Por Edi Rodrigues*
Quando iniciei minha jornada na logística, o cenário era outro. Poucas mulheres atuavam nos bastidores — e menos ainda ocupavam cargos de liderança. O ambiente era majoritariamente masculino, as oportunidades eram limitadas e o apoio, quase inexistente.
O que me impulsionou foi o instinto de sobrevivência e a convicção de que competência não tem gênero. Hoje, vejo um setor em transformação. A presença feminina na logística cresce a cada ano, gerando impactos reais — não apenas em números, mas na forma como nos comunicamos, lideramos e entregamos resultados.
Diversas pesquisas internacionais apontam que empresas com maior representatividade feminina em cargos de liderança apresentam equipes mais engajadas, menor rotatividade e uma comunicação interna mais colaborativa.

Esses dados refletem o que vivenciamos na prática: quando uma mulher lidera, ela traz um modelo de gestão mais humano, estratégico e participativo. Liderar na logística é como dirigir em terreno acidentado — exige equilíbrio entre razão e emoção, firmeza e sensibilidade, intuição e estratégia. Essa combinação transforma equipes em times e resultados em legados.
Ser empresária, mãe, esposa e líder é um desafio diário. Como tantas mulheres, aprendi que o verdadeiro equilíbrio não está em fazer tudo ao mesmo tempo, mas em viver cada papel com presença e propósito.
A força está no movimento. Nem sempre é sobre acelerar — às vezes, é preciso ajustar a rota, respirar fundo e seguir com coragem. Liderar com alma é reconhecer que cada colaborador carrega sonhos, responsabilidades e histórias. A logística, afinal, é feita por pessoas que entregam muito mais do que produtos: entregam valores intangíveis, como confiança, respeito e propósito.
Cada mulher que entra nesse setor abre caminho para muitas outras. Não se trata de competir, mas de construir um ecossistema mais justo, equilibrado e cooperativo.
O futuro da logística será mais sustentável, inclusivo e colaborativo porque está sendo moldado por pessoas que acreditam em um caminho compartilhado — e não dividido. Quando uma mulher assume o volante da liderança, ela não conduz sozinha. Ela inspira. Ela abre caminhos. E desperta em outras mulheres a coragem de seguir adiante.
* Edi Rodrigues é empreendedora, palestrante internacional e fundadora da Transvelloz. Atua há 18 anos no setor de transporte e logística, com foco em humanização, liderança feminina e desenvolvimento de pessoas.








