Amarração correta pode diminuir em até 30% a ocorrência de sinistros no transporte de cargas

18/04/2018

A perda de mercadorias por falta de cuidados básicos no transporte tem gerado prejuízo e onerado a operação de todos os envolvidos no processo logístico. De acordo com um levantamento da Argo Seguros (Fone: 0800 942 2746), uma das principais seguradoras especializadas nesse segmento, a sinistralidade gerada apenas pela amarração incorreta das mercadorias nas carrocerias responde por 30% da quantidade se sinistros ocorridos.
Segundo a empresa, a questão poderia ser facilmente resolvida se todos os envolvidos no transporte seguissem a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que trata do assunto. A portaria nº 552, de 17 de setembro de 2015, determina que as mercadorias transportadas sejam presas com cintas têxteis, correntes ou cabos de aço. Além disso, fica proibido que esses materiais fiquem presos à carroceria de madeira para evitar desgaste das estruturas.
Isso significa que a utilização de cordas ficou proibida desde então e é passível de multa, no valor de R$ 195. Considerada grave, a infração acarreta ainda em cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Entre os motivos que justificam a medida estão a flexibilidade do material, que mesmo amarrado acaba se soltando, e o desgaste causado pelo atrito com outras partes do caminhão, como a carroceria e parafusos. Uma das maiores preocupações é que a corda arrebente deixando toda a carga vulnerável.
“A utilização de cabos de aço ou cintas têxteis traz muito mais segurança, não apenas para a carga transportada, mas também para todos os motoristas. Temos que lembrar que, além da questão financeira, esses acidentes causam a perda de vidas precocemente”, afirma Juarez Pompeu, coordenador de Gerenciamento de Riscos da Argo Seguros.
De acordo com ele, a carga que não está amarrada ocasiona mais tombamentos do que o normal. “É simples de explicar. Pelas leis da Física, quando o caminhão faz uma curva, a força envolvida é de 50% do peso da carga. Se imaginarmos estas forças trabalhando livremente sem resistência, provavelmente teremos problemas durante a viagem, como um adernamento, uma queda ou um tombamento”, completa.
Vale lembrar que mesmo amarrada, a carga pode se movimentar se ocorrer uma aceleração ou frenagem brusca, a realização de curvas em velocidades acima do compatível, o tipo de pista, a ação do vento, entre outros fatores. Para evitar que isso aconteça, basta calcular o quanto a carga é instável a partir das suas dimensões (altura x largura x comprimento) e fazer a amarração correta para aquele tipo de carga.
“Para cada tipo de carga existe uma melhor maneira de se fazer a amarração. Quando isso não acontece, é grande a chance de a carga cair do caminhão e atingir outro veículo vindo em sentido contrário ou da carga se deslocar para cima da cabine, vitimando o próprio motorista”, lamenta Pompeu.
O executivo da Argo Seguros lembra ainda que, em caso de acidente, a transportadora e o embarcador também podem ser acionados judicialmente. “Por isso, estamos também desenvolvendo uma cartilha para conscientização dos motoristas quanto a importância da amarração ser feita de forma correta”, finaliza.

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