São diversas os exemplos de adoção e até de desenvolvimento de combustíveis alternativos às fontes poluentes. Acompanhe neste resumo o que está sendo apresentado de novo e quem está adotando, no setor de logística, estas alternativas.
IBOR vai utilizar biodiesel de origem 100% reciclada em caminhões Volvo FH B100 Flex

A IBOR Transporte Rodoviário, de Juiz de Fora, MG, é a primeira transportadora a utilizar biodiesel produzido a partir de óleo de cozinha reciclado. Além de reduzir as emissões de CO2 com o uso do biocombustível, esse modelo de economia circular, com matéria-prima totalmente reaproveitada, diminui ainda mais o impacto ambiental das operações de transporte. Dez novos caminhões Volvo FH B100 Flex irão operar em rotas diversas na região Sudeste.
O objetivo da IBOR Transporte Rodoviário é diminuir as emissões de CO2 em mais de 85%. São cerca de R$ 40 milhões em investimentos em um projeto que começou em 2021 na busca por soluções sustentáveis, tomando o atual direcionamento no final de 2023, em conjunto com a equipe acadêmica da Universidade Federal de Juiz de Fora. O trabalho está culminando com uma usina de produção de biodiesel e um posto de abastecimento. As instalações estão dentro do próprio terreno de 75.000 m² da transportadora, que fabricará inicialmente cerca de 30 mil litros do produto por mês.
“O biodiesel de óleo de cozinha usado representa mais que uma evolução tecnológica. É a chance de transformar um resíduo em energia limpa, conectando comunidades e estradas em um ciclo virtuoso de sustentabilidade”, afirma Luiz Antônio Bordim Junior, diretor operacional da IBOR. “O Projeto Frota Verde estabelece um novo padrão para o transporte rodoviário brasileiro, provando que é possível unir eficiência operacional com responsabilidade ambiental, crescimento com sustentabilidade, tradição com inovação”, complementa Guilherme Bordin, diretor comercial da empresa.
“Estamos muito contentes em participar desse importante Projeto Frota Verde da IBOR. Nossos propósitos são muito parecidos. Queremos trabalhar para um setor de transporte forte e saudável do ponto de vista financeiro, mas que atue de forma sustentável. Por isso desenvolvemos essa versão do FH B100 Flex, que pode ser abastecido com até 100% desse biocombustível”, lembra Alcides Cavalcanti, diretor-executivo da Volvo Caminhões. Os FHs B100 Flex da IBOR foram comercializados pela Treviso, concessionária Volvo na região de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Pelo planejamento, a fábrica de Biodiesel alcançará um volume mensal de 90 mil litros em 2026. E a meta é ousada: uma frota 100% sustentável. “Neste primeiro ano começa a operação com uma frota-piloto selecionada e monitoramento intensivo de performance, além dos ajustes e otimizações em tempo real”, diz Bordin. A partir do segundo semestre inicia-se a expansão gradual para mais rotas e veículos, a ampliação da rede de coleta de óleo e a consolidação de processos internos e externos.
“Nossa visão é clara. Uma frota 100% sustentável. Mas, como bons conhecedores da estrada, sabemos que não adianta ter pressa. O importante é manter o ritmo certo. Cada fase será cuidadosamente monitorada, com indicadores que vão muito além dos números”, esclarece Luiz Antônio Bordim Junior, presidente do grupo. Ele cita que no monitoramento estão incluídos a performance dos veículos, a satisfação dos motoristas, o impacto ambiental mensurável, o engajamento das comunidades e o feedback dos clientes.
Abastecimento inédito de HVO é realizado pela efen e Wilson Sons no Terminal da Vast no Porto do Açu

A efen – um dos principais fornecedores de combustíveis e serviços logísticos de abastecimento marítimos do país – e a Wilson Sons acabam de realizar o primeiro abastecimento de HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) do setor marítimo brasileiro. Inédita, a operação de movimentação do combustível foi realizada no Terminal de Líquidos do Açu (TLA), da Vast Infraestrutura.
Este é o primeiro teste de HVO em embarcações no país, que recebeu em fevereiro deste ano a anuência da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Também conhecido como diesel renovável ou diesel verde, o combustível foi importado pela efen para testes nos rebocadores da Wilson Sons, que operam no Porto do Açu, em São João da Barra, RJ, em substituição ao óleo diesel marítimo.
“Este é um grande marco para a efen e todas as empresas envolvidas, sendo um passo relevante para a descarbonização no setor marítimo e portuário em âmbito nacional. Abastecemos os primeiros metros cúbicos de HVO e a expectativa é, em breve, de ampliar o fornecimento a outras embarcações de diferentes portes no Porto do Açu”, explica Rafael Pinheiro, CEO da efen.
O estudo com o diesel verde no Açu prevê análises de eficiência, de efeitos nos processos de manutenção e redução de emissões de Gases de Efeito Estufa – GEE. O uso do combustível pode diminuir mais de 80% as emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), considerando-se o ciclo de vida completo do insumo, mas a redução no futuro pode ser ainda maior, considerando-se a produção aqui no Brasil.
Parceira da efen, a Wilson Sons tem a expectativa de que a iniciativa possa contribuir com as metas de redução de carbono da companhia na frota que conta com mais de 80 embarcações.
“Acreditamos que o uso do HVO, um combustível 100% compatível com os motores da nossa frota, representa um passo significativo em nossa jornada de redução de emissões”, afirma Marcio Castro, diretor executivo da Wilson Sons. “Somente com parceiros alinhados em busca de uma operação mais sustentável, teremos nossos objetivos de descarbonização alcançados. E com Porto do Açu, Vast e Efen, temos certeza que estamos no caminho certo”, completa.
Para a Vast, a operação reforça o protagonismo do Terminal de Líquidos (TLA) da companhia, que fornece a infraestrutura necessária para a movimentação de biocombustíveis, como o HVO.
“A expectativa é ampliar o TLA, com futura construção de tanques para realizar a armazenagem e adição de biocomponentes aos combustíveis marítimos e capturar volumes de líquidos que hoje ainda não estão previstos no Terminal. Nosso plano é de que nos próximos anos a Vast tenha um hub operando uma gama diversificada de líquidos, como combustíveis claros, lubrificantes, etanol e químicos”, projeta Eduardo Goulart, diretor Comercial da Vast Infraestrutura.
Plataforma para projetos que visam a industrialização de baixo carbono, o Porto do Açu reforça a importância do pioneirismo do combustível.
“Estamos atentos às metas de descarbonização em portos e ter a disponibilidade de HVO no Açu é fundamental para que nossos parceiros e clientes tenham a opção de já realizar as movimentações com redução de emissão de CO2eq. Trabalhamos também com empresas globais que já possuem acordos assinados com este porto-indústria para a instalação de plantas para a produção de combustíveis que não sejam fósseis, além do HVO, a partir de hidrogênio verde e amônia”, finaliza Eugenio Figueredo, CEO do Porto do Açu.
Grupo Multilixo investe em frota Euro 6 para impulsionar descarbonização no setor de gestão de resíduos

A Multilixo, líder em gestão de resíduos no Estado de São Paulo, dá mais um passo em direção a operações ainda mais eficientes e sustentáveis. Em 2025, 130 novos caminhões da linha Euro 6 da Volkswagen entram em operação, reduzindo emissões e elevando a performance da coleta urbana.
Os novos caminhões da linha Euro 6 da Volkswagen chegam para somar a eficiência na coleta de resíduos — modelos como o Constellation 18.260, 26.260, 31.320 e o Delivery Express estão prontos para atuar em diversas frentes — de compactadores e coletores a poliguindastes e roll on/off. Com presença estratégica em áreas de alta circulação na Capital Paulista, eles não apenas garantem performance, mas também impactam positivamente o ritmo da cidade. Menos emissões, mais agilidade e inovação em cada rota.
“Inovação e sustentabilidade caminham lado a lado no Grupo Multilixo. Investir continuamente em tecnologia não é uma escolha, é o nosso DNA. A chegada dos novos caminhões Euro 6 da Volkswagen reforça esse compromisso — mais eficiência, menos emissões e uma operação cada vez mais inteligente e responsável.” destaca Lucas Urias, diretor de Novos Negócios do Grupo Multilixo.
Tecon Santos se torna o primeiro terminal portuário do Brasil a utilizar caminhões movidos a gás natural

Em mais um passo pioneiro rumo à neutralização de suas emissões até 2040, a Santos Brasil adquiriu 35 caminhões movidos a gás natural comprimido (GNC) para operar no Tecon Santos, um dos maiores terminais de contêineres da América do Sul, localizado no Porto de Santos, SP. Com a chegada dos veículos em janeiro último, o Tecon Santos tornou-se o primeiro terminal portuário do Brasil a adotar caminhões movidos a GNC em suas operações. Trata-se também da primeira vez que a Scania fornece este modelo de veículo para transporte de contêineres dentro de um terminal portuário no mundo.
A Santos Brasil investiu R$ 40 milhões na nova frota, que substituirá gradualmente os modelos mais antigos. Comparado aos caminhões movidos a diesel atualmente em operação no Tecon Santos, a previsão é de que os novos veículos reduzam as emissões de CO₂ em até 20%. No momento, além dos 35 caminhões movidos a GNC, o terminal opera com outros 140 caminhões a diesel, que serão substituídos de forma progressiva por opções mais modernas e sustentáveis nos próximos anos.
Os caminhões adquiridos são do modelo P 340, configurados especificamente para atender às necessidades operacionais do Tecon Santos após um estudo detalhado. Com motor de 9 litros, 340 cavalos de potência e torque de 1.600 Nm entre 1.100 e 1.400 rpm, os veículos são equipados com a transmissão Scania Opticruise G25CM de 14 marchas, que garante trocas rápidas e eficiente aproveitamento do torque. O entre-eixos de 3.950 mm acomoda perfeitamente os oito cilindros de gás, enquanto o eixo traseiro R885 assegura uma robusta capacidade máxima de tração (CMT) de até 78 toneladas.
Os veículos também contam com freio auxiliar hidráulico Scania Retarder, de 4.700 Nm de capacidade de frenagem, aumentando a segurança durante as operações. Para atender às demandas do terminal, a Santos Brasil implementou um sistema eletrônico de coleta de dados resistente a altas temperaturas, que transmite ao motorista as instruções operacionais em tempo real. O abastecimento da frota será realizado em um posto de gás natural em fase de implantação no próprio terminal.
Essa iniciativa integra o projeto de ampliação e modernização do Tecon Santos, que aumentará sua capacidade anual de movimentação de contêineres dos atuais 2,6 milhões de TEUs para 3 milhões de TEUs até 2026, com investimentos que ultrapassam R$ 2,5 bilhões.
De acordo com Bruno Stupello, diretor de Operações de Terminais Portuários da Santos Brasil, a adoção de caminhões movidos a gás natural – um combustível de transição mais limpo que o diesel – reflete o compromisso da Companhia com a sustentabilidade e eficiência operacional. A iniciativa está alinhada ao Plano de Transição Climática da Santos Brasil, que tem como metas reduzir em 70% as emissões diretas de GEE (escopos 1 e 2) e em 30% as emissões indiretas (escopo 3) até 2040.
No ano passado, a entrada em operação de oito RTGs (guindastes de pátio) elétricos marcou um importante avanço no compromisso ambiental da Santos Brasil. Os novos RTGs, que substituirão todos os modelos a diesel até 2031, evitarão a emissão de mais de 700 toneladas de CO₂ por mês, reduzindo em 97% as emissões desses equipamentos no terminal.
“Temos uma visão de desenvolvimento sustentável de longo prazo, em que o ser humano e o meio ambiente são protagonistas. Nosso objetivo é sermos uma empresa cada vez mais eficiente, inovadora e alinhada às melhores práticas ESG, oferecendo serviços que atendam às expectativas da sociedade, clientes e usuários do porto”, afirma Stupello.
Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da Scania Operações Comerciais Brasil, afirma que se trata de uma parceria inédita para o Brasil e para a Scania globalmente com a Santos Brasil no uso de caminhões a gás. “Será a primeira operação apenas com caminhões a gás em um porto da história do país. E, também não há operação similar utilizando veículos da marca em qualquer outro país. É, sem dúvida, um momento histórico para a diminuição das emissões no transporte portuário e da maturidade das alternativas mais sustentáveis ao diesel”, diz. “Da mesma forma que a Scania, a Santos Brasil tem a sustentabilidade no centro de suas ações. Essa operação inédita trará inúmeros benefícios para a logística da empresa cumprir metas de descarbonização”, completa Nucci.
Eren Groupe e IVRI anunciam criação da Eren Biogás Brasil
O grupo EREN, uma empresa europeia, e a IVRI, plataforma brasileira de desenvolvimento focada na transição energética, anunciaram a criação de uma joint venture, marcando um passo importante na estratégia global de biogás do grupo EREN. A nova empresa, Eren Biogás Brasil (EBB), terá como foco o desenvolvimento, investimento, construção e operação de projetos de biogás e biometano, utilizando resíduos orgânicos provenientes, principalmente, dos setores sucroenergético, agroindustrial e de resíduos sólidos urbanos (RSU).
A EBB combina a experiência global do grupo EREN em biogás e energias renováveis com o profundo conhecimento da IVRI sobre o mercado brasileiro de energia. Essa parceria estratégica busca aproveitar o potencial dos resíduos orgânicos como fonte de energia limpa, ao mesmo tempo em que estabelece colaborações locais que ampliam o impacto econômico e ambiental dos projetos.
Com forte capacidade financeira e a experiência internacional do grupo EREN, a EBB está estrategicamente posicionada para ingressar o mercado brasileiro de biogás. Os projetos da empresa não se limitam apenas à produção de biogás e biometano, mas também incluem a geração de biofertilizantes, CO2 biogênico e atributos ambientais. Por meio dessas iniciativas, a EBB contribui para a economia circular, conectando a gestão de resíduos orgânicos à produção de biometano e bioinsumos.
De acordo com Pierre-Emmanuel Moussafir, CEO da EBB e fundador da IVRI, “com um histórico sólido de dez anos de colaboração com o grupo EREN no desenvolvimento de projetos solares e eólicos, estamos entusiasmados em renovar essa parceria com um novo foco no crescente mercado de biogás. O Brasil possui uma forte atividade agroindustrial, o que gera uma quantidade significativa de resíduos orgânicos cujo potencial ainda é subutilizado. Isso representa uma oportunidade única de transformar resíduos em soluções sustentáveis, criando valor econômico e ambiental.”
Já segundo David Corchia, cofundador do grupo EREN, a criação da Eren Biogás Brasil é uma grande oportunidade para o grupo EREN expandir suas atividades de desenvolvimento no setor de energia a partir de resíduos no Brasil. “Estamos entusiasmados em combinar nossa experiência global com a expertise da IVRI no mercado brasileiro de energia.”
thyssenkrupp Uhde é selecionada para projeto de Biomass-to-SAF da Elyse Energy

A tecnologia BioTfueL® da thyssenkrupp Uhde foi escolhida para o projeto BioTJet pela Elyse Energy e seus parceiros (Axens, Avril, IFPEN). Essa iniciativa visa produzir combustível sustentável de aviação (SAF) a partir de resíduos de madeira e resíduos florestais com a adição de hidrogênio verde. Até 2029, o BioTJet fornecerá SAF para reduzir a intensidade de carbono no transporte aéreo, além de e-bio-nafta para o transporte rodoviário e a indústria química de base biológica.
A Axens assinou um acordo de licença para a tecnologia BioTfueL® em 2024, incluindo a tecnologia de gaseificação PRENFLO® da thyssenkrupp Uhde e a tecnologia GASEL® da Axens (Fischer-Tropsch e Upgrading). A engenharia básica foi concluída em novembro de 2024 e o projeto agora está na fase de engenharia detalhada.
A indústria da aviação é considerada um dos setores mais difíceis de descarbonizar. Para enfrentar esse desafio, a regulamentação ReFuelEU Aviation exige uma cota inicial de 2% de SAF em 2025, com o objetivo de alcançar 70% de SAF em todos os aeroportos da UE até 2050.
O projeto BioTJet se baseia no conceito E-BioTfueL, que combina biomassa elegível para biocombustíveis avançados (de acordo com a definição da RED EU) e hidrogênio verde ou de baixo carbono para produção de combustíveis renováveis de origem não biológica (também chamados de e-fuels). A tecnologia emprega blocos de processos comprovados, desenvolvidos e testados em uma planta semi-industrial entre 2010 e 2021 por um consórcio liderado pela Bionext (Avril, Axens, CEA, IFP Energies nouvelles, TotalEnergies e thyssenkrupp Uhde).
A tecnologia de gaseificação PRENFLO®, que faz parte do portfólio do segmento Decarbon Technologies da thyssenkrupp, ajudará na produção sustentável de produtos sintéticos à base de biomassa, como metanol, hidrogênio e SAF. Originária do processo Koppers-Totzek, a tecnologia foi aprimorada continuamente para atender às necessidades da indústria. Sua robustez e flexibilidade permitem o processamento de uma ampla gama de matérias-primas.
MAHLE homologa primeiro motor a gás para Proconve P8 no Brasil

A primeira certificação de um motor a gás no Brasil foi emitida no Centro Tecnológico da MAHLE, em Jundiaí, SP. Com esse marco, a empresa se consolida como parceira no desenvolvimento de motores voltados para novas soluções de descarbonização da mobilidade. Os testes de emissões foram realizados com o motor N60 CNG movido a gás natural e biometano, desenvolvido para aplicação em ônibus pelo cliente FPT Industrial, marca de powertrain do Iveco Group, para garantir o atendimento aos limites de emissões de poluentes do motor, estabelecidos pelas normas brasileiras.
Os laboratórios de motores da MAHLE possuem certificação ISO/IEC 17025 para ensaios Proconve P8, norma brasileira que regulamenta as emissões de poluentes na indústria automotiva. A norma estabelece os limites máximos de emissões de gases poluentes para veículos pesados movidos a combustíveis fósseis, como o diesel e o gás.
Motor N60 CNG da FPT Industrial – Os motores da FPT Industrial foram desenvolvidos com o conceito Diesel Like, que assegura um desempenho equivalente ao dos motores a diesel, ao mesmo tempo em que reduz as emissões. O motor N60 CNG de 5,9L, certificado no Centro Tecnológico MAHLE, foi projetado para operar com gás natural ou biometano, oferecendo uma alternativa mais sustentável para a mobilidade.
A operação com motor a gás emite até 90% menos dióxido de nitrogênio (NO2) e até 10% menos dióxido de carbono (CO2) abastecido com GNV. Quando abastecido com biometano, a redução de CO2 pode chegar a 98%, reforçando seu papel na descarbonização do transporte de passageiros
Ensaios em motores e testes em componentes – Com recursos dedicados ao desenvolvimento de tecnologias voltadas a mobilidade sustentável, que inclui motores de combustão interna com combustíveis sustentáveis, o Centro Tecnológico em Jundiaí é considerado um dos maiores da América do Sul.
Os laboratórios do centro tecnológico da MAHLE operam com rigorosos protocolos de qualidade estabelecidos pela norma NBR 17025, permitindo a homologação de motores pesados e a realização de ensaios de emissões e durabilidade em motores movidos a diesel, gasolina, etanol, GNC, biometano, combustível especial e biodiesel.
“Oferecemos aos clientes um padrão de excelência internacional com o propósito de tornar o motor mais eficiente e sustentável para o futuro. Apoiamos a utilização do gás natural e do biometano, que contribui para a redução de poluentes, melhorando a qualidade do ar. Nosso objetivo é avançar mais rapidamente em direção a uma sociedade livre de emissões”, diz o diretor do Centro Tecnológico da MAHLE de Jundiaí no Brasil, Everton Lopes.
Vast e Be8 assinam acordo para desenvolver mercado de biocombustíveis para navegação

A Vast Infraestrutura – dedicada a oferecer infraestrutura e soluções logísticas para a movimentação de líquidos no Brasil – e a Be8, empresa líder em produção de biodiesel, acabam de anunciar a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês) que visa desenvolver o mercado de biocombustíveis para o setor marítimo no Porto do Açu, localizado no Norte do Estado do Rio de Janeiro. Hoje, o Porto é o segundo maior em movimentação de embarcações no país. Em 2024, mais de 7,3 mil navios acessaram o Açu.
“Esta nova parceria com a Vast nos permite trabalhar com o biodiesel, que pode ser usado para o bunker ofertado aos navios, e o novo Be8 Bevant®, para avançar na descarbonização das operações de gestão do porto”, destaca Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8. “O Be8 BeVant® foi desenvolvido para atender justamente as empresas que consomem grandes volumes de combustíveis fósseis e que desejam uma solução que pode ser global para reduzir as emissões no curto prazo substituindo em 100% o diesel”, explica Battistella
Bunker com 24% de biodiesel – A adição de biodiesel nos combustíveis marítimos tradicionais, como óleo diesel marítimo (MGO, na sigla em inglês) e óleo combustível de baixo teor de enxofre (VLSFO, na sigla em inglês), também conhecido como bunker, é uma das principais alternativas para a descarbonização do transporte marítimo, responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa. O uso da mistura não necessita de alterações nos motores das embarcações. Em 2024, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou pela primeira vez a comercialização de bunker com adição de até 24% de biodiesel.
“O Porto do Açu tem um papel relevante para fomentar a descarbonização do setor marítimo no Brasil. A Vast quer contribuir com duas trilhas principais: uma focada em prover combustíveis e misturas de baixo carbono e outra oferecendo alternativas de eletrificação para embarcações atracadas – iniciativa que já está sendo adotada desde 2024 em rebocadores que atuam no Terminal de Petróleo (T-Oil) da Vast”, ressalta Eduardo Goulart, diretor comercial da Vast Infraestrutura.
O acordo prevê estudos para que a Vast forneça a infraestrutura necessária e conecte a Be8 as distribuidoras de combustíveis e clientes do Porto do Açu para fomentar esse novo mercado. O MoU também prevê estudos para avaliar se o Porto do Açu poderá ser uma alternativa para importação de insumos usados no processo de produção de biodiesel, como o metanol, e um novo ponto para exportação e cabotagem do produto final, suprindo os gargalos logísticos existentes no país atualmente. Nos dois casos, o Terminal de Líquidos do Açu (TLA) da Vast será a infraestrutura utilizada para receber, armazenar e expedir as matérias-primas e o biodiesel. O Porto do Açu ainda tem área industrial disponível para futura instalação de plantas de armazenagem dos biocombustíveis produzidos pela Be8.