No que compete a novas tecnologias e seu benefício para o transporte de cargas, o Tegram (Terminal de Grãos do Maranhão) promete oferecer um serviço totalmente automatizado. Para isso, R$ 600 milhões já foram investidos até o momento somente na primeira fase, que habilitou o terminal a movimentar cerca de 5 milhões de toneladas. Outros R$ 120 milhões já estão programados para a segunda fase, com utilização de um segundo berço no porto do Itaqui, a partir da qual será possível movimentar até 10 milhões de toneladas.
O Terminal de Grãos do Maranhão, no Porto de Itaqui, possui acessos rodoviários e ferroviários – pelas ferrovias Norte-Sul, Carajás e Transnordestina –, o que lhe permite sair na liderança na disputa pelas cargas de grãos no eixo norte do Brasil. No último ano, o Tegram superou as expectativas das empresas consorciadas, que esperavam movimentar um volume próximo a 2 milhões de toneladas, e registrou o resultado final de 3,4 milhões de toneladas, entre soja, milho e farelo de soja. Como atrativos, o terminal oferece uma operação totalmente automatizada, com níveis de produtividade compatíveis aos dos mais modernos portos especializados em grãos no mundo.
De acordo com Luiz Cláudio Santos, diretor de logística e infraestrutura do Grupo CGG e porta voz do Tegram, o consórcio investiu pesadamente em novas tecnologias que pudessem contribuir para a redução do tempo de permanência de navios no porto. “Essas novas tecnologias e equipamentos fazem do Tegram um dos portos mais modernos do mundo, e tudo isso visando o crescimento e o atendimento da demanda crescente de grãos brasileiros para os mercados ao redor do mundo”.
Entre os destaques do porto, estão equipamentos de automação, sistemas de segurança, balanças de fluxo com precisão, shiploader com capacidade para 2.500 toneladas por hora e esteiras modernas monitoradas por meio de um centro de controle, permitindo o carregamento de navios de 65 mil toneladas em até 1 dia e meio.
Na área ferroviária, o destaque fica para a maior capacidade para descarregar até 8 vagões simultaneamente, perfazendo cerca de 32.000 toneladas por dia. “Além disso, o terminal dispõe de 8 modernos tombadores de 25 metros, sendo 2 por armazéns, que permitem descarregar até 800 caminhões (ou cerca de 28.000 toneladas) por dia, 4 armazéns graneleiros com capacidade de 125.000 toneladas cada, totalizando 500 mil toneladas estáticas”, destacou Santos.
Ele contou que, com a construção do Tegram e início das suas operações em 2015, foi possível abrir na região norte do País uma nova rota de exportação de grãos, de fundamental importância, trabalhando sobre dois pilares principais: o descongestionamento dos portos da região sul e sudeste do Brasil (Santos e Paranaguá) e a possibilidade de crescimento da produção na região do MATOPI e Nordeste do MT.
“Estima-se que existam mais de 5 milhões de hectares disponíveis nestas regiões para a produção de grãos e a chegada deste importante porto possibilita tal crescimento, pois a principal dificuldade para a produção de novas áreas é a infraestrutura portuária. Lembrando que este projeto era um sonho antigo de todos os envolvidos na cadeia do Agronegócio da região Norte do Brasil”, acrescentou Santos.
O terminal que integra os modais rodo e ferroviário – eixo importante para a cadeia logística como um todo – visa privilegiar ainda ao máximo o modal ferroviário, já que a região produtora que tem como destino o Tegram possui uma vantagem significativa: a existência da ferrovia Norte- Sul, que corta os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. “Portanto, este modal atenderá a todas as regiões, onde foram investidas significativas cifras pela empresa que detém a concessão da ferrovia no trecho compreendido por Palmas x Açailândia”.
Visando atender ao Tegram, a VLI construiu 2 grandes terminais de transbordos rodoferroviário, em Palmeirante, e Porto Nacional, no Tocantins. “É importante salientar que esta ferrovia, concluída recentemente até o trecho de Anápolis em Goiás, possui linhas com bitola larga e com vagões que poderão carregar até 100 toneladas de grãos por vagão, portanto é uma ferrovia de alta performance”, ressalta ele, acrescentando que com isso, o Tegram estima movimentar seu volume no pico de 10 milhões de toneladas, cerca de 70 a 80 % pelo modal ferroviário e o restante através do modal rodoviário, “tirando assim milhares de caminhões das precárias rodovias do Norte do País”.
Para 2016, a expectativa é chegar a 4,5 milhões de toneladas de grãos entre soja, milho e farelo de soja.
Mais competitividade no mercado internacional
De localização estratégica para a logística de escoamento da produção brasileira e, ao mesmo tempo, contribuindo para o desenvolvimento de uma nova fronteira agrícola no País, o Tegram – explica Santos – aumentará ainda mais a competitividade dos grãos brasileiros para o exterior, “lembrando que, a partir do Tegram, existe uma economia de cerca de 7 a 8 dias de viagem até os portos da Europa, se compararmos com os portos de Santos e Paranaguá”.
Para a Ásia, com a ampliação do Canal do Panamá – que tem previsão de ser concluída neste ano – a viagem encurta em cerca de 4 dias. “Além disso, os países da América Central e Caribe, e regiões como Oriente Médio, também se beneficiam da logística através do Tegram”.
Entre as vantagens destacadas pelo executivo, estão as domésticas, no que tange à iniciativa de desafogar os portos do sul e sudeste, “possibilitando o aumento da produção na região norte e, com certeza, trazendo desenvolvimento a estes estados tão carentes e que vislumbram com o agronegócio o crescimento de toda a cadeia, bem como melhor poder aquisitivo da população”.
As vantagens no mercado externo, diz, também são expressivas, como “a localização, o baixo tempo de espera de navios para carregarem grãos e berços com calados profundos de 15 metros, o que permite carregar navios Panamax de até 85 mil toneladas. Várias delegações estrangeiras, principalmente da Ásia, têm visitado constantemente o porto de Itaqui e demonstram-se muito interessados em utilizar o Tegram”, finaliza.