A MWV Rigesa destinará a oferta excedente da fábrica de Três Barras (SC) para atender a demanda doméstica por papéis do tipo premium. A estratégia da empresa controlada pela norte-americana MeadWestvaco (MWV) é adotar um modelo de negócio voltado a soluções para os clientes, com a venda baseada na performance alcançada pelos parceiros, e não meramente no fornecimento de grandes volumes ao mercado.
"Venderemos soluções e as precificaremos por metro quadrado (de embalagens produzidas), e não por tonelada. É um produto que garantirá, por exemplo, uma redução de até 20% na gramatura", explica o diretor de negócios da MWV, Jairo Lorenzatto. Com uma menor gramatura, ou seja, a necessidade de menos material para a elaboração de uma área equivalente de embalagem acabada, a companhia vê espaço para avançar principalmente em mercados onde há necessidade de maior resistência por parte das embalagens, caso dos alimentos refrigerados, por exemplo.
Chamada de linha HyPerform, a nova geração de papéis kraft e miolo para embalagens da MWV Rigesa será fabricada na unidade catarinense, a qual recebeu a maior parte do investimento de R$ 1 bilhão realizado pela companhia ao longo dos últimos anos. Além de ampliar a oferta de papéis para o consumo da própria MWV Rigesa, na área de papelão ondulado, a companhia disponibilizará aproximadamente 130 mil toneladas anuais de papéis ao mercado, dos quais cerca de 100 mil toneladas de kraft. "Falamos de um mercado que precisa, todo ano, de uma oferta adicional entre 80 e 100 mil toneladas", dimensiona o diretor. Com o investimento em Três Barras, a nova linha de papéis da MWV tem capacidade para produzir 430 mil toneladas anuais, sendo a maior parte desse montante para uso interno da empresa.
A capacidade adicional, que abre expectativas positivas em relação ao abastecimento próprio e ao mercado premium, também deve ajudar a reduzir a pressão de abastecimento ao mercado doméstico. No final de 2013, o aumento da demanda por embalagens de papelão provocou desarranjos em toda a cadeia, inclusive com casos pontuais de desabastecimento de papéis usados na fabricação do papelão. O custo do papel reciclado também cresceu, acompanhando a disparada do custo das aparas.
É nesse cenário de custos em alta e reajustes de preços que a fábrica de Três Barras atingiu a plena capacidade de operação, no quarto trimestre de 2013. Dois trimestres após o cronograma previsto anteriormente, o que ajudou a aumentar a pressão do mercado de papéis e papelão no final de 2012. A fábrica começou a produzir em agosto de 2012.
Agora, com a capacidade adicional, a MWV pretende desenvolver novos mercados no Brasil e na região do cone sul, além de buscar novas frentes de atuação na Europa e na África. "Vamos posicionar o papel como um produto diferenciado. É um produto que, além da gramatura menor, permite o aumento de velocidade nas operações das onduladeiras e a redução das quebras", justifica Lorenzatto.
Fonte: Agência Estado









