Tendências que vão redefinir a logística em 2026: tecnologia, integração regional, sustentabilidade e novos fluxos globais

Digitalização, IA, automação e metas de descarbonização devem transformar o setor logístico em 2026. O Brasil busca equilíbrio entre competitividade, inovação e sustentabilidade em meio a um cenário global em rápida mudança.

À medida que 2025 chega ao fim, o setor logístico se prepara para um 2026 marcado por profundas transformações. Tendências globais como a digitalização acelerada, a automação inteligente e a pressão por descarbonização prometem redefinir operações, custos e estratégias de Supply Chain.

Em meio a um cenário econômico ainda incerto e a reconfiguração das rotas comerciais impulsionada por fatores geopolíticos, o Brasil busca fortalecer sua competitividade por meio de investimentos em infraestrutura, tecnologia e integração regional. A corrida por eficiência, sustentabilidade e inovação deve determinar quais empresas sairão à frente na próxima fase da logística global.

Tendências que vão redefinir a logística em 2026: tecnologia, integração regional, sustentabilidade e novos fluxos globais

Tendências globais

Certamente, a primeira questão que vem à mente, quando se fala em “prognósticos para 2026”, envolve as tendências globais que devem redefinir o setor logístico em 2026. E mais ainda: como o Brasil pode se posicionar diante desse novo cenário competitivo?

Na visão de Fernando Luiz de Senna Figueiredo, diretor da Acura Capital, o setor logístico mundial deve ser profundamente influenciado por três vetores principais: a consolidação das cadeias produtivas regionais (nearshoring), a digitalização integral dos processos operacionais e a pressão por transporte de baixo carbono. “O Brasil, inserido em um cenário de reindustrialização global e busca por fornecedores mais próximos dos grandes centros consumidores, possui uma oportunidade estratégica. A expansão da infraestrutura portuária e ferroviária, aliada à desburocratização e integração multimodal, pode reposicionar o país como um hub logístico da América do Sul.”

Rafael Rocha, VP Comercial da Emergent Cold LatAm, também aponta a oportunidade de o Brasil se tornar um hub logístico regional.

Rocha lembra que o setor logístico vive uma transformação estrutural impulsionada por quatro grandes forças globais: reconfiguração das cadeias globais e novas demandas de consumo, tecnologia e sustentabilidade.

Até 2026, a consolidação de rotas alternativas ao Canal do Panamá e ao Mar Vermelho deve mudar o fluxo mundial de mercadorias, favorecendo mercados que consigam garantir estabilidade operacional e eficiência energética. “O Brasil, com sua posição estratégica no Atlântico Sul e ampla base agroindustrial, pode se destacar como hub logístico regional, desde que invista em conectividade intermodal, digitalização e infraestrutura de baixo carbono. A combinação entre inovação tecnológica, eficiência energética e integração regional será decisiva para posicionar o país como referência em logística sustentável e competitiva”, diz Rocha.

Além do investimento em infraestrutura multimodal e adoção de tecnologias emergentes, Victor Hugo Coutinho, arquiteto de Soluções e gerente de Ofertas SAP da Softtek Brasil, também acha fundamental o Brasil fortalecer parcerias regionais para se tornar um elo estratégico entre América do Sul e Ásia.

Investimento também é a palavra-chave relatada por Denis Maelaro, diretor de P&C e Specialties da AXA no Brasil. Ele destaca que a prioridade deve ser investir em digitalização (visibilidade ponta a ponta), modernização de terminais e integração modal (rodoviário–ferroviário–portuário), além de acelerar concessões e PPPs voltadas a corredores de alto valor. Também é essencial adotar programas-piloto com veículos elétricos e combustíveis de transição em rotas metropolitanas, aliados a políticas públicas que reduzam gargalos fiscais e regulatórios.

Tendências globais que devem redefinir o setor logístico em 2026

Adoção acelerada de digital twins, blockchain, APIs, dashboards e IoT para tornar as cadeias logísticas mais inteligentes, com roteirização dinâmica, otimização de estoques e last mile, rastreamento em tempo real e manutenção preditiva. Digitalização total da cadeia. Visibilidade ponta a ponta será padrão;

Automação e robótica para otimização de armazéns e transporte;

Pressão por descarbonização e o uso de combustíveis alternativos, principalmente nos modais marítimo e rodoviário;

Sustentabilidade logística, impulsionada por políticas de descarbonização e exigências ESG;

Regionalização das cadeias de suprimento, com redes mais curtas e resilientes;

Reconfiguração de cadeias e rotas, diante de tensões globais, dos novos corredores comerciais e do avanço da regionalização;

Valorização da resiliência e da visibilidade em tempo real, impulsionada por novas tecnologias de monitoramento;

Crescimento contínuo do e-commerce;

Intermodalidade e integração de modais: Ferrovias, cabotagem e corredores bioceânicos ganham força;

Concorrência por talentos em Supply Chain, com foco em competências digitais e analíticas.

Fontes: AXA, Elcio Grassia e Softtek

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“Diante do cenário que se apresenta – veja a tabela “Tendências globais que devem redefinir o setor logístico em 2026” –, o Brasil pode se posicionar estrategicamente de várias formas: Fortalecer sua infraestrutura logística, especialmente com foco multimodal e digitalização; atrair investimentos estrangeiros via concessões e PPPs logísticas; investir em tecnologias de rastreabilidade, IA e visibilidade ponta a ponta, especialmente nos setores de agronegócio, alimentos e farmacêutico; aproveitar acordos comerciais e integração regional para reduzir barreiras logísticas e ampliar acesso a mercados.”

Ainda segundo Elcio Grassia, consultor Independente, vice-presidente de eventos do RoundTable Brasil do CSCMP (Council of Supply Chain Management Professionals), CEO da Nazar Systems e colunista do Portal Logweb, o Brasil tem potencial para se destacar na nova ordem logística global – desde que alinhe inovação, infraestrutura e uma política industrial voltada à competitividade e sustentabilidade da cadeia de suprimentos.

Nuno Fouto, coordenador do curso de Logística e Distribuição da FIA Business School e coordenador técnico das pesquisas de varejo do IBEVAR-FIA Business School, também aponta que há uma significativa onda de inovações tecnológicas (sensores e software) nos diferentes processos e subprocessos de logística. Uma evidência disso é o grande número de startups baseado em soluções de previsão de custos, sourcing, qualificação, alocação de espaço, robôs, veículos autônomos internos e externos, etc.

“Por outro lado, vivemos um mundo significativamente mais tenso em termos de conflitos e acidentes inesperados. Assim, considero que o principal foco do setor, em termos globais, está no estratégico, ou seja, no tratamento mais qualificado (pessoas e tecnologia) dos cenários complexos, e na análise e gestão de riscos. O Brasil é parte desse sistema global, uma vez que participa de várias cadeias, principalmente no agronegócio, além de ter centros de excelência de formação de mão de obra.”

Ainda segundo Fouto, do ponto de vista do investimento privado em infraestrutura, o cenário é mais desafiador, pois a instabilidade política inibe a participação de empresas competentes em favor de grandes conglomerados estatais ou associados ao estado, o que tende a favorecer mais o monopólio que a inovação e a diversidade, no médio prazo.

“A expectativa é que 2026 seja um ano de desaceleração do crescimento econômico no Brasil. Apesar disso, será um ano eleitoral, em que o governo federal tenderá a buscar, dentro do possível, elevar os gastos para estimular o consumo. Caso haja uma expansão fiscal ao menos moderada, é possível que não vejamos uma desaceleração tão clara do consumo doméstico, o que pode dar sustentação à atividade do setor de transporte de carga.”

Ainda segundo Adriano Birle, economista da GEP Brasil, os dados de atividade do transporte rodoviário até o momento ainda não apontam para uma desaceleração tão evidente. Pelo contrário, os dados do início do 3º trimestre da PMS do IBGE ainda mostram uma atividade em leve aquecimento, impulsionada pela força das exportações e da produção agrícola.

Por um lado, o consumo de bens industriais segue forte. Apesar de o mercado de trabalho estar em desaceleração, a renda segue em alta e o desemprego em queda. Esse cenário ainda favorece o consumo das famílias, com o e-commerce, por exemplo, apresentando forte expansão no ano, e com o consumo de bens industrializados também resiliente.

Além disso, safra agrícola recorde em 2025 também tem beneficiado o setor de transporte terrestre, e esse desempenho positivo pode se repetir em 2026.

No transporte marítimo, a movimentação nos portos brasileiros segue aquecida. Ao contrário do que se esperaria em uma situação de taxa Selic elevada, as importações apresentam crescimento vs. 2024, puxadas por bens de capital e por bens de consumo duráveis, analisa Birle.

Arline Casas, Sales Director na Next Shipping, também pondera que o setor logístico global tem enfrentado um cenário de forte instabilidade e transformação, impulsionado por fatores geopolíticos, restrições comerciais e desafios operacionais. Desde a pandemia, que provocou desequilíbrios significativos entre a demanda de consumo e a disponibilidade de capacidade marítima, a cadeia de suprimentos mundial passou por mudanças estruturais profundas

Mais recentemente, os ataques no Mar Vermelho e as restrições no Canal de Suez intensificaram a necessidade de reposicionamento estratégico das rotas marítimas, elevando custos e exigindo maior agilidade e planejamento nas operações globais. Paralelamente, as tensões comerciais entre Estados Unidos e China seguem afetando o fluxo de mercadorias e exigem das empresas uma capacidade contínua de adaptação e resposta rápida.
“Nesse contexto, diz Arline, o Brasil tem a oportunidade de se posicionar de forma estratégica, fortalecendo sua infraestrutura logística e ampliando sua presença nas cadeias globais de valor.”

Setores em destaque

Em 2026, a demanda logística será fortemente impulsionada por diversos setores, principalmente por aqueles que exigem alta eficiência, rastreabilidade e agilidade (Veja a tabela ao lado). “Esses setores combinam crescimento acelerado com exigências logísticas complexas, demandando soluções inteligentes, sustentáveis e integradas para manter competitividade e atendimento ao cliente”, diz Grassia.

Já Maelaro, da AXA, acredita que setores com requisitos de serviço mais elevados, como o farmacêutico e o alimentício, tendem a pagar prêmios por soluções logísticas especializadas.

Considerando que em 2026, a demanda logística deve ser impulsionada por setores que combinam expansão e alto nível de exigência operacional, Arline, da Next Shipping, diz que todos esses movimentos reforçam a importância de uma logística integrada, precisa e guiada por tecnologia e informação em tempo real.

Birle, da GEP Brasil, também avalia o crescimento dos setores no próximo ano. Para o e-commerce, é esperado crescimento, ainda que menos intenso do que em 2025. “Por um lado, a desaceleração da economia eventualmente se fará sentir no consumo das famílias de maneira mais clara. No entanto, uma parte desse crescimento do e-commerce é estrutural, pois se trata de uma mudança de hábitos de consumo. Por essa razão, esse segmento teria um crescimento já ‘contratado’ para os próximos anos, mesmo em um ambiente macroeconômico menos favorável.”

Setores da economia que devem impulsionar a demanda logística em 2026

Agronegócio: Deve manter-se forte e seguir liderando a demanda por transporte de longa distância, consolidando-se como o principal motor logístico do Brasil, com safras robustas e necessidade de escoamento eficiente. O crescimento das exportações de grãos, proteínas, frutas e insumos continuará impulsionando a atividade, enquanto o aumento do consumo interno de alimentos refrigerados e congelados prontos para consumo reflete a expansão da classe média e a busca por produtos de maior valor agregado. Dada sua relevância e especificidades dentro das cadeias globais, o agronegócio exige soluções logísticas robustas, com integração multimodal, armazenagem eficiente e rastreabilidade de origem.

Alimentos e bebidas: Setores impulsionados pela diversificação das exportações e pelo crescimento da demanda por cadeia fria e distribuição urbana. A logística desse segmento é altamente sensível ao tempo e à temperatura, exigindo cada vez mais visibilidade operacional e controle rigoroso de qualidade, especialmente nas operações de foodservice e na distribuição urbana.

Farmacêutico e healthtech: Requisitos regulatórios e de temperatura sustentam o crescimento de uma logística especializada. Ou seja, cresce com foco em cadeias frias (cold chain), controle regulatório e rastreabilidade de ponta a ponta – impulsionados por biotecnologia, vacinas, e-commerce de medicamentos e envelhecimento populacional.O crescimento também deve ser impulsionado por novas terapias.

Energia e infraestrutura: Projetos de renováveis e gás natural geram demanda por transporte sob medida, especialmente de cargas pesadas e portuárias. Destaque para biocombustíveis e gás natural. O setor de energia também será impulsionado pela retomada da indústria de óleo e gás.

Varejo digital: Deve continuar em expansão, ampliando Centros de Distribuição e operações fracionadas, mas com foco cada vez maior na eficiência logística e na redução de custos por entrega. O avanço dos volumes B2C e a crescente exigência no last mile mantêm o setor como um dos principais catalisadores de inovações logísticas, exigindo flexibilidade, entregas rápidas e estoques descentralizados. Ao mesmo tempo, o fortalecimento dos modelos D2C e omnichannel eleva a pressão por operações mais eficientes, ágeis, integradas e personalizadas.

Automotivo: Seguirá em alta principalmente nas importações para manutenção.

Mineração: Segue estratégica pela demanda global por minerais críticos.

Fontes: Acura Capital, AXA, Elcio Grassia, Emergent Cold LatAm, FIA Business School, Next Shipping, Softtek Brasil.

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O agronegócio deve também seguir dando impulso para praticamente todos os modais, sobretudo o rodoviário e o hidroviário – prossegue o economista da GEP Brasil. A safra de grãos deve ser novamente recorde em 2026. “Aqui, o maior desafio é que a demanda é muito concentrada em alguns meses do ano, como fevereiro, março e agosto, e muito possivelmente veremos, similarmente ao que ocorreu este ano, elevações dos preços dos fretes rodoviários nesses meses.”

Digitalização

Como já mencionado, a digitalização, a automação e a inteligência artificial vão transformar a eficiência operacional e os modelos de negócio logísticos no futuro próximo.

Como diz Figueiredo, da Acura Capital, em 2026, a logística deixará de ser vista apenas como transporte físico e passará a operar como sistema integrado de dados. A inteligência artificial preditiva, combinada com a automação de armazéns e o uso de sensores IoT, permitirá reduzir custos, eliminar gargalos e aumentar a precisão no controle de estoques.

Empresas que adotarem plataformas de gestão em tempo real e análise de big data terão vantagens competitivas, operando com estoques mais enxutos e maior agilidade na resposta à demanda, apregoa o diretor da Acura Capital.

“A IA e a automação tornarão as previsões mais precisas, a otimização de rotas em tempo real e a alocação automática de capacidade, permitindo decisões mais proativas, reduzindo custos e tempo de resposta. Empresas que integrarem dados operacionais com IA ganharão competitividade por melhor nível de serviço e menor custo por entrega”, também explica Marcelo Rodrigues, presidente do SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região.

Já Maelaro, da AXA, diz que esta transformação já vem acontecendo em várias frentes. E destaca três:
(1) Previsão e planejamento: maior precisão da demanda, otimização de estoques e redução de perdas;

(2) Operações: uso de robôs para descarregamento e empacotamento, roteirização dinâmica e manutenção preditiva;

(3) Serviço ao cliente: atendimento automatizado, rastreamento em tempo real e experiências personalizadas.

Esses avanços reduzem custos unitários, aumentam a flexibilidade da cadeia e viabilizam novos modelos de negócio, como logistics as a service e microabastecimento. Para a implementação plena, diz o diretor de P&C e Specialties da AXA, será necessário aprimorar a governança de dados, rever processos e investir na requalificação de equipes.

Coutinho, da Softtek Brasil, também vê que surge um novo modelo de negócio: Logística como serviço (LaaS), com foco em dados, flexibilidade e experiência do cliente, onde:

IA preditiva: Antecipação de demanda, simulação de rotas e otimização de estoques.

Automação de armazéns: Robôs, esteiras inteligentes e WMS reduzem erros e aumentam produtividade.

RPA e integração de sistemas: Redução de tarefas manuais e maior acuracidade nos processos.

Também para Grassia, digitalização, automação e IA trarão ganhos como:

Roteirização inteligente e dinâmica, reduzindo custos com combustível, tempo e ociosidade.

Monitoramento em tempo real de cargas e ativos, com sensores IoT, geolocalização e alertas preventivos.

Previsão e antecipação de demanda via IA, permitindo redução de estoques, menor desperdício e reposição automática.

Automação de armazéns e Centros de Distribuição, com robôs, esteiras inteligentes e picking automatizado.

Nos modelos de negócio, ainda na visão do consultor, surgirão novos formatos:

Plataformas logísticas como serviço (LaaS), que oferecem soluções completas sob demanda.

Integração digital entre todos os elos da cadeia — fornecedores, Operadores Logísticos e varejo — em tempo real.

Marketplace de fretes e armazenagem, conectando oferta e demanda com algoritmos de otimização.

4PL e 5PL digitais, que assumem a gestão estratégica da logística com base em dados e inteligência artificial.

“Essa transformação impulsiona flexibilidade, personalização e sustentabilidade, reposicionando a logística de um centro de custo para uma alavanca de vantagem competitiva. Empresas que digitalizarem sua operação terão melhor capacidade de adaptação, resposta e escalabilidade em um ambiente volátil e orientado por dados”, diz Grassia

. Mas, se, por um lado, a digitalização tem o potencial de oferecer ganhos de produtividade significativos, como demonstrado, ela também gera desafios: quando se dá por parte da fiscalização e da adequação a normas, a tendência é que brechas hoje utilizadas por transportadores de menor porte sejam fechadas. “É o que vemos, por exemplo, com a implementação das novas regras da ANTT para fiscalização do cumprimento da tabela de fretes e as regras para forçar a adequação de transportadoras à obrigatoriedade da contratação de seguros. A tendência é que fique cada vez mais difícil a operação fora das regras da ANTT”, diz Birle, da GEP Brasil.

Políticas ambientais

A agenda ESG e as metas de descarbonização — impulsionadas por grandes blocos econômicos, como a União Europeia — trarão custos adicionais de adaptação no curto prazo. Contudo, empresas que se anteciparem ao processo tendem a colher benefícios estruturais no médio prazo.

No Brasil, diz Figueiredo, da Acura Capital, observa-se o avanço na renovação de frotas com veículos elétricos e híbridos, uso crescente de biocombustíveis e adoção de sistemas de compensação de emissões. A rastreabilidade ambiental e a eficiência energética passarão a ser critérios obrigatórios em licitações e contratos internacionais.

“O investimento em descarbonização é, hoje, algo inviável para muitas empresas menores. O que o setor busca, a priori, é que haja um programa de renovação de frota que facilite os investimentos no tema. Atualmente, por mais que a maioria das empresas tenha uma boa vontade, o orçamento enxuto impede o investimento adequado”, contrasta Rodrigues, do SETCESP.

“Espera-se que normas mais rígidas sobre emissões, como taxações sobre carbono e exigências regulatórias em países desenvolvidos, aumentem o custo do transporte, especialmente em modais mais poluentes (grande destaque para o rodoviário). Além disso, mudanças na malha logística para atender às novas regras podem gerar revisão de rotas e prazos de entrega.

Para se antecipar a esse cenário, diz Grassia, empresas líderes estão adotando estratégias como:

Eletrificação de frotas e uso de combustíveis alternativos (biodiesel, gás natural, hidrogênio).

Investimento em visibilidade de emissões, rastreabilidade de fatores ambientais e certificações ESG.

Revisão de fornecedores e rotas logísticas para reduzir a pegada de carbono.

Incorporação de IA para otimizar roteirização e reduzir viagens ociosas.

Parcerias com operadores logísticos sustentáveis e marketplaces de frete verde.

Empresas brasileiras com foco em exportação também estão ajustando seus padrões para atender às exigências de mercados como União Europeia e Estados Unidos, o que pode se tornar um diferencial competitivo diante das pressões regulatórias globais, completa o colunista do Portal Logweb.

Coutinho, da Softtek Brasil, também acredita que este cenário nos direcionará para um contexto em que:

Impacto nos custos: Investimentos em veículos elétricos, combustíveis alternativos e otimização de rotas podem elevar CAPEX, mas reduzir OPEX em médio prazo.

Impacto nos prazos: Adoção de modais mais sustentáveis pode exigir replanejamento de lead times.

“Visualizo como forma de preparação das empresas a medição da pegada de carbono, a escolha de parceiros ESG-compliance e o uso de digital twins para simular cenários sustentáveis.”

Mais abrangente, Arline, da Next Shipping, diz que as metas globais de descarbonização estão redesenhando o futuro da logística, impulsionando o setor a adotar práticas mais sustentáveis e eficientes. A transição para operações de baixo impacto ambiental não deve ser vista apenas sob a ótica de custos, mas como uma oportunidade de modernizar processos, otimizar rotas e reduzir desperdícios. Esses fatores fortalecem a competitividade e garantem maior sustentabilidade operacional em longo prazo.

A verdade é que as políticas climáticas elevam custos diretos (combustíveis mais caros, exigência de frotas menos emissoras) e custos indiretos (investimentos em ativos verdes e conformidade regulatória). Também podem impactar prazos operacionais, devido a restrições em zonas urbanas de baixa emissão e à maturidade ainda limitada da infraestrutura de reabastecimento para modais elétricos ou movidos a hidrogênio, diz Maelaro, da AXA, também se referindo ao fato de que o avanço das políticas ambientais e as metas de descarbonização devem impactar custos e prazos logísticos em 2026.

De acordo com ele, existem iniciativas governamentais e linhas de financiamento internacional para apoiar essa transição, mas o ritmo dependerá da estrutura de incentivos locais.

“As empresas do setor tendem a ser mais reativas nesse aspecto, do que promotoras de ações inovadoras. Parece que, em 2026, esses desafios continuarão a ser vistos como restrições, e não como oportunidades de diferenciação ou inovação”, contrapõe Fouto, da FIA Business School.

Marketplaces e e-commerce

A consolidação dos marketplaces e o avanço contínuo do e-commerce seguirão como forças transformadoras da logística em 2026, especialmente nos segmentos de última milha, fulfillment e estoques descentralizados.

Segundo Grassia, essas mudanças geram impactos diretos em:

Transporte de cargas: maior volume de entregas fracionadas, maior exigência de velocidade e rastreabilidade em tempo real, além da pressão por fretes mais baratos e sustentáveis.

Gestão de estoques: necessidade crescente de estoques próximos ao consumidor (dark stores, microfulfillment centers) para viabilizar entregas no mesmo dia ou no dia seguinte.

Além disso:

Empresas estão investindo em sistemas WMS e TMS inteligentes, capazes de se integrar com múltiplos canais de venda e transporte.

O uso de marketplaces de frete está se ampliando, permitindo maior flexibilidade e competitividade para pequenas e médias empresas.

Plataformas omnichannel exigem mais visibilidade e sincronização entre canais físico e digital.

No Brasil, a tendência é de maior regionalização dos Centros de Distribuição e uso intensivo de dados para previsão de demanda, reposição automática e melhoria da experiência do cliente, principalmente fora dos grandes centros urbanos, diz o CEO da Nazar Systems.

Coutinho, da Softtek Brasil, acrescenta outros fatores a esta lista: logística reversa e rastreamento em tempo real como diferenciais competitivos para fidelização do cliente; automação fiscal e integração com marketplaces para redução de erros e conformidade regulatória. “Observo um impacto direto: aumento da demanda por transporte urbano, last mile e soluções flexíveis de armazenagem.”

Também para Figueiredo, da Acura Capital, o comércio eletrônico seguirá como principal motor da logística de alta frequência. Em 2026, vislumbra ele, o foco será a integração entre Centros de Distribuição regionais e operadores de última milha, com uso de dados preditivos para otimização de rotas. “A consolidação de marketplaces levará ao fortalecimento de modelos fulfillment compartilhados, reduzindo a ociosidade e elevando a eficiência operacional. Isso exigirá das empresas brasileiras investimento contínuo em rastreabilidade, tecnologia e gestão integrada de estoques.”

O que é notório é que os marketplaces ampliam a demanda por entregas rápidas e flexíveis, o que aumenta a importância de microabastecimento e centros de Cross Dock urbanos. Isso, por outro lado, pressiona os operadores a manter estoques mais fragmentados (para reduzir lead time), ampliar a coordenação do last mile e adotar soluções híbridas, como pickup points e lockers. “Do ponto de vista de seguros e gestão de risco, cresce a exposição a pequenos volumes, devoluções e fraudes, o que demanda produtos de seguro mais personalizados e modelos de prevenção integrados à operação logística”, comenta Maelaro, da AXA

Também para Arline, da Next Shipping, a consolidação dos marketplaces e o avanço do e-commerce seguirão transformando o transporte internacional em um elo cada vez mais estratégico.

O cliente busca agilidade, rastreabilidade e previsibilidade e isso exige a união de tecnologia, inteligência e o contato humano que faz toda diferença.

Mais do que mover cargas, o desafio é mover oportunidades. Quem dominar essa integração será protagonista no novo cenário global do comércio onde a velocidade é crucial e a antecipação de tendência é fator determinante, acredita ela.

“Com tudo isso, os Operadores Logísticos devem oferecer soluções plug-and-play”, acrescenta Rodrigues, do SETCESP.

Tudo isto mostra o óbvio: o e-commerce e o social commerce adicionam desafios novos, como a necessidade de gestão de demanda em tempo real, o que impacta o planejamento logístico e a capacidade operacional das empresas. A volatilidade dos pedidos e a sazonalidade das vendas online exigem previsões de demanda mais precisas e flexibilidade na gestão dos estoques.

Além disso, diz Birle, da GEP Brasil, há pressão crescente dos consumidores por prazos cada vez mais curtos e custos de frete reduzidos. O grau de automação e de digitalização nas entregas do e-commerce para facilitar o acompanhamento dos pacotes em tempo real também ainda precisa avançar.

Investimentos

Concluindo esta matéria especial, fica a questão: O que se espera em termos de integração regional e investimentos públicos ou privados que possam elevar a competitividade logística do Brasil?

A expectativa é de forte aceleração das Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões voltadas à integração ferroviária e modernização portuária, acredita o diretor da Acura Capital.

Paralelamente, projetos de integração regional entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, por meio dos corredores bioceânicos, serão determinantes para reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade das exportações brasileiras.

A cooperação sul-americana e a formação de fundos regionais de infraestrutura poderão consolidar o Brasil como polo logístico estratégico nas cadeias globais de valor até 2026, diz Figueiredo.

Maelaro, da AXA, prevê a continuidade das concessões e dos leilões rodoviários e portuários, com melhorias em terminais e avanço de PPPs estratégicas. Iniciativas do Plano Nacional de Logística (PNL) e projetos estaduais — como os recentemente anunciados em São Paulo — devem acelerar o desenvolvimento de corredores prioritários.

“Para elevar a competitividade, é fundamental avançar na intermodalidade (ferrovia + porto + ro-
dovia), digitalizar processos aduaneiros e simplificar normas. O investimento privado será decisivo  por meio de concessões, pilotos de tecnologia e hubs de distribuição —,mas dependerá de segurança regulatória e estabilidade contratual para atrair capital de longo prazo”, afirma o diretor de P&C e Specialties da AXA.

Há outro fator a se considerar em 2026: trata-se de um ano eleitoral, e é esperado que o ambiente político influencie diretamente os rumos dos investimentos logísticos no Brasil.

De um lado, diz Grassia, haverá pressão por entregas rápidas de obras e projetos com apelo popular, especialmente em infraestrutura de transporte e integração regional. De outro, a incerteza política e fiscal deve adiar decisões estruturantes e reduzir o apetite de investidores privados no curto prazo. Apesar disso, alguns vetores estratégicos devem se consolidar, na ótica do consultor:

Concessões aceleradas: o governo deve priorizar leilões de infraestrutura (rodovias, ferrovias, portos) já estruturados, como forma de demonstrar avanço econômico e atrair investimentos durante o ciclo eleitoral.

Integração multimodal com foco regional: investimentos em corredores logísticos estratégicos devem seguir como pauta prioritária, com ênfase nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Modernização de ativos públicos: projetos que melhorem a eficiência sem grandes obras — como automação de portos, integração aduaneira e plataformas logísticas digitais — têm maior chance de avanço.

Incentivos e estímulos locais: estados e municípios poderão lançar programas de fomento logístico para atrair votos e investimentos, especialmente em zonas agroindustriais e polos urbanos.

Participação do setor privado: deverá crescer em projetos com modelo de concessão claro, previsibilidade jurídica e retorno seguro — mesmo em meio à instabilidade política.

Além disso, pessoalmente, o vice-presidente de eventos do RoundTable Brasil do CSCMP gostaria muito que o debate eleitoral colocasse a logística como tema central, com foco em:

Redução do Custo Brasil;

Promoção de infraestrutura sustentável;

Expansão de zonas francas e ZPEs;

Avanço da integração regional no Mercosul e com a Ásia.

A competitividade logística brasileira dependerá da nossa capacidade de manter uma agenda de Estado — e não apenas de governo — em infraestrutura e integração, garantindo continuidade e confiança mesmo em ano eleitoral, completa Grassia.

“Dado o cenário político instável e eleitoral, e a baixa capacidade de investimento público e privado no Brasil, é razoável esperar muitas promessas e pouca ação, além da manutenção das condições atuais”, aponta Fouto, da FIA Business School.

Em contrapartida, segundo Rocha, da Emergent Cold LatAm, o Brasil tem uma oportunidade concreta de elevar sua competitividade logística por meio de maior integração regional. Os novos investimentos portuários ampliam o papel da cabotagem como alternativa eficiente e sustentável ao transporte rodoviário. Ao mesmo tempo, os corredores bioceânicos, conectando o Atlântico ao Pacífico, devem fortalecer o comércio intrarregional. A iniciativa privada tem liderado o movimento de modernização de terminais, adoção de energia renovável e digitalização de operações. “Se houver coordenação entre políticas públicas, infraestrutura e inovação tecnológica, o país poderá consolidar até 2026 um ecossistema logístico mais integrado, previsível e sustentável, preparado para competir em escala global”, diz o VP Comercial da Emergent Cold LatAm.

A análise de Birle, da GEP Brasil, dá destaque aos investimentos que vêm sendo contratados para o setor portuário. A União vem buscando ampliar a quantidade de concessões de portos no Brasil, visando dinamizar o setor no longo-prazo. Em outubro, por exemplo, foi realizado o segundo bloco de leilões portuários previstos para 2025, sendo o ativo mais relevante no mês o canal de acesso aquaviário aos portos de Paranaguá e Antonina (PR). O total investido no canal deve movimentar R$ 1,2 bilhão ao longo de 25 anos. Com as melhorias previstas, o porto de Paranaguá poderá receber embarcações maiores.

“Com a consolidação do Brasil como grande exportador de commodities, mas também com o fortalecimento das importações que vimos nos últimos anos, esses investimentos são urgentes, e são pré-requisito para que possa ocorrer ganhos de eficiência no setor exportador e propiciam uma maior abertura de nossa economia para o comércio internacional no futuro”, diz o economista.

Como pode ser notado, há espaço relevante para avanços, principalmente para projetos que acelerem integração multimodal. Mas, na visão de Rodrigues, do SETCESP, o setor precisa de políticas que reduzam gargalos aduaneiros, estímulos à digitalização na fiscalização e programas de atração de investimentos para terminais de transporte intermodal, medidas que aumentam produtividade e reduzem custo Brasil.

Coutinho, da Softtek Brasil, também acredita que devemos estar atentos às oportunidades e alternativas mencionadas abaixo, considerando os aspectos de:

– Rotas de integração Sul-Americana: Corredores logísticos para acesso ao Pacífico e à Ásia.

– Investimentos públicos e privados: Novo PAC, PPPs e financiamentos internacionais somam mais de US$10 bilhões em infraestrutura.

– Plano Nacional de Logística 2050: Visão estratégica de longo prazo com foco em multimodalidade e sustentabilidade.

“Avalio o potencial de oportunidade para o Brasil em tornar-se um hub logístico regional, com infraestrutura conectada e serviços de alto valor agregado”, completa o arquiteto de Soluções e gerente de Ofertas SAP da Softtek Brasil.

Participantes desta matéria

Acura Capital: É uma gestora de investimentos com especialização em legal claims, fundos multimercado estruturados e fundos de renda variável, todos com longo track record. Além de contar com a estratégia de investimentos offshore e de ter os primeiros projetos de tokenização no Brasil.

AXA: É um dos maiores grupos seguradores do mundo. No Brasil, oferece uma linha completa de seguros do pequeno ao grande risco para empresas de todos os portes – Riscos Patrimoniais, Vida, Responsabilidade Civil, D&O, E&O, entre outros. Também oferece proteção para Pessoas Físicas, por meio de parcerias com grandes varejistas e instituições financeiras.

Elcio Grassia: É vice-presidente de eventos do RoundTable Brasil do CSCMP (Council of Supply Chain Management Professionals) – a principal entidade global voltada ao desenvolvimento profissional e à disseminação de conhecimento em gestão da cadeia de suprimentos, promovendo eventos, pesquisas, certificações e networking estratégico, conectando executivos e especialistas em Supply Chain no mundo todo. O RoundTable Brasil atua como o braço local da entidade, promovendo encontros de alto nível técnico e estratégico com foco na realidade brasileira e nas tendências internacionais do setor. Grassia também é CEO da Nazar Systems, uma empresa de tecnologia especializada em visibilidade operacional de ponta-a-ponta para cadeias de abastecimento complexas. Com a plataforma proprietária Wide Angle Visibility (Visibilidade Grande Angular), oferece soluções inteligentes para rastreamento, monitoramento de exceções e automação com Inteligência Artificial, garantindo mais eficiência, qualidade e sustentabilidade.

Emergent Cold LatAm: É o maior fornecedor de armazenamento e logística refrigerados da América Latina e Caribe. Entre seus principais investidores estão a Lineage Logistics, D1 Capital e Stonepeak. Opera mais de 70 instalações de armazenamento a frio distribuídas em 11 países na América Latina, além de contar com novos armazéns em construção.

FIA Business School: É referência entre as escolas globais de negócios do Brasil e da América Latina. Atua em educação executiva, pesquisa e consultoria com soluções customizadas para organizações do setor privado e público. Os MBAs da FIA são credenciados pela AMBA (Association of MBAs), sediada em Londres e, desde 2004, frequenta as publicações internacionais de melhores MBAs, e EuropeanCEO.

GEP Brasil: É a operação nacional da GEP, empresa global líder em soluções para Procurement e Supply Chain, com presença em mais de 110 países. Seu portfólio inclui plataformas como GEP SMART™ (gestão de gastos), GEP QUANTUM™ (inteligência artificial aplicada a compras) e GEP COSTDRIVERS™ (inteligência de custos).

Next Shipping: É uma empresa de logística internacional que oferece soluções inovadoras em transporte marítimo, aéreo, projetos especiais, seguro internacional e logística integrada.

SETCESP: Fundado em 1936, é hoje o maior sindicato patronal do setor na América Latina e atuante não apenas nos 50 municípios que representa na Grande Região Metropolitana de São Paulo, mas também em todo o Brasil. Além disso, oferece total apoio às mais de 38.500 empresas que representa com informações atualizadas, estudos técnicos, treinamentos, palestras e consultorias jurídica, econômica e operacional, dentre outros serviços.

Softtek: Multinacional especializada em serviços de TI para a América Latina, ajuda seus clientes a se destacarem no mercado por meio da implementação de soluções digitais que impulsionam suas estratégias de negócios. É uma empresa global e a primeira em apresentar o modelo Nearshore.

Essa matéria faz parte da Revista Logweb Ed. 248 – Acesse aqui para ler o conteúdo completo e baixar o pdf.

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