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Conteúdo 10 de outubro de 2004

Leilão logístico: até que ponto preço e qualidade caminham juntos?

Com a globalização e as
mudanças na economia mundial, as empresas passaram a se preocupar
muito com setores que antes não tinham grande destaque, nem
despendiam maiores preocupações.
Neste contexto, a logística passou a receber especial atenção
por parte dos administradores, que perceberam a necessidade de um
controle geral e absoluto sobre todas as operações
de uma empresa para alcançar a tão buscada redução
nos custos e aumento da lucratividade.
Acontece que essa visão unilateral de buscar incansavelmente
a redução dos custos de toda e qualquer operação
está se tornando um negócio perigoso e afetando a
qualidade dos serviços, operações e produtos.

Afinal, até que ponto preço e qualidade caminham juntos?
Sabemos que toda operação tem um custo mínimo,
isto é, existe um custo para se produzir um produto X, com
boa qualidade e satisfação dos clientes, e existe
um custo menor que o primeiro, para se produzir o mesmo produto
X sem qualidade.
O problema é que muitas empresas estão se atendo demais
a esse conceito de redução de custos e se esquecendo
de se preocupar com a qualidade e com o consumidor de seus produtos
ou serviços. O mercado está literalmente em leilão.
Aquele que produzir pelo menor preço, aquele que transportar
pelo menor preço, aquele que armazenar pelo menor preço
ou aquele que vender pelo menor preço levará vantagem
sobre aqueles que operarem com preços justos, qualidade e
buscando a satisfação dos seus clientes.
Esse leilão vem prejudicando o mercado, já que, seduzidas
por um preço menor, muitas empresas abandonam seus antigos
fornecedores por um curto espaço de tempo, até que
percebam que o menor preço nem sempre é o melhor preço.

Desenvolver um fornecedor é um processo longo e trabalhoso,
uma vez que diversos pontos, como qualidade, confiança, agilidade
e preços, entre outros, devem ser observados antes de se
cadastrar um novo fornecedor. Por isso, fica difícil entender
como essa constante troca continua a ser comum; isso não
quer dizer que trabalhar com apenas um fornecedor seja uma boa opção,
pelo contrário, desenvolver e fidelizar alguns fornecedores
que ofereçam qualidade em atendimento, qualidade dos produtos,
agilidade e preços competitivos seria uma opção
muito interessante.
Negociar preços com seus fornecedores cadastrados é
uma opção que caracteriza a parceria entre as empresas.
Já descartá-los ou trocá-los por fornecedores
que poucos conhecemos poderá colocar em risco o trabalho
da empresa inteira.
O que vemos hoje em dia não se pode classificar como competitividade
e, sim, como leilão, já que pequenas diferenças
no preço podem fazer com que a qualidade do trabalho final
não seja levada em conta.
Não há dúvidas de que os custos devem ser discutidos
e reduzidos, porém isso não deve ultrapassar a tênue
linha onde a redução de custos e a falta de qualidade
estão muito próximos. Não podemos arriscar
a imagem nem a qualidade dos nossos produtos e serviços no
mercado.

Gislaine Zorzin – Diretora de logística
da Transportadora Zorzin
gzorzin@bol.com.br

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