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Logística e Meio Ambiente 5 de agosto de 2022

Investir em ESG é buscar retorno financeiro resiliente, garantem analistas

À medida que a prática de ESG – governança ambiental, social e corporativa – tem se fortalecido no mercado financeiro, também aumentam as dúvidas sobre garantia de retorno financeiro a quem busca investimentos sustentáveis. As duas coisas, no entanto, não necessariamente são opostas, se o investidor considerar que os fundos e empresas com boas práticas performam melhor do que as que não aderem à pauta.

A garantia foi dada pelos analistas Carlos Takahashi, da BlackRock no Brasil, e Daniel Celano, diretor presidente da Schroders, durante um painel da Expert XP 2022, evento de finanças e investimentos, realizado nesta quarta-feira (3). As duas empresas incorporam ESG em suas estratégias de portfólio. Para ambos, a mensagem é clara aos investidores: não existe conflito de escolha entre retorno e sustentabilidade e os números comprovam que investir em ESG também significa obter retorno financeiro.

“Quando falamos em risco de investimento, estamos falando em risco retorno e se você tiver fundos com boas práticas ESG, elas serão impressas nos preços dos ativos. E o contrário também vale. Se uma empresa tem más práticas ambientais, o preço do ativo será desvalorizado no curto ou médio prazo”, explica Takahashi.

No mesmo caminho, Celano explica que, em momentos de crise, o natural é que se busque empresas que mitigam melhor os riscos e se preocupam com as necessidades de cada geração, sendo mais resilientes. “O mundo tem se tornado novo todo dia, o que você fez até hoje não significa que vale agora. É disso que se trata o ESG e quem estiver mais atento a isso, não vai precisar abrir mão do retorno financeiro”.

Os analistas da BlackRock e Schroders destacaram a importância das gestoras no chamado “engajamento”, uma parceria com as empresas investidas com a finalidade de acelerar o desenvolvimento da cultura ESG. A estratégia, nesse caso, continua a mesma: investimentos focados em ESG não devem abrir mão de rentabilidade, uma vez que a agenda pode destravar valor nas empresas e levar a retornos maiores, além de reduzir riscos operacionais.

Autorregulação
Os gestores classificaram a autorregulação a fundos ESG, imposta pela Associação Nacional das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), como “necessário”. A decisão estabelece a implantação de uma nova categoria de fundos, denominada Investimento Sustentável (IS), cujos critérios são mais rigorosos do que os aplicáveis à antiga subcategoria: o gestor deve divulgar, em seu site, um documento com as diretrizes, regras, procedimentos, critérios e controles referentes a práticas ESG. Também deverá contar com uma estrutura de governança mais robusta, dentre outras exigências.

“Nem tudo que você vê no mercado vai ser sustentável. Por isso é importante garantir a governança dentro dos fundos, porque ela é a mãe das outras duas agendas. A Anbima se inspirou em um modelo do exterior, mas desenvolveu a categoria de jeito lógico: se você diz que tem boas práticas ESG, tem que provar. Isso foi muito relevante e vai mudar como as pessoas encaram esse tipo de investimento”, opina Celano, que participou do desenvolvimento da medida à época.

Fonte: Valor Investe

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