Players do mercado investem em novos nichos de atuação para aumentar o faturamento ao segmento e focam no lançamento e na melhoria de linhas que prometem mais resistência, segurança e capacidade de armazenagem.
Mariana Mirrha
O mercado de contentores plásticos deverá crescer em 2013. Essa é a opinião unânime dos entrevistados desta matéria especial que busca salientar quais são as novidades do setor, bem como mostrar, pelas palavras dos entrevistados, quais os movimentos econômicos brasileiros que permitiram que este segmento continuasse em ascensão, com previsões positivas de crescimento.
Dentre os motivos que levam a crer no aumento na demanda de contentores plásticos está o aumento da oferta do setor automotivo. Se cresce a produção de automóveis, cresce, também, a demanda por contentores. “A previsão para 2013 é otimista, uma vez que o mercado automotivo tem projeção de crescimento e nossos produtos começam a ser utilizados em novos segmentos, como agronegócios, alimentos e distribuição”, afirma Alexandre M. de Oliveira, gerente nacional de vendas e marketing da Myers do Brasil (Fone: 19 3847.9999).
Quem também salienta a importância do segmento automotivo para o setor, além da demanda de contentores por novos segmentos, é Sérgio Grandi, gerente comercial da Mercoplasa Indústria de Contentores (Fone: 51 3524.0901), que afirma trabalhar com perspectivas de crescimento para o ano. “O plástico tem ganhado força em diversos segmentos da indústria, o que deve estimular bons negócios, principalmente nos setores automobilístico, alimentício, de automação e logística”, avalia.
Por outro lado, há quem não se empolgue tanto com o mercado automotivo como impulsionador das vendas de contentores plásticos. Reinaldo Pereira, gerente de desenvolvimento e vendas da Embatech Plásticos (Fone: 11 4029.1222), explica que, em função dos vários lançamentos de veículos em 2012, os trabalhos estarão focados em projetos de 2014 e 2015. Desta forma, a perspectiva de crescimento para esse ano não é otimista. “O volume de negócios que poderá ser gerado esse ano não deve ultrapassar o de 2012. Contudo, acreditamos que em outros segmentos possamos ter um crescimento de 10%”, analisa.
Os primeiros sinais de retomada da atividade econômica no Brasil são alguns dos motivos para que Ricardo Nishimura, gerente da unidade de negócios de logística da Unipac (Fone: 14 3405.2361), acredite que o ano de 2013 será melhor do que o de 2012. Segundo ele, algumas medidas adotadas pelo Governo Federal, como redução da tarifa de energia elétrica, desoneração da folha de pagamentos, redução dos juros, retomada dos investimentos em infraestrutura e outros fatores, devem favorecer o crescimento do país e dos setores industriais.
Outro movimento apontado no mercado está na substituição dos contentores de madeira pelos de plásticos e de metais, o que também ajudará a aquecer o mercado. Quem cita essa mudança é Cristiano Tedesco, supervisor comercial da D’Zainer Produtos Plásticos (Fone: 54 2992.8700). “As perspectivas são de crescimento do mercado. As empresas que se utilizam de contentores de madeira estão substituindo os mesmos por produtos de plástico e de metal, mediante a praticidade, limpeza e durabilidade que proporcionam.” E continua: “o mercado agrário, atendido pela empresa, também está em constante crescimento, fazendo com que a demanda dos produtos aumente. Como nossos produtos se adaptam aos mais variados setores, estamos com uma perspectiva bastante otimista para o ano de 2013”, explica.
E é com essas perspectivas que as companhias estão projetando suas vendas e faturamentos em contentores plásticos. Juliana Kappáz Sabbag Scanavini, diretora corporativa da Cartonale Indústria e Beneficiamento de Materiais Plásticos (Fone: 11 4705.1170), ressalta que a perspectiva da companhia para 2013 é crescer 20% na comercialização de contentores em plástico corrugado, em função do amadurecimento de uma cultura industrial de sustentabilidade, inovação, economia de espaço, leveza e durabilidade. Vasco José Bosi, diretor comercial da Pisani Plásticos (Fone: 54 2101.8700), prevê um crescimento de 20% em relação aos contentores plásticos que comercializam. O profissional acredita que novos nichos, como hortifrutigranjeiros e avicultura, ganharão a atenção do mercado de contentores, e a Pisani está investindo em novidades para os mercados de panificação e logística. Enquanto isso, Celso Formigoni Jr., diretor comercial da Pratic Line Industrial (Fone: 11 4649.2250), projeta um crescimento de 5% a 7% no volume de vendas da companhia.
“São ótimas as perspectivas para o ano de 2013, principalmente para os modelos de caixa utilizados em sistemas automáticos de armazenagem, como miniload (SMC) e carrossel horizontal (SCS), devido à expansão do mercado brasileiro de automação intralogística, onde esses equipamentos de armazenagem são muito utilizados”, afirma Pedro Bertoluci Alves Pereira, do departamento de vendas da SSI Schaefer Latam (Fone: 19 3826.8080), seguido por Lucimara Aparecida Alves de Oliveira, gerente nacional de vendas da MZA Solução em Embalagens Plásticas (Fone: 19 3231.1267), que também se mantém otimista em relação ao segmento, com perspectivas de que o setor plástico amplie suas ações, tanto no mercado nacional como internacional.
NOVOS PRODUTOS E NICHOS
Como já apontado, novos nichos de atuação para contentores plásticos estão ganhando destaque e atenção de fabricantes. E vão desde o mercado agrário até o industrial, de acordo com Tedesco, da D’Zainer Produtos Plásticos. Segundo o profissional, todos os setores podem se beneficiar dos produtos, bastando que as empresas fornecedoras mostrem as possibilidades de aplicações. O nicho industrial é visto com um potencial bastante elevado pela D’Zainer, já que há muito trabalho para ser feito neste segmento. “As novidades que preparamos para este ano são as caixas plásticas DZ20 e DZ09, mais voltadas para o setor industrial, mas que também podem ser utilizadas em outros setores. Elas se adaptam às mais variadas necessidades das empresas, organizado e auxiliando na correta armazenagem dos seus itens”, explica.
Na opinião de Pereira, da Embatech Plásticos, não há nada novo no setor. O que realmente existe, segundo ele, é uma melhor capacitação técnica do mercado buscando apresentar novos serviços. “Creio que o segmento que terá um significativo crescimento será de TI e iCloud.”
Os novos nichos de mercado surgem a partir do momento em que mais clientes procuram por projetos de otimização de sua logística, movimentação e armazenagem, segundo Oliveira, da Myers do Brasil, que lançou um novo contentor com dimensões 1000×600 mm para atender à necessidade de novos clientes, bem como dos atuais usuários do tradicional contentor de 1200×1000 mm.
“O crescimento da economia tem permitido o desenvolvimento dos mais variados segmentos, que se beneficiam das vantagens destes itens. A indústria de construção civil, alimentícia, farmacêutica, de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, entre outras, aplicam com sucesso estes contentores, que facilitam o processo logístico e garantem a integridade dos produtos armazenados ou transportados”, explica Nishimura, da Unipac, cujos contentores estão presentes com destaque no mercado automotivo. A última novidade da companhia foi o desenvolvimento de um contentor para movimentação interna, leve e de baixo custo, específico para o mercado de defensivos agrícolas.
Com as medidas de estímulo de consumo tomadas pelo governo nos últimos anos, o consumidor teve papel importante na compra de organizadores e utensílios domésticos, é o que explica Grandi, da Mercoplasa. Segundo o profissional, além do consumo direto de plásticos, a demanda por outros produtos industrializados cresceu, e a indústria precisa se organizar e estar preparada para crescimentos em suas operações, e isso inclui a organização de centros de distribuição, de áreas de logística, automação e estoques, onde o contentor plástico sempre está muito presente. E, neste cenário, a Mercoplasa lançou uma linha de contentores de maior capacidade – 130 litros – usados pela indústria em geral, além de um contentor para indústria automotiva e mecânica e outro para a indústria panificadora.
Por sua vez, a MZA Soluções está apresentando novos produtos em diferentes medidas para o ano de 2013, tanto para o mercado nacional como internacional. Dentre os produtos, alguns desenvolvidos para complementar linhas já fabricadas pela empresa, estão: caixas para grandes volumes, sejam eles pesados ou leves, com fundos tipo light ou reforçado; caixas padrão VDA – 4500 internacional, que permitem o empilhamento cruzado; e caixas com tampas agregadas que permitem logística reversa e colocação de lacres.
Pereira, da SSI Schaefer Latam, acredita que o mercado está atento às companhias que estão automatizando seus armazéns e Centro de Distribuição. A companhia dispõe de produtos que permitem a armazenagem em ambientes extremos; para montadoras e fornecedoras de autopeças, ideais para a armazenagem e transporte de peças moldadas e injetadas; e para o transporte de frutas e legumes, entre outros.
“Basicamente, temos notado ligeiro aumento do consumo nos próprios nichos de mercado aonde já atuávamos, ou seja, frutas, legumes e verduras em geral. Isto pelo fato de nossos parceiros estarem se adequando às novas exigências da Vigilância Sanitária no tocante ao acondicionamento e transporte de seus produtos. Todavia, há de se destacar, também, o crescente uso de nossas caixas por parte de empresas dos mais variados segmentos, para armazenamento de itens diversos, bem como de consumidores preocupados com o meio ambiente e dispostos a utilizar materiais recicláveis em suas residências para guarda de seus pertences pessoais”, conclui Formigoni Jr., da Pratic Line Industrial.
