Mas, mesmo assim, alguns profissionais do setor alegam que seu emprego seria ainda maior se não houvesse resistência com relação à paletização.
Parece uma contradição quando se aborda o uso dos paletes de madeira.
Marcelo Canozo, diretor da Fort Paletes (Fone: 15 3532. 4754) e presidente da ABRAPAL – Associação Brasileira dos Fabricantes de Paletes PBR, acredita que os paletes de madeira representam cerca de 95% do total de paletes utilizados em toda cadeia logística, devido a seu baixo custo, alta durabilidade e por ser ecologicamente correto – “poucos sabem, mas as madeiras reflorestadas utilizadas para confecção deste paletes são reaproveitadas em um segundo momento, em forma de combustível (cavaco para geração de energia)”.
Já Antonio Valdir Zelenski, gerente comercial da Matra do Brasil (Fone: 11 4648.6120), embora reconheça que o palete de madeira seja aplicado em todos os segmentos industriais, comerciais e prestadores de serviços, sendo utilizado desde uma linha de produção até o ponto final de consumo de um produto – “podemos afirmar que o palete é a base da logística” –, destaca que a sua utilização no Brasil ainda é baixa.
“O palete PBR é um grande propulsor das cargas paletizadas, mas ainda existem resistências com relação à paletização de produtos desde a linha de produção, passando pela armazenagem e distribuição. As empresas consideram somente o custo do palete, mas é muito importante verificar os ganhos de produção e reduções de custos com a armazenagem, manipulação, transporte, descarga, etc. que o produto paletizado proporciona”, destaca Zelenski.
Avesso à discussão, José Ricardo Bráulio, coordenador da José Braulio Paletes (Fone: 11 3229. 4291), destaca que o palete de madeira é utilizado desde a II Guerra Mundial em todos os setores de movimentação e armazenagem, como embalagem, unitizador, suporte para armazenagem e estrado.
TENDÊNCIAS
Sobre as tendências na área, Canozo, da Fort Paletes e da ABRAPAL, aponta o maior consumo para exportação, “já que a redução do custo de tratamento fitossanitário eliminou de uma vez por todas o ‘mito’ das dificuldades referentes a esse tipo de tratamento”, conforme diz.
Por sua vez, José Ricardo, da José Bráulio, explica que a tendência de despachar as mercadorias nos paletes da indústria para o varejo/atacadista e daí ao consumidor final, loja ou CD, tudo no mesmo palete – sem manuseio nas mercadorias – está baseada no uso de paletes padrão PBR ou paletes descartáveis one-way.
PROBLEMAS
Explicando os problemas no segmento de paletes de madeira, Canozo da Fort Paletes e da ABRAPAL fala primeiro da “concorrência desleal”. Segundo ele, são empresas de “fundo de quintal” que não possuem compromissos sociais e éticos e sonegam impostos – “sem duvida, este é o nosso maior problema”.
A este se junta o problema do “Custo Brasil” – que realmente tem atrapalhado o segmento e os demais.
“Para estes problemas, infelizmente temos que contar com a ‘vontade’ de nossos governantes. Porém, o mercado consumidor têm se mostrado preocupado também com a questão ética e social, o que nos tem ajudado a superar a concorrência desleal”, diz Canozo.
O gerente comercial da Matra, pelo seu lado, relata que os maiores problemas para os usuários de paletes de madeiras encontram-se na administração dos parques e no fechamento dos canais de desvios de paletes, que geram o comércio de paletes usados. “Quem compra paletes usados, com certeza está adquirindo o seu próprio palete, desviado em algum momento do seu fluxo natural”, alerta.
Ainda segundo Zelenski, outro fator importante e que o comprador de paletes não consegue entender é a compra de paletes piratas ou similares. “Ao adquirir um palete pirata ou similar, com certeza ele está pagando mais caro. Vejamos: um palete pirata custa em média R$ 24,00 e tem em sua composição 0,048 m3 de madeiras, o que corresponde a R$ 500,00 por metro cúbico. Um palete PBR, construído em conformidade com o desenho e especificações técnicas do IPT/SP, custa em média R$ 29,00 e é composto de 0,064 m3 de madeiras, o que corresponde a R$ 453,13 por m3. Na verdade, o comprador está sendo enganado e pagando mais caro por isso.”
Sobre as soluções para estes problemas, o gerente comercial da Matra cita, primeiro, que se deve comprar paletes de empresas credenciadas pelo CPP/ABRAS/IPT, que produzem o palete PBR em conformidade. “Com relação ao controle dos parques de paletes, adotar um software para o gerenciamento ou adoção do sistema de pool de paletes. Também é importante compor os custos levando em consideração a vida útil de um palete PBR, que em média é de 3 anos – o palete pirata ou similar é descartado no momento da entrega na rede varejista, enquanto o PBR é devolvido no ato ou através de um vale-palete e/ou cheque-palete”, completa.
Maiores Aplicações
Indústrias exportadoras; Varejistas; Industrias de modo geral.
Novas Aplicações
Setor farmacêutico.
Frigoríficos.
Grandes atacadistas e lojas de varejo, que mantêm estoque na própria loja, à vista do cliente.
Setores de autopeças e montadoras.
Tendências na Área
Aumento no uso para exportação, considerando a redução do custo de tratamento fitossanitário.
Despachar as mercadorias (expedição) nos paletes da indústria para o varejo/atacadista e dai ao consumidor final, loja ou CD, tudo no mesmo palete.
Adoção do pool de paletes.
Maiores Problemas na Área
Concorrência desleal.
“Custo Brasil”.
Falta de investimento no setor de transporte.
Estradas e custos elevados, encarecendo o frete.
Juros altos, que afastam investimentos maciços no setor.
Administração dos parques e fechamento dos canais de desvios de paletes, que geram o comércio de paletes usados.
Paletes piratas ou similares.
Soluções
Consumidores olharem a questão ética e social, para superar a concorrência desleal.
Medidas políticas e econômicas.
Comprar paletes de empresas credenciadas pelo CPP/ABRAS/IPT.
Para controle dos parques de paletes, adotar um software para o gerenciamento ou adoção do sistema de pool de paletes.
Ações da Empresa para Solucionar os Problemas
Manter postura leal e ética, cumprindo com todas as obrigações legais e fazendo alguns projetos sociais importantes.
Parcerias produtivas com transportadoras e fornecedores para minimizar o impacto de qualquer alteração brusca do mercado.
Investimentos em automação e certificação de processos.
Associar-se à ABRAPAL e ser credenciada pelo CPP/ABRAS/IPT









