A escolha do tipo adequado da embalagem para o acondicionamento dos produtos eletrônicos requer cuidados especiais, se quisermos preservar a integridade dos mesmos.
É óbvio que, pelas suas características, os produtos eletrônicos requerem o uso de embalagens especiais. Portanto, a escolha das mesmas é de fundamental importância para a garantia de segurança no transporte e armazenagem destes produtos.
“A escolha da embalagem correta é feita através de uma análise crítica no projeto, considerando a fragilidade do produto, sua forma, quantidade de produtos por embalagem, empilhamento, tipo de transporte e tempo de estocagem, não esquecendo a impressão e a imagem do produto”, diz Jorge Trzaskos, gerente de negócios – UN-RS da Cartrom Embalagens (Fone: 51 3036.4632).
Giuseppe Lapenna, gerente industrial da Unidade de Holambra, SP, da Krafoam (Fone: 19 3902.4060), também faz análise semelhante quando responde à pergunta sobre como escolher o tipo de embalagem mais adequada aos produtos eletrônicos e quais fatores considerar. Ele aponta o peso e o formato do produto, o meio de transporte, o sistema de estocagem, etc. “Mas, tudo isso é definido em conjunto com nossa engenharia, a partir de um desenho ou uma amostra do produto a ser embalado.”
Por sua vez, José Marcos Souza, gerente comercial da Myers do Brasil (Fone: 11 3847.9992), diz que a maioria dos eletrônicos é transportada em aviões e caminhões especiais, o que torna a racionalização do espaço um fator primordial. “No projeto da embalagem tem que ser levado em conta: baixo peso, qualidade da matéria-prima, ergonomia, alta resistência mecânica, tampas resistentes e, se possível, fixas e a logística reversa”, destaca.
Marcelo Garcia Gaspar, diretor da Nefab (Fone: 11 4785. 5050) é mais detalhista em sua análise.
Segundo ele, é preciso ter sempre em mente que os clientes utilizam diversos modais de transporte para igual número de diferentes produtos. “Nossa primeira ação é identificar as características do produto a ser transportado, assim como o fluxo logístico que será utilizado. Precisamos ter pleno conhecimento do produto a ser embalado – suas características físicas, sua sensibilidade aos fatores externos, como choque, vibração, umidade, descargas eletrostáticas, calor, poeira, etc.”
Ainda segundo Gaspar, após esta avaliação é imprescindível conhecer a maneira pela qual esta embalagem irá ser manuseada, movimentada e transportada. “Com esta análise prévia podemos partir para o melhor dimensionamento da embalagem, assim como melhor adequação dos materiais a serem utilizados – embalagem de consolidação, embalagem individual, proteção, etc.”
O diretor da Nefab também apresenta um check-list básico abrangendo os itens a serem considerados para definir qual o melhor tipo de embalagem para os produtos eletrônicos:
– Modal que será utilizado: aéreo, marítimo, fluvial ou rodoviário;
– Destino intermediário e final do produto;
– Características do produto: peso, volume, sensibilidade e sua periculosidade;
– Características físicas da embalagem: armazenagem das embalagens desmontadas, facilidade/tempo de montagem, nível de ruído e limpeza durante a montagem, peso próprio, volume total, flexibilidade dimensional, resistência mecânica a impactos, resistência à umidade, capacidade de empilhamento; custo logístico total; nível de violabilidade; e grau de proteção necessário.
Por sua vez, Célia Santos, gerente de desenvolvimento de produtos da Divisão de Embalagem ao Consumidor da Rigesa (Fone: 19 3881.8800), alerta que um dos aspectos mais importantes a considerar é que esses produtos em geral são frágeis e as avarias no transporte são um dos maiores motivos de perdas dessa indústria. Portanto – diz ela – uma embalagem com desenho estrutural reforçado tende a minimizar esse prejuízo.
“Também é importante considerar que tipo de necessidade o cliente tem em relação ao ponto de venda. Para produtos de grande porte, que em geral são expostos sem a embalagem, as características de proteção, como rigidez e desenho estrutural, são mais importantes.”
Em outros casos – ainda de acordo com Célia –, a embalagem terá um papel fundamental no ponto de venda, como é o caso de algumas marcas de telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos de pequeno porte. Nesse caso é necessário aliar uma embalagem primária que faça bonito no ponto de venda, e que o consumidor tenha prazer em levar para sua casa, com uma embalagem secundária de transporte que garanta a segurança e a integridade do produto.
Escolha errada
Diante do colocado, quais os riscos de escolher uma embalagem errada?
Trzaskos, da Cartrom, diz que são vários – eles vão desde a avaria do produto, custos de reprocesso, devoluções e insatisfação do cliente até o comprometimento da imagem da empresa.
“O maior risco é o cliente receber um produto com defeito devido a quedas, riscos ou outro tipo de defeito. Tudo isso prejudica, principalmente, a imagem da empresa que fabricou e vendeu um equipamento com ‘defeito’ – isso é o que sempre o cliente vai pensar”, concorda Lapenna, da Krafoam.
Célia, da Rigesa, também está de acordo com este posicionamento. Ela diz que o principal risco é o de quebras de produtos na cadeia de distribuição. “Porém, também devem ser considerados fatores como durabilidade do material e o posicionamento e fortalecimento da marca”, completa.
Para Souza, da Myers, a embalagem errada pode causar acidentes de trabalho, danos irreparáveis aos produtos, alto custo de transporte e armazenagem e vida útil curta.
“Dimensionamento incorreto pode gerar custos crescentes de frete, principalmente no caso do transporte aéreo. A escolha do material de acolchoamento e proteção dos produtos é primordial. Não irá ditar apenas o desempenho da embalagem, mas também influenciar no tamanho da mesma, na necessidade de materiais adicionais, além de proporcionar ou não a proteção adequada, evitando perdas com danos e avarias no transporte, bem como redução do potencial de roubo das cargas”, explica Gaspar, da Nefab.
Vários tipos de embalagens
As empresas que participam desta matéria especial oferecem vários tipos de embalagens.
– Myers do Brasil – Linha Rako – Produzidas em dimensões diversas, “permitindo a armazenagem racional e inclusão de material de acolchoamento”, segundo Souza. Possuem paredes internas lisas, formato ergométrico, alças laterais e tampas opcionais. Linha Eureka – Produzidas com tecnologia que permite baixo peso com alta resistência mecânica ao impacto. Possuem tampa integrada, pegas ergonômicas, dispositivos para lacres e sistema de encaixe que viabiliza a logística reversa. Também são produzidos outros tipos de embalagens de pequeno e médio porte, conhecidas como “hand held containers”, adequadas a servir linhas de produção. “Todas estas embalagens podem ser produzidas em resina ‘comum, condutiva ou anti-estática’, adequando-se à movimentação e ao transporte de produtos eletrônicos que tenham necessidade de proteção de estática ou condutiva”, completa o gerente comercial.
– Nefab – Fornece soluções completas para o mercado de produtos eletrônicos, entre outros. Dentre as embalagens fornecidas estão: caixas em compensado naval dobráveis e desmontáveis ExPak (descartáveis, para consolidação no transporte de mercadorias); caixas em compensado naval dobráveis e desmontáveis RePak (retornáveis, para transporte e movimentação de produtos); caixas em papelão ondulado de onda simples, dupla e tri-wall; produtos para preenchimento, travamento, amortecimento e proteção contra corrosão: espumas em polietileno (EPE), espumas em poliestireno (EPS), espumas em polipropileno (EPP), espumas em poliuretano (PU), sacos plásticos aluminizados, sacos plásticos anti-estáticos, sacos VCI (inibidores de corrosão), dessecantes/silica gel, colméias em papelão e outros materiais, etc.; acessórios como indicadores de umidade,









