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Conteúdo 3 de maio de 2023

Os desafios e o futuro do e-commerce

O crescimento exacerbado do comércio eletrônico no período pandêmico, acelerando o processo de transformação digital, foi um dos principais impactos sentidos recentemente pelas empresas de logística, que se viram obrigadas a traçar um planejamento estratégico para lidar com o novo cenário, cujo destaque ficou para a mudança no comportamento do consumidor.

Tudo indica, conforme a expectativa do mercado, que a adaptação e o gosto do público pela nova realidade fará com que as vendas on-line mantenham o mesmo patamar, apenas com adequações naturais, diante do arrefecimento da Covid-19 e o retorno das pessoas às suas atividades cotidianas.

Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCoom) prevê alta de R$ 185,7 bilhões para o e-commerce em 2023. No caso dos Operadores Logísticos, a quantidade de empresas que passaram a atuar com e-commerce subiu de 26% para 42%, de 2020 a 2021, representando uma alta de 63%.

Com a mudança vieram os desafios, que precisaram ser enfrentados, e os investimentos, por exemplo, em tecnologia, uma importante aliada em todo o processo. Na visão dos OLs, algumas ações se tornaram primordiais para que haja sucesso em todas as fases da logística do comércio eletrônico. A integração dos processos está no topo da lista dos executivos, ao avaliarem esse nicho de atuação.

Também levam em consideração um sistema eficiente para o atendimento a prazos cada vez mais agressivos, a gestão de estoque, devido ao alto nível de fracionamento, a busca por fretes alternativos e o rastreamento do pedido em cada estágio da cadeia logística, ou seja, garantir o acompanhamento da entrega, evitando intercorrências. Ao mesmo tempo em que listam essas prioridades, as empresas atuam internamente, expandindo a sua estrutura e, ainda, capacitando colaboradores.

Automação de instalações, modernização e abertura de novos centros para oferecer mais pontos de distribuição costumam integrar as iniciativas dos Operadores nesse momento. O objetivo é aumentar a produtividade nas operações, garantindo agilidade e segurança ao cliente que vai receber o produto.

Algumas empresas também observam a necessidade de oferecer alternativas diferenciadas que atendam melhor a experiência do novo consumidor, pois a tendência é eles se tornarem ainda mais exigentes com o passar do tempo. A perspectiva é de que demandem mais opções de entregas flexíveis, customizadas e sustentáveis. Por isso, a importância de colocar em prática estratégias envolvendo a aplicação da tecnologia na construção de modelos preditivos de marketing digital que identifiquem e alcancem novos públicos, sincronia da marca, informação dos produtos, logística, multicanais de atendimento, gamificação de compras, programas de fidelidade, cashback, monitoramento, simuladores, etc. Tais medidas serão fatores decisivos para o sucesso ou fracasso nesse mercado nos próximos anos.

É válido apontar que, além dos desafios, o incremento do comércio eletrônico também deixa legados ao mercado, como ações voltadas ao meio ambiente. A eletrificação da frota é uma delas, sendo muito valorizada pelo consumidor, que se sente atraído por esse perfil de entrega. Atualmente, a indústria de transportes é responsável por 14% de todo o CO2 emitido globalmente, segundo o Painel Intergovernamental para a Mudança do Clima (IPCC) da ONU. Há um entendimento geral de que o setor precisa ter mais consciência do impacto ambiental da atividade.

Tudo isso mostra que são muitos os fatores para prestar um bom serviço e a evolução é permanente conforme as demandas. É imprescindível analisar dados para que a tomada de decisões seja certeira e adequada à realidade.

Marcella Cunha Marcella Cunha

Natural de Brasília, tem mais de 10 anos de experiência nos setores de transportes e tecnologia. Graduada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Ciência Política, é a atual diretora Executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL). Tem passagens pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e pela empresa Uber.

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