A cadeia logística global vive um momento de reestruturação profunda. As decisões tomadas por governos, os avanços tecnológicos e as mudanças climáticas têm impactado diretamente a forma como as mercadorias são armazenadas, transportadas e rastreadas. Em meio a esse cenário, cinco grandes temas são enfocados nesta edição da revista Logweb.
O primeiro deles é os impactos das ações do governo Trump na cadeia logística global. A imposição de tarifas, a valorização do dólar e a busca pela produção interna via o “Buy American” não só pressionaram o comércio exterior mundialmente, como também promoveram mudanças profundas na cadeia logística global e tornaram o transporte de commodities mais desafiador. As dificuldades nas rotas logísticas coincidem com os gargalos enfrentados no escoamento da safra 2024/25 – o segundo destaque desta edição (como é o gerenciamento de riscos no transporte de commodities). A superprodução de grãos encontra barreiras estruturais em portos, ferrovias e rodovias. Os reflexos disso? Aumento de custos, insegurança e perda de competitividade no mercado internacional.
Nesse contexto de incertezas, a inteligência artificial surge como aliada estratégica. A terceira matéria desta edição aborda como a IA está revolucionando os centros de armazenagem. A automação no controle de estoque, picking e roteirização já se mostra capaz de elevar a eficiência, reduzir perdas e otimizar recursos. A tendência para 2025 é que a IA se consolide como eixo central de decisões logísticas, com impacto direto na agilidade e na sustentabilidade das operações.
Falando em agilidade, o crescimento das cargas fracionadas – especialmente no Norte do país – ganha protagonismo também nesta edição. Movida pelo e-commerce e pela interiorização da produção, essa modalidade enfrenta desafios logísticos já bastante conhecidas: infraestrutura deficitária, altos custos operacionais e baixa previsibilidade. A tecnologia e a adaptação dos modelos de transporte tornam-se essenciais para manter a eficiência e expandir a capilaridade nas regiões mais distantes do país.
Por fim, com a aproximação da COP-30, os temas de ESG (ambiental, social e de governança) se impõem de forma definitiva no setor logístico. Integrar sustentabilidade e responsabilidade social ao Supply Chain e à intralogística não é mais diferencial, mas sim exigência de mercado. A automação, os indicadores ambientais e a rastreabilidade serão protagonistas em um novo ciclo de transformação verde. A COP pode, inclusive, acelerar a criação de regulamentações que tornem a logística brasileira mais eficiente e menos poluente.
Como sempre, a Logweb está antenada com os últimos acontecimentos que envolvem a logística como um todo, e traz estas informações, amplamente balizadas, para os nossos leitores.
Boa leitura.
Os editores
