Transmartins é a melhor transportadora de papel e celulose de acordo com mercado

14/12/2012

Empate técnico nas notas de avaliação dá o terceiro lugar para as transportadoras Barrense e Via Pajuçara, mostrando como o setor de transportes de papel e celulose é competitivo. O mercado tem suas regras e todos precisam adaptar-se.

Quando começou a operar, em 1953, a Empresa de Transportes Martins, a Transmartins (Fone: 11 2193.4444), tinha na garagem apenas quatro veículos: dois caminhões Chevrolet e dois Internacional. Após quase seis décadas de aperfeiçoamentos, a empresa cresceu e, hoje, conta com 116 unidades próprias, 60 agregados e uma atuação consolidada na região Sudeste, com filiais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O trabalho árduo e o reconhecimento do mercado lhe rendeu, este ano, o primeiro lugar no prêmio Top do Transporte na categoria papel e celulose, segmento que representa cerca de 8% do total das operações da empresa. Para o diretor da transportadora, Ulisses Martins Cruz, não há segredo para a longevidade da companhia, apenas a aptidão para escutar a demanda do mercado e para adaptar-se à conjuntura. “Em fevereiro de 2013 completaremos 60 anos de existência e, ao longo de todos esses anos de atuação, com todas as exigências que o mercado foi adotando, nos aprimoramos com melhores condições estruturais e operacionais”, relata.

E tudo isso atuando em um mercado cheio de peculiaridades e problemas. “O país tem uma cultura rodoviarista de mais de 50 anos, mas por um longo período viveu completamente desregulamentado. Foi apenas em 2007 que se estabeleceram exigências mínimas para ser um transportador no Brasil. É um mercado de fácil entrada, no qual qualquer um pode se habilitar”, lamenta. O executivo acredita que intervenções positivas do governo federal e das associações devem reconfigurar o cenário.

Com uma avaliação bastante expressiva, um empate definiu a terceira colocação Prêmio Top do Transporte 2012 no segmento. As empresas do setor de papel e celulose promoveram um empate técnico na categoria entre as transportadoras Barrense (Fone: 24 2447.9500) e Via Pajuçara (Fone: 11 3585.6900), que dividiram as honras de terem sido escolhidas como referencial no transporte para o segmento.

“Ficamos muito felizes com a premiação, pois coroa um trabalho de longo prazo que desenvolvemos, de aprimorar constantemente o atendimento ao cliente e o respeito às normas”, declara o diretor de logística da Transportadora Barrense, Ubaldino Esteves Victorino. A Via Pajuçara também comemorou sua vitória no Prêmio Top do Transporte: “a conquista do Prêmio e as indicações que recebemos são importantes na medida em que representam confirmações do mercado a respeito da qualidade das nossas ações, endossando práticas que adotamos para que possamos melhorar continuamente”, diz o diretor comercial da Via Pajuçara, Altamir Filadelfi Cabral.

Fundada em 1952, a Transportadora Barrense já nasceu com foco neste segmento, pulverizando o atendimento entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas foi ganhando mais abrangência à medida que investiu e diversificou as áreas de atuação, como o transporte integrado, já na sistemática do processo Just in Time, e participando estrategicamente da operação dos clientes, entre eles as companhias do porte da Klabin, Suzano e Mauser.

Para Victorino, o diferencial da Barrense se compõe de um conjunto de fatores, como a seleção e o treinamento de pessoal, a diversificação da frota, os recursos de Tecnologia de Informação que permitem a interligação da matriz e suas filiais e o constante monitoramento dos veículos via satélite. O diretor de logística da Barrense diz que a empresa vem evoluindo e incorporando o know-how também da operação logística. “Somos um híbrido entre transportador e Operador Logístico e, assim, conseguimos estar próximos ao cliente, conhecer a sua operação e atender proativamente as suas necessidades”, observa.

Já a Transportadora Pajuçara atua na região Sudeste, com cobertura em mais de 3 mil localidades entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Com mais de 400 veículos para coleta, transferência e distribuição de cargas, entre utilitários, leves, médios e pesados, aparelhadas com sistemas de segurança e monitoramento via satélite, a Pajuçara investe regularmente em tecnologia para sofisticar os processos e aumentar a eficiência operacional.

INVESTIR PARA CRESCER
No primeiro quadrimestre deste ano, a Transmartins investiu na expansão da frota adquirindo 15 veículos Ford já com motorização P-7. “Sempre estamos prontos para expandir a operação à medida que os clientes demandarem”, adverte Cruz. Essa foi uma das medidas tomadas para que a companhia conseguisse atuar de acordo com as projeções do ano. “Este ano foi complicado, especialmente para aquelas transportadoras dedicadas aos segmentos industriais, como nós”, admite. A empresa fecha 2012 dentro do inicialmente planejado em termos de volume operado: da meta de 113 mil toneladas, a Transmartins movimentou 112,9 mil toneladas. No entanto, quanto ao aspecto financeiro, o resultado deixou a desejar. “O mercado ficou muito agitado este ano. Houve investimentos pesados por parte dos transportadores em 2011 e constatamos, também, a retração da atividade industrial. As empresas simplesmente não conseguiram amortizar seus investimentos. Isso ocasionou um excedente de oferta e a consequente queda do frete. Fomos afetados por isso”, constata Cruz.

No Prêmio Top do Transporte a companhia obteve as melhores notas nos critérios capacidade de negociação e nível de serviço, o que é um indicativo da sua flexibilidade para enfrentar os momentos mais espinhados. “Sem dúvida, temos que ser tipo ‘bambolê’, uma hora aqui, outra lá. O mercado tem suas regras e todos precisam adaptar-se. Por exemplo, a tabela de reajuste que tínhamos não pode ser aplicada. Passamos o ano de 2012 postergando algumas negociações e reajustes, tentando fazer cumprir o planejado.”

Para fechar a conta, a Transmartins olha para dentro. “Notadamente, buscamos essa compensação por meio da produtividade operacional, seja na qualificação de mão-de-obra, seja na gestão da frota. Muitas vezes, conseguimos compensar, mas não é uma constante do setor entender de produtividade”, explica.

A Transmartins dedica-se agora a fechar o planejamento para o próximo ano com uma pitada de otimismo, mesmo que de forma cautelosa. “Prevemos um crescimento modesto para o ano, no qual investiremos em produtividade e na gestão de frota”, resume o executivo. Cruz acredita que a empresa deverá, no mínimo, repetir o mesmo volume movimentado este ano, mas com uma melhor performance financeira, já que deve concentrar esforços no aumento de produtividade e na renegociação das condições comerciais com alguns embarcadores. “Temos de sentar com o cliente e conversar francamente, porque a nossa parceria é comercial, mas é fundamentalmente estratégica”, avalia.

A Transportadora Barrense sabe que para se manter em crescimento e atender as necessidades de seus clientes é necessário uma frota jovem. Apenas neste ano, a companhia já adquiriu 50 novas carretas, que absorveram um investimento de R$ 8 milhões. Victorino afirma que a renovação permitirá enfrentar o ano que vem com uma estrutura operacional mais parruda. O desafio para 2013, revela, é aumentar a lucratividade. “Como este é um mercado extremamente competitivo, planejamos nos dedicar a estabelecer mais parcerias entre nós, os Operadores Logísticos e os embarcadores, em busca de operações que contemplem também cargas de retorno”, anuncia.

A Pajuçara também buscou investir e focou os recursos nas suas unidades. Para aumentar a capilaridade, a empresa inaugurou este ano a unidade Anhanguera, na Grande São Paulo, com mais de 3.000 m², e ampliou a estrutura da unidade de Vitória, no Espírito Santo, que passou a ter 450 metros dedicados a escritórios e 1.000 metros de plataforma. 

Tabela de Eleitos

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