Plásticos: Movimento pela sustentabilidade tende a aumentar a demanda pela logística reversa

27/09/2018

Por outro lado, o grande desafio sempre será a viabilidade financeira, ou seja, o segredo será atrair o apelo sustentável para aplicação do plástico onde realmente ele faz sentido em termos tecnológicos e acompanhar estudos e desenvolvimento para viabilizar a logística reversa desse setor.

O segmento de plásticos passa por mudanças tecnológicas constantes, seja nos tipos de produtos, seja nos processos de fabricação.
Transferindo esta constante para o segmento de logística, fica a dúvida: como o desenvolvimento da tecnologia tem influenciado na logística do setor? Que processos têm sido melhorados? Que soluções vêm sendo aplicadas? Qual a importância de inovar nos processos na cadeia logística deste segmento?
Na visão de Alexandre Witmann, analista de Marketing da Alfa Transportes EIRELI (Fone: 49 3561.5100), a tecnologia vem agregando para a qualidade final das embalagens e dos filmes técnicos. A logística para esse segmento ainda permanece com os mesmos desafios, uma vez que a armazenagem e o transporte precisam manter um controle de qualidade mais rigoroso, já que em sua maioria as embalagens condicionam alimentos.
Pelo seu lado, Herbert Thomazella Zacatei, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Multilog (Fone: 47 3341.3806), salienta que existe um desafio em alinhar a aplicação da tecnologia com o custo alocado na cadeia logística de um produto de valor agregado baixo.
“Porém – diz Zacatei –, o processo que teve maior impacto foi na gestão de risco e desvios no suprimento. Por se tratar de um produto visado e de alta facilidade de aplicação, sistemas e procedimentos de controle e tracking foram aplicados para gerir a logística desse segmento. A inovação vem do desafio de estar alinhado e evitar perdas, e seu maior impacto é não parar a cadeia de suprimento em um mercado de retomada.”
Para João Daniel de Freitas Neto, supervisor de Projetos da Transportadora Sulista (Fone: 41 3371.8200), como em outros segmentos, o que há é a implantação de melhorias operacionais e tecnológicas, que agreguem melhorias e redução de custos. Bons controles e rastreabilidade com informação em tempo real são requisitos importantes também na logística do setor de plásticos, segmento que atende uma gama muito ampla de mercado – automotivo, embalagens, linha branca, cosméticos, entre outros.
“A logística tem agregado muito valor através da aplicação de novas práticas, desenvolvimento de projetos, otimizações, mudanças de modais, acompanhamento em tempo real de insumos e produtos acabados no transporte, entre outras. Como em qualquer segmento, a instabilidade econômica e política que o país vive instiga o cliente a buscar melhorias para minimizar riscos e custos e maximizar seu lucro”, completa Freitas Neto.

Crescimento do setor
A indústria de transformação de plásticos, que iniciou o ano com a perspectiva de acelerar a expansão de produção física verificada no ano passado, já baixou as expectativas para 2018. Ante a previsão inicial de crescimento de até 5%, a projeção agora é de expansão de 2,5%, em linha com a taxa verificada em 2017.
Como esses números interferem na logística do setor? Qual o impacto dessa informação nas atividades exercidas por Operadores Logísticos e transportadoras?
“Mediante a baixa na expansão, o número de cargas acabou diminuindo. Para contornar essa situação criamos ações junto ao setor comercial, fazendo um trabalho mais focado com toda equipe junto a esse segmento”, comenta Witmann, da Alfa Transportes.
Já Zacatei, da Multilog, revela que o quanto o setor é impactado está em linha com a preparação para a retomada da economia de forma geral, sendo que uma expansão revisada pela metade impacta negativamente, porém cabe aos prestadores de serviços gerir a alocação dos recursos em outros segmentos. Estar preparado e prover resposta rápida à volatilidade do mercado são os grandes diferenciais dos OLs e transportadoras.
“Essa redução na projeção do crescimento já foi sentida pelos Operadores Logísticos e transportadoras, a paralisação dos caminhoneiros em maio e as incertezas político/econômicas fizeram com que vários setores revissem suas expectativas de crescimento para este ano. Toda a cadeia terá que se ajustar buscando novos negócios e menores custos para compensar a queda de volume”, completa Freitas Neto, da Sulista.

Sustentabilidade
O apelo sustentável para a diminuição do uso de plásticos tem, de fato, efeito nas operações logística do setor?
O analista de Marketing da Alfa Transportes pontua que o setor de maneira geral, como embalagens e filmes técnicos, não sofre com esse impacto, uma vez que a necessidade de armazenar alimentos continua com a mesma demanda. O que se pode dizer é em relação às sacolas plásticas e aos canudinhos, que estão cada vez mais em pauta para uma menor utilização.
Por sua vez, o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Multilog diz que sim, que este apelo impacta de uma forma geral. “E sentimos o efeito no volume projetado e no tipo de alocação desse material nas indústrias. O que se nota é o esforço das empresas em direcionar o mercado para alocação do material onde realmente ainda não há tecnologia melhor ou equivalente, ou seja, o uso de plásticos ainda se faz necessário em muitos casos”, explica Zacatei.
E o supervisor de Projetos da Sulista também aponta que o apelo para a redução da utilização de plásticos é uma tendência. Em fevereiro deste ano a ONU reforçou o caso através do lançamento de uma campanha para redução do uso do plástico. A campanha teve embasamento no histórico de que cerca de oito milhões de toneladas deste insumo são jogadas nos oceanos anualmente. Há um movimento cada vez maior de utilização do plástico reciclável, onde a logística reversa tem importância fundamental. (Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2018-02/campanha-das-nacoes-unidas-busca-reduzir-o-uso-de-plasticos-em-todo-o).
Já que se falou em logística reversa, e ainda devido ao apelo sustentável, pode-se dizer que haverá crescimento na logística reversa no setor? Que impactos a logística reversa traz para as operações logísticas do setor, já que, financeiramente falando, não é atrativa? Como, então, ser sustentável e viável financeiramente? Há algum segredo?
Witmann, da Alfa Transportes, explica que “o movimento sustentável tende a aumentar a demanda pela logística reversa e vemos como algo positivo, pois temos muita preocupação com o meio ambiente. Para se tornar atrativa e viável financeiramente, o caminho é conhecer bem o perfil do cliente e atender às suas necessidades em termos de demanda, uma vez que a reversa, em sua maior parte, é feita por um mesmo cliente”.
Freitas Neto, da Sulista, também alega que a logística reversa já é uma realidade nesse setor – o aumento nos custos pode ser minimizado através de projetos visando à otimização de rotas, estrutura e sinergia nas operações, fazer mais com menos.
Ainda segundo o supervisor de Projetos, os Operadores Logísticos e as transportadoras devem estudar e apresentar essas melhorias a seus clientes, a fim de minimizar os impactos financeiros que serão causados pela entrada forte da logística reversa do plástico reciclável.
Pensamento diferente tem Zacatei, da Multilog. Ele diz que, quanto à logística reversa, não acredita em um crescimento projetado – como a aplicação desse tipo de material tem mirado setores específicos, a destinação final na sua maioria ainda é o descarte sem reaproveitamento.
O grande desafio – ainda segundo o gerente de Desenvolvimento de Negócios – sempre será a viabilidade financeira, ou seja, o segredo será atrair o apelo sustentável para aplicação do plástico onde realmente ele faz sentido em termos tecnológicos e acompanhar estudos e desenvolvimento para viabilizar a logística reversa desse setor.
Avaliação do Prêmio Top do Transporte
Veja a seguir como os participantes desta matéria especial avaliam o Prêmio Top do Transporte – promovido pelas revistas Logweb e Frota&Cia – para este segmento.

“Seria uma grande conquista, que demonstra nosso esforço e dedicação, uma vez que estamos planejando expandir nossa atuação nesse segmento.”
Alexandre Witmann, analista de Marketing da Alfa Transportes

“É um importante Prêmio que valoriza o bom desempenho no setor de transportes.”
João Daniel de Freitas Neto, supervisor de Projetos da Transportadora Sulista

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