Serviços para empilhadeiras: idade avançada da frota no Brasil levou ao aumento das revisões corretivas

21/03/2018

Além deste aspecto, outro deve ser considerado: com o país saindo da crise, muitos preferem não investir em manutenções preventivas, o que fez com que em 2017 houvesse mais serviços de manutenção corretiva.

A exemplo do segmento de peças para empilhadeiras, o de serviços também apresentou crescimento no ano de 2017. Pelo menos é o que afirma a maioria dos participantes desta matéria especial. “Assim como no setor de peças, a AESA teve um incremento na ordem de 20% no setor de serviços em 2017”, diz Eduardo Makimoto, diretor da AESA Empilhadeiras (Fone: 11 3488.1466).

Por sua vez, Jean Robson Baptista, da Empicamp Empilhadeiras (Fone: 19 3756.2100), alega ter notado uma melhora na ordem de 16% de aumento em serviços, comparando a 2016 – principalmente em fechamentos de contratos de manutenção.

Alexsander Luis Furlan, gerente de Pós-Vendas da Clark Material Handling Brasil (Fone: 19 3856.9090), por seu lado, comenta que, em 2017, a exemplo de muitos setores, serviços acompanhou a recuperação do setor industrial. “Após um 2016 extremamente fraco – diz Furlan –, o cenário começou a melhorar após o primeiro trimestre de 2017. As manutenções preventivas abandonadas em 2016 por muitos clientes, devido aos seus programas de redução de despesas, foram lentamente retomadas por alguns clientes.

O atendimento de manutenções corretivas por nossa mão de obra especializada voltaram a conquistar seu espaço, fato que não ocorria, pois o cliente estava optando por mão de obra própria ou terceirizada de baixo custo e baixa qualidade. Houve o surgimento de reformas de alguns equipamentos que estavam ociosos até então e que voltaram para operação.” Por isso, o gerente de Pós-Vendas da Clark diz que o resultado geral alcançado em serviços superou as expectativas planejadas para o ano de 2017.

“O crescimento do setor de serviços para empilhadeiras Linde STILL nas regiões de Minas Gerais e Espírito Santo em 2017 superou em 30% o planejamento traçado pela Tractorbel. Triplicamos o quadro de técnicos especializados e certificados pela fábrica”, comemora Ronaldo Moretto Marrano, diretor de Pós-Vendas da Tractorbel Equipamentos (Fone: 31 3474.1000).

Mais contido, Rodrigo Bastos Cavalcante, diretor comercial da Brasif Máquinas (Fone: 31 2129.3768), alega que o volume de serviços para empilhadeiras em 2017 sofreu um pequeno incremento no comparativo com o ano anterior – “manutenções também tiveram leve aumento”, diz Marcelo de França Yoem, da Zuba Comércio de Máquinas e Equipamentos Industriais (Fone: 11 4719.9099). “Foi um ano de recuperação no segmento de manutenção de empilhadeiras, movimentando positivamente o ano de 2017”, completam Meire Herrera, diretora Administrativa/Comercial, e Marcos Herrera, diretor técnico, da Empilhadril Locação e Manutenção de Empilhadeiras (Fone: 11 4178.5254).

Com a pequena melhora na economia e um futuro incerto, muitas empresas escolheram manter suas frotas de empilhadeiras, ao invés de adquirir novos equipamentos. “Devido a isso, o setor de serviços deu uma boa reagida”, comenta Ruan Ladwig Soares, do Departamento de Pós-Vendas da Empitec Comercial Eirelli (Fone: 47 3368.7075). Também citando a baixa venda de equipamentos novos, Cristiano Leodoro Ferreira, gerente de Pós-Venda da Marcamp Equipamentos (Fone: 19 3772.3333) destaca que tiveram um aumento de 3% no faturamento em serviços em 2017, comparado ao ano de 2016.

Mas, Ricardo Araújo, gerente sócio da Retrak Empilhadeiras (Fone: 11 2431.6464), atesta que o setor de serviços para empilhadeiras sofreu uma queda em virtude da recessão do País. Segundo ele, a influência desta recessão foi ocasionada pela instabilidade política que minou a economia. Sem estabilidade política, o investidor estrangeiro sai de cena e há falta de investimentos no mercado. “Assim, o setor de serviços para empilhadeira sente os efeitos da crise econômica. A economia encolheu e o setor de empilhadeira recuou junto.”

Também ao contrário da maioria dos participantes desta matéria, Hyana Yomura, do setor de marketing da Fimatec Equipamentos (Fone: 21 3284.7000), diz que 2017 foi um ano muito ruim no setor de serviços para empilhadeiras. “Vários fatores contribuíram para este desempenho do segmento: Além da crise econômica nacional e a falência do Estado do Rio de Janeiro, a falta de verba das empresas fez com que a procura por um serviço especializado caísse. Os clientes começaram a procurar serviços de autônomos com um preço bem inferior, e as empresas com mão de obra especializada e altamente capacitada não conseguem cobrir devido a todos os encargos tributários e investimento em treinamento e ferramentas específicas”, completa Yomura.

Com esta visão negativa quanto ao desempenho em 2016 também está Gustavo Yamada Ito, gerente comercial da Nova Fase Máquinas (Fone: 41 3344.4988). Ele diz que, diferente do setor de peças, o setor de serviços para empilhadeiras teve uma pequena variação durante o ano. “Em 2017 tivemos uma queda de 26% comparado a 2016. Foi nosso pior resultado nos últimos sete anos.”

Serviços mais requeridos
Reportando-se aos serviços mais requeridos em 2017, Makimoto, da AESA, lembra que a demanda por corretiva teve um aumento significativo, motivada pela idade avançada da frota no Brasil. Os equipamentos, no geral com mais de cinco anos de vida, estão chegando ao final de vida útil, sendo necessário, a partir deste ponto, manutenções corretivas mais pesadas ou reforma geral. “Com o país saindo da crise, muitos preferem não investir em manutenções preventivas, o que fez com que em 2017 tivemos mais serviços de manutenção corretiva”, emenda Soares, da Empitec.

Por outro lado, Furlan, da Clark, diz que, apesar da retomada das vendas dos planos de manutenção preventiva, as manutenções corretivas foram mais requeridas em 2017. De acordo com ele, a crise enfrentada nos anos anteriores afetou muito a condição dos equipamentos e consequentemente a sua produtividade. Quando os equipamentos foram exigidos, a intervenção corretiva foi inevitável.

Yomura, da Fimatec, também ressalta que em 2017 tiveram mais serviços de manutenção corretiva pontuais. De acordo com ele, “os clientes deixaram para nos acionar somente em casos onde era necessário o nosso conhecimento técnico e uso de nossas ferramentas específicas para a solução de seus problemas – casos em que o serviço do autônomo não consegue resolver por falta de especialização”.

Também apontando que a grande maioria dos atendimentos foi em corretiva, Ferreira, da Marcamp, tem uma explicação para isto: os clientes estão postergando as manutenções preventivas para dar a sensação de contenção de despesa, o que faz aumentar o número de corretivas. “As corretivas foram predominantes em função do pouco capital destinado pelas empresas à manutenção. Entretanto, isto é um contrassenso, porque a falta de preventiva acarretará em mais corretivas e, consequentemente, em maiores custos operacionais”, destaca Araújo, da Retrak.

Jackson Pires, gerente comercial de Pós-Vendas da Hyster-Yale Group (Fone: 11 4134.4700), também lembra que as reformas e os serviços de manutenção preventiva são os que mais estão em alta. E isto tem uma explicação. Com a crise entre os anos de 2015 e 2016, muitos clientes optaram por reformar suas máquinas, estendendo as horas de produção das mesmas, e hoje a manutenção preventiva é muito bem aceita, uma vez que os clientes entendem que manter a máquina trabalhando é fundamental para o seu negócio, por isso, a prevenção passa a ser um bom negócio.

Cavalcante, da Brasif, também destaca que os serviços contratados se concentraram na reforma de máquinas, bem como em planos de manutenção preventiva de longa duração. “Entendemos que a redução das equipes técnicas nos clientes, bem como a retomada das operações e o incremento do parque de máquinas provocaram a necessidade de tomada de serviços de empresas especializadas no setor.”

Jean, da Empicamp, por sua vez, aponta o aumento dos contratos de manutenção preventiva, uma vez que o cliente busca minimizar a presença de corretivas em sua operação. Yoem, da Zuba, também concorda: a preventiva está crescendo ano após ano porque as empresas estão enxugando cada vez mais a frota e preservando seus equipamentos para evitar a manutenção corretiva ou até mesmo substituição do equipamento.

“Em tempos de crise, a manutenção preventiva fica sempre em segundo plano, mas não tem como fugir das manutenções corretivas. Com a melhora no mercado, as empresas estão mais seguras em investir em seus equipamentos, reassumindo as manutenções preventivas programadas, mensalmente, e mantendo em dia seus equipamentos. Com isso a manutenção de empilhadeiras giram o mercado de peças e serviços”, completam Meire e Herrera, da Empilhadril.

Ito, da Nova Fase, tem uma resposta a nível técnico: como distribuidor autorizado Clark, a maior demanda da empresa envolveu as manutenções preventivas de equipamentos que se encontram em garantia. Isso se deve – segundo ele – ao preço da hora técnica, quando comparado a um autônomo que não possui certificação e treinamentos pelos fabricantes de empilhadeiras.

Na Tractorbel, o maior número de atendimentos envolve manutenções preventivas (cerca de 70%). “Investimos na conscientização dos nossos clientes sobre a necessidade de se manter intervenções preventivas e inspeções adequadas ao volume de horas trabalhadas diariamente. Assim, evitamos ações corretivas que geram custos inesperados e indisponibilidade de equipamentos”, diz Marrano, diretor de Pós-Vendas da empresa.

Projeções para 2018
Para 2018, o cenário no segmento de serviços para empilhadeiras deve ser de crescimento. Afinal, como diz André Perandin Moreira, gerente de Pós-Vendas da BYD do Brasil (Fone: 0800 942.8088), o mercado de empilhadeiras deve continuar crescendo nos próximos anos. Segundo ele, a economia global está em aclive, o que facilitará as exportações do país. A economia interna, puxada por uma base mais sustentável de juros e inflação, fará com que o mercado continue aquecido. Em consequência disto, o setor industrial e logístico, que ficou estagnado nos últimos anos, deverá ter renovação.

“Estamos prevendo um incremento na venda de máquinas novas, o que irá gerar, por consequência, um aumento nas manutenções preventivas e redução de corretivas.”

Ainda segundo Makimoto, da AESA, o aumento da confiança da indústria trará maiores investimentos, principalmente do exterior, fazendo com que as empresas renovem suas frotas, a fim de estarem aptas ao aumento de produção. “Equipamentos com mais de cinco anos de utilização sem uma reforma não estão aptos a trabalhar três turnos sem descanso, sendo assim a renovação de frota é iminente para estas empresas. Com a renovação de frota vem o aumento de manutenções preventivas e atendimentos em garantia de fábrica”, aposta o diretor da AESA.

Cavalcante, da Brasif, também tem projeções de crescimento do setor em 2018, maior que em 2017, fato já observado no primeiro bimestre de 2018. Segundo ele, o incremento de frota, o aumento da atividade industrial, a renovação de frota ativa e a necessidade de contratação de empresas especializadas no setor são os fatores preponderantes e contributivos para o melhor desempenho em 2018.

Outro otimista quando ao desempenho do setor de serviços para empilhadeiras em 2018, Ito, da Nova Fase, diz que com a retomada da economia, e vendo um crescimento para 2018, esperam um crescimento de 30% comparado a 2017. “O principal fator para isso é a retomada na economia e o aprendizado dos clientes de que o barato pode sair caro. Este ano tivemos dois grandes clientes que voltaram a fazer serviços conosco devido ao prestador anterior ter danificado algumas peças e não dar garantia do serviço, alegando que a peça já estava quebrada, demonstrando, assim, sua falta de conhecimento na manutenção do equipamento.”

Igual crescimento – de 30% – também está nas previsões de Marrano, da Tractorbel – seja em relação a novos negócios, seja na intensificação de contato com todos os clientes Linde STILL presentes nas regiões onde atuam.

Meire e Herrera, da Empilhadril, também alegam que com o aquecimento da economia geral das empresas, e em especial das montadoras, em 2018 teremos muita movimentação no setor, propiciando um ano de ótimo desempenho e crescimento na movimentação nacional em todas as áreas.

Soares, da Empitec, também tem confiança no ano de 2018. Embora seja um ano de dúvidas para muitos, pois ano de eleição sempre é uma incógnita, ele acredita que a Copa do Mundo movimente bastante o mercado varejista, e isso acaba refletindo nos setores de peças e serviços. “O mercado financeiro está otimista em relação à queda dos juros e da inflação, que deve ser o principal fator para aquecer a economia em todos os setores. O setor varejista do ramo de alimentação e bebidas deve faturar bem e aumentar, com isso, o setor de peças e serviços para empilhadeiras”, diz Soares.

Yomura, da Fimatec, tem uma visão diferente: além de otimismo na melhoria do mercado, a falta de verba para compra de empilhadeiras novas pode levar o cliente a reformar empilhadeiras antigas.

Mais cometido, Araújo, da Retrak, também tem perspectivas de melhora em 2018 no segundo trimestre, mas que dependerá da estabilidade política e financeira que teremos. “Hoje já sentimos um aquecimento ao menos nas cotações, agora é trabalhar fortemente para que se transformem em negócios efetivos. Nesta linha, acreditamos que o setor de serviços para empilhadeiras sofrerá um aquecimento em 2018.”

Finalizando, Furlan, da Clark, prevê, para 2018, uma retomada das manutenções preventivas devido às lições tiradas por muitos clientes no ano de 2017. Para muitos, ficou evidente que uma boa manutenção preventiva, realizada por especialistas e com peças genuínas, evita enormes prejuízos futuros. “Como a confiança do empresariado vem crescendo, acreditamos que a economia seguirá no caminho da recuperação em 2018, o que permitirá investimento em ações preventivas em máquinas e equipamentos.”

Ainda de acordo com o gerente de Pós-Vendas da Clark, além dos fatores econômicos já apresentados, vale frisar a tecnologia dos equipamentos que evolui ano a ano. “Como já ocorreu na indústria automotiva, a realização das manutenções com equipes altamente preparadas será imprescindível. Essa necessidade de manutenção especializada, especialmente em máquinas elétricas, aumentará a demanda de serviços e, ao mesmo tempo, exigirá investimento constante na melhoria da capacitação técnica do nosso time e de nossa rede de distribuidores. Hoje, os clientes já enxergam os benefícios de contratar um serviço especializado e os riscos de não usá-lo. Essa reviravolta tecnológica tem forte influência no nosso setor de serviços e basta estarmos preparados para atender essa demanda.”

Compartilhe:
Veja também em Conteúdo
Em parceria com a CHEP, Assaí Atacadista evita a emissão de quase 6 milhões kg de CO2
LATAM celebra primeiro ano da rota cargueira Amsterdam-Curitiba com mais de 1,3 mil toneladas transportadas
Colunista do Portal Logweb fala sobre o que é e como implementar a logística omnichannel
Grupo Benner apresenta inovações para transformar a gestão logística
Intelbras apresenta soluções embarcadas com IA para gestão de frotas na Fenatran
XBRI Pneus lança banda de recapagempara pneus de ônibus e caminhão na Fenatran

As mais lidas

Nada encontrado