Conhecida pelos famosos paletes azuis de madeira, a CHEP convidou a Logweb para visitar sua planta em Louveira, estado de São Paulo, que conta com processos otimizados, inclusive robôs, para reparo e manutenção de paletes. No mundo todo são 850 centros de serviço e mais de 510 pontos de entrega. Só no Brasil são 19 centros de serviço.
Com mais de 300 milhões de paletes e plataformas compartilhadas, reutilizados por produtores, fabricantes, distribuidores e varejistas de todo o mundo, a CHEP ajuda um maior número de empresas a mover uma quantidade maior de mercadorias, para mais lugares, de forma eficiente e sustentável.
Utilizando o modelo de economia circular, a empresa atua através de um ciclo crescente de eficiência chamado “pooling”, que reduz tanto os custos quanto o uso de recursos, pois não é necessário adquirir nenhum produto.
O “fantástico mundo do pooling”, como a empresa chama, pode ser explicado em alguns passos. Diversos produtos são transportados em paletes CHEP e enviados a toda a cadeia de suprimentos, os clientes podem acompanhar online seus envios via myCHEP. Com sua entrada em quatro vias, os paletes reduzem tempo de acondicionamento e custos de mão de obra. Nos pontos de venda, os produtos são realocados de maneira mais eficiente, reduzindo custos de mão de obra e danos à mercadoria. Os paletes vazios são retirados pela própria CHEP ou por terceiros e retornam ao centro de serviço, onde são inspecionados e reparados para serem reutilizados.
Louveira
A unidade de Louveira tem 10.000 m² e 17 ruas, com 42 paletes de altura. Ela recebe 12.000 paletes por dia e tem capacidade de reparação de 5.000 unidades diariamente, contando com 98 colaboradores, que atuam em dois turnos.
Na expedição, os paletes que chegam do mercado são chamados de A, que significa que serão inspecionados. Após isso, são classificados em B1 = precisa de reparo; B2 = precisa ser lavado ou só pintado; e C = estoque bom. “O reparo depende da qualidade da fissura, há tolerâncias no caso de não comprometer a segurança”, explicou Marcel Lopes, gerente sênior de Supply Chain.
Um palete é formado por 21 componentes, se mais de sete estiverem avariados, não vale recuperar o produto. Aqueles que estão nestas condições vão para caldeiras ou são transformados em biomassa para a indústria. A unidade possui 14 mesas de reparo, sendo que cada colaborador repara até 250 paletes por turno.
Neste setor, operam dois robôs Klippa, que atuam integrados a um equipamento ADI. Este ADI possui um leitor ótico que localiza rapidamente onde o palete precisa ser reparado. Um operador verifica a leitura da máquina de forma dinâmica. Daí, os paletes seguem para os robôs, que retiram a peça com defeito, descartando-a e colocando o palete em uma esteira, onde ele alcança a mesa de reparo disponível mais próxima, para operação manual. Dependendo da demanda, nem todos os paletes passam pelo ADI, e o processo se torna visual.
Outro robô que atua no centro de serviço em Louveira é um empilhador, que direciona os paletes para estoque e reparo. Ele opera de forma automática sob fiscalização humana.
Na área de pintura, os paletes recebem a cor azul por máquinas apenas nas laterais e recebem o logo da CHEP. “No setor de lavagem, não utilizamos detergente, apenas lavadoras de alta pressão com água a temperatura ambiente. O processo é manual”, destacou Cesar Peixoto, gerente de Operações.
A unidade também conta com uma estufa para paletes molhados ou quando há a necessidade de secá-los rapidamente. Para movimentação de cargas, são utilizadas transpaleteiras elétricas no transporte interno e empilhadeiras GLP com garfos duplos para cargas pesadas.
Transporte
Quando o transportador chega para descarregar em Louveira, o processo se inicia em um totem com um monitor, onde ele coloca as informações de identificação. Na sequência, recebe uma mensagem no celular indicando em qual doca os paletes serão descarregados. Então, ele imprime a nota fiscal e aguarda receber mais um SMS avisando que o descarregamento acabou. “Leva cerca de 40 minutos para descarregar um caminhão, enquanto isso, o motorista pode ficar na sala de espera, equipada com TV, copa e banheiro”, explicou André Cardoso, country manager Brasil.
Segundo adiantou, o próximo passo é otimizar ainda mais esse processo, fazendo com que a transportadora já receba as informações durante o trajeto, para que o motorista chegue ao local com a doca definida.
A CHEP tem 46 transportadoras parceiras no Brasil todo e faz um trabalho de otimização de carga para aproveitamento dos veículos. Em cada carreta cabem 476 paletes, chegando a 600 se eles forem casados, ou seja, encaixados em dupla de forma invertida. Cerca de 60 caminhões entram e saem do centro de serviço em Louveira por dia, movimentando suas 10 docas.
Os paletes da CHEP suportam uma capacidade dinâmica de 1,5 toneladas e uma carga estática de 5 toneladas. Mais de 30 milhões circulam na América Latina, sendo utilizados para transporte de mercadorias de variadas indústrias, incluindo produtos para consumo e alimentos frescos.
(Reportagem de Carol Gonçalves)