A Matra atua na venda, locação, pool e manutenção de paletes.
A novidade é o sistema de gerenciamento de paletes, software criado pela Matra para a administração do sistema PDS-PBR Dynamic System (Pool de Paletes).
Há 35 anos, quem acreditaria que o proprietário de uma casa lotérica na Avenida das Nações Unidas, em São Paulo, SP, se tornaria dono de uma das mais conceituadas empresas especializadas na produção de paletes e caixas de madeiras para movimentação e armazenagem de materiais, credenciada pela Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS para a produção de paletes PBR e pela APME-Bélgica para a produção dos paletes tipo CP? Quem protagoniza esta interessante história é Valdir Cirielli, diretor da Matra do Brasil.
No início da década de 70, época em que as casas lotéricas sobreviviam graças às apostas da loteria esportiva, Valdir planejava se casar, mas sabia que para isso precisava encontrar outra forma de ganhar dinheiro para conseguir estabilidade financeira. Incentivado por seu pai, Ícaro Cirielli, na época gerente da Indústria Metalúrgica Pazini, Valdir optou por procurar outra atividade profissional.
Certo dia, Ícaro encontrou um anúncio de um rapaz que, junto com o avô, fez toda a mobília do Teatro Municipal de São Paulo. Neste anúncio, o rapaz – por morar em apartamento e não ter lugar para guardar os equipamentos – estava vendendo as quatro máquinas que foram utilizadas na construção. O pai de Valdir não teve dúvidas: comprou as máquinas para o filho, que as guardou na oficina do sogro. Destas máquinas, três ainda estão na sede da Matra, em Itaquaquecetuba, SP.
Em 1972, Ícaro, que durante um tempo ajudou nos orçamentos da empresa, alugou um galpão de 200 m² que era da Transportadora Castelo Branco. A partir de então, Valdir deu os primeiros passos comprando tábuas. Naquela altura do campeonato, ele ainda não tinha fechado a casa lotérica e, por isso, registrou a nova empresa no nome de sua mãe, Norma Pons Cirielli (NP Cirielli). O nome fantasia escolhido foi Matra Paletes.
Primeiros clientes
Quando o representante do primeiro cliente, a AMF do Brasil, foi conversar com Valdir, as máquinas não estavam nem instaladas, o que gerou certo receio no representante da empresa fabricante de máquinas para debulhar fumo. Mesmo assim, a AMF apostou na Matra e por algum tempo usou as caixas de madeiras da empresa de Valdir.
O segundo cliente foi a GE (General Eletrics), em Santo André, SP. Após receber uma indicação, Valdir foi até a empresa – fabricante de geladeiras – e levou três caixas para ter uma base e, assim, desenvolveu novas caixas para a empresa do ABC. Como elas se mantiverem firmes e fortes, o teste foi considerado um sucesso. Naquele momento, a Matra já alugava o segundo quintal na vizinhança. Sinal de que a empresa estava crescendo.
Durante anos a Matra produziu as caixas para a GE e praticamente toda semana Valdir se reunia com um representante da empresa de Santo André. Em razão de algumas mudanças ocorridas na GE, este representante foi para os Estados Unidos e outra pessoa assumiu o seu lugar. Com esta mudança, a Matra acabou perdendo o cliente.
O jeito foi passar a procurar novos caminhos. E foi em uma de suas visitas que Valdir encontrou a Cummins, o primeiro cliente de paletes, que fez um pedido de 50 unidades, o que na época, segundo Valdir, era uma quantidade assustadora. Para conseguir atender ao pedido, ele precisou da ajuda de um tio-avô que trabalhava na Infa Estofados. Resultado: em duas horas e meia, os 50 paletes estavam prontos.
Com os bons ventos soprando a favor, Valdir convidou Amaro Caetano da Silva, gerente da Infa, a fazer parte da empresa. “Ele é um dos grandes responsáveis pelo nosso crescimento”, exalta. Convite feito e aceito, mas Amaro precisava de um auxiliar. Então, com ele veio Helton Almeida Pimentel, que hoje é gerente da fábrica. Enquanto isso, mais um terreno era adquirido pela Matra (cujo significado é uma junção das palavras “madeira tratada”).
Ascensão
Em 1977, a empresa de Valdir se torna fornecedora da Scania. O empresário se orgulha em dizer que os paletes produzidos pela Matra eram feitos em peroba rosa e pinho araucária de primeira qualidade. Mas, a Scania parecia não pensar da mesma forma. O primeiro pedido – 50 paletes – foi rejeitado pela indústria de caminhões. “Eles disseram que estavam mal acabados e queriam o melhor palete do mundo”, comenta. Valdir levou as peças de volta para a fábrica, refez e, finalmente, os paletes foram aceitos. Com a boa relação entre as empresas, a Scania resolveu encomendar, também, cantoneiras e laterais dobráveis. Como o sogro de Valdir trabalhava na Consmetal, ficou a cargo de produzir as dobradiças.
Com isso, a Volvo, outra indústria de caminhões, também passa a ser cliente da Matra. “Essa história é engraçada. Eu viajei até Curitiba para encontrar os representantes da Volvo, e só quando já estava no aeroporto percebi que estava com sapatos diferentes. Naquela altura não havia o que fazer. Então eu fui à reunião daquele jeito mesmo. Isso sem falar que o vôo atrasou”, conta Valdir. Apesar do dia cheio de situações inusitadas, ele fechou um pedido de 40 mil laterais dobráveis.
Na década de 90, com a chegada da globalização, Scania e Volvo passaram a comprar produtos vindos do exterior e deixaram de ser clientes da Matra do Brasil. Em contrapartida, é nesse período que se inicia a relação Matra/Nestlé. “Pediram que eu levasse uma amostra de palete até o escritório da empresa. Ao chegar ao centro de São Paulo, constatei que não daria para entrar com o carro na rua onde estava instalado o escritório, e tive que levar o palete nas mãos. Ao chegar ao prédio, não me deixaram subir, e deixei o produto na portaria”, narra Valdir. Inconformado com aquela situação, querendo saber por que motivo não foi atendido, ele persistiu tanto que conseguiu fechar um pedido de 600 paletes com a Nestlé, que é cliente até hoje.
Ainda na década de 90 aconteceu outra passagem que ficou marcada na história da empresa. Valdir foi até a Vila Maria, zona norte da capital paulista, para visitar uma transportadora chamada BilBahia, que tinha solicitado uma amostra de palete igual ao que era fornecido para a Nestlé. “Eu não imaginava quem estava por trás daquela transportadora”, explica. Quando o palete foi aprovado, veio a surpresa: o pedido era para a inauguração de um centro de distribuição do Paes Mendonça – grande rede de supermercados na Bahia.
Valdir conta que ficou surpreso quando viu a quantidade de paletes que teria que fazer no período de seis meses: 25 mil unidades. A partir dali, em um ritmo alucinante, a Matra passou a produzir 250 paletes por dia e entregou o pedido.
Nova Sede
Em 1991, Valdir adquiriu um terreno de 5.000 m² em Itaquaquecetuba, sede da Matra até hoje. A construção demorou cerca de seis anos e a produção só mudou para lá em 1997. Hoje a empresa ocupa uma área de 12.000 m².
O processo de mudança não foi muito fácil, principalmente, para ele, que teve dificuldades em abandonar a antiga sede por razões sentimentais.
“A estrutura já estava montada e eu ainda teimava em vir pra cá (sede atual)”, revela. Após entender a necessidade da mudança para acompanhar o crescimento da empresa, Valdir seguiu seu caminho.
Hoje, a empresa já está solidificada no mercado nacional, atuando na venda, locação, pool e manutenção de paletes.
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