Tabela elevou preço do frete em 11% e fez crescer uso de frota própria por empresas, diz CNI

01/10/2019

A tabela do frete, adotada no governo Temer para dar fim à greve dos caminhoneiros, fez o custo médio do transporte de carga subir, em média, 11%, aponta pesquisa divulgada na última quarta-feira (25) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O número compara os valores apurados em agosto deste ano com os praticados antes de a medida entrar em vigor.

Esse aumento de custo tem sido repassado ao consumidor final pelas empresas, que reportaram reajuste médio de 5% nos preços de seus produtos, mostra a pesquisa.

O levantamento ouviu 685 empresas. O salto médio do custo do frete rodoviário ficou próximo do verificado em agosto do ano passado, de 12%.

A CNI destaca, porém, que há grande diferença nos valores divulgados pelas empresas, provavelmente decorrente das distâncias contratados, do tipo de produto transportado e da necessidade de pagamento de frete de retorno.

Enquanto 18% das companhias disseram que o preço do frete se manteve inalterado com a tabela, 47% comunicaram altas de até 15%, e 24% apontaram aumentos superiores a 15%.

Frota própria

A instituição dos preços mínimos provocou ainda o aumento da formação de frota própria pelas empresas, indica a pesquisa.

A variação líquida – percentual de empresas que aumentaram o uso, menos o das empresas que diminuíram – para o uso de caminhões próprios ficou em 15 pontos percentuais.

Segundo o estudo, cresceu também a contratação transportadoras (2 pontos percentuais), mas caiu o uso de cooperativas de caminhoneiros (-4 pontos percentuais), e de caminhoneiros autônomos (-9 pontos percentuais).

A frota própria é o segundo tipo de transporte mais usado pelas empresas – 28% delas disseram usar sempre ou quase sempre. O primeiro são as transportadoras (77%).

Outros tipos de transporte

Mais de um ano após a instituição da tabela do frete, 74% das empresas não aumentou ou passou a usar outros modais que não o rodoviário. Segundo a CNI, isso reflete e dificuldade das companhias em função da dependência desse tipo de transporte.

Outras 15% optaram por começar a usar ou ampliar o transporte de carga por cabotagem, 3% por ferrovias, e 1% por hidrovias.

Compartilhe:
615x430 Savoy julho 2025
Veja também em Conteúdo
Pesquisa revela avanço na conscientização dos caminhoneiros e maior identificação de exploração sexual nas estradas
Pesquisa revela avanço na conscientização dos caminhoneiros e maior identificação de exploração sexual nas estradas
Prêmio NTC destaca os melhores fornecedores do transporte rodoviário de cargas do Brasil em 2025
Prêmio NTC destaca os melhores fornecedores do transporte rodoviário de cargas do Brasil em 2025
Grupo Lebes aposta em verticalização e logística avançada para sustentar expansão no Sul do país
Grupo Lebes aposta em verticalização e logística avançada para sustentar expansão no Sul do país
Diagnóstico inédito sobre seguros portuários revela entraves e riscos climáticos em terminais autorizados
Diagnóstico inédito sobre seguros portuários revela entraves e riscos climáticos em terminais autorizados
LTP Capital assume controle da ABC Empilhadeiras e amplia atuação na locação de equipamentos
LTP Capital assume controle da ABC Empilhadeiras e amplia atuação na locação de equipamentos
Fulwood conclui primeira fase de condomínio logístico em Pouso Alegre (MG) 100% locado
Fulwood conclui primeira fase de condomínio logístico em Pouso Alegre (MG) 100% locado

As mais lidas

01

Tendências que vão redefinir a logística em 2026: tecnologia, integração regional, sustentabilidade e novos fluxos globais
Tendências que vão redefinir a logística em 2026: tecnologia, integração regional, sustentabilidade e novos fluxos globais

02

Demanda global por transporte aéreo de carga cresce 2,2% em maio, segundo IATA
Demanda global de carga aérea cresce 4,1% em outubro e marca oito meses de alta

03

Concessões de rodovias em 2026 somam R$ 158 bilhões e ampliam segurança nas estradas, analisa Sinaceg
Concessões de rodovias em 2026 somam R$ 158 bilhões e ampliam segurança nas estradas, analisa Sinaceg