Carga Projeto: Pelas dimensões, são exigidos cuidados especiais visando ao transporte com segurança

05/11/2020

Além dos equipamentos adequados para atuação neste segmento, também é preciso atender as normas que dizem respeito à adequação da carga à plataforma dos conjuntos transportadores e suas capacidades de tração. Principalmente para os pesos e dimensões especiais.

 

Quantas vezes não nos deparamos com cargas imensas, desproporcionais até, sendo transportadas pelas ruas e rodovias, ou mesmo por navios. Estas são as carga projeto.

O que as caracteriza, de acordo com Roberto Croce, Regional Director LATAM da GEFCO Forwarding, são três aspectos principais: 1. Suas dimensões, pesos e características gerais, que via de regra são excedentes em dimensões quando comparadas ao tamanho de um contêiner de 40’ Dry – e ao peso total que via de regra excede o de uma carreta convencional, ou seja, 25 ton; 2. A condição de consolidação ou não num determinado número de embarques, por fazer parte de um conjunto ou sistema e que possa estar inserido numa demanda especial; 3. Carga que esteja inserida em protocolos ou medidas legais e/ou de isenção ou benefício fiscal tarifário que estejam incluídas dentro de uma demanda ou embarque especifico.

Para ilustrar, Croce cita os tipos de cargas mais transportados pela empresa e os serviços oferecidos.

No tocante a carga especial ou projetos, a GEFCO tem operado, mais recentemente, com peças e equipamentos para a indústria automobilística e de duas rodas, peças de reposição para itens de não duráveis de mineração (correias transportadoras), guindastes, carretas modulares hidráulicas, estruturas metálicas para construção industrial, máquinas de linha “amarela” para obras de engenharia ou infraestrutura, peças para supply boats de embarcações do segmento óleo e gás e painéis solares para usinas fotovoltaicas, entre outros. E a empresa oferece uma diversa gama de operações logísticas nos modais rodoviário, marítimo, aéreo, e os seus mais diversos arranjos no conceito ponto-a-ponto. Em adição ao transporte propriamente dito.

“Normalmente consideramos carga projeto uma carga com dimensões fora do padrão de contêineres e/ou carretas no modal rodoviário”, comenta, agora, Carlos Souza, gerente da Divisão de Cargas Projeto da Allog International Transport. Ele cita os tipos de cargas mais transportados pela empresa: Na importação, todo tipo de maquinário para indústrias. Na exportação, o segmento de barcos de luxo, maquinário para indústria cervejeira, caminhões, implementos agrícolas, etc.

 

Exigências

É obvio que, pelas dimensões e características, este tipo de carga impõe exigências específicas para sua operação, tanto em termos de equipamento, quando de leis e procedimentos.

Croce, da GEFCO, diz que um dos principais tipos de equipamentos empregados envolve os para transporte rodoviário especial em pesos e dimensões, visto que a quase totalidade do transporte de cargas projeto no Brasil se dá por modal rodoviário, ou ainda por modal rodofluvial. “Se pensarmos em cabotagem, são usadas balsas para navegação de longo curso.”

No segmento rodoviário são necessários cavalos mecânicos especiais com três ou quatro eixos configurados com tração 6×2, 6×4 e 8×4, bem como uma diversa gama de semirreboques especiais, como pranchas de comprimento especial, pranchas rebaixadas, carretas extensivas, linhas de eixo modulares hidráulicas, plataformas rebaixadas, gondolas ou vigas hidráulicas, enfim equipamentos a depender da faixa de peso da carga que se pretende ter como oferta da solução, bem como do mercado alvo do transportador.

Em termos de legislação no modal rodoviário – continua o Regional Director LATAM da GEFCO – é necessário atender as normas do DNIT-MT (resolução 001/2016) no que diz respeito à adequação da carga à plataforma de carga dos conjuntos transportadores e suas capacidades de tração. Em especial para os pesos e dimensões especiais. Bem como o acompanhamento dos eventuais reforços necessários na Obras de Arte Estruturais (OAR) ao longo do trajeto, acompanhamento e gestão do trabalho das empresas concessionárias, de telefonia, eletricidade e de fibras óticas, bem como monitoramento e/ou rastreamento dos conjuntos transportadores.

“Na visão do Agente de Cargas, é preciso ter know-how nesse tipo de operação, para escolher os parceiros corretos que atendam todas as exigências de cada tipo de operação com base na carga movimentada”, complementa Souza, da Allog.

 

Pandemia

Já falando sobre os efeitos da pandemia no segmento de cargas projeto, abrangendo o que exigiu, o que mudou, quais os segmentos mais impactados, quais as cargas mais transportadas neste período e por que, o gerente da Divisão de Cargas Projeto da Allog diz que este segmento, no Brasil, tem sua base forte nos investimentos das indústrias em construção e/ou reforma de indústrias e parques fabris, exigindo importação de estruturas e maquinários. Para esse segmento específico houve um efeito direto da pandemia, por conta da retração da economia brasileira.

“Por outro lado – continua Souza –, temos o exemplo do segmento de barcos de luxo, que já despontava como um bom exemplo de produto exportável, porém com a pandemia e desaquecimento da economia interna, os estaleiros focaram seus esforços nas vendas internacionais, aumentando consideravelmente o volume de exportação desse segmento.”

Croce, da GEFCO, concorda que a retração da atividade econômica fez com que muitos dos projetos que estavam em andamento fossem temporariamente paralisados/postergados. Em especial os que envolviam conteúdos importados.

O que se observa neste momento é uma corrente de comércio favorável aos exportadores, muito por conta das taxas de câmbio.

“Os fabricantes positivamente impactados são as filiais brasileiras das transnacionais com plantas industriais no Brasil, e que estão sendo bastante competitivas. Incluem-se neste grupo empresas brasileiras como a WEG e Aeris Energy, que produzem materiais de alto valor agregado no seu nicho, e que têm atuação comercial global.”

Diante deste cenário, o Regional Director LATAM da GEFCO aponta as tendências/perspectivas em termos de cargas de projeto, considerando os reflexos da pandemia na economia como um todo e a sua retomada.

De acordo com ele, alguns segmentos continuam implantando os projetos que haviam sido programados. Num lead time estendido, porém dando prosseguimento.

Neste contexto, os tipos de carga que devem ser mais transportados serão máquinas de fabricação, embalagem e envase de bebidas e alimentos, equipamentos de geração de energia (eólica, solar e termoelétrica) e equipamentos para indústria de mineração. “No futuro próximo e médio prazo, equipamentos de construção pesada, como tratores, gruas, guindastes e máquinas ferroviárias para as obras de infraestrutura a serem concessionadas pelo governo federal”, aponta Croce.

Ele é complementado por Souza, da Allog, para quem, com base no cenário atual, as perspectivas seguem a tendência de crescimento para 2021, após a profunda recessão de 2020.

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