VLI investe em tecnologia para reduzir consumo de combustível no Corredor Norte do país

A jornalista Carol Gonçalves viajou ao Maranhão a convite da VLI.

Empresa de logística que integra ferrovias, terminais e portos, a VLI tem intensificado seus investimentos em sustentabilidade, com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa. A meta é reduzir em 15% essas emissões até 2030, com o Corredor Norte – rota logística que escoa a produção da região Centro-Oeste – desempenhando um papel central nesse processo.

“O Corredor Norte é responsável por uma grande parte dessa redução, através do uso de tecnologia e da otimização de processos”, afirma Ederson Almeida, diretor de operações do Corredor Norte da VLI.

Entre as iniciativas tecnológicas, destaca-se o sistema Leader, um projeto que funciona como um piloto automático para locomotivas. “O maquinista adota uma condução padrão, assistida por computadores. Cerca de 80% da viagem é feita de forma semiautônoma”, explica Almeida. Com essa tecnologia, foi possível reduzir em até 3,5% o consumo de combustível no Corredor Norte.

Outra solução implementada foi o algoritmo Fuelytics, que otimiza a condução das locomotivas. “O Fuelytics compila todas as viagens dos maquinistas, identifica quais trajetos apresentam menor consumo de combustível e define um padrão a ser seguido. Isso resultou na economia de 3 milhões de litros de diesel e na redução de 7 mil toneladas de CO2”, detalha o diretor.

Almeida também destaca que o modal ferroviário, por si só, é menos poluente em comparação a outros modais, como o rodoviário. “Nosso objetivo é manter a Ferrovia Norte-Sul, onde operamos no Corredor Norte, como uma das melhores ferrovias de carga geral do Brasil em eficiência energética”.

Outro fator que contribui para a eficiência é o tamanho das composições que trafegam pelo Corredor Norte. “Aqui, conseguimos operar composições de até 160 vagões. Isso significa transportar mais carga em uma única viagem, reduzindo a necessidade de múltiplas composições e, consequentemente, o consumo de combustível”, acrescenta.

Do ponto de vista técnico, as locomotivas da VLI já apresentam alta eficiência por serem híbridas. “Elas possuem um motor a diesel, que funciona como gerador, e motores elétricos em cada roda. Os fabricantes estão, inclusive, desenvolvendo novas tecnologias para torná-las ainda mais produtivas”, comenta Almeida.

Impacto social e governança

Além da eficiência energética, a VLI também tem se dedicado aos outros pilares do ESG: social e governança. “Passamos por 300 municípios em 10 estados brasileiros e temos ações voltadas ao desenvolvimento dessas comunidades”, destaca o diretor.

Entre essas iniciativas estão a contratação de mão de obra local, o desenvolvimento de fornecedores regionais e o fomento à educação. “Temos a Universidade Cooperativa, uma instituição bem estruturada que já recebeu diversos prêmios pela qualidade na formação de profissionais”, afirma. Essa iniciativa beneficia tanto os colaboradores diretos – cerca de mil empregados – quanto os parceiros, que somam outros mil profissionais.

Com esses projetos, a VLI busca não apenas reduzir seu impacto ambiental, mas também fortalecer sua presença nas comunidades em que atua, promovendo o desenvolvimento econômico e social local.

Corredor Norte

O Corredor Norte da VLI é essencial para o escoamento da produção de grãos do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), além das regiões do Mato Grosso, Pará e Goiás, pelo Terminal Portuário de São Luís (TPSL). Além dos grãos, o corredor também movimenta cargas como combustíveis, celulose, fertilizantes e minerais.

O sistema da VLI no Corredor Norte inclui três terminais integradores, localizados em Porto Nacional e Palmeirante, no Tocantins, e em Porto Franco, no Maranhão. Nesses terminais, a carga captada pelo fluxo rodoviário é embarcada nos trens, oferecendo suporte essencial ao produtor brasileiro, ajudando a solucionar um dos grandes gargalos da logística nacional: a capacidade de armazenagem.

Expansão das operações

Entre 2014 e 2023, a VLI investiu mais de R$ 14 bilhões na expansão e modernização de sua infraestrutura. Em 2023, a companhia adquiriu 168 vagões Hopper HTT e três locomotivas para operações na Ferrovia Norte-Sul, com um investimento aproximado de R$ 200 milhões.

“Nossos investimentos garantem mais eficiência e competitividade ao agronegócio brasileiro, que vai crescer no Corredor Norte. O novo Centro de Controle Operacional no TPSL, inaugurado em abril de 2024, trouxe modernização, automação e mais segurança para as operações portuárias. Estamos preparados”, disse Almeida.

Em 2023, a VLI registrou recordes de movimentação no Corredor Norte, atingindo 14,5 bilhões de TKU, superando os 14,1 bilhões de 2022. No TPSL, movimentou 5,6 milhões de toneladas no último ano, demonstrando sua importância na logística de exportação do Brasil.

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