A logística verde já não é tendência, mas realidade consolidada no Brasil. O conceito une eficiência no transporte e redução de impactos ambientais, otimizando rotas e diminuindo emissões em um país de dimensões continentais. Um dos maiores exemplos dessa transformação é o Sistema Campo Limpo, programa nacional de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas, referência mundial no setor.
Em 2024, a operação mobilizou 18 mil caminhões, que percorreram 7,6 milhões de quilômetros para garantir o destino ambientalmente correto das embalagens. O diferencial está no modelo de frete de retorno — quando os veículos que levam insumos agrícolas ao campo retornam carregados de embalagens vazias. Essa estratégia transformou um desafio logístico em uma prática sustentável, reduzindo o consumo de combustível e otimizando o transporte em toda a cadeia.

Eficiência e sustentabilidade na logística reversa de embalagens agrícolas
O tema da infraestrutura sustentável tem ganhado destaque no debate sobre o futuro do transporte. Em 2025, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reforçou que a logística verde é essencial para impulsionar produtividade e desenvolvimento. O Sistema Campo Limpo exemplifica essa visão ao converter viagens que seriam “vazias” em ganhos ambientais e econômicos, tornando-se um modelo de eficiência logística e responsabilidade ambiental.
Além do transporte, o Sistema também investe em infraestrutura sustentável. Suas centrais de recebimento contam com sistemas de captação de água da chuva, painéis fotovoltaicos para geração de energia e aproveitamento de iluminação natural, medidas que reduzem o consumo de recursos e a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Essas ações consolidam o conceito de ecoeficiência operacional, presente em todas as etapas do programa.
Mais de 400 unidades e 4 mil ações itinerantes em todo o país
Criado há mais de 20 anos, o Sistema Campo Limpo funciona com base no princípio da responsabilidade compartilhada, envolvendo agricultores, canais de distribuição, indústria fabricante e poder público. A iniciativa cobre praticamente todo o território nacional, com mais de 400 unidades fixas de recebimento e 4 mil ações itinerantes por ano, o que garante capilaridade em regiões remotas e eficiência logística em um país de dimensões continentais.
O resultado é expressivo. Em 2024, o Sistema deu destinação ambientalmente correta a 68.589 toneladas de embalagens, recorde que elevou o total acumulado para mais de 800 mil toneladas desde 2002. Todo o material coletado é reinserido no ciclo produtivo e transformado em produtos como tubos, conduítes e tampas, fortalecendo a economia circular no agronegócio.
“O grande diferencial do Sistema Campo Limpo é sua eficiência logística, que garante que cada embalagem percorra o caminho até sua destinação ambientalmente correta e posterior reciclagem em novas embalagens. Isso só é possível graças à parceria entre agricultores, canais de distribuição, indústria fabricante e poder público”, afirma Marcelo Okamura, diretor-presidente do inpEV.
Sistema Campo Limpo: modelo global de logística reversa e economia circular
Desde 2002, o Sistema Campo Limpo já destinou de forma ambientalmente correta mais de 800 mil toneladas de embalagens vazias e sobras pós-consumo em todo o Brasil. O modelo de operação baseia-se na integração entre indústria, distribuidores e produtores rurais, com apoio e fiscalização do poder público.
Atualmente, o Sistema conta com 411 unidades de recebimento, mais de 256 associações de revendas e cooperativas, além de programas de Recebimento Itinerante que ampliam o alcance junto a pequenos produtores. Dessa forma, mais de 2 milhões de propriedades rurais são impactadas diretamente pelas ações do programa.
Com o propósito de construir um destino melhor, o Sistema Campo Limpo mobiliza o setor agro para práticas sustentáveis, eficientes e de impacto ambiental positivo, tornando o Brasil um dos líderes mundiais em logística reversa de embalagens agrícolas.









