Pesquisa revela os principais problemas enfrentados por empresas que atuam com comércio internacional

30/08/2021

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19), rapidamente, resultou em uma crise econômica mundial, impactando diretamente na redução da oferta de mão de obra e rupturas de cadeias globais de valor. Com a progressiva retomada da economia em diversos países houve uma disparada de encomendas por insumos e mercadorias do comércio exterior em níveis acima das projeções e da capacidade logística dos armadores e terminais portuários.

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada em julho de 2021 para mapear os problemas enfrentados desde o início da pandemia, apontou que a falta de navios e contêineres, valores elevados do frete de importação e exportação e serviços cancelados são os principais problemas enfrentados por empresas que atuam com comércio internacional.

A CNI consultou 128 empresas e associações industriais, na ocasião mais de 70% relataram ter sofrido com a falta de contêineres ou de navios e mais da metade observaram o cancelamento ou a suspensão de alguma escala de programa ou serviço regular. Os dados mostram ainda que 96% observaram um aumento no valor do frete de importação e 76% nas exportações.

Dados do Banco Central do Brasil (BACEN) de março 2020 a agosto 2021 mostraram que a taxa do dólar, que é a principal moeda do comércio exterior, também tem sido um dos grandes desafios que as empresas brasileiras buscam superar, pois no último ano e meio, já acumulamos aumento de aproximadamente 7,28%.

Cristiane Fais, consultora em logística internacional e diretora executiva da Accrom Consultoria em Logística Internacional, comenta que um novo agravamento da COVID-19 no mundo, principalmente na China também tem impactado o mercado internacional, pois o novo surto da doença no país fechou várias regiões e portos, incluindo um dos mais movimentados do mundo, causando um impedimento no abastecimento global e pressionando importadores e exportadores. “O recente fechamento do porto chinês Ningbo-Zhoushan, gerou uma fila com mais de 350 navios, e uma espera para espaço e embarque de semanas. O cenário é mais um sinal de que a desordem e aumento nos custos no transporte marítimo pode se estender até meados de 2022 ainda”, explica.

Um levantamento da Clarksons Platou Securities, mostrou que o congestionamento vem se agravando, e a capacidade ociosa chega a 4,6% da frota mundial, ante 3,5% no mês passado. “Além de ameaçar a recuperação e o crescimento econômico do país, os atrasos crônicos e a disparada dos custos, podem impedir que as demandas das empresas por novos produtos e reposição de seus estoques sejam atendidas, acarretando a falta de produtos no mercado interno e o aumento direto dos preços ao consumidor”, conclui Cristiane Fais.

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