O mercado brasileiro de galpões logísticos de alto padrão segue em ritmo consistente de expansão, mesmo diante de um ambiente econômico marcado por juros elevados e crescimento moderado do PIB. Segundo o relatório Market Beat Industrial do 3º trimestre de 2025, divulgado pela Cushman & Wakefield, foram absorvidos 380,5 mil m² de novas áreas no período, totalizando 1,18 milhão de m² no acumulado do ano. O resultado reflete o saldo entre áreas locadas e devoluções, indicando um setor em consolidação e com elevada resiliência.
A região Sudeste continua sendo o principal polo da atividade. São Paulo se mantém à frente, com 261,5 mil m² de absorção líquida — mais da metade do volume nacional — seguido por Minas Gerais, que registrou 81,6 mil m². Já o Rio de Janeiro apresentou absorção negativa, influenciado pela devolução de áreas na região de Resende, movimento que impactou o desempenho local.

De acordo com Dennys Andrade, Head de Inteligência de Mercado da Cushman & Wakefield, “mesmo com a Selic em 15% e o crédito mais restrito, a busca por ativos logísticos modernos e estrategicamente localizados se mantém firme”. Para ele, o comportamento reforça a consolidação do segmento como um dos mais resilientes do mercado imobiliário brasileiro.
Vacância em queda e preços em valorização
A taxa de vacância nacional caiu para 7,98%, indicando equilíbrio entre oferta e demanda, com absorção acima do volume de novas entregas (201,9 mil m²). O preço médio pedido pelos espaços de alto padrão registrou leve alta, chegando a R$ 26,96/m², puxado pela valorização em regiões de alta demanda, como São Paulo (R$ 29,01/m²) e Minas Gerais (R$ 26,70/m²).
Em São Paulo, a vacância fechou em 8,71%, acompanhada por aumento de 1,4% nos preços médios em relação ao trimestre anterior. As regiões de Cajamar (R$ 33,62/m²), Guarulhos (R$ 35,45/m²) e Capital-SP (R$ 36,48/m²) seguem entre as mais caras do país, refletindo a concentração de hubs logísticos premium e a escassez de áreas disponíveis em localizações estratégicas.
Comércio e varejo sustentam a absorção de galpões logísticos
O segmento de comércio, atacado e varejo liderou a ocupação no trimestre, totalizando 200,6 mil m² locados, seguido pelos operadores logísticos, com 116 mil m². Grandes players do varejo online e do setor farmacêutico continuam impulsionando a demanda por estruturas modernas, eficientes e bem conectadas aos eixos rodoviários e urbanos.
Entre as principais novas entregas, destacam-se empreendimentos em Ribeirão Preto (48 mil m²) e Campinas (39 mil m²), além de novos ativos em Santa Catarina e Minas Gerais. Esses projetos demonstram a expansão gradual da atividade para além dos grandes centros, com o fortalecimento de polos regionais que passam a atrair investidores e operadores logísticos em busca de novas oportunidades no mercado de galpões logísticos brasileiro.









