Algoritmos inteligentes em frotas reduzem em até 15% os custos operacionais

A inteligência artificial está no centro das operações de muitas empresas que gerenciam frotas. Da otimização de rotas à segurança dos motoristas, essa tecnologia vem mudando a forma como caminhões, vans e veículos corporativos são administrados, gerando redução de custos, mais eficiência e segurança nas estradas.

De acordo com um estudo da McKinsey & Company, empresas que implementaram IA na gestão de frotas conseguiram reduzir em até 15% os custos operacionais, principalmente por meio da previsão de consumo de combustível, do monitoramento de motoristas e da manutenção preventiva baseada em dados.

Além disso, o Relatório do Estado do Transporte Comercial de 2024 mostra que a IA aplicada à gestão de frotas foi capaz de reduzir em 40% o número de acidentes, um reflexo direto da automação e da análise inteligente de dados.

Outro estudo da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) aponta que frotas equipadas com telemetria avançada registraram queda de 35% nos incidentes de condução perigosa, como frenagens bruscas e excesso de velocidade.

Para Paulo Guimarães, CEO da MaxiFrota, empresa com soluções para gestão de frotas, a inteligência artificial não é mais apenas uma tendência, mas uma necessidade para o setor. “A IA permite prever falhas antes que elas aconteçam, otimizar trajetos e melhorar o desempenho da frota como um todo. Isso se traduz em redução de custos e, principalmente, em maior segurança para motoristas e cargas”, afirma.

Guimarães destaca que a IA possibilita ainda que as empresas personalizem o controle de despesas, incluindo os processos de abastecimento, com dados precisos para evitar desperdícios e fraudes. Além disso, a tecnologia é essencial para a gestão financeira. “A forma como os pagamentos são gerenciados impacta diretamente a rentabilidade das operações. Soluções como o nosso cartão VEIC eliminam custos extras, como o ágio no combustível, e proporcionam mais controle e otimização financeira para as empresas.”

Entre outras iniciativas impulsionadas pela IA, podemos destacar a otimização de rotas, com softwares avançados que analisam o trânsito e sugerem trajetos mais curtos, reduzindo o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de gás carbônico. Um exemplo é a FedEx, que incorporou algoritmos inteligentes para planejar itinerários dinâmicos, reduzindo o tempo médio de entrega e a quilometragem percorrida. Já no Brasil, companhias de transporte urbano como a 99 e a Uber usam machine learning para prever áreas de maior demanda e distribuir motoristas de forma estratégica, otimizando a eficiência da frota e melhorando a experiência dos clientes.

Além disso, a IA contribui para a manutenção preditiva, que permite o monitoramento contínuo dos veículos, garantindo maior durabilidade e reduzindo falhas mecânicas e desperdícios. “Tradicionalmente, a manutenção de veículos de frota era feita com base na quilometragem ou em inspeções periódicas. Agora, sensores IoT e inteligência artificial analisam o desempenho de cada veículo em tempo real, prevendo falhas antes que elas ocorram. Empresas como a Mercedes-Benz já adotam esse modelo em suas frotas, aumentando a vida útil dos veículos e reduzindo custos com reparos emergenciais”, explica.

Segundo o CEO da MaxiFrota, a manutenção preditiva tem sido um dos maiores ganhos para as empresas. “Com a IA, conseguimos detectar padrões de desgaste nos veículos e agir antes que uma falha mecânica cause prejuízos. Isso reduz drasticamente os períodos de inatividade da frota e melhora a performance operacional”, explica.

E, claro, a IA impulsiona a humanização da gestão, já que investir na segurança e no bem-estar dos motoristas é essencial para uma operação sustentável e eficiente. Entre as tecnologias mais impactantes, destaca-se a telemetria avançada, que fornece informações detalhadas sobre o comportamento dos motoristas, permitindo ações corretivas imediatas e contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente.

Tudo isso sem contar questões ligadas à sustentabilidade, que são estratégicas para o setor. Algoritmos de eco-driving analisam o comportamento dos motoristas e recomendam formas de dirigir que diminuem o consumo de combustível e as emissões de CO₂. Grandes redes varejistas, como Amazon e Magalu, já aplicam essas soluções para tornar a logística mais sustentável. “Ações como compensação de carbono e o uso de combustíveis alternativos podem reduzir as emissões em até 30%, tornando as operações mais alinhadas às regulamentações ambientais”, diz o executivo.

“Esse é um caminho sem volta para o setor de transportes. Se antes a IA era um diferencial, agora ela se tornou uma necessidade para quem busca manter a frota operando de forma inteligente, segura e lucrativa”, finaliza.

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