NRF 2024: no futuro do varejo, logística tem um papel ainda mais fundamental

22/02/2024

Em janeiro, tive a oportunidade de acompanhar in loco mais uma vez o NRF Retail’s Big Show, maior evento sobre varejo e inovação do mundo. Milhares de executivos de vários países se reuniram em Nova Iorque para discutir as tendências e desafios do setor, o que abrange, além de palestras e painéis, a apresentação ou visita a lojas e outros projetos emblemáticos do varejo.

Como vocês podem imaginar, o tema da Inteligência Artificial (IA) não apenas dominou os debates, como já foram apresentados vários casos de aplicações práticas desta tecnologia. Este ano, associado a esta temática, o que mais me chamou a atenção foi o painel de Kate Ancketill, futurista e CEO da GDR Creative Intelligence.

A futurista fez uma análise ousada, mas que em grande parte já está se refletindo em nosso cotidiano: do ponto de vista social e econômico, o fim da era da abundância.

Isso devido, principalmente, ao que ela chamou de “bomba populacional” – o envelhecimento, redução da natalidade e até queda da população em muitos países como o Japão, em que já se vendem mais fraldas geriátricas do que para bebês –, associada à falta de mão de obra, riscos climáticos, escassez de alguns recursos básicos e inflação, com consequente comprometimento do poder de compra dos consumidores. Com isso, Kate prevê um recrudescimento dos conflitos que já estamos acompanhando e um crescimento de pressões regulatórias para lidar com estas questões.

Nesse sentido, a IA terá o papel crucial de compensar a falta de mão de obra e auxiliar as empresas a fazerem os ajustes necessários. Ela destaca inclusive a IA Empática, que vai estabelecer uma conversa mais autêntica e emocional com os consumidores, ouvindo, se adaptando a seus anseios e agindo inclusive de forma preditiva em relação ao comportamento de compra.

Outra forte tendência é o fim do comércio linear, que dá cada vez mais espaço a uma economia circular, em que os produtos não são descartados ou de uso exclusivo, fortalecendo assim o mercado de second hand, reciclagem, sharing e aluguel de forma geral.

Frente a este cenário, como fica então a logística? Antes de mais nada, sim, ela contínua tendo o papel fundamental de fazer chegar o produto (seja ele novo ou usado, comprado ou alugado) ao consumidor, mas será necessária uma série de mudanças na cadeia de suprimentos.

Destaco a necessidade de predições mais apuradas de estoques, um atendimento mais personalizado aos consumidores (custumer service), otimização de armazenagem, transportes, roteirização e gestão de motoristas, de forma a termos uma cadeia de suprimentos resiliente e responsiva a tantas mudanças. E, claro, a IA será o grande insumo ou viabilizador destas estratégias, mantendo também os custos sob controle.

E isso já está acontecendo agora. Temos usado IA no Brasil para previsões de demanda mais acuradas e não apenas em relação a volumes, mas também localização do estoque e sorteamento. Já estamos utilizando também para roteirização e planejamos usar, em breve, para a gestão de motoristas.

Logo, podemos dizer que se a IA vai dar o start e o suporte ao longo de todo o processo, a logística vai continuar a ser o “azeite” da cadeia de suprimentos.

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Gabriela Guimarães

Gabriela Guimarães

VP de Desenvolvimento de Novos Negócios da DHL Supply Chain.

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