Operadores Logísticos e transportadoras deste segmento atendem fornecedores com maior nível de criticidade em seus processos, já que fornecem diretamente às montadoras e, portanto, são responsáveis por disponibilizar os insumos necessários para produção.
Wanderley Gonelli Gonçalves
Excelência, agilidade de atendimento e pontualidade. “Estas três palavras descrevem as necessidades para uma logística de resultados. O desafio do Operador Logístico da área automotiva é se adaptar às demandas de volumes, para não parar a produção das montadoras.”
De uma maneira sucinta, Tiago de Carvalho Perri, gerente da RAI – Rede de Armazéns Integrados (Fone: 11 4352.1322), aponta as características, peculiaridades e exigências da logística no setor automotivo. Mas, estas são bem mais amplas.
“O setor automotivo é muito sensível. Quando se fala em ‘tier1 suppliers’, são fornecedores com maior nível de criticidade em seus processos, já que fornecem diretamente às montadoras e que, portanto, são responsáveis por disponibilizar os insumos necessários para produção. A logística tem um papel fundamental e o setor automotivo demanda um processo ‘lean’, ou seja , possibilitando ao fornecedor trabalhar com o menor nível de estoque possível. Por esta razão, a exigência quanto ao fluxo operacional e de informações é bastante grande”, explica Cristiano Gaeta, São Paulo Branch Manager & Automotive Key Account Manager da Dachser Brasil
(Fone: 19 3312.6200), complementado por Paula Berni De Carli, diretora executiva da Granvale Logística e Transportes (Fone:12 3627.1200) – segundo ela, esse setor é extremamente exigente, principalmente na questão de prazo de entrega, pois não atua com estoque interno, dependendo de Centros Logísticos e transporte para abastecimento de suas linhas de produção.
“O setor automotivo tem como característica principal a necessidade de atendimento dos prazos para abastecimento de suas linhas de montagem, o que exige cumprimento de prazos definidos, demandando de nós, Operadores Logísticos, investimentos contínuos em capacitação de nossos profissionais no atendimento dos ‘sistemistas/montadoras’, conhecimento profundo de seus fornecedores, das rotas que atuamos e, sobretudo, busca incessante pela redução de custos dos nossos clientes, considerando o elevado grau de competitividade com que eles operam”, complementa Elder Apolinario, diretor comercial da Jas do Brasil Transportes Internacionais (Fone: 11 3049.7600).
A exigência do mercado automotivo também é destaque na avaliação de Josana Teruchkin, diretora executiva da Transportadora Sulista (Fone: 41 3371.8206). De acordo com ela, as montadoras delegam a responsabilidade do estoque das peças aos fabricantes de autopeças. Os fornecedores, juntamente com os Operadores Logísticos, devem garantir a entrega da peça certa, na hora certa, no lugar certo, o que, considerando todas as variáveis desta cadeia, não é algo tão fácil de fazer acontecer. “A entrega errada ou fora da sequência de um componente pode gerar uma parada na linha de produção, o que acarretará prejuízos importantes para a montadora e para o Operador Logístico, que possui multas altas por parada de linha em seu contrato”, completa Josana.
A análise de Gustavo Paschoa, diretor de vendas e engenharia para América do Sul da Penske Logistics (Fone: 11 3738.8200), é mais detalhada. Ele diz que o setor automotivo exige alto índice de especialização de um Operador Logístico. “Uma das principais exigências de quem opera neste segmento é fornecer serviços inteligentes e sistemas avançados de tecnologia para o armazenamento, já que agilidade na separação e rapidez na distribuição são fundamentais, e o tempo de entrega é de extrema importância.”
Uma das particularidades – continua Paschoa – é que esta é uma indústria focada em nível de serviços, em que os clientes exigem, a cada dia, operações enxutas e com preços competitivos. Por isso, é fundamental que o Operador Logístico ofereça suporte para que a indústria automotiva crie cadeias de suprimentos que possam ser alteradas em pouco tempo sem sofrer prejuízos e, assim, atendam aos clientes com mais rapidez e eficiência.
Também na ótica de Ricardo Molitzas, diretor de logística da Santos Brasil Logística (Fone: 13 3209.6000), o mercado cada vez mais exigente e competitivo torna a atuação das parcerias logísticas nesse setor um grande desafio, em que os Operadores devem adaptar-se às demandas e volumes produzidos. “Neste segmento, é grande a exigência do cumprimento de serviços e prazos acordados com os clientes. Em geral, a logística no setor automotivo procura, como principais características, a redução no prazo de entrega — com Operadores Logísticos e transportadoras comprometidas —, agilidade, excelência e eficiência nas operações, JIT, flexibilidade, estoque mínimo, atendimento 24 horas por dia, rastreabilidade, segurança, softwares, controle de informação precisas e SLA – Service Level Agreement (acordo de nível de serviço) específico e definido”, explica Molitzas.
Também Cristiano Koga, diretor corporativo da TNT Mercúrio (Fone: 11 3573.7700), faz sua análise da logística neste segmento, destacando que a cadeia de suprimentos do setor automotivo se estende desde a matéria-prima até o consumidor final, e existem quatro grandes funções logísticas que trabalham interligadas, sendo responsáveis por administrar seu bom andamento: transporte, armazenagem, gestão de estoques e administrativo. “Os sistemas eletrônicos e a revisão de processos têm estado cada vez mais presentes nas organizações. Muitos benefícios podem ser alcançados com a implantação de tecnologias em logística e Supply Chain. Entre eles a redução de custos, o aumento na qualidade do serviço oferecido, a diminuição de ineficiências da cadeia de suprimentos e o maior controle das operações”, completa Koga.
Rogério Ferraz, gerente de vendas da UPS do Brasil (Fone: 11 3066.7782), faz uma análise mais técnica, mas que acaba sendo concluída como a dos outros participantes desta matéria especial. Segundo ele, o desenvolvimento e a contínua evolução do mercado automobilístico transformaram seus conceitos ao longo dos anos, fazendo com que o fluxo de materiais dos sistemas produtivos fosse alterado de um modelo “push”, onde a produção era direcionada pela capacidade de produção da fábrica, para o “pull”, em que a produção é direcionada de acordo com a demanda. “O mercado automotivo caracteriza-se pelo pioneirismo na utilização de métodos do tipo Just-In-Time, Kanban e Milk-run, todos com características muito peculiares para atender à demanda de uma complexa cadeia de suprimentos em que o planejamento logístico precisa ser muito eficiente e de execução extremamente confiável, garantindo níveis baixos de estoques e inventários, mantendo a linha de produção em pleno funcionamento e evitando interrupções nas linhas de montagem e suas possíveis perdas”, conclui.
Paulo Guedes, presidente da Veloce Logística (Fone: 11 3905.700), também faz sua análise pelo lado, digamos, técnico. “Como é característica da indústria automotiva, o aumento da competitividade levou o setor a adotar, principalmente nos últimos anos – e o Brasil é um grande exemplo disso –, algumas medidas básicas: ampliação de suas fábricas, modernização e diversificação do portfólio existente.”
Por outro lado – ainda segundo o presidente da Veloce –, o setor automotivo, que sempre foi “vanguarda” no desenvolvimento de novas tecnologias, processos e produção, também liderou o desenvolvimento das chamadas atividades logísticas. E por uma simples razão: ao realizar produções cada vez mais complexas e aumentar significativamente sua abrangência geográfica, teve que, simultaneamente, implantar processos compatíveis com essas exigências e proporcionar maior eficiência, mais qualidade, baixo custo e sustentabilidade.
“Para alcançar esses níveis de exigências, o setor automotivo – fornecedores e montadores – está tendo uma pauta de atividades bastante diversificada e da qual podemos destacar: (1) aumento da visibilidade de processos, sejam eles produtivos ou logísticos, (2) monitoramento em tempo real, (3) rapidez às soluções de problemas e no atendimento a clientes, e (4) otimização da cadeia de alimentação de plantas e de distribuição de produtos acabados – automóveis e peças de reposição. Essa pauta, compatibilizada com a viabilidade econômica de seus negócios, fará com que o setor automotivo busque a aceleração do avanço tecnológico. Além disso, será necessário entender, cada vez mais, que a logística não deve ser considerada apenas uma atividade fundamental, mas, sim, estratégica”, destaca Guedes.
Ele é complementado por Fausto Montenegro da Cunha, diretor comercial da Brasilmaxi Logística (Fone: 11 2899.6100), para quem, devido ao seu desenvolvimento constante, o setor automotivo é bastante dinâmico e traz grandes desafios para os Operadores Logísticos. “Seja qual for a modalidade de atuação, os Operadores precisam se aperfeiçoar no que diz respeito a tecnologia, estrutura e colaboradores treinados. Com isso, é possível oferecer um serviço diferenciado e sempre visando redução nos custos. Hoje, o setor automotivo trabalha com grande quantidade de itens, diversidade de peças e com performance elevada nos prazos de entrega, o que exige das empresas de logística grande dinamismo em todo o processo”, aponta.
Quem também analisa o setor é Miquele Lioi, diretor de desenvolvimento de negócios da DHL Supply Chain (Fone: 19 3206.2200). Ele tem um pensamento simular ao dos outros participantes desta matéria especial. “Os modelos JIT (Just-In-Time) e de manufatura enxuta são algumas das características principais da logística do setor automotivo, com entregas programadas e reduzido nível de estoque nos diferentes níveis da cadeia de abastecimento. Crescimento global e de mercados emergentes e utilização de plataformas globais tornam esta cadeia de abastecimento cada vez mais ampla, com fornecedores estabelecidos em diferentes locais com a exigência de se manter a busca por eficiência e capacidade de resposta com uma pressão constante por redução de custos”, aponta Lioi, complementado por Marcelo Guilherme Ostrowski, gerente comercial da Martini Meat (Fone: 41 3420.3200). Para este, o segmento é marcado por operações de grande porte e volumes, e demanda extrema agilidade nos fluxos normais de importação e exportação, e também nos fluxos internos, como Just-In-Time e Milk-run.
Márcio de Cantuário Pereira, gerente comercial – Filial Guarulhos/SP – da Transcompras Transportes e Compras Comerciais (Fone: 11 3927.2050), também diz que uma característica deste segmento é estar cada vez mais próximo do cliente, ou seja, por conta de todo o setor automotivo, sendo montadoras que utilizam o Just-in-time, como também as empresas de autopeças, estão com exigências muito próximas pela competitividade deste setor, procurando diminuir o tempo de pedido com o tempo de entregas.
TENDÊNCIAS
Após a análise das peculiaridades da logística no segmento automotivo, quais seriam as tendências?
Giuseppe Lumare Júnior, diretor comercial da Braspress Transportes Urgentes (Fone: 11 2188.9000), destaca que, pela adoção da terceirização das atividades estranhas à atividade fim, essas empresas optam por operações administradas por especialistas, tanto na gestão in-house como transferindo seus estoques para Operadores Logísticos que compartilham armazéns entre diversos clientes.
Paschoa, da Penske Logistics, também aponta para a terceirização e a especialização do Operador Logístico como tendências. De acordo com ele, as indústrias automotivas perceberam que a terceirização logística contribui para que elas foquem a cada dia em sua atividade principal, já que o OL atua como consultor, ao trazer soluções inovadoras de melhoria de processos e redução de custos logísticos. “Outra forte tendência para o setor é manter a agilidade constante e a aproximação com os clientes (localização estratégica das operações), já que a produção de automóveis em mercados emergentes está em amplo crescimento. A tendência é que os Operadores invistam cada vez mais em tecnologias de rastreamento e controle de estoque e aumentem sua capacidade e seus níveis de serviço no Brasil para atender às necessidades dos fabricantes de veículos”, descreve o diretor de vendas e engenharia para América do Sul da Penske Logistics.
Pensamento semelhante tem Perri, da RAI (Fone: 11 4352.1322). Para ele, as tendências apontam para a terceirização dos serviços logísticos – concentrados em operadores especializados – bem como o aumento no atendimento JIT (Just in time) e nos cuidados no manuseio/armazenamento dos produtos – alto valor agregado. “Uma tendência é a terceirização dos serviços por parte das montadoras, que querem focar no seu core business e delegar a gestão para os Operadores. Também estamos observando outra tendência, que é a de concentração das operações num único player, capaz de integrar todas as etapas da cadeia logística”, completa Gennaro Oddone, diretor-presidente da Tegma Gestão Logística (Fone: 11 4346.2500).
Já Yuri Maleski, CEO da BBC Transportes (Fone: 41 3643.2950), acredita que o mercado brasileiro ainda tem muito espaço para crescimento do setor automotivo – várias montadoras novas estão se instalando e isto vai garantir um crescimento do setor de infraestrutura e logística. “Com o aumento do poder de compra das classes diversas e o fato de ser um setor com frequentes lançamentos, a tendência é que o mercado automotivo permaneça aquecido. Este fato, aliado à concorrência do setor, é algo que contribui para a logística, pois as montadoras buscam mais eficiência nos seus processos produtivos, como o aperfeiçoamento no recebimento de materiais dos fornecedores e a armazenagem e movimentação de peças. Isto faz com que os Operadores Logísticos, com estrutura adequada, sejam um elo importante na cadeia de suprimentos, tendo, assim, grandes oportunidades de negócio”, comemora, por sua vez, Cunha, da Brasilmaxi. Com ele concorda André Ferreira, diretor da Rápido 900 de Transportes Rodoviários (Fone: 11 2632.0900), para quem a demanda por transporte deve continuar em alta, visto que a venda de carros no Brasil continua crescendo. “Por isso, toda a cadeia, incluindo a de transporte e logística, está se preparando cada vez mais para atender às exigências de segurança, saúde e preservação do meio ambiente”, complementa Ferreira.
Gaeta, da Dachser Brasil, também destaca que a tendência por parte dos fornecedores automotivos, já há algum tempo, é a centralização de todas as rotinas logísticas em um único parceiro, assim controlando e otimizando mais seus custos e mantendo controle maior sobre toda cadeia logística, que passa a funcionar de forma integrada. Ainda segundo ele, um parceiro logístico com uma boa estrutura global e sistemas eficientes de gerenciamento de pedidos e flexível o suficiente para integrar-se aos sistemas de ERP de tais clientes é essencial. “A tendência é a evolução para um modelo híbrido de cadeias de suprimento que sejam, ao mesmo tempo, eficientes e resilientes. Este novo modelo requer um novo nível de agilidade logística. Os princípios Just-In-Time e de manufatura enxuta são mantidos, adicionando maior controle e opções de contingência para que se crie um nível gerenciado de tolerância à volatilidade e aos riscos, preservando e otimizando a rentabilidade”, completa Lioi, da DHL Supply Chain, enquanto que Temer de Andrade Saad, diretor comercial da Granvale, diz que a principal tendência é o processo de outsourcing, em função da falta de espaço nas unidades industriais.
Outra análise das tendências é feita por Apolinario, da Jas do Brasil. Ele entende que o setor caminha cada vez mais para a verticalização do atendimento aos clientes. Não basta mais o conhecimento de fretes, de rotas e de conceitos logísticos de uma forma generalizada. “É preciso ter profundo conhecimento dos nossos clientes, entendendo em detalhe suas demandas, para que possamos criar e aplicar soluções compatíveis com suas necessidades de crescimento, sobretudo em mercados como o Brasil, que caminha para a produção anual de 4 milhões de veículos.”
Guedes, da Veloce Logística, faz sua análise pelo mesmo caminho. Para ele, os prestadores de serviços logísticos da indústria automotiva, além de se capacitarem para atender às exigências, terão que desenvolver soluções personalizadas e adaptadas a esse setor. O serviço prestado deverá se caracterizar pela “competência aplicada a uma solução complexa, desenvolvida em parceria com o cliente” (serviço personalizado) e que, a custos sempre aceitáveis, crie valor para o contratante, como forma de diferenciá-lo da concorrência.
“Evidente que, para isso, os Operadores Logísticos precisam ter disponibilidade de recursos – financeiros, humanos, tecnológicos e materiais – e facilidade de acesso aos avanços da tecnologia da informação relacionada à integração da cadeia de suprimentos”, complementa .
Em resumo – continua o presidente da Veloce Logística –, e consequentemente, o posicionamento estratégico que se apresenta mais viável aos Operadores Logísticos é o de se posicionar diferenciadamente frente aos seus clientes, e ser reconhecidos pela capacidade operacional e de prestação de serviços abrangente e que caracterize, de fato, a logística integrada – o serviço porta a porta. “Imprescindível, portanto, que esses operadores tenham funcionários ligados (‘antenados’) às mudanças do mercado e ajam, de forma rápida e precisa, na busca do entendimento e da compreensão das reais necessidades dos clientes e das exigências que se fazem presentes no mundo moderno.”
Pereira, da Transcompras, por sua vez, relata que as tendências deste setor serão sempre favoráveis e crescentes, por conta da alta tecnologia e inovações que acompanham o mercado automotivo. Outro fator importante – ainda segundo o gerente comercial – é a importância de se reduzir estoque. Ganha quem for mais competitivo no atendimento do prazo de entrega, mantendo sempre a qualidade como foco principal.
“Com uma demanda produtiva direcionada pelo cliente em um cenário globalizado e um ambiente extremamente competitivo, ter uma cadeia produtiva flexível, enxuta e de baixo custo logístico é uma tendência deste mercado. Mas não podemos esquecer que técnicas e fluxos eficazes especialmente relacionadas aos serviços de abastecimento, armazenagem e distribuição são de vital importância. Com prazos de entregas e estoques mínimos, o fator tempo também é de suma importância. Esse é um grande desafio do mercado automotivo, impulsionado pela necessidade de transporte expresso capaz de atender a essa demanda com segurança, pontualidade e visibilidade”, finaliza Ferraz, da UPS do Brasil.
ESTUDO DA DHL APONTA: O NOVO HÍBRIDO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO SETOR AUTOMOTIVO ENVOLVE OPERAÇÕES ENXUTAS E RESILIENTES
Um novo estudo feito pela DHL estabelece considerações que evidenciam a necessidade de reavaliar o foco com que a indústria automotiva opera suas cadeias de suprimentos e processos logísticos. Isso motiva as empresas a se perguntarem “O que aconteceria se?” para prevenir potenciais crises futuras.
As cadeias de suprimentos atuais necessitam ser cada vez mais resilientes e ágeis para sobreviver ao “efeito borboleta” – onde uma pequena mudança em algum ponto da cadeia de suprimentos pode gerar consequências impactantes no negócio, tais como perder clientes, afetar a reputação da marca e impactar a lucratividade em milhares de bilhões de dólares.
O novo híbrido da cadeia de suprimentos do setor automotivo – “Lean and Resilient” (Operações Enxutas e Resilientes) – é um estudo desenvolvido por Lisa Harrington, presidente do Grupo lharrington LLC, preparado em colaboração com a DHL. Lisa também é diretora associada do Centro de Gestão de Cadeias de Suprimentos e professora de gestão logística da Faculdade de Negócios Robert H. Smith da Universidade de Maryland.
Entrevistas com especialistas e análises de incidentes passados revelam como as empresas correm risco em assumir danos críticos nos seus negócios se não estão em condições de antecipar e responder à crescente incerteza e vulnerabilidade de suas cadeias de suprimentos diante de fatores como a volatilidade econômica, os desastres naturais e a instabilidade política.
O novo estudo mostra a evolução da indústria automotiva e detalha os benefícios de reavaliar e rever suas cadeias de suprimentos, buscando estabelecer novos modelos “híbridos” que sejam enxutos e resilientes, agregando elementos como redundância controlada e planos de contingência para melhorar a sua resistência e protegê-las contra possíveis eventualidades.
Mike White, vice-presidente sênior global da DHL Supply Chain para o setor automotivo, afirma que “a pesquisa ressalta a extrema importância de ter uma cadeia de suprimentos resiliente. Para que a indústria sobreviva e continue desenvolvendo cadeias de suprimentos mais enxutas e resilientes – antes de estabelecer o processo e definir a maneira correta de abordagem – se faz necessário realizar simulações de colaboração global e provar sua efetividade”.
Ao comentar a questão da resiliência, Lisa enfatiza que “o objetivo é construir uma cadeia de suprimentos resiliente que possa estar à frente das condições de volatilidade sistemática – caso sejam vantajosas ou não – que vão desde o ordinário ao imaginário. As empresas que adotam esta “nova normalidade” nas cadeias de suprimentos enfrentam de maneira contínua – e às vezes radical – fatores de volatilidade e risco, e estabelecem os processos e sistemas necessários para seu controle e gestão, geralmente estão à frente da sua concorrência. Já as que ignoram ou demoram em reconhecer os problemas que podem causar a volatilidade de suas cadeias de suprimentos acabam arriscando sua lucratividade e a confiança de seus acionistas”.
O estudo identificou quatro importantes tendências que estão moldando o setor automotivo.
1. Crescimento global e mercados emergentes: Apesar dos efeitos da crise financeira do mercado europeu, a previsão é de que a produção automotiva global alcance níveis recordes, impulsionados pela China e Índia como mercados emergentes.
2. Megaplantas e plataformas múltiplas: As empresas automotivas estão ajustando seus processos de manufatura, de tal maneira que possam produzir vários modelos ou plataformas em uma só planta para ganhar flexibilidade, reduzir custos e utilizar melhor a infraestrutura de produção. Isso gera benefícios em termos de capacidade e, ao mesmo tempo, reduz a necessidade de ampliar as plantas com maior crescimento na China e México.
3. Aproximando-se do cliente: Os fabricantes de equipamentos originais (OEMs) estão instalando suas novas plantas de manufatura, assim como suas bases de fornecedores, mais próximas dos mercados finais, migrando, assim, para um modelo de produção geograficamente regionalizado – fabricando perto ou no ponto de demanda.
4. Pressão constante por redução de custos: As operações logísticas representam entre 5% e 10% da renda de fabricação da indústria automotiva: a necessidade de aumentar a velocidade para satisfazer os mercados onde os consumidores estão cada vez mais exigentes, enquanto que reduzir custos de logística gera uma enorme pressão sobre as cadeias de suprimentos.
O relatório completo, em português, pode ser encontrado no endereço http://supplychain.dhl.com/automotive-resilience-BR









