Por Ariel Feitosa*
No mundo conectado e dinâmico em que vivemos, a maturidade digital deixou de ser uma vantagem competitiva para se tornar uma exigência básica. Para as cadeias de suprimentos, isso significa mais do que adotar novas tecnologias — trata-se de integrar pessoas, processos e dados em uma jornada estruturada de evolução.
Mas como saber onde sua empresa está e para onde pode ir?

Avaliando o ponto de partida
O primeiro passo é entender o nível atual de maturidade digital da sua operação. Isso exige um olhar crítico para processos, governança, sistemas e, principalmente, para a cultura organizacional.
- Processos: Estão padronizados? Medidos em tempo real? Baseiam-se em dados ou ainda em decisões empíricas?
- Tecnologias: Você já opera com sistemas integrados (ERP, TMS, WMS, APS)? Há automações funcionando? Inteligência artificial ou analytics são parte da tomada de decisão?
- Pessoas: Sua equipe entende o valor da digitalização? Possui as competências certas para operar um supply chain inteligente e adaptável?
Essa análise deve ir além de um checklist técnico — ela precisa capturar a capacidade da empresa de transformar tecnologia em resultado prático e sustentável.
O que define uma cadeia digitalmente madura?
Uma cadeia de suprimentos madura digitalmente é aquela que enxerga o todo, antecipa riscos, responde com agilidade e aprende com os dados. Ela opera com fluidez entre o físico e o digital, conectando planejamento, execução e feedback em tempo real.
As características mais comuns incluem:
- Integração ponta-a-ponta: visibilidade em tempo real de pedidos, estoques e transportes.
- Tomada de decisão baseada em dados: analytics, simulações e machine learning aplicados a planejamento e resposta.
- Colaboração inteligente: ecossistemas digitais conectando fornecedores, operadores logísticos e clientes.
- Cultura orientada à inovação: equipes capacitadas, mentalidade ágil e foco constante em melhoria contínua.
Como evoluir nessa jornada?
A evolução da maturidade digital não acontece da noite para o dia. Ela exige liderança comprometida, investimentos direcionados e uma visão clara do valor a ser gerado.
Algumas boas práticas incluem:
- Diagnóstico estruturado: use frameworks de avaliação de maturidade digital adaptados ao seu setor e contexto.
- Roadmap realista: priorize iniciativas com impacto mensurável e alinhamento estratégico. Nem tudo precisa ser “disruptivo”.
- Capacitação contínua: invista em competências digitais, promovendo uma mudança cultural além da adoção de ferramentas.
- Quick wins com impacto: combine iniciativas de curto prazo (como automações) com projetos estruturantes (como integração de dados).
O que está em jogo?
Sua cadeia de suprimentos pode — e deve — fazer mais do que apenas equilibrar eficiência e custo. Ela pode ser o motor da inovação, da sustentabilidade e da experiência do cliente. A maturidade digital é o caminho para esse futuro. E cada passo nessa jornada é uma oportunidade de transformar não só sua operação, mas o papel estratégico que ela ocupa dentro do seu negócio.
* Ariel Feitosa, Gerente de Projetos de Supply Chain, com 14 anos de experiência em supply chain e logística. Graduado em Logística pela FATEC, MBA em Gestão de Negócios pela USP-ESALQ e Business Program na University of La Verne. Atua em projetos de cadeia de suprimentos, implantação de projetos, planejamento de vendas e operações (S&OP), desenho de rede de transportes, desenvolvimento de fornecedores, desenho de armazéns e otimização de processos, com experiência em indústrias como mineração, varejo de material de construção, química, varejo alimentício no Brasil e México e tabagista.







