Projeto da Dow integra o modal ferroviário e pode reduzir até 45% de emissões de CO2 por ano

Como parte de sua estratégia de descarbonização, a Dow iniciou a implementação de um projeto de intermodalidade em São Paulo que inclui, pela primeira vez, a utilização do modal ferroviário para o transporte de insumos da empresa no Brasil. Em sua primeira fase, o projeto está focado em uma rota que vai até a planta da Dow em Hortolândia e ao armazém da empresa em Paulínia, no interior de São Paulo.

O contrato assinado com as empresas MRS Logística, Contrail Logística e DP World Brasil prevê o transporte dos contêineres que chegam no Porto de Santos até a operação e o armazém da Dow. A Contrail Logística é a responsável por gerenciar o sistema integrado de logística entre as diversas empresas, além de administrar o Terminal Intermodal de Jundiaí (TIJU). Na operação, os contêineres desembarcam no terminal marítimo operado pela DP World Brasil no Porto de Santos e passam pelo desembaraço aduaneiro na DSV – Global Transporte e Logística. De lá, seguem pela ferrovia operada pela MRS Logística até o TIJU, onde são acomodados em veículos da Contrail Logística com destino à operação da Dow.

De acordo com Bruno Goya, diretor de Transporte Rodoviário, Armazéns e Intermodalidade da Dow para América Latina, a ideia é ampliar esse modal como uma opção logística, contribuindo para as melhores práticas da indústria química. “A intermodalidade permite usufruir do melhor de cada um dos modais, escolhendo a opção mais vantajosa para cada trecho de acordo com a velocidade na entrega e a sustentabilidade”, analisa.

Compromisso com a sustentabilidade

A transição para soluções logísticas verdes é um passo estratégico e necessário para a Dow, alinhando-se com os compromissos globais de sustentabilidade – entre eles, a meta de redução das emissões líquidas de carbono em 5 milhões de toneladas até 2030, em comparação com a base de 2020. O projeto estima a redução de 45% das emissões de CO2 da Dow por ano nas rotas selecionadas. “Além das vantagens em termos de sustentabilidade, o modal ferroviário proporciona benefícios adicionais, como um custo logístico competitivo e a diminuição nos riscos de ocorrência de incidentes no transporte’’, destaca Goya.

Apesar do desafio de expansão da malha ferroviária brasileira, cresce o interesse das organizações em investir nesse modal, que atualmente representa cerca de 27% do transporte de cargas no Brasil. Para Marco Dornelas, gerente Comercial de Carga Geral na MRS Logística, o segmento de contêineres é um dos principais alvos de crescimento da empresa, que busca cada vez mais diversificar as cargas transportadas na ferrovia. “O transporte ferroviário reduz custos logísticos e diminui significativamente a gestão de prestadores de serviços, já que um trem, em média, transporta o equivalente a 40 caminhões, aumenta a segurança operacional e contribui para a sustentabilidade. Projetos como o da Dow mostram o potencial do modal em criar valor para toda a cadeia de suprimentos”, destaca Dornelas.

Expansão em escala

Além de desempenhar um papel crucial na jornada de descarbonização, especialmente no escopo 3, que representa cerca de 70% das emissões de CO2 da companhia, o avanço em práticas logísticas mais sustentáveis demonstra o compromisso da Dow na construção de um futuro mais limpo e responsável. Ao optar pela intermodalidade, a Dow não só quer reduzir sua pegada de carbono, mas também promover uma cadeia de suprimentos mais eficiente e resiliente. Após a consolidação do projeto, a expectativa é que ele ganhe escala e passe a ser implementado em outras rotas. As fases 2 e 3 projetam a expansão para a região de Jacareí e Jundiaí, também no interior de São Paulo. Este ano, o objetivo é oferecer essa opção para clientes potenciais, ampliando a competitividade e o volume de negócios.

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