representa o mercado de máquinas térmicas. Por outro lado, as empilhadeiras elétricas e os transpaletes elétricos mantiveram uma curva de crescimento, comparando-se com 2015. Foram as elétricas novas, usadas e as locações que salvaram o ano de 2016. E para complementar, a concorrência ficou muito mais agressiva e conduziu as negociações para os limites do prejuízo, forçando as empresas a enxergar as estratégias e sobrevivência em longo prazo”, pontua o diretor da Alphaquip.

Costa, da Somov, é outro representante do setor que aponta 2016 como um ano com o mercado de empilhadeiras ainda menor que 2015, que já foi muito menor que 2014. “Tivemos uma redução de 35% no tamanho do mercado de empilhadeiras no biênio 2014/2015. No biênio 2015/2016, mais 30% de redução, o que nos leva a uma queda acumulada de 55% entre 2014 e 2016. Nos últimos 10 anos, o tamanho do mercado de 2016 só perde para a crise internacional de 2008/2009.”

Ito, da Nova Fase Máquinas, também fala em números quando analisa o ano que passou. “Em 2016 era esperado que o mercado mantivesse os mesmos números de 2015, porém fomos surpreendidos por uma queda de aproximadamente 30% do mercado total, comparado ao ano de 2015, que já veio de uma queda de 16%. As vendas de peças tiveram uma das maiores quedas devido aos custos das originais serem maiores que os de outras oferecidas no mercado nacional, com isso muitas empresas buscaram peças mais baratas.”

Pedrão, da Retrak, por sua vez, aponta que o ano de 2016 começou difícil em virtude do fraco desempenho de 2015. A expectativa era que o ano se recuperasse nos meses seguintes, o que acabou por não acontecer. “Alto custo de financiamentos, expectativa de impedimento da presidente Dilma Rousseff e união, estados e municípios com baixa captação de receitas devido à baixa atividade econômica.”

A verdade é que mesmo os segmentos em melhor situação tendem a ser conservadores em momentos de crise. Os que não vão bem cortam investimentos imediatamente. Os demais o fazem por preocupação. “Manter posição foi o que todos fizeram”, explica o diretor executivo da Retrak.

Nesta linha também vai Corrêa, da Auxter. Ele diz que 2016 foi um ano difícil de trabalhar e manter os números de anos anteriores, por diversos fatores políticos e econômicos, principalmente. Martins, da Tecnomac Brazhyu, avalia praticamente igual: o ano de 2016 foi bastante difícil quanto à venda de equipamentos novos, com pouca procura e altas taxas de câmbio. “O mercado de novas comportou-se muito mal, com queda de 40%, o que nos obrigou a modificar o escopo, substituir frota de locação por novas e por usados a venda, onde o mercado se mostrou mais aquecido”, completa Oribka, da TranspoTech.

Kessler, da Combilift, diz que o setor como um todo viveu um momento de buscar o máximo de estabilidade possível, mantendo as contas equilibradas depois de um período de demissões, ajustes e reduções de custos, estruturação de ações de marketing efetivas para dar ao mercado as melhores soluções em equipamentos a preços competitivos.

Rios, da Movilog, finaliza dizendo que, ao longo de 2016, a crise econômica e política foram temas constantes nos noticiários, fatos que logicamente afetaram os resultados. Com as vendas abaixo das metas, a produção teve de ser reduzida ainda mais e as projeções recalculadas. Se junta a tudo isso a alta do dólar e dos juros de financiamentos que forçaram os empresários a segurar os investimentos na área logística.

Investimentos
É interessante, também, notar quais foram os segmentos que mais investiram em empilhadeiras em 2016. E quais os que mais deverão investir em 2017.

“Notadamente, em 2016, o setor de embalagens, alimentício, distribuição, cosméticos, autopeças e PET representaram boa parte do nosso faturamento. Em 2016, assim como em 2015, a população brasileira deixou de trocar seus automóveis, desta forma optou pela manutenção, dai o motivo do segmento de autopeças ter crescido nos últimos anos. Já os setores de embalagens e alimentício tiveram suas estratégias revisadas, pois a realidade de consumo do brasileiro regrediu em categoria. Desta forma, a indústria alimentícia buscou ofertar produtos menos elaborados de forma a atender os orçamentos das famílias. O que naturalmente ‘puxa’ o segmento de embalagens. O ramo PET, por sua vez, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, teve um incremento significativo nos últimos três anos. Nosso entendimento, para justificar essa melhora, é que o brasileiro passou a destinar parte do seu orçamento aos mimos e cuidados com seus bichos de estimação.”

Esta análise, de Kassardjian, diretor da Alphaquip, é complementa pela de 2017. A empresa acredita que os mercados de embalagens, alimentício e PET ainda crescerão comparando-se com 2016, pois o consumo de base, especialmente alimentos, foi um dos poucos setores da economia que menos sofreu nos últimos três anos.

Corrêa, da Auxter, também diz que o segmento alimentício, apesar da redução do consumo, continuou investindo para atender a demanda. “Podemos mencionar, também, os segmentos de bebidas e os fabricantes de cerveja, que foram pouco afetados.” Ele prevê, para 2017, que a retomada da indústria automobilística pode gerar novos investimentos. “O segmento que mais investiu em nossa região (São José dos Campos, SP) foi o alimentício, com máquinas elétricas patoladas”, acrescenta o gerente comercial da Tecnomac Brazhyu.

Setores atacadista, Operadores Logísticos e de alimentos. Esses segmentos são os que seguem movimentando a economia nacional, apesar da crise, avalia Kessler, da Combilift. Eles investem, pois é neste momento que as empresas se reinventam, otimizam suas operações para reduzir custos e se tornarem competitivas – dessa maneira, ao sair da crise, estarão estruturadas para competir com a concorrência, tanto em estrutura quanto em resultados finais, custos reduzidos, operações enxutas e efetivas.

Para 2017, o diretor comercial da Combilift prevê que, além dos setores já mencionados, outros relacionados com logística de armazenagem e de distribuição, especialmente de alimentos e congelados, deverão investir mais em empilhadeiras. Segundo Kessler, há setores que não são surpresa, como o farmacêutico e do agronegócio, e outros que surpreendem, em especial os setores automotivo, incluindo autopeças, o siderúrgico e de alumínio, que direcionam seletivamente sua capacidade de investimento para soluções que aumentem sua eficiência e preservem a rentabilidade de suas operações. “Acreditamos que empresas envolvidas com agronegócios e alimentação devem manter-se aquecidas em 2017, completa Oribka, da TranspoTech.

Para Ito, da Nova Fase, em 2016, foram três os segmentos com maior crescimento: setor madeireiro, muito ligado à exportação, e com a alta do dólar, o mercado brasileiro se torna muito competitivo; setor logístico, que possui uma grande maturidade e trabalha muito com consórcios, reduzindo seu investimento para troca de equipamentos; e os clientes de locação, já que muitas empresas migraram de locação para compra, vendo que o benefício fiscal não era mais vantajoso e os custos operacionais eram menores mantendo frota própria.

“Nossas previsões dizem que os segmentos que irão investir em 2017 são: automotivo, pois a Volkswagen, a Toyota e demais marcas já anunciaram que devem ter investimentos até 2019 em suas plantas no Brasil, desde montagens de novos modelos até fabricação de motores; e alimentício, pois o setor vem se adequando às legislações, substituindo ou adquirindo equipamentos elétricos, ao invés dos convencionais a combustão”, diz o gerente comercial da Nova Fase.

Makimoto, da Aesa, também diz que, para 2017, a indústria automobilística e toda sua rede de fornecedores deverão investir em empilhadeiras. “O consumo de automóveis no país apresentou uma queda brutal, justificada pelo pessimismo inicial e consequente queda na renda das famílias. A frota, porém, esta se tornando obsoleta. Os veículos estão chegando ao final de vida útil e precisarão ser substituídos por novos, aumentando assim a produção das automobilísticas e, consequentemente, a demanda por equipamentos de movimentação”, acredita o diretor da Aesa.

Pedrão, da Retrak, também avalia que, apesar da crise ter atingido todas as empresas fabricantes de produtos de consumo, o atacado e o varejo fizeram o bom momento para o setor de empilhadeiras. Muitas lojas foram fechadas, mas um grande número de novas lojas foram inauguradas. O setor de autosserviço demanda um grande consumo de empilhadeiras. A opção por locação tem sido maior. “Para 2017, continuo acreditando no setor de produtos de consumo, o atacado e o varejo. São setores sensíveis, mas dinâmicos. Mesmo com a crise mostraram força em um ano tão difícil”, completa o diretor executivo da Retrak.

“Os segmentos menos impactados pela crise foram da indústria alimentícia e farmacêutica, além dos de atacado e atacarejo. São segmentos que acompanham muito de perto as tendências do mercado de varejo e respondem prontamente às variações deste negócio. Costumam ter em seus portfólios de produtos opções que oferecem possibilidade de migração de diversos clientes em momentos de crise, conseguindo rapidamente recompor seus volumes”, também comenta Costa,da Somov.

Ainda segundo ele, em 2017 devemos ter um cenário muito parecido com 2016. As indústrias de base, ainda com dificuldade de investimentos, e os segmentos ligados ao varejo, ainda com possibilidades de expansão. Estes setores têm investido no crescimento de seus pontos de venda para estarem cada vez mais perto de seus clientes. Também os setores de atacado e atacarejo têm demonstrado apetite de crescimento. Muitos clientes do varejo tradicional têm migrado para estes modelos de compra e empresas deste segmento têm apostado na expansão de seus negócios.

Rios, da Movilog, por sua vez, diz que os investimentos em empilhadeiras durante o ano de 2016 foram bem abaixo de qualquer expectativa, no entanto se tiver que destacar algum setor, este seria o dos locadores de empilhadeiras que, de certa forma, acompanhando a necessidade dos seus clientes, tiveram que fazer alguns investimentos. “Acredito que três segmentos devem se destacar em 2017: e-commerce, farmacêutico e os Operadores Logísticos. O e-commerce, pois cada vez mais os brasileiros estão descobrindo as vantagens da compra on-line, e isto tem feito surgir cada vez mais empresas neste ramo, bem como tem mantido o crescimento constante do setor. O farmacêutico é um ramo que nunca para e sempre cresce, assim acredito que 2017 não será diferente. Os Operadores Logísticos têm um novo mercado a ser explorado, pois com a crise muitas transportadoras e pequenos Operadores Logísticos encerraram suas atividades, abrindo espaço para mais crescimento entre os que conseguiram superar a crise e irão se firmar no ano de 2017”, finaliza o diretor comercial da Movilog.

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