A Martin-Brower, operadora logística da rede McDonald’s, em conjunto com a Arcos Dourados, detentora da marca, e com o apoio de outras nove empresas, anunciou oficialmente na última terça-feira, dia 8, em Osasco, SP, que desde junho de 2009 está testando em alguns caminhões de sua frota um biodiesel produzido a partir do óleo de cozinha utilizado nos restaurantes da rede.
Idealizado pelas duas empresas, o Projeto Biodiesel é gerenciado pela própria Martin-Brower e pela ATA – Ativos Técnicos e Ambientais, além de contar com parceiros como Volkswagen, Shell, Thermo King, SP BIO, Tietê Caminhões e Ônibus, MWM International, Cummins, Tek Diesel e a ATA – Ativos Técnicos e Ambientais.
Inicialmente, a operação, em fase de implementação até setembro próximo, abrange 20 restaurantes, todos em São Paulo, e conta com quatro caminhões que rodam com B20, um com B100, dois veículos sombra e utiliza a estrutura da SPBio, em Sumaré, SP, para processamento externo do óleo, além de dispor de uma unidade de abastecimento da Shell.
Desta forma, ao realizar a entrega de produtos nestas 20 unidades, a Martin-Brower coleta o óleo usado, armazenado em embalagem especialmente desenvolvida para esta operação, e retorna à sua base em Osasco. Lá, o óleo é descarregado e armazenado para, em seguida, ser levado à planta da SPBio, onde é tratado e transformado em biodiesel. Feito isto, a SPBio transporta o combustível pronto para abastecer os caminhões, os quais voltam para estrada para repetir o ciclo.
De outubro a dezembro deste ano, as empresas parceiras pretendem criar um programa de crédito de carbono e planejar a ampliação do projeto na planta da Martin-Brower em Osasco e também nas regiões Nordeste e Sul do Brasil, além de construir uma usina própria para produção do combustível. Em janeiro de 2011, a expectativa é que 40% da frota da empresa rode com biodiesel.
Segundo Ricardo Neuding, sócio-diretor da ATA, coordenadora e consultora do projeto, o objetivo do programa, desde o início da implementação, tem sido elevar a consciência do nível geral de sustentabilidade na cadeia de valor, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, valorizando um produto que até então era tido como um resíduo e diminuindo os riscos do descarte incorreto do óleo.
Neuding enfatiza que dois dos grandes atributos desta iniciativa é que este projeto não está desmatando um centímetro sequer e não está retirando alimento da boca de ninguém. “Não estamos utilizando cana-de-açúcar ou algo que poderia servir de alimento. Utilizamos, sim, o óleo usado que seria descartado. Além de ser bom para o meio ambiente, é também um projeto que traz ganhos econômicos”, explica.
Até maio último, o programa havia produzido 59.650 litros de B20 e 2.302 litros de B100, totalizando 61.952 litros de mistura, tendo rodado mais de 200.000 km.
Texto: André Salvagno/Logweb









