O final da década de 2020 provavelmente será visto pelas gerações futuras como a era da revolução urbana, com o desaparecimento das normas da era industrial e o surgimento de “colmeias” repletas de atividades vibrantes e sustentáveis. Além disso, o Ocidente perceberá que o limite de 1,5 graus centígrados de aquecimento estabelecido no Acordo de Paris foi ultrapassado e os eventos climáticos desencadeados pelo fenômeno El Niño, no Hemisfério Norte terão causado efeitos sem precedentes. Essas são algumas conclusões do relatório “Tendências Convergentes 2033: a visão de longo prazo” produzido pelos líderes globais de infraestrutura da KPMG.
“O intuito é explorar as oportunidades, a ampla gama de cenários e os riscos e desafios que temos pela frente. No entanto, a realidade do futuro dependerá das políticas que formularmos e das decisões que tomamos. Muitos caminhos de evolução estão diante de nós. Este relatório traça apenas um deles.” Leonardo Giusti, sócio-líder de Infraestrutura, Governo, Healthcare & Life Sciences da KPMG no Brasil.
O documento se divide em três grandes partes: Cidades, Desenvolvimento sustentável e Inovação e faz para cada uma delas uma retrospectiva da última década, uma prospecção dos próximos dez anos e o que isso significa para as empresas e fornecedores de infraestrutura.
Cidades: a era da produção em massa dará lugar a uma era de personalização em massa. Em vez de construir ativos de infraestrutura monolíticos que atendem ao cidadão médio, começaremos a nos inclinar para infraestruturas menores. Em vez de obrigar todo mundo a ir para o mesmo grande hospital, a prioridade será levar cuidados de saúde personalizados ao paciente. As cidades se concentrarão em criar “hubs de 15 minutos”, que levarão os serviços até as pessoas em vez de forçá-las a irem para a cidade.
Desenvolvimento Sustentável: por volta de 2025 haverá o aprimoramento dos sistemas de cálculo e avaliação acerca dos verdadeiros valores e benefícios de seus investimentos por parte de acadêmicos, reguladores e governos, bem como dos custos tanto financeiros quanto relacionados ao carbono. À medida que as mentalidades mudarem, ficará óbvio que lucro, pessoas e planeta podem coexistir e a energia renovável será mais incentivada.
Inovação: em 2033, a inovação no setor de infraestrutura estará firmemente alinhada a importantes prioridades como adaptação climática, regeneração, acesso equitativo, entrega dos ODS, acessibilidade, eficiência operacional e produtividade. Isso dará foco aos planejadores, investidores e proprietários no momento de avaliarem como avançar. Como sempre acontece com a inovação tecnológica, a mudança pode ocorrer em etapas, não em grandes explosões de invenções.
“Nossa expectativa é que o relatório forneça insights e inspiração ao setor de infraestrutura, no momento que remodelamos nossas capacidades coletivas e nos concentramos em abordar as tendências e oportunidades”, diz Tatiana Gruenbaum, sócia-diretora líder do segmento de Infraestrutura da KPMG no Brasil.