Empresas de transporte devem repassar aumento do diesel para o frete

02/10/2015

O aumento do preço dos combustíveis nas refinarias, anunciado pela Petrobrás nessa terça-feira (29), impactará nos preços dos serviços de transporte. A elevação de 4% para o diesel e de 6% para a gasolina passou a valer nesta quarta (30). E os efeitos do reajuste devem chegar aos serviços de transporte, já que o diesel é o principal insumo do setor.

A NTC&Logística (Associação Nacional de Transportes de Cargas e Logística) estima que a alta impactará em até 1,4% nos custos operacionais das empresas. “Nós recomendamos aos associados que repassem o valor para o frete. E como é um aumento imediato, não tem muito o que esperar, porque, senão, vai ter aumento de prejuízo”, diz o diretor-técnico da entidade, Neuto Gonçalves. Segundo ele, o frete já está com uma defasagem média de 11%.

O setor de transporte vê com preocupação mais um aumento. Desde o início do ano, o diesel já encareceu 7,4% – mais que a inflação no período, que foi de 6,8%. Isso representa um aumento médio de R$ 0,19 o litro. A alta foi ocasionada, principalmente, pelos impostos PIS/Cofins e Cide, que tiveram o reajuste anunciado pelo governo federal em janeiro.

“Isso traz ainda mais dificuldade para o setor”, diz o diretor-executivo da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Bruno Batista. Segundo ele, o enfraquecimento da atividade econômica já tem causado queda na demanda pelo serviço de transporte. “Então, os transportadores passam a viver uma realidade de mais ociosidade, devido à menor busca por seus serviços. No momento em que os insumos sobem de custo, é o pior dos cenários possíveis”, explica Bruno Batista.

Somente de janeiro a julho, as empresas do setor transportador acumularam perda de 12% nas receitas líquidas. Apesar disso, até agora, o nível de emprego tem sido mantido. No entanto, as repercussões de novos acréscimos nas despesas podem ter efeitos ainda mais negativos. De acordo com o diretor-executivo da CNT, “isso é insustentável ao longo do tempo. Com a economia sem uma reação, há diminuição na demanda, o que ocasiona uma situação mais complicada. Tende-se a ter elevação do nível de demissão e os autônomos ficarem ociosos por mais tempo”.

E como 60% da produção brasileira é transportada por caminhões, o encarecimento do frete tende a significar, também, aumento do preço final dos itens em supermercados e lojas. “É uma cadeia de repasses. A parcela final deve chegar aos produtos e o consumidor terá que arcar com essa conta”, complementa Bruno Batista.

Compartilhe:
615x430 Savoy julho 2025
Veja também em Conteúdo
Pesquisa revela avanço na conscientização dos caminhoneiros e maior identificação de exploração sexual nas estradas
Pesquisa revela avanço na conscientização dos caminhoneiros e maior identificação de exploração sexual nas estradas
Prêmio NTC destaca os melhores fornecedores do transporte rodoviário de cargas do Brasil em 2025
Prêmio NTC destaca os melhores fornecedores do transporte rodoviário de cargas do Brasil em 2025
Grupo Lebes aposta em verticalização e logística avançada para sustentar expansão no Sul do país
Grupo Lebes aposta em verticalização e logística avançada para sustentar expansão no Sul do país
Diagnóstico inédito sobre seguros portuários revela entraves e riscos climáticos em terminais autorizados
Diagnóstico inédito sobre seguros portuários revela entraves e riscos climáticos em terminais autorizados
LTP Capital assume controle da ABC Empilhadeiras e amplia atuação na locação de equipamentos
LTP Capital assume controle da ABC Empilhadeiras e amplia atuação na locação de equipamentos
Fulwood conclui primeira fase de condomínio logístico em Pouso Alegre (MG) 100% locado
Fulwood conclui primeira fase de condomínio logístico em Pouso Alegre (MG) 100% locado

As mais lidas

01

Tendências que vão redefinir a logística em 2026: tecnologia, integração regional, sustentabilidade e novos fluxos globais
Tendências que vão redefinir a logística em 2026: tecnologia, integração regional, sustentabilidade e novos fluxos globais

02

Demanda global por transporte aéreo de carga cresce 2,2% em maio, segundo IATA
Demanda global de carga aérea cresce 4,1% em outubro e marca oito meses de alta

03

Concessões de rodovias em 2026 somam R$ 158 bilhões e ampliam segurança nas estradas, analisa Sinaceg
Concessões de rodovias em 2026 somam R$ 158 bilhões e ampliam segurança nas estradas, analisa Sinaceg