Seguro de Cargas: a tecnologia está cada vez mais presente e em constante desenvolvimento

14/03/2019

Nos dias de hoje, com o avanço e fácil acesso à tecnologia, é impossível pensar em um Seguro de Carga sem o processo tecnológico permeando todo processo, desde o gerenciamento de risco até os sistemas de averbação eletrônica.

 

Imprescindível à segurança do embarcador e da transportadora – no que diz respeito ao roubo da carga ou acidentes –, o seguro de cargas vem evoluindo e, cada dia mais, se adaptando às necessidades do mercado.

Por exemplo, referindo-se às tendências neste segmento, Mauro Antonio Camillo, diretor de Seguro Transporte da Alper Consultoria em Seguros (Fone: 11 3175.2900), cita pelo menos duas.

Na primeira, Operacional do Seguro, Camillo lembra que, no Seguro de Carga existem hoje, para facilitar a captura de informações, vários tipos de sistemas, que podem ser instalados no cliente Embarcador, no Transportador ou no Despachante.

“A utilização do sistema, além de facilitar a parte operacional do cliente, permite maior segurança, pois são links que, ao serem bem utilizados, transmitem as informações diretamente para a base da Seguradora, portanto, fornecendo total segurança em termos de cobertura na movimentação da carga.”

A segunda tendência, segundo o diretor de Seguro Transporte da Alper Consultoria em Seguros, é a Segurança da Carga.

Neste contexto, principalmente para cargas visadas e com grande potencial de roubo, existem vários tipos de produtos tecnológicos para serem utilizados:

• Rastreador por satélite ou híbrido, que normalmente é utilizado para viagens de longas distâncias. Para as áreas metropolitanas, as Seguradoras normalmente admitem utilização da comunicação por celular (GSM/GPRS);
• Há, também, o que é conhecido por rastreador móvel (iscas), com vários tipos, tamanhos e capacidades;
• Sensores de portas e de engates; e
• Botão de pânico, sirene, trava baú, corta combustível, etc.

Ivor Moreno, gerente de Transportes da Argo Seguros Brasil (Fone: 0800 777.2746), também acredita que o setor de seguros não ficará para trás nesta revolução digital que estamos atravessando, quando se aponta para as tendências.

As companhias e os prestadores de serviços estão cada dia mais se debruçando em ideias que tragam aos Segurados e Corretores facilidades e informações no dia a dia. “Especificamente quanto ao transporte de cargas, prevemos uma mudança na forma de contratação do seguro, tornando-o mais fácil e simples. Além da contratação, outros serviços essenciais ao comércio exterior estão cada vez mais se associando à tecnologia e sendo desenvolvidos especificamente dependendo da necessidade de cada operação ou cliente”, diz o gerente de Transportes da Argo Seguros Brasil.

Valdo Alves, diretor de Transportes da Tokio Marine Seguradora (Fone: 0800 703.9000), vai pelo mesmo caminho. Segundo ele, como em todos os setores, a tecnologia está cada vez mais presente no mercado de seguros e em constante desenvolvimento. “No segmento de Transportes podemos citar a implantação do Manifesto Eletrônico de Carga, que permitiu um melhor acompanhamento no volume de cargas transportadas de cada cliente. Cada vez mais o controle logístico se dá por meio de sistemas automatizados, seja nos armazéns ou nas rodovias e nos meios de transportes em geral. Esta é uma tendência que só deve aumentar.”

Emerson Oliveira Barbosa, diretor comercial da Baroli Assessoria e Corretora de Seguros (Fone: 11 3056.7291), também lembra que a tecnologia sempre foi aliada à gestão do seguro de carga e, logicamente, nos dias de hoje, com o avanço e acesso à mesma é impossível pensar em um seguro de carga sem o processo tecnológico permeando todo o processo, desde o gerenciamento de risco até os sistemas de averbação eletrônica. Muitos desses processos hoje são 100% automatizados ou embarcados com Inteligência Artificial, ou seja, não requerem a interferência humana.

“A personalização de tecnologias vem crescendo de forma acelerada e, com isso, empresas que adotaram este piloto como estratégia de negócio têm tido bons resultados diante de ameaças de roubos de cargas e suas recuperações. Transportadoras têm utilizado, além dos rastreadores convencionais, equipamentos de contingência secundária, como é o caso das iscas eletrônicas que podem ser acopladas em vários formatos. Atualmente é possível adquirir tecnologias antijammer que, quando identificam uma tentativa de bloqueio de sinal, mudam sua frequência, a fim de manter sua localização real, capacitando, assim, a recuperação das mercadorias”, enumera Eder Ferraz, diretor da Ferraz Seguros Corretora (Fone: 11 4963.7980).

Rose Matos, gerente do Porto Seguro Transportes (Fone: 11 3366.3380), também diz que sua empresa tem investido em recursos operacionais e tecnológicos que melhoram a experiência do cliente, tanto em termos de agilidade, flexibilidade e benefícios quanto em questões de segurança.

Ainda segundo ela, o mercado de transportes demanda soluções de Gerenciamento de Risco cada vez mais modernas, tecnológicas e eficazes para driblar alguns dos desafios que ameaçam a integridade das cargas. “Um exemplo de obstáculo enfrentado é a perda de sinal do rastreador, causada por criminosos. Diante desse cenário complexo, o Porto Seguro Transportes tem reforçado a atenção no momento da subscrição de um risco.”

Adriano Yonamine, diretor técnico de Transportes e Auto Frota da Sompo Seguros (Fone: 11 3156.2990), também bate na tecla da tecnologia, pois, segundo ele, muitas empresas já perceberam que as tecnologias voltadas para trazer maior segurança à carga transportada podem, na verdade, ser algo muito além disso e gerar ganhos ainda maiores em suas operações, além de melhorar o relacionamento com seus clientes.

“Com clientes cada vez mais exigentes e com a necessidade de reduzir continuamente os custos, muitas empresas investem em softwares de gestão, os quais permitem um maior controle operacional dos veículos e motoristas, contribuindo para a redução de custos com combustível e ociosidade, entre outros.”

Porém – continua Yonamine –, nem todos os veículos possuem um rastreador instalado ou se faz necessário, pelo seguro, o monitoramento do embarque. Por isso, outra tendência são os aplicativos mobile para controle logístico. “Investir em tecnologia no setor logístico é essencial e, dentre outros ganhos, traz reduções consideráveis aos riscos de transportes.”

Já na visão de Cleber de Castro, diretor do Grupo Vista (Fone: 11 4158.4204), há um desejo generalizado por mudanças e inovações. Além da evolução tecnológica, já está em andamento uma mudança na forma como as tecnologias são utilizadas. “O Seguro de Cargas – diz Castro – ainda é muito dependente de processos manuais, tanto na fase de contratação de apólices, quanto no âmbito operacional de gestão de frotas, só pra ficar nesses dois exemplos. Os softwares já estão assumindo as tarefas operacionais.”

Novas aplicações
Interessante, também, é observar as novas aplicações, ou os novos nichos de mercado no que se refere ao Seguro de Cargas.

Barbosa, da Baroli Assessoria e Corretora de Seguros, destaca que novas tecnologias estão proporcionando aos Corretores e Segurados uma forma de comercialização e gestão muito mais dinâmica e eficiente, inclusive gerando aplicações que vão além da segurança e Gerenciamento de Risco. Atualmente, o maior desafio de qualquer transportadora é entregar com o menor custo e da forma mais rápida possível, e a cada dia novas possibilidades são apresentadas. A entrega por drone, por exemplo, já é uma realidade em alguns locais, o carros autônomos e os chamados “voadores” começam a ser testados, o acompanhamento da carga pelo cliente em tempo real também já é possível na palma da mão. “Isso abre para nós, Corretores, uma série de novas oportunidades e também desafios para o momento atual, pois temos de entender o risco do ponto de vista da exposição e, muitas vezes, sugerir para as Seguradoras adaptações ou criações de novos produtos para atender a demanda”, diz o diretor comercial da Baroli Assessoria e Corretora de Seguros.

Castro, do Grupo Vista, coloca que não é necessariamente um novo nicho, mas como citou anteriormente, uma mudança na forma como se faz gestão de frotas atrelada às apólices de seguros já está em andamento. “A entrada da tecnologia nas tarefas operacionais já aconteceu com Uber, Ifood, Airbnb e vários outros segmentos, e agora chegou ao Seguro de Carga. O Uber não tem uma central para pedir um carro, assim como o Airbnb não tem um Corretor de imóveis te esperando. Este modelo já é uma realidade no Grupo Vista. Disponibilizamos apólices de Seguros de Transportes sem exigência de contratação de empresas de monitoramento, graças à tecnologia empregada no Cargo Viewer. Quem imaginou isso?”, diz.

Novidades sempre aparecem, principalmente os facilitys desenvolvidos pelas Seguradoras do mercado. Este caso aplica-se apenas aos seguros que necessitam de pequenos e médios limites de garantias e sem grandes riscos.

Para riscos de cargas visadas e com necessidade de limites maiores, a subscrição tem que ser feita da forma tradicional, com análise detalhada da operação, por exemplo, tipo de mercadoria, embalagem, viagens, transportadores envolvidos, etc. “Entender a necessidade do cliente e repassar corretamente para a Seguradora é parte fundamental para se obter desenhos e condições diferenciadas.” O comentário é de Camillo, da Alper Consultoria em Seguros.

Diferentemente da análise dos outros representantes do setor, Rose diz que a aposta do Porto Seguro Transportes para 2019 é investir em segmentos que contribuirão para o reaquecimento da economia, como combustíveis, têxteis, construção, alimento e autopeças. “Consideramos que são nichos com grande potencial de crescimento.”

E o futuro?
E, diante do cenário apontado, qual o futuro do Seguro de Cargas? Na visão de Camillo, da Alper Consultoria em Seguros, o Seguro de Carga, não obstante estar sempre na mídia por conta do alto índice de roubo de carga, tendo esporadicamente fatos isolados e de grande impacto e relevância, por exemplo, a grande quantidade de roubo que aconteceu e vem ainda acontecendo, mas agora numa escala menor, no Rio de Janeiro, trata-se de um ramo nobre, de grande interesse das Corretoras e Seguradoras especializadas.

“Justamente por conta disso o seguro é uma parte importante e fundamental na cadeia logística, portanto, se conseguirmos fazer os ajustes necessários para que o volume de prêmio seja compatível com as perdas, não podendo nos esquecer também dos acidentes e avarias, acredito muito no futuro desse segmento.”

Moreno, da Argo Seguros Brasil, também lembra que, na essência, o seguro continuará sendo o principal serviço ofertado, e isto, independentemente de tecnologia – seja para sua comercialização ou para facilitação de serviços agregados – não sofrerá alteração. As companhias se destacarão pelos serviços e facilidades agregadas ao seguro que elas conseguirão proporcionar aos seus Segurados e, neste aspecto, sim, estas experiências serão cada vez mais digitais, simples e úteis para as empresas.

“Todos os números recentes de mercado apontam para o crescimento da carteira de seguro de transportes, tanto nacional quanto internacional. Logicamente, se as medidas econômicas que estão em tramitação no Congresso forem aprovadas e houver um incremento na infraestrutura de transportes, a tendência natural é o crescimento ainda maior da produção e consumo e consequente incremento na movimentação de cargas, gerando grandes oportunidades para nós, Corretores. Certamente o modo como vamos nos relacionar com o consumidor final ainda vai mudar muito, mas acredito que ainda teremos por muitos anos uma significativa relevância no processo de intermediação do negócio entre o cliente e as Seguradoras”, diz Barbosa, da Baroli Assessoria e Corretora de Seguros.

Castro, do Grupo Vista, faz a sua colocação com base na tecnologia. De acordo com ele, sem dúvida nenhuma, com a utilização de tecnologias como IOT, machine learning e várias outras, os processos operacionais que atualmente são realizados por pessoas, passarão a ser feitos por máquinas.

“Cada vez mais, serão adicionados serviços agregados que vão incrementar valor ao trabalho desenvolvido pelas Seguradoras. Mais do que garantir a indenização caso algo aconteça ao bem Segurado, as companhias vão agregar expertise para ajudar os Segurados e Corretores de seguros a administrar os riscos, a fim de que não aconteçam os sinistros. Um fator que deve influenciar substancialmente nessa tendência é a inovação tecnológica. A Inteligência Artificial, o aprendizado de máquina e a utilização estratégica dos dados que podem ser coletados vão contribuir muito com a evolução das técnicas de Gerenciamento de Riscos. Além disso, o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à segurança de transporte e dirigibilidade também devem contribuir para que a incidência de sinistros diminua num futuro de médio e longo prazos”, acrescenta Yonamine, da Sompo Seguros.

E Alves, da Tokio Marine Seguradora, conclui dizendo: “quando falamos em Seguro de Cargas, há uma atenção constante à questão da gestão de risco e um dos desafios atuais das Seguradoras e dos Corretores é aumentar a conscientização do cliente sobre este tema. Cada Segurado tem uma necessidade específica e, na Tokio Marine, temos uma equipe de 12 colaboradores exclusivamente dedicados a auxiliar os Corretores a encontrarem as melhores soluções. O objetivo dos underwriters não é apontar irregularidades na operação do Segurado, mas detectar riscos que possam causar grandes perdas. Nesse aspecto, é cada vez mais importante o trabalho de consultoria prestado pelos Corretores especialistas junto com as Seguradoras”.

As empresas
Alper Consultoria em Seguros: Atua em todos os tipos de seguros de movimentação de cargas. Atende transportadores, embarcadores proprietários das mercadorias, agentes de carga, importadores e exportadores e oferece análise conjunta da operação e das condições dos seguros atuais para conhecer e saber as reais necessidades do cliente. Tem parceria com todas as Seguradoras que atuam no segmento.

Argo Seguros Brasil: “No mercado brasileiro muitas empresas encaram o Seguro de Cargas como uma commodity, ou seja, identificando pouca ou nenhuma divergência entre uma Seguradora e outra, isto devido às condições padronizadas determinadas pelo órgão regulador do mercado (SUSEP). O que nos diferencia é a forma de atendimento e adequação das condições conforme a necessidade de cada Segurado”, expõe Moreno.

Baroli Assessoria e Corretora de Seguros: Está no mercado de seguros há quase 25 anos, sendo nos últimos 15 anos totalmente focada em ofertar soluções para o segmento de transportes de cargas nacionais e internacionais. Também opera com todas as companhias de seguros de carga do Brasil e algumas no exterior.

Ferraz Seguros Corretora: Atualmente trabalha com apólices dinâmicas que se adaptam à necessidade de cada cliente, sejam eles transportadores, embarcadores ou agentes envolvidos na operação de transportes. Assessoria jurídica, liberações esporádicas on-line e análise de redução de custo são alguns dos benefícios disponíveis pelo escritório.

Grupo Vista: Atua com Tecnologia em Seguros. Ao acessar o site da empresa, o cliente preenche um questionário e, ao invés de receber uma mensagem de que as informações foram enviadas para um processo manual de cotação, recebe em cerca de 10 segundos uma cotação de Seguro de Transporte pronta. “Uma vez contratada a apólice, partimos para a implantação do Cargo Viewer, o que isenta o Segurado de contratar gerenciadora de riscos”, explica Castro.

Porto Seguro Transportes: É voltado para empresas de pequeno, médio e grande portes. Seus serviços podem ser contratados tanto por donos de mercadorias a serem transportadas, para cobrir danos à carga, quanto por empresas transportadoras, para garantir as cargas de terceiros transportadas sob sua responsabilidade. O seguro abrange as seguintes modalidades: RCTR-C e RCF-DC, Transportes Mais Simples, Transportes Embarcador e Transporte Internacional. O Transportes Mais Simples dispensa a comunicação de embarques (averbação) e possui processo de análise e emissão de contrato mais ágil. Além disso, o custo é aplicado de acordo com o segmento da mercadoria, ao invés de levar em conta a origem e o destino da carga.

No Transporte Embarcador, o Porto Seguro Transportes oferece coberturas específicas para as empresas embarcadoras. É indicado para os segmentos de indústria, comércio e serviços, abrangendo transporte rodoviário ou aéreo. Também é oferecido o Transporte Internacional, que proporciona atendimento e coberturas para as cargas nas operações de importação, exportação, tradings e despachantes aduaneiros.

Sompo Seguros: Além dos ramos tradicionais do Seguro de Transportes, também conta com os produtos Siga Bem Seguro – Transportador Rodoviário de Carga e o Siga Bem Seguro – Embarcador.

O Siga Bem Seguro – Transportador Rodoviário de Carga é um seguro de RCTR-C (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Cargas) e de RCF-DC (Responsabilidade Civil Facultativa Desvio de Carga), que contempla o transportador rodoviário com movimentação anual de até R$ 500 milhões; apresenta ampla abrangência de mercadoria específica e prêmio mínimo variável conforme Limite Máximo de Garantia. Isso ajuda ao transportador que num mês em que transportou um volume menor de cargas pague um prêmio de seguro de menor valor também.

Já o Siga Bem Seguro – Embarcador é um Seguro de Transporte Nacional destinado a embarcadores que tenham movimentação anual de produtos de até R$ 200 milhões. Entre as vantagens estão a Apólice Anual Ajustável, na qual o seguro é contratado anualmente, com o prêmio calculado tendo como base a estimativa anual de embarques; taxas diferenciadas com base na movimentação e concessão de DDR – Dispensa de Direito de Regresso parcial, que é quando o embarcador concede isenção ao transportador no regresso, com exceção das coberturas previstas no seguro obrigatório de RCTR-C.

Tokio Marine Seguradora: Tem um portfólio completo de soluções em Seguros de Transportes. “Nossas apólices incluem acidentes com o veículo transportador, danos às mercadorias e roubo, por exemplo, sendo que disponibilizamos outras coberturas conforme o tipo de mercadoria e meio de transporte utilizado. Oferecemos também seguro para transporte internacional para embarcadores, tanto para importação quanto para exportação, e temos soluções específicas para o pequeno embarcador e transportador. Além disso, dispomos de uma ampla gama de coberturas de Responsabilidade Civil do Transportador para os diferentes modais, conforme a necessidade do cliente”, diz Alves.

O papel do seguro hoje
Além de garantir o valor financeiro dos bens transportados, o seguro vem ao longo dos últimos anos auxiliando a logística das empresas e reduzindo custos através da implementação de ferramentas de controle e acompanhamento. “Tudo isso tem tornado a operação mais eficiente, seja através de ferramentas de Gerenciamento de Risco ou procedimentos que visam trazer mais regularidade às operações, entre outras coisas”, comenta Moreno, da Argo Seguros Brasil, quando fala do papel do seguro, nos dias de hoje, dentro do segmento de transporte de cargas.

De fato, Barbosa, da Baroli Assessoria e Corretora de Seguros, ressalta que o seguro sempre foi e será um componente preponderante dentro do segmento. Além de mitigar em grande percentual os prejuízos e/ou indenizações que os Segurados e Transportadores venham a sofrer, ele ainda tem a função de orientar o cliente para uma melhor prática em relação ao gerenciamento, por exemplo. “Além disso, alguns seguros nesse segmento são regulamentados por lei, inclusive nesse momento se discute a possibilidade de ampliação dessa obrigatoriedade, justamente pela importância na reparação de danos causados.”

Rose lembra que o Porto Seguro Transporte também entende que o segmento de logística depende do transporte de cargas para viabilizar suas atividades, e sendo assim, o Seguro Transporte torna-se essencial para mitigar os inúmeros riscos aos quais as cargas são expostas da origem ao destino final, como acidentes rodoviários, roubos e furtos, operações de carga e descarga, permanência nos depósitos dos transportadores, entre outros.

Eder, da Ferraz Seguros Corretora, também destaca que o seguro de cargas é essencial para garantir o equilíbrio econômico-financeiro do mercado, desde o processo de fabricação de produtos até seu destino final em prateleiras. Empresas transportadoras possuem Responsabilidade Civil objetiva prevista em Lei e, em caso de sinistros, devem ressarcir seus clientes imediatamente para que a produção e a reposição dos produtos não sejam afetadas, ressalta ele.

Castro, do Grupo Vista, lembra que o seguro tem papel fundamental na economia brasileira. O Brasil ainda sofre com a falta de infraestrutura nas estradas, além da falta de segurança. “Em pleno século XXI e com mais de 60% das mercadorias transportadas sobre rodas, esses ainda são os ‘gargalos’ operacionais que mais trazem desafios para Seguradoras e Segurados, sejam eles Transportadores ou Embarcadores. Essa falta de infraestrutura faz com que a sinistralidade oriunda de acidentes e roubos seja extremamente alta.”

Assim, continua o diretor do Grupo Vista, sem o seguro, algumas empresas não conseguiriam operar, pois não suportariam as perdas. O desafio é encontrar o equilíbrio financeiro para que as Companhias Seguradoras mantenham o interesse na carteira de transportes.

Yonamine, da Sompo Seguros, é outro representante do setor que enfatiza que, contar com o Seguro de Transportes hoje pode, simplesmente, ser a diferença entre continuar operando ou não. Dependendo do porte do Embarcador ou do Transportador, uma carga avariada ou perdida que um desses players tenha de indenizar pode representar a diferença entre lucro e prejuízo num ano fiscal. “Uma situação como essa pode, até mesmo, inviabilizar a continuidade do negócio. Essa é uma questão séria que deve ser levada em conta com todo o cuidado. O seguro deve fazer parte do planejamento orçamentário de qualquer empresa”, diz o diretor técnico de Transportes e Auto Frota.

Alves, da Tokio Marine Seguradora, lembra que há um espaço enorme para o crescimento do mercado segurador no Brasil e o Corretor desempenha um papel fundamental, pois é um consultor que auxilia o Segurado a identificar a melhor proteção junto à Seguradora.

E que é importante lembrar que o Seguro de Transporte de Cargas em viagens dentro do território brasileiro é obrigatório por lei e deve ser contratado por Transportadores ou Embarcadores/Donos das Mercadorias.

“No caso dos Transportadores – prossegue o diretor de Transportes da Tokio Marine Seguradora –, o seguro garante a responsabilidade civil decorrente da prestação do serviço de frete. Já os Embarcadores/Donos possuem à sua disposição um conjunto de coberturas que garantem os danos à carga transportada. Ambos os casos são seguros obrigatórios para garantir, no mínimo, os chamados riscos básicos que envolvem o transporte da carga (acidentes rodoviários, incêndio e roubo).”

Seguros obrigatórios
Como destacado no decorrer da matéria, há alguns seguros de transportes que são obrigatórios por lei e a contratação de um deles não exime a obrigatoriedade do outro. Veja abaixo, conforme informações da Sompo Seguros.

Transporte Nacional (TN) – É um Seguro Obrigatório a ser contratado pelo dono da mercadoria. Ele pode ser contratado nas modalidades: Ampla A (cobertura mais completa); ou Restrita B (uma das principais diferenças é a não cobertura para Roubo/Furto); ou Restrita C (cobre basicamente acidentes). Esse seguro também contempla algumas coberturas adicionais e específicas que podem ser contratadas.

RCTR-C – É um Seguro Obrigatório a ser contratado pelo Transportador Rodoviário, que em suas coberturas básicas cobrem acidentes com o veículo transportador.

Apesar de facultativo, é recomendável ao Transportador que não deixe de contratar o seguro contra roubo/furto, o chamado RCF-DC.

Os seguros de RCTR-C e RCF-DC são chamados de Seguros de Responsabilidade porque cobrem a responsabilidade civil do transportador por perdas e danos causados a mercadorias de propriedade de terceiros que lhes são confiadas para o transporte.

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