Um porta-aviões chamado Congonhas

08/09/2008

Foi por um triz que o bimotor King Air, que iria de São Paulo para São José dos Campos, não caiu sobre a avenida Washington Luís, na semana passada.

O acidente, que está sendo investigado pelo 4º Centro Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, ocorreu pouco mais de um ano após a tragédia com o Airbus A320 da TAM, que deixou 199 mortos em julho de 2007.

O incidente com o bimotor foi um susto que não deixou mortos, mas reacendeu o sentimento de insegurança em quem convive com o aeroporto.

Espremido na zona sul da cidade, em Congonhas não é permitido nenhum problema na aeronave nem erro dos pilotos. "Qualquer falha simples pode levar a uma catástrofe", disse o diretor de segurança de vôo do Sindicato dos Aeronautas, Carlos Camacho.

Para alguns pilotos, operar em Congonhas é como pousar em um porta-aviões.

O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, pediu à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um estudo para aumentar a segurança do aeroporto.

Uma das alternativas é a colocação, no fim das pistas, de redes de aço ou um tipo de concreto chamado EMAS (Engineered Material Arresting System) – utilizado nos aeroportos dos Estados Unidos. Os dois sistemas são capazes de desacelerar aviões.

Embora os especialistas considerem a criação da área de escape uma medida positiva para a segurança no aeroporto, defendem em coro a mudança no porte dos aviões que operam em Congonhas.

"A pista é desproporcional ao tamanho das aeronaves", disse Camacho. No caso do bimotor, a pista, segundo ele, não foi fator contribuinte.

"A aeronave teve problemas no motor, o piloto tentou ficar no solo e perdeu o eixo da pista. Parou no muro porque estava em baixa velocidade. Se fosse um avião maior, em alta velocidade, poderia ter acontecido outra catástrofe", disse Camacho.

Segundo ele, Congonhas deveria operar apenas com modelos da Embraer e Boeing 737-500, com capacidade para cerca de 100 passageiros. As duas pistas têm 1.640 metros (principal) e 1.345 metros (auxiliar).

A opinião é compartilhada pelo professor do Departamento de Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) Claudio Jorge Pinto Alves.

Ele lembra que uma das medidas anunciadas após a tragédia da TAM foi a diminuição da distância dos vôos de Congonhas. "A Anac havia colocado um limite até Brasília. Mas, aos poucos, houve flexibilização", disse.

 

Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

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