Uma das formas mais econômicas de transportes para grandes volumes – principalmente óleo, gás natural e derivados do petróleo – é o modal dutoviário, que tem como principais características regularidade e frequência. Segundo relatório sobre a infraestrutura de transporte no Brasil, publicado pela FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o sistema dutoviário responde por 34% do transporte de derivados de petróleo no país e só perde para o transporte aquaviário, responsável por 45%.
Ainda de acordo com o relatório, nos países onde ele é utilizado largamente, os custos com a logística são mais baixos, tornando a cadeia produtiva mais competitiva. A ampliação do sistema dutoviário visa também a reduzir o tráfego de produtos perigosos nas rodovias.
Um dos projetos deste modal em andamento é a Uniduto (Fone: 11 2362.8112) , criada em 2008, tendo como sócios 10 grupos, aos quais pertencem 88 usinas que representam um terço da produção nacional de etanol. Com um planejamento baseado em dutos e integração multimodal, a empresa prevê iniciar suas atividades na safra 2011/12. Quando em operação, terá capacidade para transportar até 17 bilhões de litros de etanol por ano.
As soluções logísticas inovadoras que a companhia oferecerá incluem a disponibilização de um serviço que contará com 600 quilômetros de dutos, dois portos (Tietê e Guarujá, SP) e bases integradas a rodovias, hidrovias e ferrovias no conceito “ALL IN”. “A resultante será maior segurança, rapidez no transporte, menor custo e menor impacto ambiental, representando um benefício bastante abrangente para os usuários e a sociedade”, explica o presidente da Uniduto, Sergio Van Klaveren.
Ele conta que a empresa, inicialmente, oferecerá o serviço de transporte de etanol com destino a Paulínia, Região Metropolitana de São Paulo, exportação e demais localidades do território nacional cobertas pela cabotagem. “O sistema está sendo projetado para atender aos produtores sócios e não sócios”, declara.
Klaveren garante que o projeto está se desenvolvendo de acordo com o cronograma, e as atividades da primeira fase devem estar concluídas em março deste ano. São previstos aproximadamente 570 quilômetros de dutos, com quatro centros receptores, dois centros de distribuição e dois portos próprios, sendo um na hidrovia Tietê-Paraná e outro off-shore no litoral de São Paulo, que permitirá a atracação de navios de diversos portes. O abastecimento dos navios será realizado por meio de monoboias, que apresentam segurança e eficiência no manuseio de líquidos em grandes volumes.
O projeto também se caracteriza como fonte de fomento a investimentos em modais alternativos ao transporte rodoviário de etanol, pois prevê sua integração com ferrovias e hidrovias. A integração do transporte dutoviário com outros modais de transporte, segundo o profissional, permitirá um aumento significativo da capilaridade do sistema, possibilitando o transporte de etanol produzido não só no Estado de São Paulo, mas também em Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Sustentabilidade – Klaveren garante que o transporte dutoviário é o que causa menor impacto ambiental e é o de maior segurança. “À plena capacidade, o duto evitará a circulação diária de mais de 1.600 carretas duplas, o que significa deixar de queimar mais de 80 milhões de litros de diesel por ano, redução do número de acidentes de trânsito, menos manutenção das rodovias existentes e a construção de novas rodovias”, defende. Hoje, cerca de 95% do transporte de etanol no Brasil ainda é feito por rodovias.
Pouco falado – Para o presidente da Uniduto, se fala pouco sobre o transporte dutoviário porque é um modal pouco representativo no Brasil. “Apenas para se ter uma ideia, as dutovias instaladas no país somam pouco mais de 20 mil quilômetros, enquanto nos Estados Unidos passam dos 800 mil quilômetros”.
Além da Uniduto, há mais quatro projetos de álcoolduto no Brasil das seguintes empresas: Bertin-Equipav, Brenco, ALL e Petrobras.
Vale lembrar que o mais importante nas operações logísticas é a customização. Cada modal de transporte é o ideal para determinado tipo de carga. Portanto, convém sempre avaliar qual solução é a melhor para cada atividade, a fim de gerar o menor custo possível.
Caracteristicas:
– Mais seguro
– Mais rápido
– Menor custo
– Menor impacto ambiental
– Adequado a grandes volumes e distâncias longas
– Por requerer grandes investimentos, não é indicado para pequenos volumes e distâncias curtas
Gás natural
Outro projeto em andamento é o Mexilhão, situado na Bacia de Santos, São Paulo. Voltado ao transporte de gás natural, envolve um duto de 146 quilômetros de extensão, 34” de diâmetro, conectado na plataforma PMXL-1 e na planta de tratamento de gás em terra. A produção será escoada até à Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA).
O campo de Mexilhão está localizado a cerca de 160 quilômetros da costa e a uma lâmina d’água que varia entre 320 e 550 m. A plataforma PMXL-1, que receberá o gás e o condensado produzidos, terá 230 metros de altura. A plataforma de Mexilhão já está instalada na locação.
Segundo cronograma da Petrobras, a unidade entrará em operação em julho deste ano. A plataforma tem capacidade para produzir 15 milhões de m³/dia de gás natural e atingirá sua capacidade plena em dois ou três anos.









